22 de dezembro de 2012

POR QUE OS JUDEUS NÃO ACREDITAM EM JESUS?




RESPOSTA:
Por séculos os judeus foram perseguidos por sua fé e prática religiosa. Muitos tentaram impor suas idéias e aniquilar o judaísmo. Nem as cruzadas, nem a inquisição implacável, nem os pogroms conseguiram manipular nossas almas cumprindo seu intento.
O judaísmo mantém sua chama sempre viva. A história comprova: os judeus continuam rejeitando o Cristianismo. Por quê? Porque somos simplesmente judeus, nascemos e vivemos o judaísmo e temos nossas próprias convicções. Mas quando judeus são seguidamente questionados sobre esta questão e não-judeus frequentemente perguntam: "Por que os judeus não acreditam em Jesus?" Preparamos alguns argumentos com o objetivo, não de depreciar outras religiões, pois respeitamos a todos e por esta razão não fazemos proselitismo, mas sim apenas para esclarecer a posição judaica.

JESUS NÃO PREENCHEU AS PROFECIAS MESSIÂNICAS
O que o Messias deveria atingir? A Torá diz que ele:
a - Construirá o terceiro Templo Sagrado (Yechezkel 37:26-28)
b - Levará todos os judeus de volta à Terra de Israel (Yeshayáhu 43:5-6).
c - Introduzirá uma era de paz mundial, e terminará com o ódio, opressão, sofrimento e doenças. Como está escrito: "Nação não erguerá a espada contra nação, nem o homem aprenderá a guerra." (Yeshayáhu 2:4).
d - Divulgará o conhecimento universal sobre o D'us de Israel - unificando toda a raça humana como uma só. Como está escrito: "D'us reinará sobre todo o mundo - naquele dia, D'us será Um e seu nome será Um" (Zecharyá 14:9).
O fato histórico é que Jesus não preencheu nenhuma destas profecias messiânicas.

2. CRISTIANISMO CONTRADIZ A TEOLOGIA JUDAICA
a - D'us em três?
A idéia cristã da trindade quebra D'us em três seres separados: o Pai, o Filho e o Espírito Santo (mateus 28:19).
Compare isto com o Shemá, a base da crença judaica: "Ouve, ó Israel, o Eterno nosso D'us, o Senhor é UM" (Devarim 6:4). Os judeus declaram a unicidade de D'us todos os dias, escrevendo-a sobre os batentes das portas (Mezuzá), e atando-a à mão e cabeça (Tefilin). Esta declaração da unicidade de D'us são as primeiras palavras que uma criança judia aprende a falar, e as últimas palavras pronunciadas antes de morrer.
Na Lei Judaica, adorar um deus em três partes é considerado idolatria - um dos três pecados cardeais, que o judeu prefere desistir da vida a transgredir. Isto explica porque durante as Inquisições e através da História, os judeus desistiram da vida para não se converterem.

b - Um homem como deus?
Os cristãos acreditam que D'us veio à terra em forma humana, como disse Jesus: "Eu e o Pai somos um" (João 10:30).
Maimônides devota a maior parte do "Guia para os perplexos" a idéia fundamental que D'us é incorpóreo, significando que Ele não assume forma física. D'us é eterno, acima do tempo. É infinito, além do espaço. Não pode nascer, e não pode morrer. Dizer que D'us assume forma humana torna D'us pequeno, diminuindo tanto Sua Unidade como Sua Divindade. Como diz a Torá: "D'us não é um mortal" (Bamidbar 23:19).
O Judaísmo diz que Messias nascerá de pais humanos, com atributos físicos normais, como qualquer outra pessoa. Não será um semi-deus, e não possuirá qualidades sobrenaturais. De fato, em cada geração vive um indivíduo com a capacidade de tornar-se o Messias. (veja Maimônides - Leis dos Reis 11:3).

c - Um intermediário para a oração?
É uma idéia básica na crença cristã que a prece deve ser dirigida através de um intermediário - i.e., confessando-se os pecados a um padre. O próprio Jesus é um intermediário, pois disse: "Nenhum homem chega ao Pai a não ser através de mim."
No Judaísmo, a prece é assunto totalmente particular, entre cada pessoa e D'us. A Torá diz: "D'us está perto de todos que clamam por Ele" (Tehilim 145:18). Além disso, os Dez Mandamentos declaram: "Não terá outros deuses DIANTE DE MIM," significando que é proibido colocar um mediador entre D'us e o homem. (veja Maimônides - Leis da Idolatria cap. 1).

d - Envolvimento no mundo físico
O Cristianismo freqüentemente trata o mundo físico como um mal a ser evitado. Maria, a mais sagrada mulher cristã, é retratada como uma virgem. Padres e freiras são celibatários. E os mosteiros estão em locais remotos e segregados.
Em contraste, o Judaísmo acredita que D'us criou o mundo físico não para nos frustrar, mas para nosso prazer. A espiritualidade judaica vem através do envolvimento no mundo físico de maneira tal que ascenda e eleve. O sexo no contexto apropriado é um dos atos mais sagrados que podemos realizar.
O Talmud diz que se uma pessoa tem a oportunidade de saborear uma nova fruta e recusa-se a fazê-lo, terá de prestar contas por isso no Mundo Vindouro. As escolas rabínicas ensinam como viver entre o alvoroço da atividade comercial. Os judeus não se afastam da vida, elevam-na.

3. JESUS NÃO PERSONIFICA AS QUALIFICAÇÕES PESSOAIS DO MESSIAS
a - Messias como profeta
Jesus não foi um profeta. A profecia apenas pode existir em Israel quando a terra for habitada por uma maioridade de judeus. Durante o tempo de Ezra (cerca de 300 AEC), a maioria dos judeus recusou-se a mudar da Babilônia para Israel, e assim a profecia terminou com a morte dos três últimos profetas - Chagai, Zecharyá e Malachi.
Jesus apareceu em cena aproximadamente 350 anos após a profecia ter terminado.

b - Descendente de David
O Messias deve ser descendente do Rei David pelo lado paterno (veja Bereshit 49:10 e Yeshayáhu 11:1). Segundo a reivindicação cristã que Jesus era filho de uma virgem, não tinha pai - e dessa maneira não poderia ter cumprido o requerimento messiânico de ser descendente do Rei David pelo lado paterno!

c - Observância da Torá
O Messias levará o povo judeu à completa observância da Torá. A Torá declara que todas as mitsvot permanecem para sempre, e quem quer que altere a Torá é imediatamente identificado como um falso profeta. (Devarim 13:1-4).
No decorrer de todo o Novo Testamento, Jesus contradiz a Torá e declara que seus mandamentos não se aplicam mais. (veja João 1:45 e 9:16, Atos 3:22 e 7:37).

4. VERSÍCULOS BÍBLICOS "REFERINDO-SE" A JESUS SÃO TRADUÇÕES INCORRETAS
Os versículos bíblicos apenas podem ser entendidos estudando-se o texto original em hebraico - que revela muitas discrepâncias na tradução cristã.

a - Nascimento virgem
A idéia cristã de um nascimento virgem é extraído de um versículo em Yeshayáhu descrevendo uma "alma" que dá à luz. A palavra "alma" sempre significou uma mulher jovem, mas os teólogos cristãos séculos mais tarde traduziram-na como "virgem". Isto relaciona o nascimento de Jesus com a ideia pagã do primeiro século, de mortais sendo impregnados por deuses.

b - Crucifixão
O versículo em Tehilim 22:17 afirma: "Como um leão, eles estão em minhas mãos e pés." A palavra hebraica ka'ari (como um leão) é gramaticalmente semelhante à palavra "ferir muito". Dessa maneira o Cristianismo lê o versículo como uma referência à crucifixão: "Eles furaram minhas mãos e pés."

c - Servo sofredor
Os cristãos afirmam que Yeshayáhu (Isaías) 53 refere-se a Jesus. Na verdade, Yeshayáhu 53 segue diretamente o tema do capítulo 52, descrevendo o exílio e a redenção do povo judeu. As profecias são escritas na forma singular porque os judeus (Israel) são considerados como sendo uma unidade. A Torá está repleta de exemplos de referências à nação judaica com um pronome singular.
Ironicamente, as profecias de perseguição de Yeshayáhu referem-se em parte ao século 11, quando os judeus foram torturados e mortos pelas Cruzadas, que agiram em nome de Jesus.
De onde provêm estas traduções erradas? S. Gregório, Bispo de Nanianzus no século IV, escreveu: "Um certo jargão é necessário para se impor ao povo. Quantos menos compreenderem, mais admirarão."

5. A CRENÇA JUDAICA É BASEADA NA REVELAÇÃO NACIONAL
Das 15 mil religiões na História Humana, apenas o Judaísmo baseia sua crença na revelação nacional - i.e., D'us falando a toda a nação. Se D'us está para iniciar uma religião, faz sentido que Ele falará a todos, não apenas a uma pessoa.
O Judaísmo,é a única entre todas as grandes religiões do mundo que não confia em "reivindicações de milagres" como base para estabelecer uma religião. De fato, a Torá afirma que D'us às vezes concede o poder de "milagres" a charlatães, para testar a lealdade judaica à Torá (Devarim 13:4).

Maimônides declara (Fundações da Torá, cap. 8
"Os Judeus não creram em Moshê (Moisés), nosso mestre, por causa dos milagres que realizou. Sempre que a crença de alguém baseia-se na contemplação de milagres, tem dúvidas remanescentes, porque é possível que os milagres tenham sido realizados através de mágica ou feitiçaria. Todos os milagres realizados por Moshê no deserto aconteceram porque eram necessários, e não como prova de sua profecia.
"Qual era então a base da crença judaica? A revelação no Monte Sinai, que vimos com nossos próprios olhos e ouvimos com nossos ouvidos, não dependendo do testemunho de outros... como está escrito: 'Face a face, D'us falou com vocês...' A Torá também declara: 'D'us não fez esta aliança com nossos pais, mas conosco - que hoje estamos todos aqui, vivos.' (Devarim 5:3)."
O Judaísmo não são os milagres. É o testemunho da experiência pessoal de todo homem, mulher e criança.

6. JUDEUS E GENTIOS
O Judaísmo não exige que todos se convertam à religião. A Torá de Moshê é uma verdade para toda a Humanidade, seja judia ou não. O Rei Salomão pediu a D'us para considerar as preces de não-judeus que vão ao Templo Sagrado (Reis I, 8:41-43). O profeta Yeshayáhu refere-se ao Templo Sagrado como uma "Casa para todas as nações." O serviço no Templo durante Sucot realizava 70 oferendas de touros, correspondendo às 70 nações do mundo. De fato, o Talmud diz que se os Romanos tivessem percebido quantos benefícios estavam conseguindo do Templo, jamais o teriam destruído.
Os judeus nunca buscaram ativamente converter as pessoas ao Judaísmo, porque a Torá prescreve um caminho correto para que os gentios o sigam, conhecido como "As Sete Leis de Nôach." Maimônides explica que qualquer ser humano que observe fielmente estas leis morais básicas recebe um lugar apropriado no céu.


7. TRAZENDO O MESSIAS
De fato, o mundo está desesperadamente necessitado da Redenção Messiânica. A guerra e a poluição ameaçam nosso planeta; o ego e a confusão estão erodindo a vida familiar. Na mesma extensão em que estamos conscientes dos problemas da sociedade, é a extensão em que ansiamos pela Redenção. Como declara o Talmud, uma das primeiras perguntas que um judeu recebe no Dia do Julgamento é: "Você ansiou pela vinda do Messias?"
Como podemos apressar a vinda de Mashiach? A melhor maneira é amar generosamente toda a humanidade, cumprir as mitsvot da Torá (da melhor maneira que pudermos) e encorajar outros para que as cumpram também.
O Mashiach pode chegar a qualquer momento e tudo depende de nossas ações. D'us estará pronto quando estivermos. Pois, como disse o Rei David: "A Redenção chegará hoje - se derem atenção à Sua voz."

Por Rabino Shraga Simmons - Aish.com

13 de dezembro de 2012

CEMITÉRIO ISRAELITA DE VILA ROSALI

O Cemitério Israelita de Vila Rosali é uma das principais necrópoles destinadas ao sepultamento de membros da comunidade judaica do Rio de Janeiro. Foi fundado em outubro de 1920, quando a "Chevra Kadisha" (Sociedade Sagrada), entidade que cuida dos funerais judaicos, adquiriu um terreno junto à linha férrea, no atual município de São João de Meriti.
Grande parte da coletividade judaica vivia nesta época na Baixada Fluminense, em especial no atual município de Nilópolis, e a localização daquele cemitério atendia às necessidades. Dois ilustres estão sepultados nele, a atriz Dina Sfat e o empresário Adolpho Bloch.

Endereço:

Fonte:
Autora: Fridman, Fania
Livro: "Paisagem Estrangeira - memória de um bairro judeu no Rio de Janeiro" (Casa da Palavra - 2007)

CONGREGAÇÃO JUDAICA DO BRASIL (CJB) INAUGURA CEMITÉRIO PARQUE ISRAELITA DO RIO DE JANEIRO



Entidade fundadora: Congregação Judaica do Brasil (CJB) 

A Congregação Judaica do Brasil tem suas fontes em duas nascentes: uma proveniente do Movimento Conservador (Conservativo) e outra do Movimento Renewal. O Midrash Centro Cultural pertence a Congregação Judaica do Brasil que institucionalmente esta filiada tanto ao World Council of Synagogues do Movimento Conservador como ao Network of Jewish Renewal Communities. O rabino Nilton Bonder tem ordenação por ambos os movimentos tendo smicha (ordenação rabínica) do Jewish Theological Seminary, órgão acadêmico principal do Movimento Conservador, e também de Reb Zalman Schachter, expoente maior do Movimento Renewal.


Como se deu a idealização deste projeto?

Um novo Cemitério Israelita com algumas adequações aos nossos tempos é mais do que uma necessidade para a comunidade judaica do Rio. Primeiramente, um cemitério que pudesse estar próximo de um complexo de cemitérios não-judaicos para atender a realidade de famílias compostas de membros de outras tradições. Segundo, um cemitério com custos mais acessíveis e serviços de qualidade. Além também do desejo de criar um espaço com uma atmosfera mais leve para tornar estes momentos menos difíceis às famílias. Para tal queríamos um cemitério que não estivesse tão distante, que tivesse segurança e cuja paisagem inspirasse serenidade e conforto ao invés de temor. Por esta razão optamos pelo Cemitério Parque, uma realidade já em outros países. E daí a parceria com o Grupo Jardim da Saudade que é pioneiro na construção de cemitérios parque em todo o Brasil.

O que é um Cemitério-Parque?

É um cemitério moderno que ao invés de lápides em forma de monumentos, utiliza lápides em memória, que são colocadas na grama. Isso permite que o local se transforme em um grande jardim. Este conceito visa propiciar ao visitante uma atmosfera de paz e quietude próprias à meditação e que dignificam a memória de entes queridos.

É permitido o uso destas placas pela tradição judaica?

Sim. Existem inúmeros cemitérios parques judaicos no mundo. A própria tradição judaica desencoraja o uso de pedras muito grandes e ornamentadas porque segundo os sábios "os feitos é que são nossos grandes monumentos". As placas em memória registram apenas o nome em português e hebraico, as datas de nascimento e falecimento e demarcam se havia descendência de Kohen ou Levi.

Quem pode ser sepultado neste Cemitério?

O Cemitério Parque Israelita é, como designa a lei judaica, uma área exclusiva para membros da comunidade judaica. Como tal ele está delimitado possuindo entrada e instalações independentes do Jardim da Saudade. Ao mesmo tempo, por fazer parte de um complexo de cemitérios parque, vem atender à crescente demanda de famílias compostas por membros não judeus. Estes, mesmo não podendo ser sepultados lado a lado, poderão estar próximos no mesmo complexo ou no mesmo grande parque que se constitui o empreendimento.

O que são as áreas "dos afins?"

Áreas próximas ao Cemitério Israelita foram designadas pelo Jardim da Saudade como áreas de pessoas "afins". Pessoas aparentadas de membros da comunidade judaica poderão optar por estas áreas que estão sob a responsabilidade do Jardim da Saudade e de distintas orientações religiosas. Não há qualquer vínculo do Cemitério Israelita com estas áreas, mas elas foram destacadas para atender esta realidade, que hoje separa famílias e que no futuro poderá ser um grande promotor do abandono das práticas mortuárias judaicas.

Como são respeitadas as práticas da tradição judaica?

Cemitério Parque Israelita será mantido e operado de acordo com as leis tradicionais judaicas supervisionadas por um Chevra Kadisha da Congregação Judaica do Brasil. Serão observadas as práticas de Sh'mira ("vigília"); Tahará (lavagem e purificação); Tach'ricim (vestimenta): Kvura bi-Karka (sepultamento diretamente na terra) e todas as práticas rituais judaicas.

Este será um cemitério comunitário?

A associação com o Jardim da Saudade não descaracteriza o aspecto comunitário de nosso cemitério. O mesmo prestará serviço a todas as sinagogas que assim desejarem e a todos os membros da comunidade judaica. A Congregação Judaica do Brasil será responsável por um fundo assistencial a pessoas carentes e destinará recursos provenientes deste empreendimento para atividades e fins comunitários.

Localização:

A 20 minutos da Barra da Tijuca, o Cemitério Parque Israelita do RJ é uma área junto ao Cemitério Jardim da Saudade de Paciência, entre Guaratiba e Campo Grande. Trata-se de um belíssimo vale de extensa área verde, facilmente acessível e sem passar por áreas de urbanização desorganizada. É uma vasta área com possibilidades de expansão já sancionadas perpetuamente como um cemitério israelita.

Atendimento: 24h

Tel.: (21) 8819-1818
Congregação Judaica do Brasil:  (21) 2492-1260 / 2493-5735 - www.cjb.org.br - cjb@cjb.org.br