1 – D'us ordenou a Avraham para circuncidar a si mesmo
2 – Yitschac foi o primeiro a ser circuncidado no 8º dia de vida
D'us disse a Avraham que a circuncisão deveria ocorrer no 8º dia de vida.3 Yitschac, nascido quando Avraham e Sara tinham 100 e 90 anos de idade, foi o primeiro a ser circuncidado no 8º dia de vida.4
3 – A circuncisão é chamada de brit (ou bris) milá
Em hebraico, brit (ou brid na clássica pronúncia askenazita) significa “pacto”, e milá significa circuncisão. Assim Brit Milá é o pacto da circuncisão, o sinal da conexão eterna do povo judeu com D'us.
4 – A Pessoa que realiza um Brit Milá é conhecida como Mohel
O mohel é especialmente treinado para realizar a circuncisão. Tecnicamente, a obrigação de circuncidar é do pai, mas é prática padrão o pai delegar essa mitsvá a um mohel especializado. Embora seja costumeiro (e adequado) compensar o mohel, a tradição nos diz que esse é um serviço gratuito. Se um mohel se recusa a circuncidar o filho de pais pobres sem cobrar, o beit din (tribunal judaico) deveria censurá-lo “porque essa não é e estilo da semente de Avraham.”5
5 – Não há circuncisão feminina no Judaísmo
O Talmud6 nos diz que as mulheres nascem “circuncidadas”, i.e., já possuindo a santidade adicional que vem com o Brit Milá. Portanto não há cerimônia correspondente (e com certeza nenhum procedimento cirúrgico) para mulheres judias.
6 – A circuncisão é feita tipicamente pela manhã
7 – A segurança da criança tem precedência
Durante a consulta pré-brit, o mohel irá inspecionar a criança. Se ele suspeita de que a contagem de bilirrubinas é alta ou se vê qualquer outra causa para preocupação, como baixo peso [o ideal e 3 kilos ou próximo disso] a circuncisão é adiada até que ele (ou o pediatra) estiverem absolutamente seguros de que não há risco à saúde.
8 – Um brit é (geralmente) realizado até mesmo no Shabat ou feriados judaicos
É uma obrigação circuncidar um menino judeu no oitavo dia após seu nascimento, mesmo se a data coincidir com o Shabat, deverá ser realizado e não adiado, se não houver razão para isso. “Notável é a circuncisão”, dizem os sábios, “que supera o rigor do Shabat.”8 No entanto, isso se aplica somente se o brit realmente coincidir com o oitavo dia no Shabat e após um parto normal. Se a criança nasceu através de cesariana, ou se a circuncisão é adiada por qualquer motivo (incluindo preocupações de saúde), não é realizada no Shabat ou em feriados judaicos.9
9 – Uma cadeira é colocada para o Profeta Eliahu que comparece a todo Brit Milá
10 – Judeus arriscaram a vida para circuncidar seus filhos
Reb Mottel, um mohel e shochet há muito tempo atrás, foi sentenciado a trabalho forçado na Sibéria pelos seus esforços corajosos em prol do Judaísmo.
Na época da ocupação grega e romana de Israel, e mais recentemente na era comunista, os pais e mohalim judeus colocavam a si mesmos e seus filhos em grande risco, desafiando leis opressivas para manter este mandamento da Torá. Os sábios escrevem: “Uma mitsvá como a circuncisão, pela qual o povo judeu se arriscava à morte, ainda é mantida fortemente.”11
11 – O Sandak segura o bebê
Às vezes descrito como o “padrinho” judeu, o sandak (geralmente um rabino ou parente amado) é honrado com a tarefa de segurar o bebê durante o Brit Milá. O sandak fica tipicamente sentado com o bebê no colo pela duração da breve cerimônia.
12 – Os Kvaters levam o bebê ao Sandak
A mãe passa o bebê aos kvaters, que o levam à circuncisão. Um casal composto por marido e mulher é honrado em passar o bebê da mãe para o sandak. A mãe passa o bebê para a mulher, que então dá o bebê ao marido, que leva o bebê até o sandak. O casal é chamado de kvaters, e é um papel com frequência (sensivelmente) dado àqueles que tentam conceber, na esperança de que sua participação em levar essa criança ao pacto de Avraham será considerada uma bênção para o casal ter seu próprio filho.
13 – O Bebê recebe o nome após a circuncisão
Após a circuncisão, uma prece é recitada para o bebê na qual seu nome judaico é usado (e assim anunciado) pela primeira vez. É costume que os pais mantenham em segredo o nome do bebê até essa hora.
14 – A circuncisão é seguida por uma refeição festiva
Como no casamento, e outras cerimônias judaicas, a circuncisão é celebrada com uma refeição festiva. Durante essa refeição, as pessoas podem fazer discursos sobre temas da Torá, especialmente a importância do cumprimento desta mitsvá, o nascimento do bebê, ou o nome escolhido.
A prece de Graças Após as Refeições é recitada com trechos extras em honra à ocasião festiva.
15 – Quem Recomenda a circuncisão
Embora não seja o motivo pelo qual os judeus praticam a circuncisão, é interessante notar que a Organização Mundial de Saúde (OMS) a promove como um meio eficaz de combater determinadas doenças. Deixando de lado os benefícios à saúde, os judeus circuncidam seus filhos simplesmente porque e um mandamento divino, um sinal da conexão da nossa nação com D'us, algo que transcende o consenso médico ou qualquer opinião vigente.
16 – Circuncisão é parte do processo de conversão
Para um homem se converter ao Judaísmo, a circuncisão é parte do processo (que também inclui imersão num micvê e aceitação de todos os os mandamentos na prática). No caso em que o futuro convertido já foi circuncidado (como é frequente nos Estados Unidos), uma gota simbólica de sangue é tirada (Hatafá Dan Brit). Isso também é feito para um bebê judeu que nasceu sem prepúcio.
17 – A Noite anterior ao Brit Milá é passada inteira acordada
Muitos têm o costume de permanecer acordados a noite inteira antes do brit, estudando Torá. O pai estuda excertos do Zohar discutindo a importância mística do Brit Milá. Essa vigília é chamada uma vach nacht, “noite acordada” em yidish. Na tradição sefaradita, é chamada Brit Yitschac, “Pacto de Isaac”. Há um antigo costume em que amigos e familiares trazem suas crianças no início da noite à casa do bebê antes do dia do Brit para recitarem versículos da Torá e pronunciarem a prece do “Shemá” na presença do bebê.
18 – Uma celebração é feita na sexta-feira à noite antes do brit
Após a refeição do Shabat na sexta-feira à noite entre o nascimento e o Brit Milá, uma celebração conhecida como um shalom zachar é feita em homenagem ao bebê. Tradicionalmente, cerveja e grão de bico são servidos junto com outros alimentos. Um motivo para os grãos de bico é que eles são reminiscentes dos ovos e lentilhas redondas comidos numa casa em luto. O que há para prantear? No útero, o feto sentava e estudava Torá que é esquecida logo após seu nascimento. Os grãos de bico são nossa maneira de lastimar a perda daquele estudo tão profundo.
19 – Oito significa um pulo além da lógica
Por mais que estudemos e interiorizemos o lindo significado do Brit Milá, ele permanece além do nosso entendimento. Na verdade, expressa o vinculo que temos com D'us, o que transcende a mente humana. Ao colocar um sinal do nosso vinculo com D'us no local da reprodução humana, tornamos o ato da procriação algo sagrado, espiritual, e especial – além do natural. Essa é uma razão pela qual o brit é feito no oitavo dia. O número sete significa a ordem racional, natural das coisas (sete céus, sete dias da semana, etc.). Oito é o salto além dos limites do nosso mundo e um pulo até o infinito.
20 – Brit Milá é importante para o mundo inteiro
Os sábios dizem que a mitsvá da circuncisão é igual a todas as outras mitsvot da Torá. Além disso, aprendemos, céu e terra somente existem pelo mérito desse ato especial.12
. Notas:
1.
Bereshit 17.
2.
Bereshit 18.
3.
Bereshit 17:12.
4.
Bereshit 21:4.
5.
Código da Lei Judaica, Yore Deah, 261.
6.
Avodá Zará 27 a.
7.
Código da Lei Judaica, Yoreh Deah, 262:1.
8.
Talmud, Nedarim 31 a.
9.
Código da Lei Judaica, Yore Deah 266.
10.
Zohar I 93 a.
11.
Talmud, Shabat 130 a.
12.
Nedarim 32 a.
Rabi Menachem Posner atua como editor no Chabad.org, o maior site informativo judaico do mundo. Ele tem escrito, pesquisado e editado para Chabad.org desde 2006, quando recebeu seu certificado rabínico da Yeshiva Central Tomchei Temimin Lubavitch. Reside em Chicago, Illinois, com sua família.
. Fonte:
https://pt.chabad.org/library/article_cdo/aid/4229985/jewish/20-Fatos-Sobre-Circunciso-Judaica-Que-Todos-Deveriam-Saber.htm
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