O jornalista Leonardo Ferreira, natural do Rio de Janeiro (RJ), é formado em Comunicação Social com habilitação em Jornalismo, pós-graduado em Gestão Comercial & Marketing Digital, pós-graduado em Transtorno do Espectro Autista: Inclusão Escolar & Social, além de membro do Templo Beth-El of Jersey City (www.betheljc.org). O templo foi fundado no estado de New Jersey (EUA), em 1864.
8 de dezembro de 2012
SUPREMA CORTE DE ISRAEL QUEBRA MONOPÓLIO ORTODOXO SOBRE AS CONVERSÕES
Por Jacques Pinto
- JERUSALÉM, 31 mar 2005 (AFP)
A Suprema Corte de Israel abriu uma brecha no
monopólio do rabinado ortodoxo sobre as conversões, ao publicar nesta
quinta-feira (31) um decreto reconhecendo de fato a validade das conversões
feitas por outras tendências derivadas do judaísmo, desde que estas sejam realizadas no exterior, não em Israel.
Esta decisão permitirá a pessoas convertidas pelas correntes Reformista ou Conservadora beneficiar-se da Lei do Retorno. O decreto foi imediatamente criticado pelos partidos ortodoxos e elogiado pelos laicos e pela esquerda.
A Lei do Retorno concede a qualquer judeu o direito de se estabelecer em Israel. Para a legislação israelense, são judias as pessoas de mãe judia ou as convertidas.
No entanto, desde a criação do Estado hebreu, em 1948, o rabinado ortodoxo manteve o controle sobre as conversões realizadas no país, exigindo que sejam feitas segundo o estrito cumprimento da Halachá (lei judaica).
Os diversos governos que se sucederam em Israel sempre haviam se resguardado, até agora, de questionar este monopólio do rabinado ortodoxo sobre as conversões no Estado hebreu, principalmente por causa do papel de árbitro que exerciam frequentemente os partidos ortodoxos no cenário político.
Em teoria, o Estado aceitava a validade das conversões feitas no exterior, mas na prática, o ministério do Interior, controlado durante muito tempo pelos partidos religiosos, exercia uma constante oposição.
O decreto desta quinta-feira, aprovado por sete votos, entre eles o do presidente da Suprema Corte Aharon Barak, contra quatro, encerra um caso aberto há seis anos por quinze pessoas.
Estas pessoas, instaladas legalmente em Israel, mas consideradas não judias, empreenderam uma conversão através dos movimentos reformista e conservador e viajaram ao exterior para completar este processo dentro destas comunidades.
Quando voltaram a Israel, elas solicitaram o benefício da Lei do Retorno, que lhes foi recusado a pretexto de que sua conversão havia sido iniciada em Israel. Mas a Suprema Corte acabou lhes dando razão.
"Segundo a Lei do Retorno, será considerada judia uma pessoa que viajou a Israel e que empreendeu uma conversão dentro de uma comunidade judaica reconhecida no exterior, onde foi finalizar seu processo de conversão depois de ter estudado o judaísmo dentro das tendências reformista ou conservadora em Israel", de acordo com o decreto emitido pela Suprema Corte nesta quinta-feira.
Os quinze requerentes poderão agora se beneficiar da ajuda substancial em matéria de alojamento e instalação concedida pelo governo aos novos imigrantes que vieram a Israel e se encaixam na Lei do Retorno.
Esta decisão permitirá a pessoas convertidas pelas correntes Reformista ou Conservadora beneficiar-se da Lei do Retorno. O decreto foi imediatamente criticado pelos partidos ortodoxos e elogiado pelos laicos e pela esquerda.
A Lei do Retorno concede a qualquer judeu o direito de se estabelecer em Israel. Para a legislação israelense, são judias as pessoas de mãe judia ou as convertidas.
No entanto, desde a criação do Estado hebreu, em 1948, o rabinado ortodoxo manteve o controle sobre as conversões realizadas no país, exigindo que sejam feitas segundo o estrito cumprimento da Halachá (lei judaica).
Os diversos governos que se sucederam em Israel sempre haviam se resguardado, até agora, de questionar este monopólio do rabinado ortodoxo sobre as conversões no Estado hebreu, principalmente por causa do papel de árbitro que exerciam frequentemente os partidos ortodoxos no cenário político.
Em teoria, o Estado aceitava a validade das conversões feitas no exterior, mas na prática, o ministério do Interior, controlado durante muito tempo pelos partidos religiosos, exercia uma constante oposição.
O decreto desta quinta-feira, aprovado por sete votos, entre eles o do presidente da Suprema Corte Aharon Barak, contra quatro, encerra um caso aberto há seis anos por quinze pessoas.
Estas pessoas, instaladas legalmente em Israel, mas consideradas não judias, empreenderam uma conversão através dos movimentos reformista e conservador e viajaram ao exterior para completar este processo dentro destas comunidades.
Quando voltaram a Israel, elas solicitaram o benefício da Lei do Retorno, que lhes foi recusado a pretexto de que sua conversão havia sido iniciada em Israel. Mas a Suprema Corte acabou lhes dando razão.
"Segundo a Lei do Retorno, será considerada judia uma pessoa que viajou a Israel e que empreendeu uma conversão dentro de uma comunidade judaica reconhecida no exterior, onde foi finalizar seu processo de conversão depois de ter estudado o judaísmo dentro das tendências reformista ou conservadora em Israel", de acordo com o decreto emitido pela Suprema Corte nesta quinta-feira.
Os quinze requerentes poderão agora se beneficiar da ajuda substancial em matéria de alojamento e instalação concedida pelo governo aos novos imigrantes que vieram a Israel e se encaixam na Lei do Retorno.
Este decreto é crucial para os movimentos Reformista e Conservador do judaísmo. Nascidas na Alemanha, estas duas tendências têm uma interpretação bem menos rígida da lei judaica que os ortodoxos, e questionam alguns preceitos do Talmude. Minoritárias em Israel, elas são majoritárias nos Estados Unidos, onde vive quase a metade da comunidade judaica mundial.
O deputado Elie Yishai, líder do partido ultra ortodoxo Shass, não duvidou em comparar a decisão emitida nesta quinta-feira pela máxima instância jurídica do país a "um atentado terrorista com cinturão de explosivos contra a identidade do povo judeu".
Por sua vez, o deputado Yossef Lapid, dirigente do partido laico Shinui (oposição), elogiou o decreto da Suprema Corte, "que acaba com uma injustiça histórica contra as tendências reformista e conservadora".
O PESADELO DA CONVERSÃO - É MAIS FÁCIL QUANDO HÁ POR TRÁS A POLÍTICA
Autor: Samuel Auerbach
Netanya - Israel
Nos países
democráticos, todas as pessoas são livres para praticar sua religião, ou para
mudar sua crença, se sentem o contrário. Sérios problemas surgem
quando essas conversões não são fáceis, como na religião judaica ortodoxa. A
Halachá (Lei judaica) afirma que um judeu é quem nasceu de mãe judia, de acordo
com a lei do ventre, ou que se converte ao judaísmo. Aquele que nasceu de mãe
judia é judeu, mas não professa a religião, é judeu, mesmo se você
mudar para outra religião. Este será um renegado
judeu, mas vai ser judeu.
Para os religiosos ortodoxos israelenses, cuja autoridade é muito respeitada pela
ortodoxia judaica no mundo, todos nós judeus somos obrigados a cumprir a lei do
ventre, um fato que tem causado inúmeros problemas em Israel e muito mais ainda
no exterior, onde os casamentos mistos são freqüentes.
Em Israel,
a ortodoxia não reconhece como válidos os ritos e as conversões realizadas sob
a orientação dos rabinos do Judaismo Reformista ou Conservador, principalmente
porque eles não respeitam ao pé da letra a lei do ventre. O judeu convertido,
na maioria dos casos, é um judeu que não tem uma vivencia aos costumes, as
tradições e a cultura judaica desde a infância. Tem pouco em comum com
aqueles judeus natos e é muitas vezes rejeitado nas comunidades judaicas.
A grande influência
que exercem a crença bíblica de pertencermos ao povo escolhido, isso faz
subestimar o gentio, o "goy", os rabinos com a tarefa de converter
tem o poder de não simpatizar com o convertido e, na maioria das vezes, o processo de conversão é difícil, pesado e, às vezes, impossível.
Existem casos que mostram essas exigências dos rabinos ortodoxos, as quais exigem
das pessoas a ter que passar por obstáculos inexplicáveis,
para serem convertidos em Israel ou no exterior.
Depois de cinco longos e duros anos de papelada e burocracias;
cansados e desiludidos muitos abandonam o seu objetivo de se tornar judeu, Se
exige dinheiro para se comprar livros religiosos, dinheiro para abrir a "pasta"
e se obriga a se vestir de acordo com a lei ortodoxa e se tiver filho ele terá
que estudar em uma escola religiosa, exige que o marido ou a mulher deva
regularmente observar as práticas religiosas, mesmo quando o interessado em conversão é apenas um dos casais.
Entretanto, não é assim quando as razões são conversões que beneficiam a
política. No passado, uma delegação israelense
nacionalista ortodoxa viajou ao norte do Peru e demorou apenas duas semanas
para converter 90 índios. Uma razão muito importante
para acelerar esse processo de conversão foi, então, sob o pretexto de falta de
alimento "kosher" no local de origem dos índios peruanos e que a
comunidade judaica de Lima não os aceitava pelo seu baixo status social; assim
foram levados para Israel como colonos para povoar os
territórios ocupados (*).
Os Índios peruanos convertidos não tinham
nada a ver com o judaísmo. Os judeus “anussim” (marranos
– Judeus forçados à conversão cristã na Idade Média e Renascimento) ainda não foram
convidados a ser convertidos, mas os índios peruanos sim. Os rabinos
ortodoxos ofereceram em troca casa e boa comida, nos territórios ocupados,
neste caso não foi nem necessário pedir dinheiro para livros ou para abrir
"pastas". O importante neste caso foi fortalecer as colônias nos territórios
ocupados por Israel e criar uma situação para que a área jamais seja devolvida (aos
árabes).
Conclusão: Embora, a lei do ventre que
domina a alma dos nossos rabinos ortodoxos seja muito importante, a mudança de
sua conduta, será sempre modificada quando a política possa intervir
logicamente ao seu interesse, como no caso dos índios do Peru.
Fontes:
. (*) "Como 90 peruanos se tornaram judeus?", publicado no "The Guardian", 07 agosto de 2002. Neri Chronicle Livneh.
. "Territórios do Peru", publicado em "O mundo.es" 11 de agosto de 2002. Neri Chronicle Livneh
. "Índios peruanos tornaram-se novos colonos judeus ortodoxos em territórios ocupados", publicado no "on-line da América Latina", 13 abril de 2004. Isaac Bigio artigo, analista internacional da London School of Economics.
Notas: Neri Livneh escreve para o jornal Haaretz.
. Jornal "The Guardian"
6 de dezembro de 2012
O QUE É A TORÁ?
Antes mesmo da Criação, D'us já possuía um plano para o mundo. A planta mestre, a Torá ("Ensinamentos" em hebraico), foi entregue no Monte Sinai testemunhada a milhares de pessoas. Os primeiros dois mandamentos foram pronunciados por D'us, mas o povo não aguentou o tremendo impacto; era como se suas almas fossem abandonar seus corpos, e então Moshê, o líder que guiou o povo judeu do deserto até se aproximar da terra de Israel, prosseguiu com os outros mandamentos. A cena foi o fato mais marcante de nossa história: o nascimento da nação judaica.
A Torá
abrange todo o aprendizado passado de D’us para Moshê, e deste para as gerações
seguintes. Tudo acabou sendo registrado através de centenas de milhares de
volumes que compõem todos os ensinamentos de conduta, moral, preceitos e o código
das Leis Judaicas. Os Dez Mandamentos, As Sete Leis de Nôach, os Treze
Princípios de Maimônides, as porções e suas mensagens e histórias lidas e
estudadas semanalmente são apenas uma pequena parte da Torá incluída
semanalmente (Parchá). A sobrevivência milagrosa do povo judeu ao longo da
história permeada por tanto sofrimentos e perseguições Não se deve ao acaso. A
Torá foi, é e sempre será o nosso código de conduta e bênção de vida; o elo
eterno entre D’us e o povo judeu.
Fonte: Chabad.org.br
2 de dezembro de 2012
CHANUCÁ, FESTIVAL DAS LUZES
Chanucá ou Hanucá (חנכה ou חנוכה em Hebraico) é uma festa judaica, também conhecido como o Festival das luzes. "Chanucá" é uma palavra hebraica que significa "dedicação" ou "inauguração". A primeira noite de Chanucá começa após o pôr-do-sol do 24º dia do mês judaico de Kislev e a festa é comemorada por oito dias. Uma vez que na tradição judaica o dia do calendário começa no pôr-do-sol, o Chanucá começa no 25º dia.
História:
Por volta do ano de 200 a.C. os judeus viviam como um povo autônomo na terra de Israel, a qual, nessa época, era controlada pelo rei selêucida da Síria. O povo judeu pagava impostos à Síria e aceitava a autoridade dos selêucidas, sendo, em troca, livre para seguir sua própria fé e manter seu modo de vida.
Em 180 a.C. Antíoco IV Epifanes ascendeu ao trono selêucida. Braço remanescente do império grego, encontrou barreiras para sua dominação completa sobre o povo judeu, e o modo mais prático para resolver isso era dominar de vez a região de Israel (mais precisamente a Judéia, ao sul) impondo de maneira firme a cultura da Grécia sobre os judeus, eliminado, assim, aquilo que os unificava em qualquer lugar que estivessem: a Torá. O rei Antíoco ordenou que todos aqueles que estavam sob seu domínio (em específico Israel) abandonassem sua religião e seus costumes. No caso dos judeus, isso não funcionou, ao menos em parte. Muitos judeus, principalmente os mais ricos, aderiram ao helenismo (cultura grega) e ficaram odiados e conhecidos pelos judeus mais pobres como "helenizantes", uma vez que ficavam tentando fazer a cabeça do resto dos judeus para também seguirem a cultura grega. Antíoco queria transformar Jerusalém em uma "pólis" (cidade) grega, e conseguiu.
Em 167 a.C., após acabar com uma revolta dos judeus de Jerusalém, Antíoco ordenou a construção de um altar para Zeus erguido no Templo, fazendo sacrifícios de animais imundos (não kasher) sobre o altar, e proibiu a Torá de ser lida e praticada, sendo morto todo aquele que descumprisse tal ordem.
Na cidade de Modim (sul de Jerusalém), tem início uma ofensiva contra os greco-sírios, liderada por Matatias (Matitiahu) (um sacerdote judeu de família dos Hasmoneus) e seus cinco filhos João, Simão, Eliézer, Jonatas e Judas (Yehudá). Após a morte de Matatias, Yehudá toma à frente da batalha, com um pequeno exército formando em sua maioria por camponeses. Mesmo assim, os judeus lograram vencer o forte exército de Antíoco no ano 164 a.C, e libertaram Jerusalém, purificando o Templo Sagrado. Judas acabou conhecido como Judas Macabeu (Judas, o Martelo).
O festival de Chanucá foi instituído por Judas Macabeu e seus irmãos para celebrar esse evento. (Mac. 1 vers. 59). Após terem recuperado Jerusalém e o Templo, Judá ordenou que o Templo fosse limpo, que um novo altar fosse construído no lugar daquele que havia sido profanado e que novos objetos sagrados fossem feitos. Quando o fogo foi devidamente renovado sobre o altar e as lâmpadas dos candelabros foram acesas, a dedicação do altar foi celebrada por oito dias entre sacrifícios e músicas (Mac. 1 vers. 36).
Até aqui, viu-se a vitória do pequenino exército judeu, esse foi o primeiro milagre. O segundo milagre é mais sobrenatural e deu origem à festa de Chanuká. Após a purificação da Cidade Santa e da Casa de Deus, foi constatado que só havia um jarrinho de azeite puro no Templo com o selo intacto do Cohen Gadol (Sumo Sacerdote) para que as luzes da Menorá fossem acesas, e isso duraria apenas um dia, mas milagrosamente durou oito dias, tempo suficiente para que um novo azeite puro fosse produzido e levado ao templo para o seu devido fim conforme manda a Torá (Ex 27:20-21). A Judéia ficou independente até a chegada do domínio romano em 63 a.C. A festa é realizada no dia 25 de Kislev (cai normalmente em dezembro), data onde o Templo foi reedificado. É uma festa marcada pelo clima familiar e pela grande alegria. Encontramos os fragmentos históricos de Chanuká nos livros "apócrifos" (secretos) de I e II Macabeus e também em escritos talmúdicos.
O mandamento principal de Chanuká hoje é o acendimento da Chanukia (Menorá - candelabro - de 9 braços). Oito braços são para lembrar o milagre dos oito dias em que a Menorá ficou acesa com azeite que era para ter durado apenas um dia! O outro braço, que é chamado de "shamash" - servente - é um braço auxiliar para o acendimento das outras velas. Segundo a tradição, somente ele (o shamash) pode ser usado para, se for o caso, iluminar a casa ou para outro fim, sendo que as outras velas só podem servir para o cumprimento do mandamento. A cada noite um nova vela é acrescentada até que se completem as nove. Outras tradições como brincar com o "sevivon" (pião) onde em cada lado dele estão escritas as iniciais da frase "nes gadol hayá sham" (um grande milagre aconteceu lá - em Israel) são válidas, e para quem está em Israel a última palavra da frase é "pó" (aqui). Também há o costume de servir alimentos como sonho com geléia (sufganyot) e panquecas de batata (latkes).
Um grande número de historiadores acreditam que a razão pelos oito dias de comemoração foi que o primeiro Chanucá foi de fato uma tardia comemoração do festival de Sucot, a Festa das Cabanas (Mac. x. 6 e i. 9). Durante a guerra os judeus não puderam celebrar Sucot propriamente. Sucot também dura oito dias, e foi uma festa na qual as lâmpadas tiveram um papel fundamental durante o período do Segundo Templo (Suc.v. 2-4). Luzes também eram acesas nos lares e o nome popular do festival era, portanto, segundo Flávio Josefo ([1] Antiguidades judaicas xii. 7, § 7, #323) o "Festival das Luzes" ("E daquela época até aqui nós celebramos esse festival, e o chamamos de Luzes"). Foi notado que os festivais judaicos estavam ligados à colheita das sete frutas bíblicas na qual Israel ficou famoso. Pessach é a comemoração da colheita da cevada, Shavuot do trigo, Sucot dos figos, tamareiras, romãs e uvas, e Chanucá das olivas. A colheita das olivas é em Novembro e o óleo de oliva ficaria pronto para o Chanucá em Dezembro.
Fontes bíblicas:
O milagre de Chanucá é descrito no Talmud, mas não nos livros dos Macabeus. Esse feriado marca a derrota das forças selêucidas que tentaram proibir Israel de praticar o judaísmo. Judas Macabeu e seus irmãos destruíram forças surpreendentes, e rededicaram o Templo. O festival de oito dias é marcado pelo acendimento de luzes com uma menorá especial, tradicionalmente conhecida entre a maioria dos Sefaradim como chanucá, e entre muitos Sefaradim dos Balcãs e no Hebraico moderno como uma chanukiá.
O Talmud (Shabat 21b) diz que após as forças de ocupação terem sido retiradas do Templo, os Macabeus entraram para derrubar as estátuas pagãs e restaurar o Templo. Eles descobriram que a maioria dos itens ritualísticos havia sido profanada. Eles buscaram óleo de oliva purificado por ritual par acender uma Menorá para rededicar o Templo. Contudo, eles encontraram apenas óleo suficiente para um único dia. Eles acenderam isso, e foram atrás de purificar novo óleo. Milagrosamente, aquela pequena quantidade de óleo queimou ao longo dos oito dias que levou para que houvesse novo óleo pronto. É a razão pela qual os judeus acendem uma vela a cada noite do festival.
No Talmud dois costumes são apresentados. Era comum tanto ter oito lamparinas na primeira noite do festival, e reduzir o número a cada noite sucessiva; ou começar com uma lamparina na primeira noite, aumentando o número até a oitava noite. Os seguidores do Shamai preferiam o costume anterior; os seguidores do Hilel advogavam o segundo (Talmud, tratado Shabat 21b). Josefo acreditava que as luzes eram um símbolo da liberdade obtida pelos judeus no dia em que Chanucá é comemorado.
As fontes talmúdicas (Meg. eodem; Meg. Ta'an. 23; comparar as diferentes versões Pes. R. 2) descrevem a origem do festival de oito dias, com seus costumes de iluminar as casas, até o milagre dito ter acontecido na dedicação do Templo purificado. Isso foi que o pequeno vasilhame de óleo puro que os sacerdotes Hasmoneus encontraram intocados quando eles entraram no Templo, tendo estado vedado e escondido. Esse pequeno montante durou por oito dias até que novo óleo pudesse ser preparado para as lamparinas do candelabro sagrado. Uma lenda similar em características, e obviamente mais antigo, é aquele aludido em Mac. 2 1:18 et seq., de acordo com o qual o reacendimento das luzes do fogo do altar por Nehemias foi devido a um milagre que ocorreu no vigésimo quinto dia de Kislev, e no qual parece ter sido dado como a razão para seleção da mesma data para a rededicação do altar por Judas Macabeu.
Livros dos Macabeus:
A história de Chanucá é preservada nos livros de Macabeus 1 e Macabeus 2. Esses livros não são parte da Bíblia Hebraica, mas são parte do material religioso e histórico deuterocanônico da Septuaginta; esse material não foi codificado mais tarde pelos judeus como parte da Bíblia, mas foi codificado pelos católicos e cristãos ortodoxos. Uma outra, provavelmente tardia, fonte é o Megillat Antiokhos — um texto escrito pelos próprios Macabeus por Saadia Gaon, e mais provavelmente escrito por volta do primeiro ou segundo século d.C.
Celebração:
A festa de Chanucá é celebrada durante oito dias, do dia 25 de Kislev ao 2 de Tevet (ou o 3 de Tevet, quando Kislev só tem 29 dias). Durante esta festa se acende uma Chanukiá, ou candelabro de 9 braços (incluindo o central e maior, denominado Shamash, ou servente). Na primeira noite acende-se apenas o braço maior e uma vela, e a cada noite se vai acrescentando uma vela, até que no oitavo dia o candelabro está completamente aceso. Este ritual comemora o milagre do azeite que queimou por oito dias no candelabro do Templo de Jerusalém.
Novas interpretações do Chanucá:
Antes do século XX, o Chanucá era um feriado relativamente menor. Contudo, com o crescimento do Natal como o maior feriado no Ocidente e o estabelecimento do estado moderno de Israel, o Chanucá começou a servir crescentemente tanto como celebração da restauração da soberania judaica em Israel e, mais importante, como um feriado para se dar presentes voltado para a família em Dezembro que poderia ser um substituo judaico para o feriado cristão. É importante notar que a substituição pelo Natal não é universalmente aceito, e muitos judeus não tomam parte nesta significação extra naquilo que eles consideram um feriado menor. Crianças judias, primariamente entre os Ashkenazim, também jogam um jogo onde eles giram um pião de quatro faces com letras hebraicas chamado de dreidel (סביבון "sevivon" em hebraico) .
PANAMÁ FOI O ÚNICO PAÍS LATINO AMERICANO A VOTAR CONTRA A CRIAÇÃO DE UM ESTADO OBSERVADOR PALESTINO NO ORIENTE MÉDIO
As Nações Unidas (ONU) votaram na quinta-feira, 29 de novembro, a favor do reconhecimento do estatuto de Estado observador à Palestina. Uma esmagadora maioria de 138 países votou a favor da resolução, incluindo Portugal, França e vários outros países europeus, com apenas 9 a votar contra e 41 a abster-se.
Os votos contra vieram de Israel, Panamá, sendo esse o único país latino americano, e dos Estados Unidos, entre outros, que consideram que a atribuição do estatuto não melhora as possibilidades de alcançar a paz no Médio Oriente.
O estatuto de observador coloca a Palestina ao lado do Vaticano e permite também o acesso ao Tribunal Penal Internacional, bem como outras agências das Nações Unidas de que a Palestina queira tornar-se membro.
Segundo um funcionário das Nações Unidas, citado pela Reuters sob anonimato, “a questão do Tribunal Penal é o que preocupa verdadeiramente os israelenses. Eles sabem que isto não é apenas um passo simbólico”.
A decisão da Assembleia Geral reconhece a soberania da Palestina sobre o seu território, onde foi acolhida com festejos e rajadas de tiros para o ar.
Fonte: Portal online Renascença