O rabino Capers Funnye é o líder espiritual da Beth Shalom B'nai Zaken Ethiopian Hebrew Congregation em Chicago. Os membros da comunidade são principalmente afro-americanos do lado sul da cidade. Um dos trabalhos do rabino é de aproximar sua congregação do resto da comunidade de Chicago.
"Eu fiz disso meu objetivo num nível pessoal para me envolver na comunidade judaica" disse Funnye. "Eu trabalhei parr organizações judaicas. Eu me formei em instituições judaicas. Meus filhos frequentam uma escola judaica." Funnye foi ordenado rabino na Israelite Rabbinical Academy em Nova Iorque onde todos os rabinos negros americanos recebem sua educação.
O rabino Funnye fez parte do grupo que celebrou chanuká na Casa Branca. "É importante para mim, para meus filhos e para outros judeus ver o judaísmo além de qualquer grupo racial."
As comunidade judaicas negras existem nos EUA desde o início do século 20. A maioria prefere ser chamada de "hebreus" ou "israelitas" e se mantém a parte da grande comunidade judaica norte-americana.
Em parte, essa divisão é um legado da segregação que separou igrejas para negros e para brancos, bem como sinagogas. Um dos pontos principais desa divisão é a crença, por parte dos judeus negros americanos de que os judeus originais eram africanos. Como outros afro-americanos que abraçaram outras fés que não a cristã, os judeus negros vêem o judaísmo como uma forma de retornar a herança que lhes foi retirada pelo tráfico de escravos. Eles o comparam ao Êxodo.
Como resultado, suas lideranças relutam em conversar e promover uma maior aceitação com a maioria judaica branca askenasi com medo disso minar seus clamores por sua descendência judaica.
"Nós somos pessoas que estão voltando ao conhecimento de quem nós somos," disse Moshe Ben Yisrael, presidente da sinagoga de Chicago. "Nós estamos encontrando algo sobre nossa identidade. Nos identificamos com o Deus do Tanach, o Deus de Israel."
Os serviços religiosos na Beth Shalom, são como em outros dezenas de sinagogas americanas. A porção semanal da Torah é lida em hebraico e as orações e cânticos, em sua mairoria são feitos em inglês a partir do "Artscroll Siddur" um livro ortodoxo de orações muito difundido nos EUA. Homens e mulheres sentam separados mas sem barreiras físicas. O kidush e as brachot são feitas em hebraico.
Mas a presença das tradições afro-americanas também é marcante. Depois do serviço do shabat, no sábado, um coro no estilo Gospel sobe ao palco, acompanhado por música em CDs, tambores e guitarra ao vivo executando vários números musicais, incluindo o "Lift Every Voice" conhecido como o "Hino Nacional Negro" americano.
(Jerusalem Post)
O jornalista Leonardo Ferreira, natural do Rio de Janeiro (RJ), é formado em Comunicação Social com habilitação em Jornalismo, pós-graduado em Gestão Comercial & Marketing Digital, pós-graduado em Transtorno do Espectro Autista: Inclusão Escolar & Social, além de membro do Templo Beth-El of Jersey City (www.betheljc.org). O templo foi fundado no estado de New Jersey (EUA), em 1864.
18 de julho de 2009
ISRAEL INICIA OPERAÇÃO PARA EXPULSAR ESTRANGEIROS ILEGAIS DO PAÍS
BBC News online
O Ministério do Interior israelense iniciou uma operação para localizar, prender e deportar mais de 100 mil trabalhadores estrangeiros que não têm a documentação necessária para permanecer no país.
Organizações de defesa dos direitos humanos criticam a forma “indiscriminada” como os estrangeiros estão sendo expulsos e pedem que as autoridades examinem cada caso individualmente.
Ran Hacohen, diretor do Departamento de Trabalhadores Estrangeiros e Refugiados da ONG Médicos pelos Direitos Humanos, classifica a operação do Ministério do Interior israelense como uma “caça a seres humanos”.
“Os fiscais do Departamento de Imigração aparecem de repente nos bairros pobres da cidade (Tel Aviv), onde se concentram os trabalhadores estrangeiros, e todos aqueles que não têm documentos são levados imediatamente para a prisão e deportados dois dias depois”, disse Hacohen à BBC Brasil.
O governo israelense, no entanto, afirma que a operação de deportação de estrangeiros ilegais está sendo feita de “maneira humana”.
“A decisão do governo é de afastar o maior número possível de ilegais, mas pretendemos fazê-lo de uma maneira humana e até ajudamos a pagar as passagens para que eles possam voltar a seus países”, afirmou à BBC Brasil a porta-voz do Ministério do Interior, Sabin Hadad.
Segundo dados da ONG Médicos pelos Direitos Humanos, a grande maioria dos trabalhadores estrangeiros chegou ao país de maneira legal – muitos trazidos por empresas de recursos humanos -, porém seus vistos expiraram ou foram cancelados.
A maior parte é oriunda de China, Tailândia e Filipinas.
Crianças:
Segundo Ran Hacohen, muitos destes estrangeiros ilegais estão em Israel há anos e alguns, inclusive, tiveram filhos no país.
Estas crianças, no entanto, não são cidadãs israelenses, já que, pela legislação do país, o simples nascimento em Israel não confere o direito à cidadania.
Desta forma, estas crianças, mesmo as nascidas em Israel, também devem ser deportadas junto com seus pais.
“Há cerca de 1,5 mil crianças que nasceram aqui, falam hebraico e não conhecem nenhum outro país”, afirma Hacohen.
“Pelo menos em relação a essas famílias, o governo israelense deveria adotar uma atitude mais humana e dar-lhes a cidadania”, diz.
Famílias:
Durante os anos de 2002 e 2003, o governo israelense realizou uma operação semelhante, que resultou na expulsão de 100 mil estrangeiros ilegais do país.
Naquela época, no entanto, as autoridades decidiram não expulsar crianças nascidas em Israel e permitiram que pelo menos um dos pais ficasse com o filho no país.
Segundo a porta-voz do Ministério do Interior, Sabin Hadad, no entanto, “agora o governo decidiu que é melhor não separar as famílias”.
De acordo com a porta-voz, a possibilidade de cidadania para as famílias cujos filhos nasceram em Israel também “está fora de cogitação”.
“Quando os ilegais têm assuntos pendentes para resolver, o Departamento de Imigração lhes dá um prazo de 14 dias para deixarem o país”, disse Hadad.
“O afastamento de famílias com crianças vai começar só no dia 1º de agosto. Por enquanto, nossos funcionários estão distribuindo panfletos nos bairros onde moram os ilegais e avisando que eles deverão deixar o país”, afirmou.
“Se não saírem até o início de agosto, teremos que adotar medidas contra essas famílias”.
A operação começou no dia 1º de julho e, segundo a porta-voz, “por enquanto não inclui crianças, idosos e doentes”.
“O afastamento desses setores mais sensíveis vai começar só em agosto, para que eles tenham tempo de se organizar. Por enquanto, os afastados são só jovens e solteiros”.
Trabalhadores estrangeiros:
Enquanto a política de expulsão dos ilegais é implementada, o governo israelense continua autorizando a entrada de cerca de 20 mil novos trabalhadores estrangeiros por ano.
As ONGs de defesa dos direitos humanos defendem que, no lugar de permitir a entrada de novos trabalhadores estrangeiros, o governo israelense deveria regularizar a situação daqueles que já se encontram no país.
Na opinião de Ran Hacohen, o governo israelense “não quer que essas pessoas criem raízes aqui (Israel) e prefere trocá-las”.
Hacohen também afirma que há “grandes interesses econômicos por trás da indústria de importação de trabalhadores estrangeiros, que pressionam o governo a continuar trazendo novos trabalhadores de fora”.
A comissão parlamentar pelos direitos da criança protestou contra a prisão e expulsão dos filhos de trabalhadores estrangeiros que nasceram em Israel.
“Essas crianças nasceram aqui, estudam aqui, falam hebraico, para mim elas são israelenses”, afirmou o deputado Nitzan Horowitz, do partido social-democrata Meretz.
O Ministério do Interior israelense iniciou uma operação para localizar, prender e deportar mais de 100 mil trabalhadores estrangeiros que não têm a documentação necessária para permanecer no país.
Organizações de defesa dos direitos humanos criticam a forma “indiscriminada” como os estrangeiros estão sendo expulsos e pedem que as autoridades examinem cada caso individualmente.
Ran Hacohen, diretor do Departamento de Trabalhadores Estrangeiros e Refugiados da ONG Médicos pelos Direitos Humanos, classifica a operação do Ministério do Interior israelense como uma “caça a seres humanos”.
“Os fiscais do Departamento de Imigração aparecem de repente nos bairros pobres da cidade (Tel Aviv), onde se concentram os trabalhadores estrangeiros, e todos aqueles que não têm documentos são levados imediatamente para a prisão e deportados dois dias depois”, disse Hacohen à BBC Brasil.
O governo israelense, no entanto, afirma que a operação de deportação de estrangeiros ilegais está sendo feita de “maneira humana”.
“A decisão do governo é de afastar o maior número possível de ilegais, mas pretendemos fazê-lo de uma maneira humana e até ajudamos a pagar as passagens para que eles possam voltar a seus países”, afirmou à BBC Brasil a porta-voz do Ministério do Interior, Sabin Hadad.
Segundo dados da ONG Médicos pelos Direitos Humanos, a grande maioria dos trabalhadores estrangeiros chegou ao país de maneira legal – muitos trazidos por empresas de recursos humanos -, porém seus vistos expiraram ou foram cancelados.
A maior parte é oriunda de China, Tailândia e Filipinas.
Crianças:
Segundo Ran Hacohen, muitos destes estrangeiros ilegais estão em Israel há anos e alguns, inclusive, tiveram filhos no país.
Estas crianças, no entanto, não são cidadãs israelenses, já que, pela legislação do país, o simples nascimento em Israel não confere o direito à cidadania.
Desta forma, estas crianças, mesmo as nascidas em Israel, também devem ser deportadas junto com seus pais.
“Há cerca de 1,5 mil crianças que nasceram aqui, falam hebraico e não conhecem nenhum outro país”, afirma Hacohen.
“Pelo menos em relação a essas famílias, o governo israelense deveria adotar uma atitude mais humana e dar-lhes a cidadania”, diz.
Famílias:
Durante os anos de 2002 e 2003, o governo israelense realizou uma operação semelhante, que resultou na expulsão de 100 mil estrangeiros ilegais do país.
Naquela época, no entanto, as autoridades decidiram não expulsar crianças nascidas em Israel e permitiram que pelo menos um dos pais ficasse com o filho no país.
Segundo a porta-voz do Ministério do Interior, Sabin Hadad, no entanto, “agora o governo decidiu que é melhor não separar as famílias”.
De acordo com a porta-voz, a possibilidade de cidadania para as famílias cujos filhos nasceram em Israel também “está fora de cogitação”.
“Quando os ilegais têm assuntos pendentes para resolver, o Departamento de Imigração lhes dá um prazo de 14 dias para deixarem o país”, disse Hadad.
“O afastamento de famílias com crianças vai começar só no dia 1º de agosto. Por enquanto, nossos funcionários estão distribuindo panfletos nos bairros onde moram os ilegais e avisando que eles deverão deixar o país”, afirmou.
“Se não saírem até o início de agosto, teremos que adotar medidas contra essas famílias”.
A operação começou no dia 1º de julho e, segundo a porta-voz, “por enquanto não inclui crianças, idosos e doentes”.
“O afastamento desses setores mais sensíveis vai começar só em agosto, para que eles tenham tempo de se organizar. Por enquanto, os afastados são só jovens e solteiros”.
Trabalhadores estrangeiros:
Enquanto a política de expulsão dos ilegais é implementada, o governo israelense continua autorizando a entrada de cerca de 20 mil novos trabalhadores estrangeiros por ano.
As ONGs de defesa dos direitos humanos defendem que, no lugar de permitir a entrada de novos trabalhadores estrangeiros, o governo israelense deveria regularizar a situação daqueles que já se encontram no país.
Na opinião de Ran Hacohen, o governo israelense “não quer que essas pessoas criem raízes aqui (Israel) e prefere trocá-las”.
Hacohen também afirma que há “grandes interesses econômicos por trás da indústria de importação de trabalhadores estrangeiros, que pressionam o governo a continuar trazendo novos trabalhadores de fora”.
A comissão parlamentar pelos direitos da criança protestou contra a prisão e expulsão dos filhos de trabalhadores estrangeiros que nasceram em Israel.
“Essas crianças nasceram aqui, estudam aqui, falam hebraico, para mim elas são israelenses”, afirmou o deputado Nitzan Horowitz, do partido social-democrata Meretz.