Czesława Kwoka, de 14 anos, foi selvagemente espancada por guardas nazistas instantes antes de ser fotografada (Foto: Marina Amaral)
Essas imagens do Holocausto ainda são pertubadoras. Essa fotografia angustiante de uma adolescente que aguarda a tortura e a morte nas mãos de especialistas nazistas destaca a trágica questão humana do Holocausto. O rosto magro da prisioneira de 14 anos, Czesława Kwoka, retrocede o tempo numa fotografia no campo de concentração em Auschwitz, restaurada este ano pela artista brasileira Marina Amaral.
Czesława Kwoka, de 14 anos, morreu 67 dias depois, depois que os cientistas de Auschwitz (detalhe) injetaram fenol mortal diretamente em seu coração sem usar anestesia
Tomadas poucos minutos depois que ela foi espancada quase até a morte, as imagens dão um rosto humano a 1.1 milhão de vítimas do campo de concentração. As fotos cuidadosamente recolhidas mostram a adolescente tentando reter as lágrimas depois de ser repetidamente golpeada com bastões.
Kwoka foi arrastada para longe de sua casa no sudeste da Polônia para criar espaço vital para alemães étnicos no auge da dominação nazista. Ela teve o número 26947 tatuado em seu braço na chegada, antes de ser brutalmente espancada pelos guardas quando foi arrastada para tirar essa foto.
Czesława morreu 67 dias depois, depois que os cientistas de Auschwitz injetaram fenol mortal diretamente em seu coração sem usar anestesia.
"Quando vemos as fotos em preto e branco, temos a sensação de que esses eventos aconteceram apenas nos livros de história", disse Amaral. "Ao restaurar as cores em seu rosto, eu consegui mostrar as cores do sangue e as contusões, o que tornou tudo ainda mais real".
"Essas pessoas eram seres humanos que tinham sonhos, ambições, medos, amigos, família, e (os nazistas) tiraram tudo isso deles", acrescentou. "Infelizmente, Czeslawa foi apenas um entre milhões de outros, mas a expressão em seu rosto - tanto medo e, ao mesmo tempo, tanta coragem, ficará comigo para sempre".
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