O levantamento, que ouviu 1.300 pessoas, apontou que 27% dos entrevistados concordaram com uma série de argumentos antissemitas ou estereótipos sobre os judeus
Pesquisa aponta que 27% da população alemã concorda com estereótipos antissemitas, como o de que "os judeus detêm muito poder sobre a economia". Mais de 40% dizem que "os judeus falam demais sobre o Holocausto". O levantamento ainda apontou a presença de sentimentos antissemitas entre os mais ricos e mais educados na Alemanha.
A pesquisa ainda aponta que 41% concordaram com a afirmação de que "os judeus falam demais sobre o Holocausto"
O levantamento, que ouviu 1.300 pessoas, apontou que 27% dos entrevistados concordaram com uma série de argumentos antissemitas ou estereótipos sobre os judeus.
A pesquisa ainda aponta que 41% concordaram com a afirmação de que "os judeus falam demais sobre o Holocausto". O mesmo percentual concordou com a frase "os judeus são mais leais a Israel do que à Alemanha".
Outros 20% dos entrevistados afirmaram concordar com a ideia de que os judeus "detêm muito poder" sobre a economia, os mercados financeiros mundiais e a mídia. E 22% concordaram com a afirmação de que "as pessoas odeiam os judeus por causa do modo como eles se comportam".
"Pense nisso: ainda existem sobreviventes do Holocausto e os alemães já se atrevem a ter pensamentos antissemitas – e até a agir com base neles. Isso é incrível", disse à DW o rabino Yechiel Brukner, da sinagoga de Colônia.
O levantamento ainda apontou a presença de sentimentos antissemitas entre os mais ricos e mais educados na Alemanha. Segundo a pesquisa, 18% dos membros da "elite" - pessoas com pelo menos um diploma universitário e que ganham pelo menos 100.000 euros (cerca de 450 mil reais) por ano - concordaram com várias afirmações antissemitas citadas pelos pesquisadores.
Entre esse grupo, mais de um quarto disse acreditar que os judeus têm "muito poder sobre a política mundial" e a economia.
O presidente do Congresso Judaico Mundial, Ronald S. Lauder, disse ao jornal Süddeutsche Zeitung que a pesquisa mostra que o antissemitismo na Alemanha atingiu um "ponto de crise".
"Vimos o que acontece quando pessoas comuns olham para o outro lado ou permanecem caladas", disse.
O estudo também constatou que a vontade de combater a intolerância é ainda maior
Lauder acrescentou que a Alemanha tem a obrigação de impedir o retorno da intolerância e do ódio, e se um quarto da população abraça ideias antissemitas, os três quartos restantes devem tomar medidas para defender a democracia e uma sociedade tolerante na Alemanha. "É hora da sociedade alemã se posicionar e combater o antissemitismo diretamente", afirmou.
Embora a pesquisa tenha apontado um número preocupante de pessoas que expressam ideias antissemitas na Alemanha, o estudo também constatou que a vontade de combater a intolerância é ainda maior.
Dois terços dos membros das "elites" disseram que apoiaram uma petição contra o antissemitismo, enquanto um terço declarou que estava disposto a participar de manifestações a favor dos judeus.
A maioria dos entrevistados também reconheceu que houve um aumento no comportamento hostil em relação ao povo judeu na Alemanha. Entre os entrevistados, 65% disseram considerar que esse aumento está ligado ao sucesso de "partidos extremistas de direita".
A pesquisa foi realizada há dois meses, portanto antes doataque terrorista que tinha como alvo uma sinagoga na cidade de Halle, no leste da Alemanha.
. Fonte:
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https://www.dw.com/pt-br/um-em-cada-quatro-alem%C3%A3es-expressa-ideias-antissemitas/a-50977559
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