A indignação vem quando Trump faz tentativas de conquistar o apoio dos eleitores judeus, o que alguns consideram como "interesse" em manter sua própria base eleitoral evangélica
Alguns judeus naturais dos EUA estão criticando veementemente os comentários do Presidente Donald Trump de que Israel é "seu país" como anti-semita. "Nós realmente apreciamos vocês, amamos seu país também e muito obrigado", disse Trump durante uma reunião com líderes judeus americanos em setembro.
Alguns judeus dos EUA estão condenando agressivamente o Presidente Donald Trump por repetir a retórica que consideram ser "anti-semitismo clássico"
"É realmente importante separarmos os judeus americanos de Israel; não somos, necessariamente, a mesma coisa. É anti-semita sugerir que somos", disse Sophie Ellman-Golan, uma estrategista judia progressista.
A indignação vem quando Trump faz tentativas de conquistar o apoio dos eleitores judeus, o que alguns consideram como "interesse" em manter sua própria base eleitoral evangélica".
Alguns judeus dos EUA estão condenando agressivamente o Presidente Donald Trump por repetir a retórica que consideram ser "anti-semitismo clássico". Durante uma teleconferência anual na Casa Branca para homenagear os próximos feriados importantes, Trump disse aos líderes judeus nos EUA. "Nós realmente apreciamos vocês, amamos seu país também e muito obrigado".
A aparente sugestão do Presidente de que todos os judeus nos EUA são israelenses é semelhante a comentários anteriores que Trump fez e gerou indignação, incluindo quando disse à uma audiência de judeus americanos que Benjamin Netanyahu de Israel é "seu primeiro-ministro" e chamou os judeus democratas de "desleais". Vários judeus dos EUA e grupos de ativistas disseram que se sentiram alarmados com a linguagem de Trump porque ela invoca falas antigas e anti-semitas.
"Trump parece incapaz de compreender o simples fato de que judeus dos EUA são americanos, ponto final", disse Stosh Cotler, CEO da Bend the Arc-Jewish Action, um comitê de ação política judaica, em um comunicado. "A insinuação de que os judeus dos EUA têm algum tipo de 'lealdade dupla' é o anti-semitismo clássico e tem sido usado durante séculos para demonizar o povo judeu e justificar a perseguição e a violência, incluindo o Holocausto".
A "dupla lealdade", que insinua que os judeus são mais leais a Israel do que seu próprio país de nascimento é amplamente conhecida como um pilar do anti-semitismo.
"Minha reação inicial foi de medo visceral. É realmente assustador ver o Presidente usando esse tipo de retórica, mas também não fiquei surpresa", disse Becca Lubow, porta-voz do grupo ativista judeu de esquerda If Not Now.
"Infelizmente para Trump, os judeus dos EUA não vão a lugar nenhum".
Os comentários ocorreram antes de comemorações importantes para a comunidade judaica, marcando o início do Ano Novo Judaico e do Yom Kippur (também conhecido como o 'Dia do Perdão').
"Queremos começar nossas festas, mas também que não nos preocupemos que algum outro atirador de Pittsburgh 2.0 vá entrar em uma sinagoga porque pensa que os judeus não pertencem a este lugar, o que não é hipotético", disse Abby Stein, autora e rabina ordenada referindo-se ao tiroteio em massa de outubro de 2018 que ocorreu na sinagoga Tree of Life em Pittsburgh (PA) e resultou na morte de 11 pessoas.
Trump, durante o anúncio dos feriados judaicos de fim de ano, mudou de tática política e tentou conquistar os votos dos judeus dos EUA, anunciando seu apoio a Israel. A equipe de reeleição do Presidente também lançou uma nova iniciativa chamada "Vozes Judaicas para Trump", com o objetivo de conquista o apoio dos eleitores judeus.
"Eu tenho que dizer isso, tudo o que você puder fazer em termos de 3 de novembro será muito importante porque, se não vencermos, Israel enfrentará grandes problemas", disse Trump. "Este é realmente um momento muito importante na vida de Israel e na segurança de Israel. E faremos um ótimo trabalho".
Alguns judeus americanos criticaram o gesto, sinalizando que suas prioridades não são explicitamente equivalentes às prioridades do governo israelense e que igualar as duas é prejudicial.
"É muito importante separarmos os judeus dos EUA de Israel, não somos, necessariamente, a mesma coisa. É anti-semita sugerir que somos", disse Sophie Ellman-Golan, uma estrategista judia progressista. "Quando os políticos tratam Israel, incluindo o apoio a Israel, como uma isca para os judeus; é isso que eles estão fazendo".
Muitos expressaram preocupações de que tais percepções se estendam além do Presidente e reflitam certas crenças que os membros do Partido Republicano sustentam, e alguns criticaram os esforços de Trump como meros apelos para sua base.
"Muito do apoio da direita a Israel é inerentemente anti-semita, vindo de um ponto em que todos os judeus deveriam viver lá e nos deixar em paz", disse Stein. "Não é apenas uma retórica odiosa, é a realidade que levou milhões de nós, incluindo meus próprios ancestrais, meus próprios bisavós, sendo mortos".
"Trump pretendia dizer isso em um pronunciamento sobre o Rosh Hashanah (Ano Novo judaico), pois ele não está falando com judeus", disse Lubow. "O objetivo é manter energizada a sua base cristã evangélica branca".
. Fonte:
https://www.yahoo.com/news/textbook-anti-semitism-american-jews-213409404.html
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