29 de março de 2023

O JUDAÍSMO MESSIÂNICO É SINCRÉTICO? O JUDAÍSMO TRADICIONAL RECONHECE O JUDAÍSMO MESSIÂNICO?


A Aliança Internacional de Congregações Messiânicas foi fundada em 1986

O Judaísmo Messiânico é um movimento religioso derivado do judaismo, porém adota o conceito cristão, como uma fusão entre o Judaismo e o Cristianismo, por sua característica distinta na crença em Yeshua (Jesus), como o Mashiach (Messias) prometido ao povo judeu, assim como os cristão concebem, porém dependendo do grupo guardam a lei de Moises. Como não há uma organização que centralize essas comunidades, comumente acontecem divergências de opiniões que acabam por fazer com que se isolem uma das outras. 

Na visão judaica tradicional esses “judeus messiânicos” são considerados cristãos e falsa religião judaica. Alguns judeus nascidos de mãe judia aderem ao judaísmo messiânico, entretanto, eles ainda são considerados judeus pela matrilinealidade e não por fazerem parte do judaísmo messiânico.

. História:

No Tanakh (Antiga Aliança) que ficou conhecido como Antigo Testamento, a palavra Messias (do hebraico משיח Māšîªħ, Mashiach ou Moshiach, "Ungido", através do aramaico e transliterado, no grego do "Novo Testamento" como Μεσσιας) referia-se ao "ungido pelo altíssimo", o rei ou governante de Israel.

Nos tempos após o Cativeiro Babilônico, o termo passou a ser usado como ha-Kohen ha-Mashiaḥ, ou o sacerdote ungido, se referindo ao Sumo Sacerdote de Israel. Ciro, o Grande também foi chamado de "messias" ("ungido pelo altíssimo") porque o fez ele ser vitorioso para que libertasse os judeus exilados.

. Organizações Internacionais:

A Aliança Judaica Messiânica Internacional foi fundada em 1925 e reúne alianças nacionais de crentes. A União das Congregações Judaicas Messiânicas foi fundada em 1979.  A Aliança Internacional de Congregações Messiânicas foi fundada em 1986.

. Crenças:

Os "rabinos messiânicos" geralmente têm formação rabínica através de alguma Yeshivah (seminário rabínico messiânico), alguns não passam por um Beit Din (Tribunal Rabínico) outros passam como o rabino Wilson (Shlomo) da Beit Tfilah em Brasília (DF) uma das mais antigas do Brasil, fundada em 2001, que recebeu sua Smicha a partir de 3 rabinos messianicos, rav Juda Ben Haim - Israel, Rav Yaakov ben Yehuda - SP e Rav Manoel Goffman - EUA. Os judeus messiânicos tem uma visão diferente do judaísmo em alguns aspectos, no qual os judeus ortodoxos, conservadores, reformistas e reconstrucionistas acreditam. No judaísmo são considerados judeus apenas filhos de mães judias e convertidos, algumas linhas do judaísmo messiânico aceitam quaisquer pessoas sem o processo de conversão. No entanto, salvo exceções de algumas comunidades, os judeus messiânicos guardam as mitzvot de Israel, as 613 mitzvot (obviamente, aqueles que são passíveis de serem cumpridos atualmente), observando as festas tradicionais e a Kashrut e professam os treze princípios da fé judaica, formulados por Maimônides, no século XII. 

. Reconhecimento:

O judaísmo em geral rejeita o judaísmo messiânico/nazareno como sendo um ramo do judaísmo - muito embora, em sua origem no século I, tenha sido considerado como tal. Visto que são comunidades originadas por judeus com o propósito de agregar gentios à visão judaica, formando assim um só corpo, entre judeus e gentios crentes em Yeshua Hamashiach "JESUS CRISTO" como por exemplo a organização Ministério Ensinando de Sião a CINA Congregação Israelita da Nova Aliança e diversas outras comunidades existentes no mundo, até mesmo em Israel. Os convertidos ao judaísmo messiânico não usufruem da Aliá (Lei de Retorno). A posição oficial do Estado de Israel (Knesset) atualmente reconhece para a Lei do Retorno apenas judeus que possam comprovar sua ascendência judaica ou conversão através do judaísmo tradicional.

. Link aos interessados:

https://pt.shuvu.tv/

. Fontes:

Ferreira, Paula Barbosa da Silva Fontanezzi Leonel (2019). «Judaísmo messiânico, genealogia e agência: relações entre judeus e não judeus em sinagoga messiânica paulistana». Religião & Sociedade. 39 (1): 15-35. doi:10.1590/0100-85872019v39n1cap01

Gutierrez, Carlos Andrade Rivas (2011). Bnei anussim: uma experiência de judaísmo na periferia paulistana (Tese de Mestrado em Antropologia Social). São Paulo: USP-FFLCH. doi:10.11606/D.8.2011.tde-23052012-154251

Jovegelevicius, Jayme Caon (2018). ENTRE A CRUZ E A ESTRELA: um estudo sobre algumas aproximações de setores evangélicos com o judaísmo. (Monografia de bacharelado em Ciências Sociais). Porto Alegre: UFRGS

Topel, Marta Francisca (2011). «A inusitada incorporação do judaísmo em vertentes cristãs brasileiras: algumas reflexões». Revista Brasileira de História das Religiões. 4 (10): 35-50

Travassos, Deborah Hornblas (2008). Judaísmo messiânico no Brasil: a Beit sar shalom: um estudo de caso (Tese de Mestrado). São Paulo: USP-FFLCH. doi:10.11606/D.8.2008.tde-06012009-171306

Travassos, Deborah Hornblas (2014). Judaísmo messiânico no Brasil e seus instrumentos de legitimação: a reinvenção do judaísmo ou uma nova religião? (Tese de Doutorado). São Paulo: USP-FFLCH. doi:10.11606/T.8.2014.tde-12112014-105209

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