Fonte: Wikipédia
Cabala (também Kabbalah, Qabbala, cabbala, cabbalah, kabala, kabalah, kabbala) é uma sabedoria que investiga a natureza divina. Kabbalah (קבלה QBLH) é uma palavra de origem hebraica que significa recepção. A Kabbalah — corpo de sabedoria espiritual mais antigo — contém as chaves, que permaneceram ocultas durante um longo tempo, para os segredos do universo, bem como as chaves para os mistérios do coração e da alma humana. Os ensinamentos cabalísticos explicam as complexidades do universo material e imaterial, bem como a natureza física e metafísica de toda a humanidade. A Kabbalah mostra em detalhes como navegar por este vasto campo, a fim de eliminar toda forma de caos, dor e sofrimento.
Durante milhares de anos, os grandes sábios cabalistas têm nos ensinado que cada ser humano nasce com o potencial para ser grande. A Kabbalah é o meio para ativar este potencial.
A Kabbalah sempre teve a intenção de ser usada, e não somente estudada. Seu propósito é trazer clareza, compreensão e liberdade para nossas vidas.
Origem
A "Cabala" é uma filosofia esotérica que visa conhecer a Deus e o Universo, sendo afirmado que nos chegou como uma revelação para eleger santos de um passado remoto, e reservada apenas a alguns privilegiados.
Formas antigas de misticismo judaico consistiam inicialmente de doutrina empírica. Mais tarde, sob a influência da filosofia neoplatônica e neopitagórica, assumiu um carácter especulativo. Na era medieval desenvolveu-se bastante com o surgimento do texto místico, Sefer Yetzirah, ou Sheper Bahir que significa Livro da Luz, do qual há menção antes do século XIII. Porém o mais antigo monumento literário sobre a Cabala é o Livro da Formação (Sepher Yetsirah), considerado anterior ao século VI, onde se defende a idéia de que o mundo é a emanação de Deus.
Transformou-se em objeto de estudo sistemático do eleito, chamado o "baale ha-kabbalah" (בעלי הקבלה "possuidores ou mestres da Cabala "). Os estudantes da Cabala tornaram-se mais tarde conhecidos como maskilim (משכילים "o iniciado"). Do décimo terceiro século em diante ramificou-se em uma literatura extensiva, ao lado e frequentemente na oposição ao Talmud.
Grande parte das formas de Cabala ensinam que cada letra, palavra, número, e acento da Escritura contêm um sentido escondido e ensina os métodos de interpretação para verificar esses significados ocultos.
Alguns historiadores de religião afirmam que devemos limitar o uso do termo Cabala apenas ao sistema místico e religioso que apareceu depois do século XII e usam outros termos para referir-se aos sistemas esotéricos-místicos judeus de antes do século XII. Outros estudiosos vêem esta distinção como sendo arbitrária. Neste ponto de vista, a Cabala do pós século XII é vista como a fase seguinte numa linha contínua de desenvolvimento que surgiram dos mesmos elementos e raízes. Desta forma, estes estudiosos sentem que é apropriado o uso do termo Cabala para referir-se ao misticismo judeu desde o primeiro século da Era Comum. O Judaismo ortodoxo discorda de ambas as escolas filosóficas, assim como rejeita a idéia de que a Cabala causou mudanças ou desenvolvimento histórico significativo.
Desde o final do século XIX, com o crescimento do estudo da cultura dos Judeus, a Cabala também tem sido estudada como um elevado sistema racional de compreensão do mundo, mais que um sistema místico. Um pioneiro desta abordagem foi Lazar Gulkowitsch.
Quais são os ensinamentos básicos da Kabbalah?
A Kabbalah ensina que, a fim de podermos reclamar as dádivas para as quais fomos criados para receber, primeiro temos que merecer essas dádivas. Nós as merecemos quando nos envolvemos com nosso trabalho espiritual – o processo de transformarmos a nós próprios na essência. Ao nos ajudar a reconhecer as fontes de negatividade em nossas próprias mentes e corações, a Kabbalah nos fornece as ferramentas para a mudança positiva.
A Kabbalah ensina que todo ser humano é uma obra em execução. Qualquer dor, desapontamento ou caos que exista em nossas vidas não ocorre porque a vida é assim mesmo, mas apenas porque ainda não terminamos o trabalho que nos trouxe até aqui. Esse trabalho, muito simplesmente, é o processo de nos libertarmos do domínio do ego humano e de criar uma afinidade com a essência de compartilhar de Deus.
Na vida do dia-a-dia, esta transformação significa desapegar-se da raiva, da inveja e de outros comportamentos reativos em favor da paciência, empatia e compaixão. Não significa abrir mão de todos os desejos e ir viver no topo de uma montanha. Muito pelo contrário, significa desejar mais da plenitude para a qual a humanidade foi criada para obter.
Mitos sobre a Cabala:
Cabala é comumente associada com fitas vermelhas, meditação, magia e muitas outras coisas.
10 Mitos Sobre Kabbalah:
Mito # 1: Cabala é um religião.
Fato: Kabbalah é uma sabedoria que revela a realidade global que normalmente é escondida de nossos sentidos.
Mito 2: Kabbalah está ligada com fitas vermelhas e água benta.
Fato: Não há nenhuma ligação. A Corda Vermelha (Kabbalah), água benta e outros produtos são uma invenção lucrativa comercial criada nas últimas duas décadas.
Mito # 3: Kabbalah é reservada para uma minoria de pessoas e só os homens com mais de 40 anos de idade têm permissão para aprendê-la.
Fato: Durante o exílio Kabbalah só foi estudada por alguns indivíduos selecionados. No entanto, desde o tempo do Ari (século XVI), está disponível para todos.
Mito # 4: Kabbalah trata de mágica.
Fato: Kabbalah não trata de magia ou feitiçaria, pelo contrário, trata-se de uma investigação pragmática da realidade.
Mito 5: Cabala é um seita.
Fato: Kabbalah é uma sabedoria e uma ciência aberta a todas as pessoas, sem quaisquer restrições.
Mito # 6: Kabbalah está relacionada com a "Nova Era" e é uma tendência—um fenômeno passageiro.
Fato: Cabala é a mais antiga sabedoria da humanidade. Seus começos foram de aproximadamente 5.000 anos atrás.
Mito # 7: Kabbalah está relacionada com cartas de tarô, astrologia e numerologia.
Fato: Cartas de tarô, astrologia e numerologia, na sua prática mística, têm sido erroneamente associados a Kabbalah.
Mito # 8: Há amuletos na Cabala.
Fato: Em nosso mundo, não há objetos físicos que contenham qualquer conteúdo espiritual. Amuletos só pode ajudar uma pessoa como um apoio psicológico.
Mito # 9: Kabbalah envolve meditação.
Fato: Cabala tradicional não se trata de meditação. A meditação é outro elemento que estava ligada à palavra "Kabbalah" em meio a confusão nos últimos séculos por não cabalistas. Porém os cabalistas modernos utilizam a meditação em seus estudos.
Mito # 10: Precisa de ter estudado a Torá e o Talmude antes de se aproximar da Kabbalah.
Fato: Sem a Cabala, não se pode entender o significado espiritual desses textos e a pessoa é levada a crer que êles se referem a eventos ações físicas.
Quem pode estudar a Cabala?
Quando perguntaram ao Rav Kook- o grande Cabalista do século XX e o mais importante Rabino de Israel – quem poderia estudar Cabala, sua resposta foi inequívoca: "Qualquer um que queira". Nos últimos cem anos, todos os Cabalistas, sem exceção, e em muitas ocasiões, deixaram claro que hoje a Cabala está disponível a todos. Disseram também que ela é a ferramenta necessária para resolver a crise global que previam viria a acontecer e que hoje estamos enfrentando.
De acordo com todos os Cabalistas, os dias em que a Cabala era um segredo acabaram. A sabedoria da Cabala manteve-se oculta no passado porque os Cabalistas temiam que ela fosse mal aplicada e mal entendida. E realmente o pouco que escapou gerou muitos mal-entendidos. Porque os Cabalistas dizem que a nossa geração está pronta para entender o real significado da Cabala, e para acabar com os mal-entendidos, esta ciência está agora sendo revelada para todos que desejam aprender.
A Kabbalah é judaica?
É compreensível que a Kabbalah possa ser confundida com o judaísmo. Ao longo da história, muitos estudiosos da Kabbalah têm sido judeus. Mas também existiram muitos estudiosos não judeus dessa sabedoria, tais como os cristãos Knorr-von-Rosenroth, Pico Della e Sir Isaac Newton, para citar apenas alguns.
A incrível verdade é que a Kabbalah nunca foi intencionada para um grupo específico. Pelo contrário, sua intenção era ser utilizada por toda a humanidade, a fim de unificar o mundo.
Hoje, milhões de pessoas de todos os credos descobriram a sabedoria e experimentaram os efeitos poderosos do estudo da Kabbalah.
Existem duas razões básicas que explicam porque tantas pessoas estão interessadas na Kabbalah agora.
A primeira razão é que a Kabbalah funciona. Quando as pessoas aplicam a sabedoria e as ferramentas da Kabbalah em suas vidas, elas obtêm resultados positivos.
A segunda razão pela qual tantas pessoas de credos diferentes se tornaram ligadas à Kabbalah é que ela é um meio de vida que pode incrementar qualquer prática religiosa. Cristãos, hinduístas, budistas, muçulmanos e judeus utilizam a Kabbalah para melhorar suas experiências espirituais.
Principais textos cabalistas:
A ciência da Cabala é única na maneira que fala sobre você e eu, sobre todos nós. Ele não trata de algo abstrato, apenas com a forma como são criados e como nós funcionamos em níveis mais elevados de existência.
O primeiro livro na Cabala a ser escrito, existente ainda hoje, é o Sefer Yetzirah ("Livro da criação"), escrito por com Abraão, o patriarca de quatro mil anos. Os primeiros comentários sobre este pequeno livro foram escritos durante o século X, e o texto em si é citado desde o século VI. Sua origem histórica não é clara. Como muitos textos místicos Judeus, o Sefer Yetzirah foi escrito de uma maneira que pode parecer insignificante para aqueles que o lêem sem um conhecimento maior sobre o Tanakh (Bíblia Judaica ,equivalente ao Antigo Testamento) e o Midrash.
Outra obra muito importante dentro da cabala é o Bahir ("iluminação"), também conhecido como "O Midrash do Rabino Nehuniah ben haKana". Com aproximadamente 12.000 palavras. Publicado pela primeira vez em 1176 em Provença, muitos judeus ortodoxos acreditam que o autor foi o Rabino Nehuniah ben haKana, um sábio Talmúdico do século I. Historiadores mostraram que o livro aparentemente foi escrito não muito antes de ter sido publicado.
O trabalho mais importante da cabala é o Zohar (זהר "Esplendor"). Trata-se de um comentário esotérico e místico sobre o Torah(Antigo Testamento), escrito em aramaico. A tradição ortodoxa judaica afirma que foi escrito pelo Rabino Shimon ben Yohai durante o século II. No século XII, um judeu espanhol chamado Moshe de Leon declarou ter descoberto o texto do Zohar, o texto foi então publicado e distribuído por todo o mundo judeu. Gerschom Scholem, que foi um célebre historiador e estudante da Cabala, mostrou que o próprio de Leon teria sido o autor do Zohar: Entre suas provas, uma é que o texto utiliza a gramática e estruturas frasais da língua espanhola do século XII; outra é que o autor não tinha um conhecimento exato de Israel. O Zohar contém e elabora sobre muito do material encontrado no Sefer Yetzirah e no Sefer Bahir, e sem dúvida é a obra cabalística por excelência.
Após o Zohar, temos os escritos de Ari, um renomado cabalista do século XVI. O século XX, por sua vez, viu o surgimento dos trabalhos do cabalista Yehuda Ashlag.
Os textos do Ashlag são os mais adequados para a nossa geração. Eles, assim como outras fontes cabalísticas, descrevem a estrutura dos mundos superiores, como ela descende e como o nosso universo, com tudo o que possui, veio a existir.
Cabala no Cristianismo e na sociedade não Judaica
O termo "Cabala" veio a ser usado até meados do século XI, e naquele tempo referia-se à escola de pensamento (Judaica) relacionada ao misticismo esotérico.
Desde esses tempos, trabalhos Cabalísticos ganharam uma audiência maior fora da comunidade Judaica. Assim versões Cristãs da Cabala começaram a desenvolver-se; no início do século XVIII a cabala passou a ter um amplo uso por filósofos herméticos, neo-pagãos e outros novos grupos religiosos. Hoje esta palavra pode ser usada para descrever muitas escolas Judaicas, Cristãs ou neo-pagãs de misticismo esotérico. Leve-se em conta que cada grupo destes tem diferentes conjuntos de livros que eles mantem como parte de sua tradição e rejeitam as interpretações de cada um dos outros grupos.
Ensinamentos cabalísticos sobre a alma humana:
O Zohar propõe que a alma humana possui três elementos, o nefesh, ru'ach, e neshamah. O nefesh é encontrado em todos os humanos e entra no corpo físico durante o nascimento. É a fonte da natureza física e psicológica do indivíduo. As próximas duas partes da alma não são implantadas durante o nascimento, mas são criadas lentamente com o passar do tempo; Seu desenvolvimento depende das ações e crenças do indivíduo. É dito que elas só existem por completo em pessoas espiritualmente despertas. Uma forma comum de explicar as três partes da alma é como mostrado a seguir:
• Nefesh - A parte inferior ou animal da alma. Está associada aos instintos e desejos corporais.
• Ruach - A alma mediana, o espírito. Ela contém as virtudes morais e a habilidade de distinguir o bem e o mal.
• Neshamah - A alma superior, ou super-alma. Essa separa o homem de todas as outras formas de vida. Está relacionada ao intelecto, e permite ao homem aproveitar e se beneficiar da pós-vida. Essa parte da alma é fornecida tanto para judeus quanto para não-judeus no nascimento. Ela permite ao indivíduo ter alguma consciência da existência e presença de Deus.
A Raaya Meheimna, uma adição posterior ao Zohar por um autor desconhecido, sugere que haja mais duas partes da alma, a chayyah e a yehidah. Gershom Scholem escreve que essas "eram consideradas como representantes dos níveis mais elevados de percepção intuitiva, e estar ao alcance somente de alguns poucos escolhidos".
• Chayyah - A parte da alma que permite ao homem a percepção da divina força.
• Yehidah - O mais alto nível da alma, pelo qual o homem pode atingir a união máxima com Deus
Antiguidade do misticismo esotérico:
De acordo com a compreensão tradicional, Kabbalah datas do Eden. Ela veio de um passado remoto como uma revelação para eleger os Tzadikim (pessoas justas) e, na maior parte, foi preservado somente para poucos privilegiados.[4]
Literatura Apocalíptica pertence aos séculos II e I do pré-Cristianismo contendo alguns elementos da futura Kabbalah e, segundo Josephus, tais escritos estavam em poder dos Essênios, e eram cuidadosamente guardados por eles para evitar sua perda, o qual eles alegavam ser uma antiguidade valiosa (veja Fílon de Alexandria, "De Vita Contemplativa", iii., e Hipólito, "Refutation of all Heresies", ix. 27).
Estes muitos livros contém tradições secretas mantidas ocultas pelos "iluminados" como declarado em IV Esdras xiv. 45-46, onde Pseudo-Ezra é chamado a publicar os vinte e quatro livros canônicos abertamente, de modo a que merecedores e não merecedores pudessem igualmente ler, mas mantendo sessenta outros livros ocultos de forma a "fornece-los apenas àqueles que são sábios" (compare Dan. xii. 10); pois para eles, estes são a primavera do entendimento, a fonte da sabedoria, e a corrente do conhecimento.
Instrutivo ao estudo do desenvolvimento da Cabala é o Livro dos Jubilados, escrito no reinado do Rei João Hircano, o qual refere a escritos de Jared, Cainan, e Noé, e apresenta Abraão como o renovador, e Levi como o guardião permanente, destes escritos antigos. Ele oferece uma cosmogênese baseada nas vinte e duas letras do alfabeto hebraico, e conectada com a cronologia judaica e a messianologia, enquanto ao mesmo tempo insiste na Heptade como número sagrado ao invés do sistema decádico adotado por Haggadistas posteriores e pelo "Sefer Yetzirah". A idéia Pitagórica do poder criador de números e letras, sobre o qual o "Sefer Yetzirah" está fundamentado, era conhecido no tempo da Mishnah (antes de 200DC).
Gnosticismo e Cabala:
A literatura gnóstica dá testemunho da antiguidade da Cabala. Gnosticismo — isto é, a "Chochmah" cabalística (חכמה , em hebraico, "sabedoria") e a Sophia gnóstica (em grego "sabedoria") - parece ter sido a primeira tentativa por parte dos sábios judeus em fornecer uma tradição mística empírica, com ajuda de idéias Platônicas e Pitagóricas (ou estóicas), um retorno especulativo.
Doutrinas Místicas nos Tempos do Talmude:
Nos tempos do Talmude os termos "Ma'aseh Bereshit" (Trabalhos da Criação) e "Ma'aseh Merkabah" (Trabalhos do Divino Trono/Carruagem) claramente indicam a vinculação com o Midrash nestas especulações; elas eram baseadas em Gen. i. e Ezequiel i. 4-28; enquanto os nomes "Sitre Torah" (Talmude Hag. 13a) e "Raze Torah" (Ab. vi. 1) indicam seu carater secreto. Em contraste com a afirmação explícita das Escrituras que Deus criou não somente o mundo, mas também a matéria da qual ele foi feito, a opinião é expressa em tempos muito recentes que Deus criou o mundo da matéria que encontrou disponível — uma opinião provavelmente atribuída a influência da cosmogênese platônica.
Eminentes professores rabinos conservam a teoria da preexistência da matéria (Midrash Genesis Rabbah i. 5, iv. 6), em contrariedade com Gamaliel II. (ib. i. 9).
Ao discorrer sobre a natureza de Deus e do universo, os místicos do período Talmúdico afirmaram, em contraste com o transcedentalismo Bíblico, que "Deus é o lugar-morada do universo; mas o universo não é o lugar-morada de Deus". Possivelmente a designação ("lugar") para Deus, tão frequentemente encontrada na literatura Talmúdica-Midrashica, é devida a esta concepção, assim como Philo, ao comentar sobre Gen. xxviii. 11 diz, "Deus é chamado 'ha makom' (המקום "o lugar") porque Deus abarca o universo, mas Ele próprio não é abarcado por nada" ("De Somniis," i. 11).
Spinoza devia ter esta passagem em mente quando disse que os antigos judeus não separavam Deus do mundo. Esta concepção de Deus pode ser panenteísta. Isto também postula a união do homem com Deus; ambas as idéias foram posteriormente desenvolvidas na Cabala mais recente.
Até em tempos bem recentes, teólogos da Palestina e de Alexandria reconheceram dois atributos de Deus: o atributo da justiça (מדת הדין, "middat ha-din") e o atributo da misericórdia (מדת הרחמים, "middat ha-rahamim") (Midrash Sifre,Deut.27): Este é o contraste entre misericórdia e justiça, que é uma doutrina fundamental da Cabala.
Moderna e contemporânea:
A Cabala tem crescido a partir do século XVI, com o Rabino Itzhak Luria, conhecido como Ari ( "O Leão").Ele oferece, em seu livro Etz Chaim (Árvore da Vida) uma explicação aprofundada das dez sefirot , e as explicações sobre o livro do Zohar (incluindo Idra Rabba).
A partir deste período, muitos cabalistas incentivou o estudo da Cabala, como relatou o rabino Azulai Orh Hashemesh em seu livro, "A proibição estabelecida no aprendizado da Kabbalah foi um tempo limitado, até 'em 1490. Desde 1540, é necessário incentivar todos os interessados no livro do Zohar, porque só estudando o Zohar que a humanidade alcançará a redenção espiritual, e Portanto, não é proibido estudar Kabbalah. "
Assim também diz o rabino Yehuda Levi Ashlag, cabalista do século XX: "Não há outro caminho para a população em geral,conseguir alguma elevação espiritual e redenção, a não ser com a aprendizagem da Cabala. Este é o método mais fácil e mais acessível"
Dualidade Cabalística?
Embora Kabbalah apresentar a Unidade de Deus, uma das críticas mais graves e persistentes é que pode levar longe monoteísmo, em vez disso promover o dualismo, A crença de que há uma contraparte sobrenatural de Deus. O sistema dualista afirma que existe um poder bem contra um poder maligno. Existem dois modelos principais de gnóstico-cosmologia dualista: a primeira, que remonta a Zoroastrismo, Acredita que a criação é ontologicamente dividido entre as forças do bem e do mal, a segunda, encontrada em grande parte greco-romana como ideologias Neo-platonismo, Acredita que o universo conhecia uma harmonia primordial, mas que uma perturbação cósmica resultou um segundo, o mal, a dimensão da realidade. Este segundo modelo influenciou a cosmologia da Cabala.
De acordo com a cosmologia cabalista, as dez sefirot correspondem a dez níveis de criação. Estes níveis da criação não deve ser entendido como dez diferentes "deuses", mas como dez maneiras diferentes de revelar Deus, um por nível. Não é Deus que muda, mas a capacidade de perceber Deus que muda.
Enquanto Deus pode parecer a apresentar natureza dupla (masculino-feminino, compassivo julgadora, criador-criação), todos os seguidores da Cabala têm consistentemente salientado a unidade absoluta de Deus. Por exemplo, em todas as discussões de macho e fêmea, a natureza oculta de Deus existe acima de tudo, sem limite, sendo chamado o infinito ou a "No End" (Ein Sof)-Nem um nem o outro, que transcende qualquer definição. A habilidade de Deus para tornar-se escondido da percepção é chamada de "Restrição" (Tzimtzum).O ocultamento torna a criação possível porque Deus pode ser "revelado" em uma diversidade de formas limitadas, que então forma os blocos de criação.
Trabalhos posteriores cabalístico, incluindo o Zohar, Parecem mais fortemente afirmar dualismo, como eles atribuem todos os males de uma força sobrenatural conhecido como o Achra Sitra[5] (o "outro lado") que emana de Deus. A "esquerda" da emanação divina é um reflexo negativo do lado "de santidade" com que foi bloqueado em combate. [Encyclopaedia Judaica, Volume 6, "Dualismo", p. 244]. Embora este aspecto o mal existe dentro da estrutura divina do Sefirot, a Zohar indica que o Ahra Sitra não tem poder sobre Ein Sof, e só existe como um aspecto necessário da criação de Deus para dar ao homem o livre arbítrio, e que o mal é a conseqüência dessa escolha. Não é uma força sobrenatural em oposição a Deus, mas um reflexo da luta interna moral dentro de humanidade entre os ditames da moralidade e da renúncia de um de instintos básicos.
Famosos que seguem a cabala:
• Madonna (cantora, atriz e empresária)
• Glória Maria (jornalista e apresentadora)
• Paulo Ricardo (cantor)
• Luisa Mell (apresentadora)
• Márcia Goldschmidt (apresentadora)
• Marina Lima (cantora)
• Manuela Saadeh (ex-bbb)
• Fernanda Souza (atriz)
• Ellen Jabour (modelo)
• Eliane Giardini (atriz)
• Daniella Cicarelli (atriz e modelo)
• Reinaldo Lourenço (estilista)
• Demi Moore (atriz)
• Mariana Kupfer (apresentadora e cantora)
• Gwyneth Paltrow (atriz)
Predizendo o Futuro:
Um pequeno número de pessoas que se diziam cabalistas tentou predizer acontecimentos pela cabala. A palavra passou a ser usada como referência às ciências secretas em geral, à arte mística, ou ao mistério.
Depois disso, a palavra cabala veio erroneamente a significar uma associação secreta de uns poucos indivíduos que buscam obter posição e poder por meio de práticas astuciosas.
Cabala e a Tradição Esotérica Ocidental:
A Tradição Esotérica Ocidental (ou Hermética) é a maior precursora dos movimentos do Neo-Paganismo e da Nova Era, que existem de diversas formas atualmente, estando fortemente intrincados com muitos dos aspectos da Cabala. Muito foi alterado de sua raiz Judaica, devido à prática esotérica comum do sincretismo. Todavia a essência da tradição está reconhecidamente presente.
A Cabala “Hermética”, como é muitas vezes denominada, provavelmente alcançou seu apogeu na “Ordem Hermética do Alvorecer Dourado” (Hermetic Order of the Golden Dawn), uma organização que foi sem sombra de dúvida o ápice da Magia Cerimonial (ou dependendo do referencial, o declínio à decadência). Na “Alvorecer Dourado”, princípios Cabalísticos como as dez emanações (Sephirah), foram fundidas com deidades Gregas e Egípcias, o sistema Enochiano da magia angelical de John Dee, e certos conceitos (particularmente Hinduístas e Budistas) da estrutura organizacional estilo esotérico- (Maçónica ou Rosacruz).
Muitos rituais da Alvorecer Dourado foram expostos pelo lendário ocultista Aleister Crowley e foram eventualmente compiladas em formato de Livro, por Israel Regardie, autor de certa notoriedade.
Crowley deixou sua marca no uso da Cabala, em vários de seus escritos; destes, talvez o mais ilustrativo seja Líber 777. Este livro é basicamente um conjunto de tabelas relacionadas: às várias partes das cerimônias de magias religiosas orientais e ocidentais; a trinta e dois números que representam as dez esferas e vinte e dois caminhos da Arvore da Vida Cabalística.
A atitude do sincretismo demonstrada pelos Kabalistas Herméticos é plenamente evidente aqui, bastando verificar as tabelas, para notar que Chesed corresponde a Júpiter, Isis, a cor azul (na escala Rainha), Poseidon, Brahma e ametista – nada, certamente, do que os Cabalistas Judeus tinham em mente.
Cabala Qliphótica:
Desenvolvida a partir da Cabala Hermética, a Cabala Qliphótica é o foco da assim chamada Cabala Draconiana, que aborda também as forças consideradas sinistras do universo e do homem (o subconsciente). Tem sido por muito tempo uma matéria renegada pela maioria dos cabalistas e ocultistas e, por isto, pouco compreendida. A Cabala Draconiana procura estudar a Luz e as Trevas em vários níveis da constituição humana e cósmica, sendo um sistema cabalístico muito prático que envolve a Magia Sexual, ritualística, meditações sombrias, invocações e evocações, etc. Seu escopo está no trabalho com as Qliphoth, ou as Sephiroth reversas, o outro lado da Árvore da Vida.
Atualmente os mais importantes estudiosos e divulgadores da Cabala Draconiana são: o inglês Kenneth Grant ("Nightside of Eden"), o sueco Thomas Karlsson ("Qabalah, Qliphoth and Goetic Magic"), o lusobrasileiro Adriano Camargo Monteiro ("A Cabala Draconiana") e a americana Linda Falorio ("The Shadow Tarot").
Ligações externas:
• Website do Bnei Baruch Kabbalah, com base em fontes clássicas da Kabbalah como o Zohar, e os Sulami Baal, com inúmeros artigos para iniciantes
• kabbalah.com
• Cabala dicionário com mais do que 5000 palavras (em Inglês)
• Árvore da vida (em Inglês)
Bibliografia:
* "A Cabala Mística", Dion Fortune. Editora Pensamento.
* "A Cabala Draconiana", Adriano Camargo Monteiro. Madras Editora.
* "A Cabala das Feiticeiras",Ellen Cannon Reed. Bertrand.
* "Uma Introdução ao Estudo da Cabala", William Wynn Westcott. Madras Editora.
* "A Kabbalah Revelada", Knorr von Rosenroth. Madras Editora.
* Gershom Scholem As Grandes Correntes da Mística Judaica
* Gershom Scholem A Cabala e Seu Simbolismo
* Moshe Idel, Cabala: Novas Perspectivas
* Richard Zimler O Último Cabalista de Lisboa ; A Sétima Porta ; Os Anagramas de Varsóvia