21 de fevereiro de 2020

LUGARES DO RIO: A ELEGÂNCIA INDISCRETA DE MADUREIRA E OS JUDEUS LIGADOS AO BAIRRO


Considerado o coração do subúrbio carioca, o bairro reúne tudo o que há de melhor na cultura da cidade do Rio de Janeiro

Rio - Poucos sabem, mas o governador da Bahia, Jaques Wagner, é judeu de Madureira, assim como o cineasta Sílvio Tendler. Ambos se conheceram na sinagoga que existia no bairro. Sílvio Santos, também judeu e carioca, não é de Madureira, mas reza a lenda que começou a vida como camelô por lá. O cantor e compositor Marquinhos de Oswaldo Cruz carrega o bairro vizinho no nome, mas nasceu em Madureira. Ele conta que a maior característica da região é o respeito às diferenças.


Poucos sabem, mas o governador da Bahia, Jaques Wagner, é judeu de Madureira, assim como o cineasta Sílvio Tendler. Ambos se conheceram na sinagoga que existia no bairro

. O Mercadão de Madureira abrigou vários comerciantes judeus: 

Em novembro de 1959, foi inaugurado o Mercadão de Madureira, com a presença do então presidente da República Juscelino Kubitschek. O empresário Horácio Afonso, filho de um dos fundadores, frequenta o local desde criança. Por conta do grande incêndio ocorrido no dia 15 de janeiro de 2000, o Mercadão foi reconstruído, mas o tamanho é o mesmo desde sua inauguração.

“O movimento é de cerca de 80 mil pessoas por dia e em épocas de festas esse movimento aumenta 50%. Há uma variedade muito grande de artigos nas lojas. De artigos religiosos a material do dia a dia”, conta Horácio. A maioria das lojas é familiar, não tem filiais, e o dono trabalha com a família. “A facilidade de chegar ao Mercadão é muito grande". 

São 580 lojas, dois condomínios, dois pavimentos, dez galerias e duas ruas (Edgard Romero e Conselheiro Galvão). Nesses 54 anos sofreu várias mudanças. No começo era uma central de abastecimento de hortifrutigranjeiros, mas na década de 1970, os comerciantes do atacado migraram pra lá e surgiram lojas novas, aumentando o varejo e atraindo novos clientes.

A reabertura foi em outubro de 2001 e reinventou a história do Mercadão, como diz Hélio Sillmann, dono de uma loja de artigos religiosos e organizador da Festa de Iemanjá, que acontece há 12 anos e sai do Mercadão todo dia 29 de dezembro rumo a Copacabana.

“Foi uma iniciativa para agradecer pela reabertura após o incêndio e para fortalecer a umbanda e o candomblé devido à intolerância religiosa”, explica o comerciante, que concorda quando dizem que quem mora em Madureira não precisa sair do bairro para nada. “Tem tudo aqui e o melhor de Madureira é o povo”.


O Parque de Madureira foi inaugurado no dia 23 de junho de 2012 e é uma das maiores áreas verdes na cidade do Rio de Janeiro


. Um parque pra chamar de seu:

Marquinhos de Oswaldo Cruz já morou em Niterói, em Copacabana, hoje mora em Maricá, mas nunca deixou de conviver com Madureira. Vê como evolução a questão da memória da região, pois todo mundo agora voltou a ter orgulho do bairro. Para ele, a melhor novidade é o Parque Madureira, inaugurado no dia 23 de junho de 2012. Claudio Cassetti, administrador do parque, conta que o lugar mudou a vida da região.

. Fonte:

Jornal O Dia - Por thiago Antunes - Publicado em 13/11/2014

https://odia.ig.com.br/_conteudo/noticia/rio-de-janeiro/2014-11-12/lugares-do-rio-a-elegancia-indiscreta-de-madureira.html

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