25 de outubro de 2019

CABALÁ (קַבָּלָה): EU TAMBÉM SOU PARTE DISSO


Cada ação, palavra e pensamento nosso soma para algum lado da balança universal, seja para o lado positivo e iluminado, seja para o lado negativo e de escuridão

Um dos insights mais importantes que obtemos quando nos dedicamos a um entendimento holístico da vida é que tudo está interligado. Uma rede invisível interconecta toda a realidade. Parece que cada aspecto é independente do todo, mas na verdade tudo é um.


Critica-se muito a corrupção no governo. Mas o uso de carteira de estudante para pagar meia entrada é disseminado na sociedade, mesmo por quem não estuda

Vemos no mundo grande escuridão. Violência, corrupção e intolerância permeiam as notícias. Costumamos criticar os acontecimentos nos colocando no ponto de vista de meros observadores e comentaristas. Acontece que somos parte do que ocorre.

Cada ação, palavra e pensamento nosso soma para algum lado da balança universal, seja para o lado positivo e iluminado, seja para o lado negativo e de escuridão. Gostamos de criticar os outros, mas não gostamos tanto de perceber como somos parte dessa teia interligada. Se quisermos ver uma verdadeira mudança precisamos entender que ela começa com cada um de nós.

Por exemplo, criticamos a violência desenfreada de certos grupos. Mas se em algum nível nós também temos um comportamento violento, mesmo que sem chegar a níveis absurdos, estamos contribuindo para a violência universal. Se dentro de um arcabouço de amor e de uma boa situação econômica, na calada da noite e dentro da privacidade da minha casa, tenho um arroubo de violência verbal com alguém da minha família, sou parte da causa da violência no mundo que acaba ecoando como um crime violento em outro ponto menos favorecido do planeta.



Se em nosso referencial mais limitado nós também praticamos atitudes desonestas, mesmo que num nível bem menor, o que podemos esperar de nossos representantes no poder?

Critica-se muito a corrupção no governo. Mas o uso de carteira de estudante para pagar meia entrada é disseminado na sociedade, mesmo por quem não estuda. Há o costume de se pagar para o fiscal fazer vista grossa ou para o policial deixar passar algum erro cometido no trânsito. Se em nosso referencial mais limitado nós também praticamos atitudes desonestas, mesmo que num nível bem menor, o que podemos esperar de nossos representantes no poder? Inevitavelmente eles agirão de forma semelhante. O Zohar afirma que cada povo tem o governo que merece. A consciência coletiva dos habitantes de uma nação gera uma energia metafísica – um anjo – que representa aquela nação. O líder da nação é um reflexo dessa energia ou anjo.

Uma lei universal ensina que não existe vítima: somos responsáveis por tudo que nos acontece. Quer dizer, não adianta culpar o governo. O povo precisa mudar. Enquanto cada um de nós ainda tenta ser "esperto" e "se dar bem", os políticos serão ainda mais "espertos" e a roubalheira continuará. Quando cada um de nós estiver satisfeito por receber somente aquilo que for realmente merecido pelo esforço investido, teremos governantes mais escrupulosos e verdadeiramente desejosos de servir, e não de tomar.

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Por: Shmuel Lemle em 19/11/15 

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