Iara Iavelberg nasceu numa rica família judia paulistana e aos 16 anos já estava casada
(São Paulo, 7 de maio de 1944 — Salvador, 20 de agosto de 1971) Iara Iavelberg foi uma militante da resistência à ditadura civil-militar brasileira. Psicóloga e professora, depois de entrar na luta contra o regime militar, primeiro integrando a Organização Revolucionária Marxista Política Operária (Polop) e depois a Vanguarda Popular Revolucionária e (VPR).
O documentário tem a participação de Mariana Pamplona, sobrinha de Iara Iavelberg
Em 1971, devido a divergências com a VPR passou a militar no Movimento Revolucionário 8 de Outubro (MR-8). Ainda na VPR tornou-se companheira do ex-capitão do exército Carlos Lamarca, um dos principais líderes da oposição armada ao governo militar no Brasil, até morrer num cerco de agentes de segurança em Salvador, Bahia, em agosto de 1971.
Iara Iavelberg nasceu numa rica família judia paulistana e aos 16 anos já estava casada. O casamento, com um médico, durou apenas três anos e ela deixou a relação para entrar na militância política. Iara chegou ao Marxismo através do movimento estudantil.
Em 1970, começaram treinamento militar no Vale do Ribeira e neste ano, em 7 de dezembro, Lamarca liderou o sequestro do embaixador suiço Giovanni Bucher, no Rio de Janeiro, em troca da libertação de 70 presos políticos.
Corpo de Iara Iavelberg antes da necropsia. Curiosamente, os pais dela foram impedidos de abrir o caixão; que foi lacrado para sepultamento
Nos primeiros meses de1971, a maioria das organizações da resistência já estavam desarticuladas e semi-destruídas. Foi nesse contexto que Yara e Lamarca saíram da VPR e passaram para o MR-8. Na nova organização, Lamarca foi enviado para o interior da Bahia, enquanto Yara se estabeleceu em Salvador.
A viagem, em junho de 1971, de Iara e Carlos Lamarca do Rio de Janeiro para a Bahia, foi a última vez em que estiveram juntos, antes da morte de ambos.
As causas e até a data de sua morte permanecem envoltas em mistério.
Os pais de Iara Iavelberg foram terminantemente proibidos de abrir o caixão da filha; que foi entregue a eles lacrado pelas autoridades vigentes na época
A data oficial é contestada por relatório do Ministério da Aeronáutica, segundo o qual ela teria se suicidado em 6 de agosto, acuada pela polícia em uma residência em Salvador. Alguns militantes, presos no DOI-Codi de Salvador, dizem ter ouvido seus gritos quando era torturada, o que contradiz a versão do Ministério da Marinha, segundo a qual ela teria sido morta durante “ação de segurança”.
. Transferência da ala dos suicidas:
Os restos mortais de Iara Iavelberg puderam assim, mais de 30 anos depois, ser removidos para perto do túmulo de seus pais, em outra área do cemitério israelita em SP
Em 2003, após anos de negativas, através de um mandado judicial do Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo, os familiares de Iara, inconformados com a versão oficial da morte dela por suicídio, conseguiram que a Federação Israelita de São Paulo fizesse a exumação do corpo da guerrilheira, que havia sido entregue à família em caixão lacrado. O resultado da nova autópsia descobriu que Iara tinha sido morta com um tiro. Os restos mortais da guerrilheira puderam assim, mais de trinta anos depois, ser removidos da ala de suicidas, onde tinham sido enterrados, para perto do túmulo de seus pais, em outra área do cemitério judeu.
. Fonte:
https://www.documentosrevelados.com.br/midias/recortes/iara-iavelberg/
(O site Documentos Revelados foi criado em 2009 com o objetivo de facilitar o acesso a documentos produzidos pelo aparelho repressivo da ditadura militar e também aos documentos dos movimentos da resistência. Para facilitar a busca os documentos estão arquivados em pastas, que estão na linha abaixo do topo da página. Ao clicar na pasta, outas tantas vão sendo abertas, refinando assim a pesquisa. Para ajudar, há também um campo específico de busca).
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