Esta é uma homenagem ao talento de vários artistas de ascendência judaica, que atuam na TV, teatro e cinema no Brasil. Desta vez ficaram de fora os músicos.
Atores:
Abrahão Farc (Abram Jacob Szafarc) - ator e diretor
Beyla Genauer - atriz e escritora
Bel Kutner - atriz
Bernardo Jablonski - ator, diretor e crítico teatral
Betty Gofman - atriz
Bruce Gomlevsky - ator
Cacá Rosset - ator e diretor
Caco Ciocler - ator
Carlo Mossy (Moisés Abrão Goldszal) - ator e cineasta
Clarice Niskier - atriz
Cláudia Ohana - atriz
Dan Stulbach - ator
Débora Bloch - atriz
Deborah Evelyn (Deborah Sochaczewski Evelyn) - atriz
Deborah Olivieri (Débora Ida Szafran) - atriz
Dina Sfat (Dina Kutner) - atriz
Eliana Guttman - atriz
Elias Gleiser (Elicz Gleiser) - ator
Etty Fraser - atriz
Eva Todor - atriz
Eva Wilma (Eva Wilma Riefle Buckup) - atriz
Felipe Levy (Philipe Levy) - ator
Felipe Wagner - ator
Fernando Reski - ator e apresentador de TV
Gilbert (Abraham Gilbert Stein) - ator, cantor e radialista
Giovanna Gold (Giovanna Goldsarb Padilha Sodré) - atriz
Guilherme Weber - ator
Ida Gomes (Ida Szafran Gomes) - atriz
Isaac Bardavid - ator e dublador profissional
Jaime Barcelos - ator
Jaime Leibovitch - ator
Jonas Bloch - ator
Jorge Cherques - ator
Jorge Mautner - cantor, compositor e escritor
José Lewgoy - ator
Laila Zaid - atriz
Leina Krespi (Leina Perelman da Matta) - atriz
Luciano Szafir - ator
Marcelo Szpketor - ator
Marcos Mion (Marcos Chaib Mion) - ator e apresentador de TV
Marcos Wainberg - ator
Mário Schoemberger - ator
Michel Bercovitch - ator, diretor e produtor
Michel Melamed - ator e apresentador de TV
Miriam Mehler - atriz
Natalia Thimberg - atriz
Odilon Wagner - ator
Renata Sorrah (Renata Leonardo Pereira Sochaczewski) - atriz
Riva Nimitz - atriz
Rosane Gofman - atriz
Soraya Ravenle (Soraya Jarlicht) - atriz e cantora
Sura Berditchevsky (Sílvia Berditchevsky) - atriz, diretora e professora de teatro
Suzana Faini ( Myriam Suzana Faini) - atriz e bailarina
Tereza Rachel (Teresinha Brandwain de La Sierra) - atriz
Viviane Pasmanter - atriz
Ziembinski (Zbigniew Marian Ziembinski) - ator
Humoristas:
Berta Loran (Basza Ajs) - atriz e humorista
Beto Silva (Roberto Adler) - humorista do Casseta & Planeta
Bussunda (Cláudio Bessermann Viana) - humorista e redator do Casseta & Planeta
Fabio Rabin - humorista de stand-up
Juca Chaves (Jurandyr Czaczkes) - compositor e humorista
Marcos Plonka - ator e humorista
Dramaturgos:
Gilberto Braga (Gilberto Tumscitz Braga) - autor de novelas
Cineastas:
Arnaldo Jabor - cineasta e jornalista
Carlo Mossy (Moisés Abrão Goldszal) - ator e cineasta
Cao Hamburger - cineasta e roteirista
Sylvio Back - cineasta
Jom Tob Azulay - cineasta, escritor e ex-diplomata
Diretores de TV e Teatro:
Amora Mautner
Felipe Hirsch
Iacov Hillel
Maurício Sherman
Sura Berditchevsky (Sílvia Berditchevsky)
Tiago Worcman
Apresentadores de TV:
Boris Casoy
Daniel Azulay
Didi Wagner (Adriana Golombek Wagner)
Fernando Reski
Luciano Huck
Luisa Melll (Marina Zatz de Camargo)
Márcia Peltier
Marcos Mion (Marcos Chaib Mion)
Michel Melamed
Pedro Bial (Pedro Bialski)
Roberto Justus
Serginho Groissman
Sandra Annenberg
Sílvio Santos (nome artístico de Senor Abravanel)
Fontes:
Dramaturgia Brasileira
Revista Judaica
Jornal Alef
Unirio
Época
Cultura Hebraica
Folhas de Almanaque
O jornalista Leonardo Ferreira, natural do Rio de Janeiro (RJ), é formado em Comunicação Social com habilitação em Jornalismo, pós-graduado em Gestão Comercial & Marketing Digital, pós-graduado em Transtorno do Espectro Autista: Inclusão Escolar & Social, além de membro do Templo Beth-El of Jersey City (www.betheljc.org). O templo foi fundado no estado de New Jersey (EUA), em 1864.
1 de dezembro de 2012
Nossos Sábios: O Lechá Dodi do Rabi Shlomo Alkabetz
Reza: Lechá Dodi - Revista Morashá
O Lechá Dodi é o ponto alto do Cabalat Shabat – o serviço de orações das noites de sexta-feira, quando recebemos o Shabat. De todas as orações desse dia, o Lechá Dodi é a mais famosa e bela, e nenhuma outra é recitada com tanto júbilo e fervor. Escrita pelo poeta e cabalista sefardita do século 16, o Rabi Shlomo HaLevi Alkabetz, o Lechá Dodi foi adotado por todas as comunidades judaicas, sefarditas e asquenazitas. Pouco se sabe sobre Rabi Alkabetz, que nasceu por volta de 1505, até que ele se estabeleceu na cidade de Salônica, onde se tornou extremamente respeitado por seus profundos conhecimentos da Torá, Talmud e das obras místicas. Em meados de 1535, após vivenciar com Rabi Yossef Caro, autor do Shulchan Aruch, uma experiência mística, deixou essa cidade e fixou residência em Safed. A cidade era um grande centro de estudos místicos, onde viviam e ensinavam grandes sábios sefaraditas, profundos conhecedores do Talmud e da Cabalá, como Rabi Moshe Cordovero, Rabi Chaim Vital e o próprio Arizal, Rabi Itzahak Luria, o maior cabalista na história judaica.
Em Safed, às sextas-feiras, ao pôr-do-sol, Rabi Alkabetz ia com outros cabalistas aos campos, para dar as boas-vindas ao Shabat. Foi nessa atmosfera que Rabi Alkabetz escreveu a poema Lechá Dodi. Apesar de outras saudações poéticas ao Shabat terem sido compostas por outros Sábios, foi o Lechá Dodi que recebeu o endosso de Rabi Yitzhak Luria, discípulo do cabalista Rabi Cordovero, aluno e cunhado de Rabi Alkabetz.
Tendo sido composto por um homem que foi um grande erudito em Torá, cabalista e poeta, o Lechá Dodi tem muitas camadas de significado. Baseia-se em fontes encontradas nos Cinco Livros da Torá, nos Livros dos Profetas e nas Escrituras Sagradas, no Talmud e Midrash, e faz referências a alguns dos assuntos mais profundos e complexos da Cabalá. Mas como a interpretação cabalista de seus versos está além do escopo deste ensaio, elucidaremos o significado básico das estrofes do Lechá Dodi, para que cada um de nós possa ter condições de melhor apreciar suas palavras quando as recitamos durante as orações da noite de Shabat.
O tema geral do Lechá Dodi é que o Shabat é uma “Noiva” ou uma “Rainha”, a quem saímos para receber e dar as boas vindas. Estas metáforas se baseiam na descrição do Talmud sobre a alegre saudação dos Sábios ao Shabat (Shabat, 119a): Rabi Chanina costumava envolver-se em suas vestes especiais do Shabat e dizer: ‘Vamos, saiamos para saudar a Rainha do Shabat’ ”. Rabi Yannai se aparamentava com suas vestimentas especiais e dizia: “Entre, noiva! Entre, noiva!”. O Lechá Dodi divide-se em estrofes. Algumas congregações têm o costume de repetir a primeira estrofe (Lechá Dodi Likrat Kala, Penei Shabat Necabelá) após recitar cada uma das demais estrofes. Abaixo traduzimos e elucidamos cada estrofe individualmente.
Lechá Dodi:
“Vem, meu Amado, saudar a Noiva, vem, vamos dar as boas vindas à Presença do Shabat.”
Lechá Dodi se inicia convidando nosso “Amado”, o Próprio D’us, a se unir a nós no Shabat. A “Noiva” é o próprio Shabat. O Midrash (Bereshit Rabá 11) ensina que quando D’us criou o tempo, dividindo-o em sete dias, Ele prometeu ao recém-criado Shabat que “Israel será seu novo par” para sempre. Conseqüentemente, a cada semana, o Povo Judeu saúda a aproximação do Shabat como se fosse um noivo que aguarda sua noiva, enquanto esta se aproxima do pálio nupcial.
Outro comentarista (Anat Yosef) interpreta a “Noiva” como sendo uma alusão à Shechiná, a Presença explícita de D’us, que foi retirada do homem devido aos pecados de Israel. Por isso, pedimos ao Eterno que se una a nós ao saudar Sua própria Presença; estamos orando a Ele pelo fim do exílio, para que a Shechiná volte novamente a brilhar sobre o Povo Judeu e sobre o mundo todo. Isto somente ocorrerá com a chegada do Mashiach e a reconstrução do Templo Sagrado de Jerusalém.
Shamor:
“Guarda e Recorda, ditos em uma expressão única e simultânea, nos fez ouvir D’us, Uno e Único. O Eterno é Um e Seu Nome é Único – por seu bom nome, por sua beleza, por seu louvor.”
O Talmud (Shevuot 20b) ensina que quando D’us deu os Dez Mandamentos, Ele milagrosamente habilitou Israel a ouvir simultaneamente os dois aspectos complementares do mandamento do Shabat: Shamor (Deuteronômio, 5:12) – para guardar o Shabat – é a ordem de evitar sua profanação, ao passo que Zachor (Êxodo, 20:8) – para recordar o Shabat – é a ordem de realizar os mandamentos positivos associados a esse dia, tais como recitar o Kidush sobre um copo de vinho e dedicar o dia a atividades que são permitidas, espiritualmente elevadas e fisicamente alegres, tais como a oração, o estudo da Torá, o descanso e o prazer das refeições do Shabat. Apesar de a Torá escrever esses dois mandamentos, Shamor e Zachor, de forma separada, D’us os combinou no Sinai para que o Povo Judeu entendesse que os mesmos são inseparáveis.
Um dos comentários sobre o Sefer Yetzirá (o Livro da Formação), o livro mais antigo sobre a Cabalá, afirma que a capacidade de D’us de fundir os opostos é indicada pela descrição d’Ele como sendo “Um e Único”. O Infinito Criador, que não é limitado de forma alguma, realiza o feito impossível de pronunciar as palavras “Recorda” e “Guarda” de forma simultânea.
O Lechá Dodi é o ponto alto do Cabalat Shabat – o serviço de orações das noites de sexta-feira, quando recebemos o Shabat. De todas as orações desse dia, o Lechá Dodi é a mais famosa e bela, e nenhuma outra é recitada com tanto júbilo e fervor. Escrita pelo poeta e cabalista sefardita do século 16, o Rabi Shlomo HaLevi Alkabetz, o Lechá Dodi foi adotado por todas as comunidades judaicas, sefarditas e asquenazitas. Pouco se sabe sobre Rabi Alkabetz, que nasceu por volta de 1505, até que ele se estabeleceu na cidade de Salônica, onde se tornou extremamente respeitado por seus profundos conhecimentos da Torá, Talmud e das obras místicas. Em meados de 1535, após vivenciar com Rabi Yossef Caro, autor do Shulchan Aruch, uma experiência mística, deixou essa cidade e fixou residência em Safed. A cidade era um grande centro de estudos místicos, onde viviam e ensinavam grandes sábios sefaraditas, profundos conhecedores do Talmud e da Cabalá, como Rabi Moshe Cordovero, Rabi Chaim Vital e o próprio Arizal, Rabi Itzahak Luria, o maior cabalista na história judaica.
Em Safed, às sextas-feiras, ao pôr-do-sol, Rabi Alkabetz ia com outros cabalistas aos campos, para dar as boas-vindas ao Shabat. Foi nessa atmosfera que Rabi Alkabetz escreveu a poema Lechá Dodi. Apesar de outras saudações poéticas ao Shabat terem sido compostas por outros Sábios, foi o Lechá Dodi que recebeu o endosso de Rabi Yitzhak Luria, discípulo do cabalista Rabi Cordovero, aluno e cunhado de Rabi Alkabetz.
Tendo sido composto por um homem que foi um grande erudito em Torá, cabalista e poeta, o Lechá Dodi tem muitas camadas de significado. Baseia-se em fontes encontradas nos Cinco Livros da Torá, nos Livros dos Profetas e nas Escrituras Sagradas, no Talmud e Midrash, e faz referências a alguns dos assuntos mais profundos e complexos da Cabalá. Mas como a interpretação cabalista de seus versos está além do escopo deste ensaio, elucidaremos o significado básico das estrofes do Lechá Dodi, para que cada um de nós possa ter condições de melhor apreciar suas palavras quando as recitamos durante as orações da noite de Shabat.
O tema geral do Lechá Dodi é que o Shabat é uma “Noiva” ou uma “Rainha”, a quem saímos para receber e dar as boas vindas. Estas metáforas se baseiam na descrição do Talmud sobre a alegre saudação dos Sábios ao Shabat (Shabat, 119a): Rabi Chanina costumava envolver-se em suas vestes especiais do Shabat e dizer: ‘Vamos, saiamos para saudar a Rainha do Shabat’ ”. Rabi Yannai se aparamentava com suas vestimentas especiais e dizia: “Entre, noiva! Entre, noiva!”. O Lechá Dodi divide-se em estrofes. Algumas congregações têm o costume de repetir a primeira estrofe (Lechá Dodi Likrat Kala, Penei Shabat Necabelá) após recitar cada uma das demais estrofes. Abaixo traduzimos e elucidamos cada estrofe individualmente.
Lechá Dodi:
“Vem, meu Amado, saudar a Noiva, vem, vamos dar as boas vindas à Presença do Shabat.”
Lechá Dodi se inicia convidando nosso “Amado”, o Próprio D’us, a se unir a nós no Shabat. A “Noiva” é o próprio Shabat. O Midrash (Bereshit Rabá 11) ensina que quando D’us criou o tempo, dividindo-o em sete dias, Ele prometeu ao recém-criado Shabat que “Israel será seu novo par” para sempre. Conseqüentemente, a cada semana, o Povo Judeu saúda a aproximação do Shabat como se fosse um noivo que aguarda sua noiva, enquanto esta se aproxima do pálio nupcial.
Outro comentarista (Anat Yosef) interpreta a “Noiva” como sendo uma alusão à Shechiná, a Presença explícita de D’us, que foi retirada do homem devido aos pecados de Israel. Por isso, pedimos ao Eterno que se una a nós ao saudar Sua própria Presença; estamos orando a Ele pelo fim do exílio, para que a Shechiná volte novamente a brilhar sobre o Povo Judeu e sobre o mundo todo. Isto somente ocorrerá com a chegada do Mashiach e a reconstrução do Templo Sagrado de Jerusalém.
Shamor:
“Guarda e Recorda, ditos em uma expressão única e simultânea, nos fez ouvir D’us, Uno e Único. O Eterno é Um e Seu Nome é Único – por seu bom nome, por sua beleza, por seu louvor.”
O Talmud (Shevuot 20b) ensina que quando D’us deu os Dez Mandamentos, Ele milagrosamente habilitou Israel a ouvir simultaneamente os dois aspectos complementares do mandamento do Shabat: Shamor (Deuteronômio, 5:12) – para guardar o Shabat – é a ordem de evitar sua profanação, ao passo que Zachor (Êxodo, 20:8) – para recordar o Shabat – é a ordem de realizar os mandamentos positivos associados a esse dia, tais como recitar o Kidush sobre um copo de vinho e dedicar o dia a atividades que são permitidas, espiritualmente elevadas e fisicamente alegres, tais como a oração, o estudo da Torá, o descanso e o prazer das refeições do Shabat. Apesar de a Torá escrever esses dois mandamentos, Shamor e Zachor, de forma separada, D’us os combinou no Sinai para que o Povo Judeu entendesse que os mesmos são inseparáveis.
Um dos comentários sobre o Sefer Yetzirá (o Livro da Formação), o livro mais antigo sobre a Cabalá, afirma que a capacidade de D’us de fundir os opostos é indicada pela descrição d’Ele como sendo “Um e Único”. O Infinito Criador, que não é limitado de forma alguma, realiza o feito impossível de pronunciar as palavras “Recorda” e “Guarda” de forma simultânea.
DESCOBERTA DA SINAGOGA DURA-EUROPOS
Revista Morashá - Edição 76 - junho de 2012
A sinagoga de Dura-Europos, que ficou enterrada nas areias da Síria Oriental por 17 séculos, escreveu sozinha um importante capítulo na história da arquitetura e decoração das sinagogas. Sua descoberta causou um frisson entre arqueólogos e historiadores, pelas pinturas que ornam seu interior, retratando cenas bíblicas que revelam uma arte de cuja existência não se tinha conhecimento. Era o maior conjunto de afrescos da Antiguidade inspirados na Torá, no Midrash, nos Livros dos Profetas e em outros textos judaicos.
O impacto foi profundo tanto sobre o que se sabia, até então, em relação à arte judaica e, de modo geral sobre os estudos da arte nos últimos séculos da Antiguidade, como sobre a iconografia bíblica e os vínculos entre a arte judaica e a cristã. Tais afrescos estão, hoje, expostos no Museu Nacional, em Damasco. O destino de Dura-Europos, antiga cidade fundada no terceiro século antes da Era Comum (a.E.C), às margens do rio Eufrates, e de sua sinagoga, é, de certa forma, comparável ao de Pompéia, pois suas riquezas arquitetônicas e artísticas foram preservadas pelas toneladas de areia e entulhos sob as quais a cidade ficou soterrada desde sua destruição, em meados do século 3 desta Era, até sua descoberta acidental, em 1920.
O sítio foi encontrado pelo exército britânico, que fazia preparativos táticos para enfrentar a chamada Revolta árabe, que se havia espalhado também na região do Eufrates. Ao cavar trincheiras perto da cidade de Salhiy, uma unidade encontrou um muro de um antigo templo, onde se podia ver um afresco muito bem conservado.
Historiadores e pesquisadores sabiam da existência de Dura-Europos, pois a cidade é mencionada nos textos do geógrafo Isidore de Charax, que viveu no século 1 da Era Comum. Apenas não se conhecia a sua localização.
O local começou a ser escavado por arqueólogos em 1922, mas os trabalhos tiveram que ser interrompidos dois anos mais tarde devido à falta de segurança da região. Em 1928, arqueólogos da Universidade de Yale, em associação com a Academie des Inscriptions et Belles Lettres, voltaram a escavar o sítio. Quando, em 1937, Yale decidiu interromper os trabalhos por escassez de fundos, cerca de 30% da antiga cidade haviam sido revelados. Entre as riquezas arquitetônicas e artísticas descobertas e os inúmeros templos dedicados às mais diversas divindades, havia uma sinagoga, encontrada em 1932, em notável estado de preservação. Junto à sinagoga, foram encontrados, também, um local de orações usado provavelmente por soldados romanos, conhecido como domo Mithareum, e uma pequena capela cristã.
A sinagoga, com sua construção e decoração tão elaboradas, não encontra paralelo em nenhum outro templo encontrado em Dura-Europos. O arqueólogo norte-americano Clarck Hopkins assim descreveu a descoberta “(...) como uma página saída de um conto das Mil e uma Noites. Esfregou-se a lâmpada de Aladim e, repentinamente, das areias secas e escuras do deserto, pinturas emergiram, não apenas uma, um painel ou um muro, mas um edifício inteiro, com cenas após cenas desenhadas, todas extraídas da Bíblia, de uma forma até então jamais sequer imaginada”.