24 de janeiro de 2018

O QUE É E SIGNIFICA A PALAVRA TORÁ?


Contém os relatos sobre a criação do mundo, da origem da humanidade, do pacto da Divindade com Abraão e seus filhos e a libertação dos filhos de Israel do Egito e sua peregrinação de 40 anos até a terra prometida

A Torá (do hebraico תּוֹרָה, significando instrução, apontamento) é o nome dado aos cinco primeiros livros do Tanakh (também chamados de Hamishá Humshêi Torá, חמשה חומשי תורה - as cinco partes da Torá) e que constituem o texto central do Judaísmo. Contém os relatos sobre a criação do mundo, da origem da humanidade, do pacto da Divindade com Abraão e seus filhos, e a libertação dos filhos de Israel do Egito e sua peregrinação de 40 anos até a terra prometida. Inclui também os mandamentos e instruções que segundo o Judaísmo tradicional, foram dadas a Moisés para que a entregasse e ensinasse ao povo de Israel. Chamada também de Lei de Moisés (Torát Moshé, תּוֹרַת־מֹשֶׁה), por vezes o termo "Torá" é usado dentro do judaísmo rabínico para designar todo o conjunto da tradição judaica, incluindo a Torá escrita, a Torá oral (ver Talmud) e os ensinamentos rabínicos.




Geralmente suas cópias são feitas à mão, em rolos, e dentro de certas regras de composição, usadas para fins litúrgicos, são conhecidas como "Sefer Torá"


. Divisão da Torá:

As cinco partes que constituem a Torá são nomeadas de acordo com a primeira palavra de seu texto, e são assim chamadas:
בראשית, Be'reshit - "No princípio" conhecido pelo público não-judeu como Gênesis
שמות, Shemot - Os nomes ou Êxodo
ויקרא, Vayikrah - E chamou ou Levítico
במדבר, Bamidbar- No deserto (ermo) ou Números
דברים, Devarim - Palavras ou Deuteronômio
Geralmente suas cópias são feitas à mão, em rolos, e dentro de certas regras de composição, usadas para fins litúrgicos, são conhecidas como "Sefer Torá" (O livro da Torá), enquanto suas versões impressas, em livros, são conhecidas como Chumash ou Humash.

. A visão judaica:

A tradição judaica mais antiga defende que a Torá existe desde antes da criação do mundo e foi usada como um plano mestre do Criador para com o mundo, humanidade e principalmente com o povo israelita. No entanto, a Torá como conhecemos teria sido entregue por Yahweh a Moisés, quando o povo de Israel, após sair do cativeiro em Egito, peregrinou em direção à terra de Canaã. As histórias dos patriarcas, aliados ao conjunto de leis culturais, sociais, políticas e religiosas serviram para imprimir sobre o povo um sentido de nação e de separação de outras nações do mundo.
De acordo com a tradição judaica, Moisés é o autor da Torá, e até mesmo a parte que discorre sobre sua morte (Devarim - Deuteronômio 32:50-52) teria sido fruto de uma visão antecipada dada por Yahweh.



O cristianismo baseado na tradução grega Septuaginta também conhece a Torá como Pentateuco, que constitui os cinco primeiros livros da Bíblia cristã

. Outras visões:

Hoje a maior parte dos estudiosos do Criticismo Superior concordam que Moisés não é o autor do texto que possuímos, mas sim que se trate de uma compilação posterior, enquanto os estudiosos do Criticismo Inferior acreditam que o texto foi escrito pelo próprio Moisés, incluindo as partes que falam sobre sua morte. O cristianismo baseado na tradução grega Septuaginta também conhece a Torá como Pentateuco, que constitui os cinco primeiros livros da Bíblia cristã.
Outros estudiosos, de fora do judaísmo tradicional, defendem que, ainda que a essência da Torá tenha sido trazida por Moisés, a compilação do texto final foi executada por outras pessoas. Este problema surge devido ao fato de existirem leis e fatos repetidos, narração de fatos que não poderiam ter sido escritos na época em que foram escritos e incoerência entre os eventos, que mostra a Torá como sendo fruto de fusões e adaptações de diversas fontes de tradição.[carece de fontes] A Torá seria o resultado de uma evolução gradual da religião israelita.
A primeira tentativa de sistematizar o estudo do desenvolvimento da Torá surgiu com o teólogo e médico francês Jean Astruc. Ele é o pioneiro no desenvolvimento da teoria que a Torá é constituída por três fontes básicas, denominadas javista, eloísta e código sacerdotal, e mais outras fontes além destas três. Deve-se enfatizar que, quando se fala destas fontes, não se refere a autores isolados, mas sim a escolas literárias.
Um estudo sobre a história do antigo povo de Israel mostra que, apesar de tudo, não havia uma unidade de doutrina e desconhecia-se uma lei escrita até os dias de Yoshiyahu. As fontes javista e eloísta teriam sua forma plenamente desenvolvida no período dos reinos divididos entre Yehudah e Israel (onde surgiria também a versão conhecida como Pentateuco Samaritano). O livro de Devarim só viria a surgir no reinado de Yoshiyahu (621 a.C.). A Torá como conhecemos viria a ser terminada nos tempos de Ezrah, onde as diversas versões seriam finalmente fundidas. Vemos então o início de práticas que eram desconhecidas da maioria dos antigos israelitas, e que só seriam aceitas como mandamentos na época do Segundo Templo como a Brit milá, Pessach e Sucót por exemplo.




. Conteúdo:

Em Bereshit é narrada a criação do mundo e do homem sob o ponto de vista israelita, e segue linearmente até o pacto da Divindade com Abraão. São apresentados os motivos dos sofrimentos do mundo, a constante corrupção do gênero humano e a aliança que a Divindade faz com Abraão e seus filhos, justificados pela sua fé monoteísta, em um mundo que se torna mais idólatra e violento. Nos é apresentada a genealogia dos povos do Oriente Médio, e as histórias dos descendentes de Abraão, até o exílio de Yaakov e de seus doze filhos em Egito.
Em Shemot mostram-se os fatos ocorridos neste exílio, quando os israelitas tornam-se escravos na terra de Egito, a Divindade se manifesta a um israelita-egípcio, Moisés, e o utiliza como líder para libertação dos israelitas, que pretendem tomar Canaã como a terra prometida aos seus ancestrais. Após eventos miraculosos, os israelitas fogem para o deserto, e recebem a Torá dada por Yahweh. Aqui são narrados os primeiros mandamentos para Israel enquanto povo (antes a Bíbliamenciona que eram seguidos mandamentos tribais), e mostra as primeiras revoltas do povo israelita contra a liderança de Moisés e as condições da peregrinação.
Em Vayikrah são apresentados os aspectos mais básicos do oferecimento dos korbanot, das regras de cashrut e a sistematização do ministério sacerdotal.
Em Bamidbar continuam-se as narrações da saga dos israelitas no deserto, as revoltas do povo no deserto e a condenação da Divindade à peregrinação de quarenta anos no deserto.
Em Devarim estão compilados os últimos discursos de Moisés antes de sua morte e da entrada na Terra de Israel.




Em Devarim estão compilados os últimos discursos de Moisés antes de sua morte e da entrada na Terra de Israel

. Meditação semanal dos textos da Torá:

A Torá, para os judeus, ou Pentateuco, para os Cristãos Protestantes e Católicos, constitui-se em apenas cinco livros. Contudo, a divisão em versículo de São Jerônimo não costumava ser utilizada pelos judeus até meados do século XVII. Atualmente, as edições impressas (mesmo em hebraico) comumente utilizam a divisão em versículos para uma maior comodidade entre estudiosos e especialistas.
Para os judeus, a Torá também possui uma divisão semanal, conhecida como parashá, de Bereshit a Devarim, resultando em 54 parashiót, uma para cada semana do ano segundo o calendário judaico.
A primeira delas é Bereshit (No princípio). Bereshit 1,1-6,8. O que compreende as seguintes subpartes: "A humanidade, ponto alto da criação" (Bereshit 1,1-2,4a); "A humanidade é o centro da criação" (Bereshit 2,4b-25); "A origem do mal" (Bereshit 3,1-?); "O rompimento da fraternidade" (Bereshit ?); "Progresso e violência" (Bereshit ?); "A salvação presente na história" (Bereshit ?); e "O auge da corrupção" (Bereshit ?).
A segunda semana medita-se Noach. Bereshit 6,9-12,1. E assim por diante, até chegar na última parashá, chamada Vezot habrachá (E está é a benção).

. Fonte:

https://pt.wikipedia.org/wiki/Torá

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