O jornalista Leonardo Ferreira, natural do Rio de Janeiro (RJ), é formado em Comunicação Social com habilitação em Jornalismo, pós-graduado em Gestão Comercial & Marketing Digital, pós-graduado em Transtorno do Espectro Autista: Inclusão Escolar & Social, além de membro do Templo Beth-El of Jersey City (www.betheljc.org). O templo foi fundado no estado de New Jersey (EUA), em 1864.
31 de dezembro de 2009
JUDEUS: RAÇA OU RELIGIÃO?
Um judeu (em hebraico: יְהוּדִי, transl. Yehudi, no singular; יְהוּדִים, Yehudim, no plural; ladino: ג׳ודיו, Djudio, sing.; ג׳ודיוס, Djudios, pl.; iídiche: ייִד, Yid, sing.; ייִדן, Yidn, pl.) é um membro do grupo étnico e religioso originado nas Tribos de Israel ou hebreus do Antigo Oriente. O grupo étnico e a religião judaica, a fé tradicional da nação judia, são fortemente inter-relacionados, e pessoas convertidas para o judaísmo foram incluídas no povo judeu e judeus convertidos para outras religiões foram excluídos do povo judeu durante milênios.
Os judeus foram palco de uma longa história de perseguições em várias terras, resultando numa população que teve frequentemente seus números e suas distribuições alteradas ao longo dos séculos. A maioria das autoridades coloca o número de judeus entre 12 e 14 milhões, representando 0,2% da atual estimada população mundial. De acordo com a Agência Judia para Israel, no ano de 2007 havia 13,2 milhões de judeus mundialmente; 5,4 milhões (40,9%) em Israel, 5,3 milhões (40,2%) nos EUA, e o resto distribuído em comunidades de vários tamanhos no mundo inteiro. Esses números incluem todos aqueles que se consideram judeus se ou não se afiliaram, e, com a exceção da população judia de Israel, não inclui aqueles que não se consideram judeus ou que não são judeus por halachá. A população total mundial judia, entretanto, é difícil para medir. Além das considerações haláhicas, há fatores seculares, políticos e identificações ancestrais em definindo quem é judeu que aumentam o quadro consideravelmente.
ETIMOLOGIA:
A palavra "judeu" originalmente era usada para designar aos filhos de Judá, filho de Jacó, posteriormente foi designado aos nascidos na Judéia. Depois da libertação do cativeiro da Babilônia, os hebreus começaram a ser chamados de judeus. A palavra portuguesa "judeu" se origina do latim judaeu e do grego ioudaîos. Ambas palavras vêm do hebraico, יהודי, pronuncia-se "iehudí". O primeiro registro do vocábulo em português foi no ano de 1018.
Palavras etimologicamente semelhantes são usadas em outras línguas, tais como jew (inglês), jude (alemão), jøde (dinamarquês), يهودي ou yahudi (árabe). No entanto, variações da palavra "hebreu" também são usadas para designar um judeu, como acontece em ebreo (italiano), еврей ou yevrey (russo), εβραίος ou εvraios (grego moderno) e evreu (romeno). Em turco, a palavra usada é musevi, derivada de Moisés.
JUDEUS E JUDAÍSMO:
A tradição judaica defende que a origem deles dá-se com a libertação dos filhos de Israel da terra do Egito pelas mãos de Moisés. Com a fundamentação e solidificação da doutrina mosaica, um grupo de hebreus passou a ser conhecida como "Filhos de Israel" (Bnei Israel). É deste evento que surge a noção de nação, fundamentada nos preceitos tribais e na crença monoteísta.
No entanto, a história demonstra que os antigos israelitas valorizavam a sua linhagem tribal e a nação, que só viria a ser construída com o início das monarquias de Saul e Davi, que, todavia, oculta mesmo assim um choque entre as tribos que compunham o antigo reino de Israel. Com a morte do filho de Davi, Salomão, ocorre a crise que leva à separação das tribos de Israel em dois reinos distintos: dez tribos formam o reino de Israel, enquanto a tribo de Judá, Benjamim e Levi constituem o reino de Judá que continua a ser governada pelos descendentes de Davi. Aqui, pela primeira vez, os israelitas do sul são chamados de judeus devido à sua conexão com o reino de Judá e posteriormente por todos aqueles que aderissem à doutrina religiosa deste reino, que passou a ser conhecida como judaísmo.
Com a extinção do reino de Israel, o reino de Judá permanece, e mesmo com a sua destruição, o termo "judeu" passa a designar todos aqueles que descendessem dos antigos israelitas, não importando a sua tribo. A ênfase do judaísmo da separação entre judeus e não judeus, deu à comunidade judaica um sentido de povo separado e religioso, embora, segundo pesquisadores judeus anti-sionistas, este sentido de separação tenha sido impulsionado e exarcebado pelo movimento sionista, com objetivos políticos, durante o século XX.
QUEM SÃO OS JUDEUS?
A pergunta "quem são os judeus?" gera um debate político, social e religioso entre os diversos grupos judaicos sobre quem pode ser considerado como tal.
O povo judeu não pode atualmente ser reduzido a sendo somente religião, raça ou cultura, porque ultrapassa seus limites conceituais aceites. Reduzi-lo a qualquer um desses pontos seria mero reducionismo, pois ele é na verdade uma miscelânea das três, dando espaço a várias interpretações do que é ser judeu e, especialmente, quem é judeu. Interpretações essas que dependem muitíssimo de qual a sua tradição religiosa (ortodoxa, conservadora, reformista, caraíta) e do espaço geográfico onde se encontram (sefaraditas, asquenazitas, persas, norte-africanos, indianos etc. (ver etnias judaicas).
Na história recente ocidental, e consequentemente na história judaica, uma revolução conceitual levou o judaísmo e o povo judeu a um tempo de grandes mudanças estruturais. A essa revolução, a história deu o nome de iluminismo (Hebraico: השכלה; Haskalá). Nesse período histórico, os antigos grupos religiosos detentores de tradições milenares observaram o nascimento de uma geração que via na criação de grupos com novas formas de pensar a possibilidade de saída de seus guetos milenares, não somente no plano físico, mas também mental e filosófico. Por vezes esses novos grupos distanciaram-se da velha ligação do judeu com a religião judaica-mãe, porém sem nunca perder a sua chama interna de identidade, sentimento esse que é o ponto de aproximação de todos os judeus e a mais importante linha para complexa continuação da nação que é, hoje, esse povo.
Assim, com a inserção de novas filosofias no seio do judaísmo, dispares concepções surgiram sobre as questões básicas da tradição judaica. E obviamente cada grupo desenvolveu suas discussões de como pode-se definir uma resposta sensata à pergunta constante: "Quem é judeu?". Essa definição de resposta se deu, em sua maioria, sob duas linhas gerais: Pessoa que tenha passado por um processo de conversão ao judaísmo ou pessoa que seja descendente de um membro da comunidade judaica.
Contudo, esses dois assuntos são repletos de divergências. Quanto às conversões, existe divergências principalmente sobre a formação dos tribunais judaicos responsáveis pelos atos. Isso faz com que pessoas conversas através de um tribunal judaico reformista ou conservador não sejam aceitas nos círculos ortodoxos e seus rabinos que exigem um tribunal formado somente por rabinos ortodoxos, pois entendem serem outros rabinos incapazes de fazer o converso entender a grandeza da lei que está tomando sobre si. Por outro lado, o judaísmo reformista e conservador, acusam os ortodoxos de fazerem exigências absurdas, não mais se preocupando com a essência do ser judeu e sim, com regras e rigidez desnecessária.
Já quanto a descendência judaica, a divergência aparece na definição de quem viria a linha judaica, se matrilinearmente, patrilinearmente ou ambas as hipóteses. A primeira é a majoritária, sendo apoiada pelo judaísmo rabínico ortodoxo e conservador. Essa tese têm força e raio de ação maiores por ser adotada pelo Estado de Israel, além de grande parte das comunidades ao redor do mundo. Porém, a patrilinealidade é defendida pelo judaísmo caraíta e os judeus Kaifeng da China, grupos separados dos grandes centros judaicos e que desenvolveram sob tradições diferentes com base em costumes que remontam a vários séculos passados. Por último, existe a tese que ambos os pais podem dar ao filho a condição de judeu que é defendida pelo judeus reformistas que em março de 1983 por três votos a um reconheceu a validade da descendência paterna mesmo que a mãe não seja judia desde que a criança seja criada como judeu e se identifique com a fé judaica.
Questões, como se os atos podem abalar a identidade judaica, também entram na discussão, como por exemplo um judeu que faz tatuagens ou até mesmo nega seu próprio judaísmo, pode continuar sendo considerado como tal? Apesar de um judeu necessariamente não ter que seguir o judaísmo, as autoridades religiosas geralmente enfatizam o risco da assimilação do povo judeu ao se abandonar os mandamentos e tradições do judaísmo. Porém defende-se que não importa a geração ou ações futuras de pai ou mãe, o judaísmo e o consequente "ser judeu" é um direito natural da criança.
Atualmente, estima-se que exista, ao redor do mundo, uma população judaica de aproximadamente 13 milhões de pessoas, concentradas principalmente nos Estados Unidos e em Israel.
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29 de dezembro de 2009
O QUE É PEIOT?
Peiot (em hebraico פאות, é o plural da palavra hebraica pe'ah, isto é "borda" também chamada de Peíes em ídiche).
Peiot designa os cachos de cabelos laterais característicos dos judeus ortodoxos, que cumprem este mandamento devido à ordenança de não rapar os lados da cabeça (Levítico 19:27 : "Não raparás em torno de tua cabeça, nem tirarás as bordas da tua barba").
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O QUE É TZITZIT?
Tzitzit (no hebraico ציצת ou ציצית) é o nome dado à franjas do talit, que servem como meio de lembrança dos mandamentos de Deus.
. Origem:
O mandamento de “tzitzit” encontra-se em duas passagens da Torá:
"Que façam para eles “tzitzit” (franjas) sobre as bordas das suas vestes, pelas suas gerações e porão sobre os “tzitzit” da borda um cordão azul celeste. E será para vós por “tzitzit” e vereis e lembrareis todos os mandamentos de Deus e os cumprireis e não errareis indo atrás do vosso coração e atrás dos vossos olhos, atrás dos quais vós andais errando; para que vos lembreis e cumprais todos os Meus mandamentos e sejais santos para com vosso Deus." (Números 15:38-41)
"Franjas farás para ti e as porás nos quatro cantos de tua vestimenta com que te cobrires." (Deuteronômio 12:12)
Os judeus utilizam hoje apenas “tzitzit” brancas, já que crêem que não seja possível obter a cor azul obrigatória do mandamento. De acordo com o judaísmo este azul não pode mais ser obtido pelo que não é mais utilizado. Este azul era obtido de uma criatura marinha chamada “chilazon”, cuja identificação é incerta. Pequenos grupos de pesquisadores em Israel acreditam que encontraram o “chilazon” e, portanto, utilizam um dos fios azul conforme está escrito. Os judeus caraítas no, entanto, crêem que possa ser utilizado qualquer tipo de azul de modo que possuem esta cor no “tzitzit”.
. Citação:
Disse Rabi Shimon bar Yochai:
"Quando o homem levanta de manhã e coloca
os tefilin e tzitzit, a Shechiná (Essência feminina de Deus)
paira sobre ele e proclama: ‘Tu és Meu servo,
Israel, através do qual Serei Glorificado".
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27 de dezembro de 2009
O QUE É TASHLICH?
Fonte: PT.Habad.Org (Uma extensão do Habad.Org)
Em sua explicação sobre nossos costumes e tradições, o Rabi Yaacov Levi, conhecido como Maharil, codificador de leis, retrata a origem do costume de Tashlich até épocas muito remotas. É realizado pouco antes do pôr-do-sol na tarde do primeiro dia de Rosh Hashaná, indo às margens de um rio, lago, ou algo semelhante, onde certas preces são recitadas, seguidas pelo simbólico agitar dos cantos de nossas roupas.
Os três últimos versos do profeta Michá, que recitamos em Tashlich, contém a explicação para este costume. Dizemos: "Quem é um D'us como Vós, perdoando a iniqüidade e perdoando a transgressão aos herdeiros de Seu legado. Ele não reteve Sua ira para sempre, porque Ele se regozija na bondade. Ele mais uma vez terá misericórdia de nós. Ele suprimirá nossas iniqüidades; sim, Vós jogareis nossos pecados às profundezas do mar."
O Maharil nos fornece uma explicação mais completa de Tashlich. O Midrash nos diz que quando Avraham (Abraão) e Yitschac (Isaac) foram ao Monte Moriyá para a Akedá (amarração de Yitschac), precisaram cruzar um rio, uma das formas que Satan (o Acusador) usou para impedi-los de cumprirem as ordens de D'us. A correnteza ameaçava levá-los, mas Avraham rezou: "Salve-nos, D'us, pois a água atingiu nossas próprias vidas," e foram salvos da correnteza.
Assim, diz Maharil, nenhum obstáculo deveria impedir-nos de obedecer às ordens de D'us. Aquele que pode mostrar o amor abnegado de Avraham sua prontidão para morrer pela palavra Divina, pode estar certo de que "seus pecados serão jogados ao mar".
Nós e os peixes:
A prece de Tashlich, recitada às margens de um rio, lago ou mar, onde quer que haja peixes, tem um outro significado, despertando-nos pensamentos de arrependimento. Pois isto nos lembra da insegurança da vida do peixe, e o perigo do peixe ser atraído pela isca, ou de ser apanhado na rede do pescador. Nossa vida, também, está repleta de ciladas e tentações.
Somos lembrados da clássica parábola de Rabi Akiva, que desafiou o decreto proibindo o estudo de Torá que o imperador romano Adriano tentou impor aos judeus.
Ao lhe perguntarem por que arriscava sua vida estudando e espalhando os ensinamentos da Torá, Rabi Akiva replicou com a seguinte parábola:
"Uma raposa faminta chegou até a margem de um regato. Viu os peixes nadando incessantemente. A astuta raposa disse aos peixes: 'Vejo que estão vivendo num terror mortal de que caiam na rede do pescador. Saiam aqui para a margem seca, e escaparão da rede do pescador, e então viveremos felizes para sempre, como meus antepassados viveram com os seus.'
"Mas os peixes zombaram da esperta raposa, e responderam: 'Se na água, que representa nossa própria vida, estamos em perigo, certamente deixar a água significaria morte certa para nós!'
"A Torá é nossa própria vida, e não podemos viver sem ela, assim como os peixes não podem viver sem a água. Podemos salvar-nos abandonando nosso modo de vida, os caminhos da Torá?"
Tais são as reflexões que Tashlich desperta no coração.
Finalmente, o peixe nos serve de lembrete adicional do "olho sempre vigilante" da Providência, pois os peixes não têm pálpebras; seus olhos estão sempre abertos. Assim, nada pode ser oculto de D'us. Pelo mesmo padrão, a pessoa extrai coragem e esperança da fé em D'us, pois o Guardião de Israel jamais dorme ou cochila.
Tempo precioso:
Na Idade Média o costume de Tashlich era usado muitas vezes para acusar os judeus de fazer um feitiço sobre a água, ou mesmo envenená-la, e os Rabis eram, naquela época, obrigados a proibir a observância de Tashlich pelas suas comunidades, de forma a não ameaçar-lhes a vida.
Rabi Abahu disse: "Os Anjos Auxiliares perguntaram ao Todo Poderoso: 'Mestre do Universo, por que os judeus não recitam a canção de Halel perante Vós em Rosh Hashaná e Yom Kipur?'
"Respondeu-lhes D'us: Quando um rei senta-se no Trono do Julgamento, com o Livro da Vida e da Morte aberto à Sua frente, é correto que os judeus cantem a Mim nesta época?"
Não há horário para se dormir em Rosh Hashaná: o tempo é precioso demais. Nem bem acabamos a refeição, e voltamos para a sinagoga. No primeiro dia de Rosh Hashaná, Minchá (a prece vespertina) é recitada cedo devido ao Tashlich, e além disso, queremos recitar o maior número de Salmos. Alguns conseguem dizer todo o livro de Tehilim (Salmos) diversas vezes durante os dois dias de Rosh Hashaná. Depois de Minchá, as pessoas saem para Tashlich, ao local mais próximo onde haja água natural e peixes (lago, rio ou oceano).
Ali, à beira da água, fazemos as orações de Tashlich e sacudimos os fios do tsitsit. Isto é simbólico das palavras do profeta Michá: "E atirarás para a profundeza do mar todos os seus pecados..."
Naturalmente, sacudir os cantos da roupa não nos livra de nossos pecados. Mas certamente nos recorda de que devemos fazer uma boa limpeza no coração e livrá-lo de todo o mal.
E de fato, temos a sensação depois do Tashlich de termos nos livrado de um pesado fardo. É uma sensação reconfortante, que nos ajuda na realização das nossas boas decisões para o ano que entra.
Tashlich:
1) MI El Camocha, 2) nossê avon,3) veovêr al pesha, 4) lish’erit nachalato, 5) lo hechezíc laád apo, 6) ki chafêts chessed Hu. 7) Iashuv ierachamênu, 8) yichbosh avotênu, 9) vetashlich bim’tsulot iam col chatotam. 10) Titên emet le Yaacov,11) chessed leAvraham, 12) asher nishbá’ta laavotênu, 13) mimê kedem. 1) Min hametsar caráti Yáh, 2) anani bamerchav Yáh. 3) A-do-nai li, 3) lo ira, 5) ma iaassê li adam. 6) A-do-nai li beozrai, 7) vaani er’ê vesson’ai. 8) Tov lachassot b’A-do-nai mibetoach baadam. 9) Tov lachassot b’A-do-nai mibetoach bindivim.
RANENÚ tsadikim b’A-do-nai, laisharím navá tehilá. Hodú l’A-do-nai bechinór, benêvel assór zamerú ló. Shíru ló shir chadásh, hetívu naguên bit’ruá. Ki iashár devar A-do-nai, vechol maassêhu beemuná. Ohêv tsedacá umishpát, chéssed A-do-nai maleá haárets. Bidvar A-do-nai shamáyim naassú, uvrúach piv col tsevaám. Conês canêd mê haiám, notên beotsarót tehomót. Yireú me’A-do-nai col haárets, miménu iagúru col ioshevê tevel. Ki Hu amar vaiéhi, Hu tsivá vaiaamód. A-do-nai hefir atsát goyím, heni mach’shevót amím.
Atsát A-do-nai leolám taamód, mach’shevót libó ledór vadór. Ashrê hagói asher A-do-nai Eloháv, haám bachár lenachalá ló. Mishamáyim hibit A-do-nai, raá ét col benê haadam. Mimechón shivtó hishguíach, él col ioshevê haárets. Haiotsêr iáchadlibám, hamevin él col maassehém. Ên hamélech noshá beróv cháyil, guibór ló yinatsêl beróv cóach. Shéker hassús lit’shuá, uv’rov chelo ló iemalêt. Hinê ên A-do-nai él iereáv, lameiachalím lechasdó. Lehatsíl mamávet nafshám, ul’chaiotám baraáv. Nafshênu chiketá l’A-do-nai, ezrênu umaguinênu Hu. Ki vó yismách libênu, ki veshêm codshó vatáchnu. Iehí chassdechá A-do-nai alênu caasher yichálnu lách.
LO iarêu velo iash’chítu bechol har codshí, ki mal’á haárets deá et A-do-nai camáyim la’iám mechassim.
IEHÍ ratson milefanecha, A-do-nai E-lo-hê-nu v’Elohê avotênu, El Elion muchtar beshlosh esrê midot mechilin derachamê shetehê shaá zu êt ratson lefanecha vihê olá lefanecha keriát shelosh esrê mechilin derachamê shebipessukê " Mi El camocha", ham’chuvanim el shelosh esrê midot "El Rachum ve Chanun", asher carínu lefanecha, keílu hissagnu col hassodot vetserufê shemot hakedoshim haiots’ím mehem, vezivuguê midotehen, asher achat beachat yigashu lehamtíc et hadinim takifin.
Uvechên tashlich bim’tsulot iam col chatotênu, vetashpía alênu shefa ieshuá verachamim mehen, vezochrênu lechayím, Melech chafêts bachayím, vechotvênu bessêfer hachayím, lemaanchá Elohim chayím, venizke lit’shuvá ilaá, ki ieminchá peshutá lekabêl shavim, uk’rá roa guezar dinênu, vyicar’u lefanecha zechuiotênu, vetaarich apechá alênu letová, Amên.
YIHIÚ leratson imrê fi veheguion libí lefanecha, A-do-nai Tsurí veGoalí.
Sacode-se as pontas do talit catan (a roupa de quatro pontas com franjas, usadas pelos varões).
TRADUÇÃO:
MI 1) Quem é um D’us como Tu, 2) que perdoa a iniquidade 3) e desculpa a transgressão 4) ao restante de Seu patrimônio? 5) Ele não mantém Sua ira para sempre. 6) pois Ele deseja [fazer] bondade. 7) Voltará a mostrar-Se misericordioso conosco, 8) eliminará nossas iniquidades; 9) e Tu atirarás todos os seus pecados às profundezas do mar. 10) Concede verdade a Yaacov, 11) bondade a Avraham, 12) tal como juraste aos nossos pais 13) desde os dias de outrora. 1) Desde a opressão chamei a D’us; 2) com abundante alívio, D’us me respondeu 3) A-do-nai está comigo, 4) não temo – 5) O que pode fazer-me o homem? 6) A-do-nai está comigo entre os que me ajudam, 7) e eu verei [a queda de] meus inimigos. 8) É melhor depender de A-do-nai do que confiar no homem. 9) É melhor depender de A-do-nai do que confiar nos nobres.
RANENÚ Cantem jubilosamente a A-do-nai, vocês, os justos; é digno aos retos oferecer louvor. Louvem a A-do-nai com harpa; cantem-Lhe com lira de dez cordas. Cantem-Lhe uma nova canção; toquem habilmente sons de júbilo. Pois a palavra de A-do-nai é justa; todas Suas obras são feitas com fidelidade. Ele ama a retidão e a justiça; a bondade de A-do-nai preenche a terra. Pela palavra de A-do-nai foram feitos os céus, e pelo sopro de Sua boca todas suas hostes. Ele reúne as águas do mar como um montículo; Ele aloja as profundezas em depósitos subterrâneos. Toda a terra tema a A-do-nai; todos os habitantes do mundo tremam perante Ele. Porque Ele falou, e foi; Ele ordenou, e perdurou. A-do-nai anulou o conselho de nações; Ele desbaratou os ardis dos povos.
O conselho de A-do-nai perdura eternamente; os pensamentos de Seu coração durante todas as gerações. Feliz é a nação cujo D’us é A-do-nai, o povo que Ele elegeu como patrimônio para Si. A-do-nai olha do céu; Ele contempla toda a humanidade. De Sua morada Ele observa atentamente a todos os habitantes da terra. É Ele quem forma os corações de todos eles, quem percebe todas suas ações. Um rei não é salvo graças a um grande exército; um guerreiro não é resgatado graças a uma grande força. Um corcel é uma falsa garantia de vitória; com todo seu grande vigor não concede a fuga. Mas o olho de A-do-nai está dirigido àqueles que O temem, àqueles que esperam Sua bondade; para salvar sua alma da morte e para provê-los durante épocas de fome. Nossa alma anseia por A-do-nai; Ele é nossa ajuda e nosso escudo. Pois n’Ele se alegrará nosso coração, pois temos confiado no Seu santo Nome. Esteja Tua bondade, A-do-nai, sobre nós, assim como temos depositado nossa esperança em Ti.
LO Não farão o mal nem destruirão em toda a Minha montanha sagrada, pois a terra estará cheia do conhecimento de A-do-nai, como as águas cobrem o mar.
IEHÍ Que seja Tua vontade, A-do-nai nosso D’us e D’us de nossos pais, D’us exaltado, coroado com treze atributos, qualidades de misericórdia, que seja este um momento propício diante de Ti e que Tu consideres a recitação dos Treze Atributos de Misericórdia nos versículos "Quem é um D’us como Tu" que correspondem aos treze atributos "D’us benevolente, misericordioso e gracioso, etc.," que recitamos diante de Ti como se tivéssemos compreendido todos os significados esotéricos e as combinações dos santos Nomes que se formam com eles, e a união de seus atributos, que, um a um, se aproximarão para "adocicar" os julgamentos severos. E assim, atira todos os nossos pecados nas profundezas do mar, e concede-nos dele a plenitude da salvação e da misericórdia. Recorda-nos para a vida, Rei que deseja a vida; inscreve-nos no Livro da Vida, por Ti, D’us vivo. Que sejamos merecedores de alcançar a teshuvá ilaá ("arrependimento do nível mais elevado") pois Tua destra está estendida para receber os penitentes. Rasga o (aspecto) maligno do veredito decretado contra nós; que nossos méritos sejam mencionados diante de Ti, e que Tu Te mostres paciente conosco para o bem. Amén.
YIHIÚ Que as palavras de minha boca e a meditação de meu coração sejam aceitáveis perante Ti, A-do-nai, minha Força e meu Redentor.
(Sacode-se as pontas do talit catan: a roupa de quatro pontas com franjas, usadas pelos varões).
Em sua explicação sobre nossos costumes e tradições, o Rabi Yaacov Levi, conhecido como Maharil, codificador de leis, retrata a origem do costume de Tashlich até épocas muito remotas. É realizado pouco antes do pôr-do-sol na tarde do primeiro dia de Rosh Hashaná, indo às margens de um rio, lago, ou algo semelhante, onde certas preces são recitadas, seguidas pelo simbólico agitar dos cantos de nossas roupas.
Os três últimos versos do profeta Michá, que recitamos em Tashlich, contém a explicação para este costume. Dizemos: "Quem é um D'us como Vós, perdoando a iniqüidade e perdoando a transgressão aos herdeiros de Seu legado. Ele não reteve Sua ira para sempre, porque Ele se regozija na bondade. Ele mais uma vez terá misericórdia de nós. Ele suprimirá nossas iniqüidades; sim, Vós jogareis nossos pecados às profundezas do mar."
O Maharil nos fornece uma explicação mais completa de Tashlich. O Midrash nos diz que quando Avraham (Abraão) e Yitschac (Isaac) foram ao Monte Moriyá para a Akedá (amarração de Yitschac), precisaram cruzar um rio, uma das formas que Satan (o Acusador) usou para impedi-los de cumprirem as ordens de D'us. A correnteza ameaçava levá-los, mas Avraham rezou: "Salve-nos, D'us, pois a água atingiu nossas próprias vidas," e foram salvos da correnteza.
Assim, diz Maharil, nenhum obstáculo deveria impedir-nos de obedecer às ordens de D'us. Aquele que pode mostrar o amor abnegado de Avraham sua prontidão para morrer pela palavra Divina, pode estar certo de que "seus pecados serão jogados ao mar".
Nós e os peixes:
A prece de Tashlich, recitada às margens de um rio, lago ou mar, onde quer que haja peixes, tem um outro significado, despertando-nos pensamentos de arrependimento. Pois isto nos lembra da insegurança da vida do peixe, e o perigo do peixe ser atraído pela isca, ou de ser apanhado na rede do pescador. Nossa vida, também, está repleta de ciladas e tentações.
Somos lembrados da clássica parábola de Rabi Akiva, que desafiou o decreto proibindo o estudo de Torá que o imperador romano Adriano tentou impor aos judeus.
Ao lhe perguntarem por que arriscava sua vida estudando e espalhando os ensinamentos da Torá, Rabi Akiva replicou com a seguinte parábola:
"Uma raposa faminta chegou até a margem de um regato. Viu os peixes nadando incessantemente. A astuta raposa disse aos peixes: 'Vejo que estão vivendo num terror mortal de que caiam na rede do pescador. Saiam aqui para a margem seca, e escaparão da rede do pescador, e então viveremos felizes para sempre, como meus antepassados viveram com os seus.'
"Mas os peixes zombaram da esperta raposa, e responderam: 'Se na água, que representa nossa própria vida, estamos em perigo, certamente deixar a água significaria morte certa para nós!'
"A Torá é nossa própria vida, e não podemos viver sem ela, assim como os peixes não podem viver sem a água. Podemos salvar-nos abandonando nosso modo de vida, os caminhos da Torá?"
Tais são as reflexões que Tashlich desperta no coração.
Finalmente, o peixe nos serve de lembrete adicional do "olho sempre vigilante" da Providência, pois os peixes não têm pálpebras; seus olhos estão sempre abertos. Assim, nada pode ser oculto de D'us. Pelo mesmo padrão, a pessoa extrai coragem e esperança da fé em D'us, pois o Guardião de Israel jamais dorme ou cochila.
Tempo precioso:
Na Idade Média o costume de Tashlich era usado muitas vezes para acusar os judeus de fazer um feitiço sobre a água, ou mesmo envenená-la, e os Rabis eram, naquela época, obrigados a proibir a observância de Tashlich pelas suas comunidades, de forma a não ameaçar-lhes a vida.
Rabi Abahu disse: "Os Anjos Auxiliares perguntaram ao Todo Poderoso: 'Mestre do Universo, por que os judeus não recitam a canção de Halel perante Vós em Rosh Hashaná e Yom Kipur?'
"Respondeu-lhes D'us: Quando um rei senta-se no Trono do Julgamento, com o Livro da Vida e da Morte aberto à Sua frente, é correto que os judeus cantem a Mim nesta época?"
Não há horário para se dormir em Rosh Hashaná: o tempo é precioso demais. Nem bem acabamos a refeição, e voltamos para a sinagoga. No primeiro dia de Rosh Hashaná, Minchá (a prece vespertina) é recitada cedo devido ao Tashlich, e além disso, queremos recitar o maior número de Salmos. Alguns conseguem dizer todo o livro de Tehilim (Salmos) diversas vezes durante os dois dias de Rosh Hashaná. Depois de Minchá, as pessoas saem para Tashlich, ao local mais próximo onde haja água natural e peixes (lago, rio ou oceano).
Ali, à beira da água, fazemos as orações de Tashlich e sacudimos os fios do tsitsit. Isto é simbólico das palavras do profeta Michá: "E atirarás para a profundeza do mar todos os seus pecados..."
Naturalmente, sacudir os cantos da roupa não nos livra de nossos pecados. Mas certamente nos recorda de que devemos fazer uma boa limpeza no coração e livrá-lo de todo o mal.
E de fato, temos a sensação depois do Tashlich de termos nos livrado de um pesado fardo. É uma sensação reconfortante, que nos ajuda na realização das nossas boas decisões para o ano que entra.
Tashlich:
1) MI El Camocha, 2) nossê avon,3) veovêr al pesha, 4) lish’erit nachalato, 5) lo hechezíc laád apo, 6) ki chafêts chessed Hu. 7) Iashuv ierachamênu, 8) yichbosh avotênu, 9) vetashlich bim’tsulot iam col chatotam. 10) Titên emet le Yaacov,11) chessed leAvraham, 12) asher nishbá’ta laavotênu, 13) mimê kedem. 1) Min hametsar caráti Yáh, 2) anani bamerchav Yáh. 3) A-do-nai li, 3) lo ira, 5) ma iaassê li adam. 6) A-do-nai li beozrai, 7) vaani er’ê vesson’ai. 8) Tov lachassot b’A-do-nai mibetoach baadam. 9) Tov lachassot b’A-do-nai mibetoach bindivim.
RANENÚ tsadikim b’A-do-nai, laisharím navá tehilá. Hodú l’A-do-nai bechinór, benêvel assór zamerú ló. Shíru ló shir chadásh, hetívu naguên bit’ruá. Ki iashár devar A-do-nai, vechol maassêhu beemuná. Ohêv tsedacá umishpát, chéssed A-do-nai maleá haárets. Bidvar A-do-nai shamáyim naassú, uvrúach piv col tsevaám. Conês canêd mê haiám, notên beotsarót tehomót. Yireú me’A-do-nai col haárets, miménu iagúru col ioshevê tevel. Ki Hu amar vaiéhi, Hu tsivá vaiaamód. A-do-nai hefir atsát goyím, heni mach’shevót amím.
Atsát A-do-nai leolám taamód, mach’shevót libó ledór vadór. Ashrê hagói asher A-do-nai Eloháv, haám bachár lenachalá ló. Mishamáyim hibit A-do-nai, raá ét col benê haadam. Mimechón shivtó hishguíach, él col ioshevê haárets. Haiotsêr iáchadlibám, hamevin él col maassehém. Ên hamélech noshá beróv cháyil, guibór ló yinatsêl beróv cóach. Shéker hassús lit’shuá, uv’rov chelo ló iemalêt. Hinê ên A-do-nai él iereáv, lameiachalím lechasdó. Lehatsíl mamávet nafshám, ul’chaiotám baraáv. Nafshênu chiketá l’A-do-nai, ezrênu umaguinênu Hu. Ki vó yismách libênu, ki veshêm codshó vatáchnu. Iehí chassdechá A-do-nai alênu caasher yichálnu lách.
LO iarêu velo iash’chítu bechol har codshí, ki mal’á haárets deá et A-do-nai camáyim la’iám mechassim.
IEHÍ ratson milefanecha, A-do-nai E-lo-hê-nu v’Elohê avotênu, El Elion muchtar beshlosh esrê midot mechilin derachamê shetehê shaá zu êt ratson lefanecha vihê olá lefanecha keriát shelosh esrê mechilin derachamê shebipessukê " Mi El camocha", ham’chuvanim el shelosh esrê midot "El Rachum ve Chanun", asher carínu lefanecha, keílu hissagnu col hassodot vetserufê shemot hakedoshim haiots’ím mehem, vezivuguê midotehen, asher achat beachat yigashu lehamtíc et hadinim takifin.
Uvechên tashlich bim’tsulot iam col chatotênu, vetashpía alênu shefa ieshuá verachamim mehen, vezochrênu lechayím, Melech chafêts bachayím, vechotvênu bessêfer hachayím, lemaanchá Elohim chayím, venizke lit’shuvá ilaá, ki ieminchá peshutá lekabêl shavim, uk’rá roa guezar dinênu, vyicar’u lefanecha zechuiotênu, vetaarich apechá alênu letová, Amên.
YIHIÚ leratson imrê fi veheguion libí lefanecha, A-do-nai Tsurí veGoalí.
Sacode-se as pontas do talit catan (a roupa de quatro pontas com franjas, usadas pelos varões).
TRADUÇÃO:
MI 1) Quem é um D’us como Tu, 2) que perdoa a iniquidade 3) e desculpa a transgressão 4) ao restante de Seu patrimônio? 5) Ele não mantém Sua ira para sempre. 6) pois Ele deseja [fazer] bondade. 7) Voltará a mostrar-Se misericordioso conosco, 8) eliminará nossas iniquidades; 9) e Tu atirarás todos os seus pecados às profundezas do mar. 10) Concede verdade a Yaacov, 11) bondade a Avraham, 12) tal como juraste aos nossos pais 13) desde os dias de outrora. 1) Desde a opressão chamei a D’us; 2) com abundante alívio, D’us me respondeu 3) A-do-nai está comigo, 4) não temo – 5) O que pode fazer-me o homem? 6) A-do-nai está comigo entre os que me ajudam, 7) e eu verei [a queda de] meus inimigos. 8) É melhor depender de A-do-nai do que confiar no homem. 9) É melhor depender de A-do-nai do que confiar nos nobres.
RANENÚ Cantem jubilosamente a A-do-nai, vocês, os justos; é digno aos retos oferecer louvor. Louvem a A-do-nai com harpa; cantem-Lhe com lira de dez cordas. Cantem-Lhe uma nova canção; toquem habilmente sons de júbilo. Pois a palavra de A-do-nai é justa; todas Suas obras são feitas com fidelidade. Ele ama a retidão e a justiça; a bondade de A-do-nai preenche a terra. Pela palavra de A-do-nai foram feitos os céus, e pelo sopro de Sua boca todas suas hostes. Ele reúne as águas do mar como um montículo; Ele aloja as profundezas em depósitos subterrâneos. Toda a terra tema a A-do-nai; todos os habitantes do mundo tremam perante Ele. Porque Ele falou, e foi; Ele ordenou, e perdurou. A-do-nai anulou o conselho de nações; Ele desbaratou os ardis dos povos.
O conselho de A-do-nai perdura eternamente; os pensamentos de Seu coração durante todas as gerações. Feliz é a nação cujo D’us é A-do-nai, o povo que Ele elegeu como patrimônio para Si. A-do-nai olha do céu; Ele contempla toda a humanidade. De Sua morada Ele observa atentamente a todos os habitantes da terra. É Ele quem forma os corações de todos eles, quem percebe todas suas ações. Um rei não é salvo graças a um grande exército; um guerreiro não é resgatado graças a uma grande força. Um corcel é uma falsa garantia de vitória; com todo seu grande vigor não concede a fuga. Mas o olho de A-do-nai está dirigido àqueles que O temem, àqueles que esperam Sua bondade; para salvar sua alma da morte e para provê-los durante épocas de fome. Nossa alma anseia por A-do-nai; Ele é nossa ajuda e nosso escudo. Pois n’Ele se alegrará nosso coração, pois temos confiado no Seu santo Nome. Esteja Tua bondade, A-do-nai, sobre nós, assim como temos depositado nossa esperança em Ti.
LO Não farão o mal nem destruirão em toda a Minha montanha sagrada, pois a terra estará cheia do conhecimento de A-do-nai, como as águas cobrem o mar.
IEHÍ Que seja Tua vontade, A-do-nai nosso D’us e D’us de nossos pais, D’us exaltado, coroado com treze atributos, qualidades de misericórdia, que seja este um momento propício diante de Ti e que Tu consideres a recitação dos Treze Atributos de Misericórdia nos versículos "Quem é um D’us como Tu" que correspondem aos treze atributos "D’us benevolente, misericordioso e gracioso, etc.," que recitamos diante de Ti como se tivéssemos compreendido todos os significados esotéricos e as combinações dos santos Nomes que se formam com eles, e a união de seus atributos, que, um a um, se aproximarão para "adocicar" os julgamentos severos. E assim, atira todos os nossos pecados nas profundezas do mar, e concede-nos dele a plenitude da salvação e da misericórdia. Recorda-nos para a vida, Rei que deseja a vida; inscreve-nos no Livro da Vida, por Ti, D’us vivo. Que sejamos merecedores de alcançar a teshuvá ilaá ("arrependimento do nível mais elevado") pois Tua destra está estendida para receber os penitentes. Rasga o (aspecto) maligno do veredito decretado contra nós; que nossos méritos sejam mencionados diante de Ti, e que Tu Te mostres paciente conosco para o bem. Amén.
YIHIÚ Que as palavras de minha boca e a meditação de meu coração sejam aceitáveis perante Ti, A-do-nai, minha Força e meu Redentor.
(Sacode-se as pontas do talit catan: a roupa de quatro pontas com franjas, usadas pelos varões).
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26 de dezembro de 2009
ROSH HASHANÁ – ANO NOVO JUDAICO
Fonte: Wikipedia
Rosh Hashaná (em hebraico: ראש השנה , literalmente "cabeça do ano") é o nome dado ao ano-novo no Judaísmo. Dentro da tradição rabínica, o Rosh Hashaná ocorre no primeiro dia do mês de “Tishrei”, primeiro mês do ano no calendário judaico rabínico e sétimo mês no calendário bíblico.
A Torá (Ensinamentos) refere-se a este dia como o Dia da Aclamação (Yom Teruá Levítico 23:24), pelo que os judeus caraítas seguem esta data, mas não o consideram como princípio do ano.Já a literatura rabínica diz que foi neste dia que Adão e Eva foram criados e neste mesmo dia incorreram em erro ao tomar da Árvore da Ciência do Bem e do Mal. Também teria sido neste dia que Caim teria matado seu irmão Abel. Por isto, considera-se este dia como Dia de Julgamento (Yom ha-Din) e Dia de Lembrança (Yom ha-Zikkaron), o início de um período de instrospecção e meditação de dez dias ( Yamim Noraim) que culminará no Yom Kipur (Dia do Perdão), um período no qual se crê o Criador julga os homens. Segundo a sabedoria popular, no dia do Yom Kipur Deus abre o “Livro da Vida”, no qual Ele julga todas as criaturas existentes (Plantas e animais), por isso, quando judeus se encontram nas ruas, geralmente, eles saúdam “HaTimá Tová!” (Boas escrituras!) e “Shaná Tová!” (Feliz Ano Novo!).
TRADIÇÕES & COSTUMES:
"Shaná Tová!" (Feliz Ano Novo!) em hebraico (Detalhe acima)
A comemoração é efetuada durante os dois primeiros dias de “Tishrei” conforme o costume pós-exílico para se garantir a comemoração no dia correto nas comunidades judaicas da Diáspora (Que vivem fora de Israel).
A celebração começa ao anoitecer na vespéra com o toque do shofar. É costume se comer certos alimentos representativos durante o Rosh Hashaná como maçãs com mel e açúcar para representar um ano doce. Também se come "Rosh shel Dag", cabeça de peixe. Esse alimento incentiva a começar um ano bom com a cabeça, a parte mais alta do corpo. Durante a tarde do primeiro dia se realiza o tashlikh, um costume de recitar-se certas preces e jogar pedras ou pedaços de pão na água como um símbolo da eliminação dos pecados. Além disso, é costume comer as sementes da romã, pois essa fruta possui o mesmo número de sementes (613) que os mandamentos (Mitzvot) de Deus que os judeus devem, ou pelo menos tentam, obedecer diariamente.
Durante os Yamim Noraim muitas orações (Selichot) e poemas religiosos ( Piyuttim) são entoados junto com as orações normais.
Rosh Hashaná (em hebraico: ראש השנה , literalmente "cabeça do ano") é o nome dado ao ano-novo no Judaísmo. Dentro da tradição rabínica, o Rosh Hashaná ocorre no primeiro dia do mês de “Tishrei”, primeiro mês do ano no calendário judaico rabínico e sétimo mês no calendário bíblico.
A Torá (Ensinamentos) refere-se a este dia como o Dia da Aclamação (Yom Teruá Levítico 23:24), pelo que os judeus caraítas seguem esta data, mas não o consideram como princípio do ano.Já a literatura rabínica diz que foi neste dia que Adão e Eva foram criados e neste mesmo dia incorreram em erro ao tomar da Árvore da Ciência do Bem e do Mal. Também teria sido neste dia que Caim teria matado seu irmão Abel. Por isto, considera-se este dia como Dia de Julgamento (Yom ha-Din) e Dia de Lembrança (Yom ha-Zikkaron), o início de um período de instrospecção e meditação de dez dias ( Yamim Noraim) que culminará no Yom Kipur (Dia do Perdão), um período no qual se crê o Criador julga os homens. Segundo a sabedoria popular, no dia do Yom Kipur Deus abre o “Livro da Vida”, no qual Ele julga todas as criaturas existentes (Plantas e animais), por isso, quando judeus se encontram nas ruas, geralmente, eles saúdam “HaTimá Tová!” (Boas escrituras!) e “Shaná Tová!” (Feliz Ano Novo!).
TRADIÇÕES & COSTUMES:
"Shaná Tová!" (Feliz Ano Novo!) em hebraico (Detalhe acima)
A comemoração é efetuada durante os dois primeiros dias de “Tishrei” conforme o costume pós-exílico para se garantir a comemoração no dia correto nas comunidades judaicas da Diáspora (Que vivem fora de Israel).
A celebração começa ao anoitecer na vespéra com o toque do shofar. É costume se comer certos alimentos representativos durante o Rosh Hashaná como maçãs com mel e açúcar para representar um ano doce. Também se come "Rosh shel Dag", cabeça de peixe. Esse alimento incentiva a começar um ano bom com a cabeça, a parte mais alta do corpo. Durante a tarde do primeiro dia se realiza o tashlikh, um costume de recitar-se certas preces e jogar pedras ou pedaços de pão na água como um símbolo da eliminação dos pecados. Além disso, é costume comer as sementes da romã, pois essa fruta possui o mesmo número de sementes (613) que os mandamentos (Mitzvot) de Deus que os judeus devem, ou pelo menos tentam, obedecer diariamente.
Durante os Yamim Noraim muitas orações (Selichot) e poemas religiosos ( Piyuttim) são entoados junto com as orações normais.
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5 de dezembro de 2009
O QUE É HAVDALÁ E COMO DEVO FAZÊ-LA?
Fonte: www.chabad.org.br
RESPOSTA:
Havdalá é a cerimônia que fazemos semanalmente ao término do Shabat, após o completo anoitecer de sábado. Sua função é assinalar formalmente o fim do Shabat. A palavra significa "separação," pois Havdalá funciona como um divisor de tempo, separando a serenidade e santidade do Shabat, do trabalho e correria dos demais dias da semana.
A cerimônia da Havdalá não toma mais do que poucos minutos. Além de marcar o término do Shabat, preconiza o início de uma boa semana.
O que deve-se ter à mão para fazer a Havdalá?
Você precisará de um copo de prata repleto com vinho, cerveja ou suco de uva, cravos da índia colocados em uma caixinha que preserve seu aroma e guardado para este fim e uma vela com pavio duplo - tradicionalmente uma vela de cera retorcida especial para a Havdalá. Duas velas mantidas juntas pelas chamas também serve.
A Havdalá é realizada tradicionalmente com a família ou demais presentes reunindo-os ao redor da mesa e convidando a todos a participar.
Por que a bebida?
Porque estas bebidas dão a idéia de dignidade, e você deseja entrar e sair do Shabat com dignidade.
Por que os temperos?
Para restaurar sua alma quando da partida de uma alma adicional que nos acompanha durante o Shabat.
E por que os dois pavios/chamas?
Simbolizam os dois pedernais que Adam usou após o primeiro Shabat para acender sua vela de Havdalá.
Segura-se na palma da mão direita um cálice de vinho, suco de uva ou cerveja (contendo no mínimo 86 ml), e recita-se a havdalá, de pé, em voz alta:
Hinê E-l yeshuati; evtach velô efchad, ki ozi vezim-rat Y-a, A-do-nai, vayhi li lishuá. Ush'avtêm má-yim bessasson, mimaaynê hayshuá. L'A-do-nai hay-shuá; al amechá birchatêcha, sêla. A-do-nai Tseva-ot imánu; misgav lánu, E-lo-hê Yaacov, sêla. A-do-nai Tseva-ot, ashrê adam botêach Bach. A-do-nai hoshía; ha'Mêlech yaanênu veyom cor'ênu.
Tradução:
Eis que D'us é minha salvação; confiarei e não temerei, pois A-do-nai é minha força e canção, e Se tornou minha salvação. Portanto, hauri com alegria água das fontes de salvação. A salvação cabe a A-do-nai; Tua bênção está sobre Teu povo, para todo o sempre. A-do-nai dos Exércitos está conosco; o D'us de Yaacov é nossa Fortaleza, para todo o sempre. A-do-nai dos Exércitos, louvado é o homem que confia em Ti. Salva, A-do-nai; responde-nos, ó Rei, neste dia em que chamamos.
*Neste momento os presentes costumam recitar o seguinte versículo em voz alta e o condutor o repete:
Layhudim hayetá orá, vessimchá, vessasson, vicar; ken tihyê lánu.
Tradução:
Para os judeus houve luz, alegria, júbilo e honra; que assim seja para nós.
Cos yeshuot essá, uvshêm A-do-nai ecrá. Savri ma-ranan:
Baruch Atá A-do-nai, E-lo-hê-nu Mêlech hao-lam...
quando sobre vinho ou suco de uva:...borê peri hagáfen (quando sobre cerveja: ...shehacol nihyá bidvarô).
Tradução:
Elevarei o copo da salvação, e em nome de A-do-nai chamarei. Atenção Senhores: Bendito és Tu, A-do-nai, nosso D'us, Rei do Universo quando sobre vinho: que cria o fruto da vinha (quando sobre cerveja, que tudo vem a existir por Seu verbo).
Passa-se o cálice com o vinho para a mão esquerda e, na direita, segura-se a caixa contendo especiarias (como cravo e/ou canela), recitando a bênção:
Baruch Atá A-do-nai, E-lo-hê-nu Mêlech haolam, borê minê bessamim.
Tradução:
Bendito és Tu, A-do-nai, nosso D'us, Rei do Universo, que cria diversos tipos de especiarias aromáticas. Depois que o condutor cheira as especiarias, passa-as para os presentes. Cada um recita a bênção das especiarias antes de cheirá-las. Um dos presentes segura uma vela trançada acesa (ou, na falta desta, duas velas simples cruzadas de modo a fazer uma só chama dos dois pavios), e o oficiante recita a bênção do fogo:
Baruch Atá A-do-nai, E-lo-hê-nu Mêlech haolam, borê meorê haesh.
Tradução:
Bendito és Tu, A-do-nai, nosso D'us, Rei do Universo, que cria as chamas do fogo.
Com o cálice na mão esquerda, o condutor dobra o polegar da mão direita debaixo dos quatro dedos e mira o contraste da luz e da sombra, provocado pelas chamas da vela. Os homens presentes também miram a sombra dos dedos das mãos (as mulheres geralmente não o fazem).
Em seguida,o condutor pega novamente o cálice na mão direita e termina a havdalá.
Baruch Atá A-do-nai, E-lo-hê-nu Mêlech haolam, hamavdil ben côdesh lechol, ben or lechôshech, ben Yisrael laamim, ben yom hashevií leshêshet yemê hamaassê. Baruch Atá A-do-nai, hamavdil ben côdesh lechol.
Bendito és Tu, A-do-nai, nosso D'us, Rei do Universo, que distingue entre santo e profano, entre luz e trevas, entre Israel e as nações, entre o sétimo dia e os seis dias de trabalho. Bendito és Tu, A-do-nai, que distingue entre o santo [Shabat] e o comum [os dias das semana].
Quem recitou a havdalá bebe a maior parte do conteúdo do copo de havdalá, sentado. (O vinho de havdalá não é repartido entre os presentes.) Com o restante da bebida apaga a vela trançada. E... Shavuá Tov!
Tenha uma ótima semana!
A bênção pós-alimento para vinho ou cerveja é recitada por qem fez a havdalá; ela que encontra-se no Sidur ou Manual de Bênçãos.
Após a havdalá do final de Shabat costuma-se recitar "Veyi-ten lechá", versículos que contêm bênçãos, para iniciar a nova semana abençoada. O texto completo encontra-se no Sidur.
RESPOSTA:
Havdalá é a cerimônia que fazemos semanalmente ao término do Shabat, após o completo anoitecer de sábado. Sua função é assinalar formalmente o fim do Shabat. A palavra significa "separação," pois Havdalá funciona como um divisor de tempo, separando a serenidade e santidade do Shabat, do trabalho e correria dos demais dias da semana.
A cerimônia da Havdalá não toma mais do que poucos minutos. Além de marcar o término do Shabat, preconiza o início de uma boa semana.
O que deve-se ter à mão para fazer a Havdalá?
Você precisará de um copo de prata repleto com vinho, cerveja ou suco de uva, cravos da índia colocados em uma caixinha que preserve seu aroma e guardado para este fim e uma vela com pavio duplo - tradicionalmente uma vela de cera retorcida especial para a Havdalá. Duas velas mantidas juntas pelas chamas também serve.
A Havdalá é realizada tradicionalmente com a família ou demais presentes reunindo-os ao redor da mesa e convidando a todos a participar.
Por que a bebida?
Porque estas bebidas dão a idéia de dignidade, e você deseja entrar e sair do Shabat com dignidade.
Por que os temperos?
Para restaurar sua alma quando da partida de uma alma adicional que nos acompanha durante o Shabat.
E por que os dois pavios/chamas?
Simbolizam os dois pedernais que Adam usou após o primeiro Shabat para acender sua vela de Havdalá.
Segura-se na palma da mão direita um cálice de vinho, suco de uva ou cerveja (contendo no mínimo 86 ml), e recita-se a havdalá, de pé, em voz alta:
Hinê E-l yeshuati; evtach velô efchad, ki ozi vezim-rat Y-a, A-do-nai, vayhi li lishuá. Ush'avtêm má-yim bessasson, mimaaynê hayshuá. L'A-do-nai hay-shuá; al amechá birchatêcha, sêla. A-do-nai Tseva-ot imánu; misgav lánu, E-lo-hê Yaacov, sêla. A-do-nai Tseva-ot, ashrê adam botêach Bach. A-do-nai hoshía; ha'Mêlech yaanênu veyom cor'ênu.
Tradução:
Eis que D'us é minha salvação; confiarei e não temerei, pois A-do-nai é minha força e canção, e Se tornou minha salvação. Portanto, hauri com alegria água das fontes de salvação. A salvação cabe a A-do-nai; Tua bênção está sobre Teu povo, para todo o sempre. A-do-nai dos Exércitos está conosco; o D'us de Yaacov é nossa Fortaleza, para todo o sempre. A-do-nai dos Exércitos, louvado é o homem que confia em Ti. Salva, A-do-nai; responde-nos, ó Rei, neste dia em que chamamos.
*Neste momento os presentes costumam recitar o seguinte versículo em voz alta e o condutor o repete:
Layhudim hayetá orá, vessimchá, vessasson, vicar; ken tihyê lánu.
Tradução:
Para os judeus houve luz, alegria, júbilo e honra; que assim seja para nós.
Cos yeshuot essá, uvshêm A-do-nai ecrá. Savri ma-ranan:
Baruch Atá A-do-nai, E-lo-hê-nu Mêlech hao-lam...
quando sobre vinho ou suco de uva:...borê peri hagáfen (quando sobre cerveja: ...shehacol nihyá bidvarô).
Tradução:
Elevarei o copo da salvação, e em nome de A-do-nai chamarei. Atenção Senhores: Bendito és Tu, A-do-nai, nosso D'us, Rei do Universo quando sobre vinho: que cria o fruto da vinha (quando sobre cerveja, que tudo vem a existir por Seu verbo).
Passa-se o cálice com o vinho para a mão esquerda e, na direita, segura-se a caixa contendo especiarias (como cravo e/ou canela), recitando a bênção:
Baruch Atá A-do-nai, E-lo-hê-nu Mêlech haolam, borê minê bessamim.
Tradução:
Bendito és Tu, A-do-nai, nosso D'us, Rei do Universo, que cria diversos tipos de especiarias aromáticas. Depois que o condutor cheira as especiarias, passa-as para os presentes. Cada um recita a bênção das especiarias antes de cheirá-las. Um dos presentes segura uma vela trançada acesa (ou, na falta desta, duas velas simples cruzadas de modo a fazer uma só chama dos dois pavios), e o oficiante recita a bênção do fogo:
Baruch Atá A-do-nai, E-lo-hê-nu Mêlech haolam, borê meorê haesh.
Tradução:
Bendito és Tu, A-do-nai, nosso D'us, Rei do Universo, que cria as chamas do fogo.
Com o cálice na mão esquerda, o condutor dobra o polegar da mão direita debaixo dos quatro dedos e mira o contraste da luz e da sombra, provocado pelas chamas da vela. Os homens presentes também miram a sombra dos dedos das mãos (as mulheres geralmente não o fazem).
Em seguida,o condutor pega novamente o cálice na mão direita e termina a havdalá.
Baruch Atá A-do-nai, E-lo-hê-nu Mêlech haolam, hamavdil ben côdesh lechol, ben or lechôshech, ben Yisrael laamim, ben yom hashevií leshêshet yemê hamaassê. Baruch Atá A-do-nai, hamavdil ben côdesh lechol.
Bendito és Tu, A-do-nai, nosso D'us, Rei do Universo, que distingue entre santo e profano, entre luz e trevas, entre Israel e as nações, entre o sétimo dia e os seis dias de trabalho. Bendito és Tu, A-do-nai, que distingue entre o santo [Shabat] e o comum [os dias das semana].
Quem recitou a havdalá bebe a maior parte do conteúdo do copo de havdalá, sentado. (O vinho de havdalá não é repartido entre os presentes.) Com o restante da bebida apaga a vela trançada. E... Shavuá Tov!
Tenha uma ótima semana!
A bênção pós-alimento para vinho ou cerveja é recitada por qem fez a havdalá; ela que encontra-se no Sidur ou Manual de Bênçãos.
Após a havdalá do final de Shabat costuma-se recitar "Veyi-ten lechá", versículos que contêm bênçãos, para iniciar a nova semana abençoada. O texto completo encontra-se no Sidur.
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O QUE É "SEVIVON"?
Fonte: Wikipédia
O dreidel (סביבון , Sevivon) é um pião de 4 lados jogado durante o feriado judaico de Chanucá.
Cada lado do dreidel possui uma letra do alfabeto hebraico: נ (Nun), ג (Gimel), ה (Hei), ש (Shin), que juntas foram o acrônimo para "נס גדול היה שם" (Nes Gadol Haya Sham – "um grande milagre aconteceu lá").
Estas letras também são um mnemônico para as regras do jogo tradicionalmente jogado pelas crianças com o dreidel Nun para a palavra Yiddish "nit" ('nada'), hei para "halb" ('metade'), guímel para "gants" ('tudo'), and shin para "shteln" ('coloque').
Em Israel:
Em Israel, ao invés de ש (Shin), a letra פ (Pe) é usada para indicar a localização do milagre — "פה" (Po – "aqui").
Este costume foi adotado depois da captura de Jerusalém durante a Guerra dos Seis Dias, mas é rejeitado pela maioria do Haredim. Por isso, nas lojas de brinquedos de Meah Shearim, um enclave ultra-ortodoxo, são os únicos lugares onde podem ser encontrados os dreidels com "Shin".
Origem das Palavras:
A palavra Yiddish "dreidel" vem da palavra alemã "drehen" ("turn" - "Volta").
A palavra hebraica "sevivon" vem da raiz "sov" ("volta") e foi inventada por Itamar Ben-Avi (o filho de Eliezer Ben-Yehuda) quando tinha apenas 5 anos. Antes disso, outras palavras foram usadas por Hayyim Nahman Bialik em seus poemas.
Origem do Jogo:
Segundo David Golinkin, rabino e professor e reitor do Schechter Institute of Jewish Studies em Jerusalem, a partir do século XIX, muitos rabinos procuraram explicações para o jogo do dreidel.
Uma explicação aventada é que o dreidel é jogado em parte para comemorar um jogo que os judeus sob o domínio Grego jogam para camuflar o estudo da Torá. Apesar da lei grega proibir esse estudo, os judeus se reuniam em cavernas para fazê-lo. Um vigia era posto para alerta o grupo da presença de soldados gregos, e caso esses aparecessem os judeus guardavam seus estudos e começavam a rodar piões e jogar com moedas.
Outras explicações existem, mas o mais provável, segundo Golinkin, é que o dreidel seja apenas uma variante de outros jogos semelhantes como o totum ou teetotum, jogado na Inglaterra e Irlanda na época do Natal pelo menos desde 1500, ou de um jogo semelhante, da Alemanha, onde aparecem no pião as letras N = Nichts = nada; G = Ganz = tudo; H = Halb = metade; and S = Stell ein = coloque.
Como Jogar:
Parte da tradição é jogar sob a luz da Menorá de Chanucá, para manter as crianças entretidas enquanto as velas queimam.
Para começar, cada jogador deve receber a mesma quantidade de moedas iguais (ou o mesmo valor, o que pode ser confuso para crianças pequenas). Dez a quinze moedas é um valor razoável. Também podem ser utilizadas fichas, nozes ou outro marcador.
A cada partida, eles devem depositar uma quantia igual na mesa (combinada anteriormente). A cada rodada de uma partida, cada jogador deve girar o sevivon em seqüência, e obedecer o que manda a letra que obtiver:
* נ - Nun: não perde nem ganha nada
* ג - Guímel: ganha todas as moedas da mesa
* ה - Hei: ganha a metade das moedas da mesa
* ש - Shin: deposita na mesa o mesmo valor que depositou no início
O jogo pode durar até que um jogador tenha ficado com todo o dinheiro, ou simplesmente quando os jogadores quiserem parar.
O dreidel (סביבון , Sevivon) é um pião de 4 lados jogado durante o feriado judaico de Chanucá.
Cada lado do dreidel possui uma letra do alfabeto hebraico: נ (Nun), ג (Gimel), ה (Hei), ש (Shin), que juntas foram o acrônimo para "נס גדול היה שם" (Nes Gadol Haya Sham – "um grande milagre aconteceu lá").
Estas letras também são um mnemônico para as regras do jogo tradicionalmente jogado pelas crianças com o dreidel Nun para a palavra Yiddish "nit" ('nada'), hei para "halb" ('metade'), guímel para "gants" ('tudo'), and shin para "shteln" ('coloque').
Em Israel:
Em Israel, ao invés de ש (Shin), a letra פ (Pe) é usada para indicar a localização do milagre — "פה" (Po – "aqui").
Este costume foi adotado depois da captura de Jerusalém durante a Guerra dos Seis Dias, mas é rejeitado pela maioria do Haredim. Por isso, nas lojas de brinquedos de Meah Shearim, um enclave ultra-ortodoxo, são os únicos lugares onde podem ser encontrados os dreidels com "Shin".
Origem das Palavras:
A palavra Yiddish "dreidel" vem da palavra alemã "drehen" ("turn" - "Volta").
A palavra hebraica "sevivon" vem da raiz "sov" ("volta") e foi inventada por Itamar Ben-Avi (o filho de Eliezer Ben-Yehuda) quando tinha apenas 5 anos. Antes disso, outras palavras foram usadas por Hayyim Nahman Bialik em seus poemas.
Origem do Jogo:
Segundo David Golinkin, rabino e professor e reitor do Schechter Institute of Jewish Studies em Jerusalem, a partir do século XIX, muitos rabinos procuraram explicações para o jogo do dreidel.
Uma explicação aventada é que o dreidel é jogado em parte para comemorar um jogo que os judeus sob o domínio Grego jogam para camuflar o estudo da Torá. Apesar da lei grega proibir esse estudo, os judeus se reuniam em cavernas para fazê-lo. Um vigia era posto para alerta o grupo da presença de soldados gregos, e caso esses aparecessem os judeus guardavam seus estudos e começavam a rodar piões e jogar com moedas.
Outras explicações existem, mas o mais provável, segundo Golinkin, é que o dreidel seja apenas uma variante de outros jogos semelhantes como o totum ou teetotum, jogado na Inglaterra e Irlanda na época do Natal pelo menos desde 1500, ou de um jogo semelhante, da Alemanha, onde aparecem no pião as letras N = Nichts = nada; G = Ganz = tudo; H = Halb = metade; and S = Stell ein = coloque.
Como Jogar:
Parte da tradição é jogar sob a luz da Menorá de Chanucá, para manter as crianças entretidas enquanto as velas queimam.
Para começar, cada jogador deve receber a mesma quantidade de moedas iguais (ou o mesmo valor, o que pode ser confuso para crianças pequenas). Dez a quinze moedas é um valor razoável. Também podem ser utilizadas fichas, nozes ou outro marcador.
A cada partida, eles devem depositar uma quantia igual na mesa (combinada anteriormente). A cada rodada de uma partida, cada jogador deve girar o sevivon em seqüência, e obedecer o que manda a letra que obtiver:
* נ - Nun: não perde nem ganha nada
* ג - Guímel: ganha todas as moedas da mesa
* ה - Hei: ganha a metade das moedas da mesa
* ש - Shin: deposita na mesa o mesmo valor que depositou no início
O jogo pode durar até que um jogador tenha ficado com todo o dinheiro, ou simplesmente quando os jogadores quiserem parar.
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O QUE É UMA “KIPAH”?
Fonte: Associação de Juventude Israelita Hehaver
Kipah, em hebraico, origina-se da palavra cúpula e abóbada. É uma espécie de gorro que cobre a cabeça dos homens.
Desde os dias de Moisés uma das características que distinguem o povo judeu tem sido o costume de cobrir a cabeça.
É expressamente proibido entrar numa sinagoga, mencionar o nome de D'us, recitar uma bênção, estudar a Torah ou realizar qualquer acto religioso de cabeça descoberta.
De onde veio o costume? O conceito do Kipah foi realmente estabelecido como uma parte do vestuário judaico para ser usado nas orações. D'us foi cuidadoso em deixar claro para Moisés que o povo necessitava de um mediador para que pudesse ter comunicações com Ele.
Embora esse costume fosse originalmente aplicável somente ao sacerdote, mais tarde, na história, um número de pessoas da comunidade judaica começou a usar a Kipah. A suposição era que se para os sacerdotes era exigido cobrir suas cabeças, então deveria ser apropriado para todos os homens usar esse sinal de submissão.
Por outro lado o homem deve ter a cabeça coberta para mostrar humildade ao orar. O cobrir a cabeça é uma lembrança para Israel que há alguém cuidando dele, lembrando que há alguém acima de nós, que nos acompanha e observa nossos actos.
Os judeus sempre caminham em submissão e humildade ante o Senhor que está sempre cuidando deles.
Kipah, em hebraico, origina-se da palavra cúpula e abóbada. É uma espécie de gorro que cobre a cabeça dos homens.
Desde os dias de Moisés uma das características que distinguem o povo judeu tem sido o costume de cobrir a cabeça.
É expressamente proibido entrar numa sinagoga, mencionar o nome de D'us, recitar uma bênção, estudar a Torah ou realizar qualquer acto religioso de cabeça descoberta.
De onde veio o costume? O conceito do Kipah foi realmente estabelecido como uma parte do vestuário judaico para ser usado nas orações. D'us foi cuidadoso em deixar claro para Moisés que o povo necessitava de um mediador para que pudesse ter comunicações com Ele.
Embora esse costume fosse originalmente aplicável somente ao sacerdote, mais tarde, na história, um número de pessoas da comunidade judaica começou a usar a Kipah. A suposição era que se para os sacerdotes era exigido cobrir suas cabeças, então deveria ser apropriado para todos os homens usar esse sinal de submissão.
Por outro lado o homem deve ter a cabeça coberta para mostrar humildade ao orar. O cobrir a cabeça é uma lembrança para Israel que há alguém cuidando dele, lembrando que há alguém acima de nós, que nos acompanha e observa nossos actos.
Os judeus sempre caminham em submissão e humildade ante o Senhor que está sempre cuidando deles.
O QUE É TEFILIM?
Fonte: Wikipédia
Tefilin (em hebraico תפילין, com raiz na palavra tefilá, significando "prece") é o nome dado a duas caixinhas de couro, cada qual presa a uma tira de couro de animal kasher, dentro das quais está contido um pergaminho com os quatro trechos da Torá em que se baseia o uso dos filactérios (Shemá Israel, Vehaiá Im Shamoa, Cadêsh Li e Vehayá Ki Yeviachá).
Também é conhecido em português como filactério, vindo do termo grego fylaktérion, que significa basicamente "posto avançado", "fortificação" ou "protecção", o que explica a utilização destes objectos como protecção ou amuleto.
Conteúdo dos tefilim
Os tefilins contêm pergaminhos onde estão inscritos quatro trechos da Torá que enfatizam a recordação dos mandamentos e da obediência a D-us.
Essas porções do texto bíblico, conforme vertidos para português pela tradução Almeida, Versão Corrigida e Fiel, são alistados em seguida segundo a ordem em que surgem no conjunto dos textos sagrados:
* Êxodo 13:1-10
"Então falou o Senhor a Moisés, dizendo: Santifica-me todo o primogênito, o que abrir toda a madre entre os filhos de Israel, de homens e de animais; porque meu é. E Moisés disse ao povo: Lembrai-vos deste mesmo dia, em que saístes do Egito, da casa da servidão; pois com mão forte o Senhor vos tirou daqui; portanto não comereis pão levedado. Hoje, no mês de Abibe, vós saís. E acontecerá que, quando o Senhor te houver introduzido na terra dos cananeus, e dos heteus, e dos amorreus, e dos heveus, e dos jebuseus, a qual jurou a teus pais que te daria, terra que mana leite e mel, guardarás este culto neste mês. Sete dias comerás pães ázimos, e ao sétimo dia haverá festa ao Senhor. Sete dias se comerá pães ázimos, e o levedado não se verá contigo, nem ainda fermento será visto em todos os teus termos. E naquele mesmo dia farás saber a teu filho, dizendo: Isto é pelo que o Senhor me tem feito, quando eu saí do Egito. E te será por sinal sobre tua mão e por lembrança entre teus olhos, para que a lei do Senhor esteja em tua boca; porquanto com mão forte o Senhor te tirou do Egito. Portanto tu guardarás este estatuto a seu tempo, de ano em ano."
* Êxodo 13:11-16
"Também acontecerá que, quando o Senhor te houver introduzido na terra dos cananeus, como jurou a ti e a teus pais, quando ta houver dado, separarás para o Senhor tudo o que abrir a madre e todo o primogênito dos animais que tiveres; os machos serão do Senhor. Porém, todo o primogênito da jumenta resgatarás com um cordeiro; e se o não resgatares, cortar-lhe-ás a cabeça; mas todo o primogênito do homem, entre teus filhos, resgatarás. E quando teu filho te perguntar no futuro, dizendo: Que é isto? Dir-lhe-ás: O Senhor nos tirou com mão forte do Egito, da casa da servidão. Porque sucedeu que, endurecendo-se Faraó, para não nos deixar ir, o Senhor matou todos os primogênitos na terra do Egito, desde o primogênito do homem até o primogênito dos animais; por isso eu sacrifico ao Senhor todos os primogênitos, sendo machos; porém a todo o primogênito de meus filhos eu resgato. E será isso por sinal sobre tua mão, e por frontais entre os teus olhos; porque o Senhor, com mão forte, nos tirou do Egito."
* Deuteronômio 6:4-9
"Ouve, Israel, o Senhor nosso Deus é o único Senhor. Amarás, pois, o Senhor teu Deus de todo o teu coração, e de toda a tua alma, e de todas as tuas forças. E estas palavras, que hoje te ordeno, estarão no teu coração; e as ensinarás a teus filhos e delas falarás assentado em tua casa, e andando pelo caminho, e deitando-te e levantando-te. Também as atarás por sinal na tua mão, e te serão por frontais entre os teus olhos. E as escreverás nos umbrais de tua casa, e nas tuas portas."
* Deuteronômio 11:13-21
"E será que, se diligentemente obedecerdes a meus mandamentos que hoje vos ordeno, de amar ao Senhor vosso Deus, e de o servir de todo o vosso coração e de toda a vossa alma, então darei a chuva da vossa terra a seu tempo, a temporã e a serôdia, para que recolhais o vosso grão, e o vosso mosto e o vosso azeite. E darei erva no teu campo aos teus animais, e comerás, e fartar-te-ás. Guardai-vos, que o vosso coração não se engane, e vos desvieis, e sirvais a outros deuses, e vos inclineis perante eles; e a ira do Senhor se acenda contra vós, e feche ele os céus, e não haja água, e a terra não dê o seu fruto, e cedo pereçais da boa terra que o Senhor vos dá. Ponde, pois, estas minhas palavras no vosso coração e na vossa alma, e atai-as por sinal na vossa mão, para que estejam por frontais entre os vossos olhos. E ensinai-as a vossos filhos, falando delas assentado em tua casa, e andando pelo caminho, e deitando-te, e levantando-te; e escreve-as nos umbrais de tua casa, e nas tuas portas; para que se multipliquem os vossos dias e os dias de vossos filhos na terra que o Senhor jurou a vossos pais dar-lhes, como os dias dos céus sobre a terra."
Estes trechos da Torá são conhecidos pelos judeus como Shemá Yisrael (o mais importante, e citado acima em terceiro lugar), Vehaiá Im Shamoa, Cadêsh Li e Vehayá Ki Yeviachá.
Utilização:
O judaísmo rabínico diz que além dos mandamentos da Torá, Moshê também recebeu através da Torá Oral os procedimentos de como confeccionar os tefilin, que teriam sido transmitidos de geração em geração até serem escritos na Mishná, no Talmud e no Shulkhan Arukh.
Os rabinos defendem que os tefilin sejam colocados diariamente pelas manhãs com a prece matinal ou pelo menos até o pôr-do-sol recitando-se o Shemá. Os tefilin somente não são utilizados em Shabat, Yom Tov e Chol Hamoêd. A partir dos 13 anos de idade, com o Bar mitsvá um menino passa a usar os tefilin.
Em seu método de utilização coloca-se uma caixinha no braço esquerdo para que fique próxima do coração (shel yad) e enrola-se uma das tiras na mão esquerda, e a outra caixinha na testa, entre os olhos, como frontal (shel rosh).
A respeito da prática de usar tais caixinhas, ou filactérios, The Jewish Encyclopedia (A Enciclopédia Judaica, 1976, Vol. X, página 21) observa:
"As leis que governavam o uso de filactérios foram tiradas pelos Rabinos de quatro trechos bíblicos. Ao passo que esses trechos foram interpretados literalmente pela maioria dos comentaristas, [...] os Rabinos sustentavam que somente a lei geral foi expressa na Bíblia, a sua aplicação e elaboração sendo assuntos inteiramente da alçada da tradição e da dedução."
De acordo com o Shulkhan Arukh, no momento de colocar tefilin é considerado como se o judeu cumprisse toda a Torá. Talmud Rosh Hashaná 17a menciona que aquele que nunca colocou tefilin comete uma falha muito grave. Os sábios judeus consideram que ao usar tefilin, todos os povos temerão Israel. Esta ênfase foi dada, por exemplo, pelo Rebe de Chabad em 1967 que pouco antes da Guerra dos Seis Dias proclamou que Israel estava em grande perigo e incentivou uma campanha pelo uso dos tefilins. A surpreendente e rápida vitória de Israel nesta guerra foi atribuída pelo Rebe ao grande número de pessoas que aderiram a campanha.
A recomendação é que tefilins sejam adquiridos apenas de pessoas confiáveis e que sejam verificados de ano em ano por um sofêr.
Tefilin (em hebraico תפילין, com raiz na palavra tefilá, significando "prece") é o nome dado a duas caixinhas de couro, cada qual presa a uma tira de couro de animal kasher, dentro das quais está contido um pergaminho com os quatro trechos da Torá em que se baseia o uso dos filactérios (Shemá Israel, Vehaiá Im Shamoa, Cadêsh Li e Vehayá Ki Yeviachá).
Também é conhecido em português como filactério, vindo do termo grego fylaktérion, que significa basicamente "posto avançado", "fortificação" ou "protecção", o que explica a utilização destes objectos como protecção ou amuleto.
Conteúdo dos tefilim
Os tefilins contêm pergaminhos onde estão inscritos quatro trechos da Torá que enfatizam a recordação dos mandamentos e da obediência a D-us.
Essas porções do texto bíblico, conforme vertidos para português pela tradução Almeida, Versão Corrigida e Fiel, são alistados em seguida segundo a ordem em que surgem no conjunto dos textos sagrados:
* Êxodo 13:1-10
"Então falou o Senhor a Moisés, dizendo: Santifica-me todo o primogênito, o que abrir toda a madre entre os filhos de Israel, de homens e de animais; porque meu é. E Moisés disse ao povo: Lembrai-vos deste mesmo dia, em que saístes do Egito, da casa da servidão; pois com mão forte o Senhor vos tirou daqui; portanto não comereis pão levedado. Hoje, no mês de Abibe, vós saís. E acontecerá que, quando o Senhor te houver introduzido na terra dos cananeus, e dos heteus, e dos amorreus, e dos heveus, e dos jebuseus, a qual jurou a teus pais que te daria, terra que mana leite e mel, guardarás este culto neste mês. Sete dias comerás pães ázimos, e ao sétimo dia haverá festa ao Senhor. Sete dias se comerá pães ázimos, e o levedado não se verá contigo, nem ainda fermento será visto em todos os teus termos. E naquele mesmo dia farás saber a teu filho, dizendo: Isto é pelo que o Senhor me tem feito, quando eu saí do Egito. E te será por sinal sobre tua mão e por lembrança entre teus olhos, para que a lei do Senhor esteja em tua boca; porquanto com mão forte o Senhor te tirou do Egito. Portanto tu guardarás este estatuto a seu tempo, de ano em ano."
* Êxodo 13:11-16
"Também acontecerá que, quando o Senhor te houver introduzido na terra dos cananeus, como jurou a ti e a teus pais, quando ta houver dado, separarás para o Senhor tudo o que abrir a madre e todo o primogênito dos animais que tiveres; os machos serão do Senhor. Porém, todo o primogênito da jumenta resgatarás com um cordeiro; e se o não resgatares, cortar-lhe-ás a cabeça; mas todo o primogênito do homem, entre teus filhos, resgatarás. E quando teu filho te perguntar no futuro, dizendo: Que é isto? Dir-lhe-ás: O Senhor nos tirou com mão forte do Egito, da casa da servidão. Porque sucedeu que, endurecendo-se Faraó, para não nos deixar ir, o Senhor matou todos os primogênitos na terra do Egito, desde o primogênito do homem até o primogênito dos animais; por isso eu sacrifico ao Senhor todos os primogênitos, sendo machos; porém a todo o primogênito de meus filhos eu resgato. E será isso por sinal sobre tua mão, e por frontais entre os teus olhos; porque o Senhor, com mão forte, nos tirou do Egito."
* Deuteronômio 6:4-9
"Ouve, Israel, o Senhor nosso Deus é o único Senhor. Amarás, pois, o Senhor teu Deus de todo o teu coração, e de toda a tua alma, e de todas as tuas forças. E estas palavras, que hoje te ordeno, estarão no teu coração; e as ensinarás a teus filhos e delas falarás assentado em tua casa, e andando pelo caminho, e deitando-te e levantando-te. Também as atarás por sinal na tua mão, e te serão por frontais entre os teus olhos. E as escreverás nos umbrais de tua casa, e nas tuas portas."
* Deuteronômio 11:13-21
"E será que, se diligentemente obedecerdes a meus mandamentos que hoje vos ordeno, de amar ao Senhor vosso Deus, e de o servir de todo o vosso coração e de toda a vossa alma, então darei a chuva da vossa terra a seu tempo, a temporã e a serôdia, para que recolhais o vosso grão, e o vosso mosto e o vosso azeite. E darei erva no teu campo aos teus animais, e comerás, e fartar-te-ás. Guardai-vos, que o vosso coração não se engane, e vos desvieis, e sirvais a outros deuses, e vos inclineis perante eles; e a ira do Senhor se acenda contra vós, e feche ele os céus, e não haja água, e a terra não dê o seu fruto, e cedo pereçais da boa terra que o Senhor vos dá. Ponde, pois, estas minhas palavras no vosso coração e na vossa alma, e atai-as por sinal na vossa mão, para que estejam por frontais entre os vossos olhos. E ensinai-as a vossos filhos, falando delas assentado em tua casa, e andando pelo caminho, e deitando-te, e levantando-te; e escreve-as nos umbrais de tua casa, e nas tuas portas; para que se multipliquem os vossos dias e os dias de vossos filhos na terra que o Senhor jurou a vossos pais dar-lhes, como os dias dos céus sobre a terra."
Estes trechos da Torá são conhecidos pelos judeus como Shemá Yisrael (o mais importante, e citado acima em terceiro lugar), Vehaiá Im Shamoa, Cadêsh Li e Vehayá Ki Yeviachá.
Utilização:
O judaísmo rabínico diz que além dos mandamentos da Torá, Moshê também recebeu através da Torá Oral os procedimentos de como confeccionar os tefilin, que teriam sido transmitidos de geração em geração até serem escritos na Mishná, no Talmud e no Shulkhan Arukh.
Os rabinos defendem que os tefilin sejam colocados diariamente pelas manhãs com a prece matinal ou pelo menos até o pôr-do-sol recitando-se o Shemá. Os tefilin somente não são utilizados em Shabat, Yom Tov e Chol Hamoêd. A partir dos 13 anos de idade, com o Bar mitsvá um menino passa a usar os tefilin.
Em seu método de utilização coloca-se uma caixinha no braço esquerdo para que fique próxima do coração (shel yad) e enrola-se uma das tiras na mão esquerda, e a outra caixinha na testa, entre os olhos, como frontal (shel rosh).
A respeito da prática de usar tais caixinhas, ou filactérios, The Jewish Encyclopedia (A Enciclopédia Judaica, 1976, Vol. X, página 21) observa:
"As leis que governavam o uso de filactérios foram tiradas pelos Rabinos de quatro trechos bíblicos. Ao passo que esses trechos foram interpretados literalmente pela maioria dos comentaristas, [...] os Rabinos sustentavam que somente a lei geral foi expressa na Bíblia, a sua aplicação e elaboração sendo assuntos inteiramente da alçada da tradição e da dedução."
De acordo com o Shulkhan Arukh, no momento de colocar tefilin é considerado como se o judeu cumprisse toda a Torá. Talmud Rosh Hashaná 17a menciona que aquele que nunca colocou tefilin comete uma falha muito grave. Os sábios judeus consideram que ao usar tefilin, todos os povos temerão Israel. Esta ênfase foi dada, por exemplo, pelo Rebe de Chabad em 1967 que pouco antes da Guerra dos Seis Dias proclamou que Israel estava em grande perigo e incentivou uma campanha pelo uso dos tefilins. A surpreendente e rápida vitória de Israel nesta guerra foi atribuída pelo Rebe ao grande número de pessoas que aderiram a campanha.
A recomendação é que tefilins sejam adquiridos apenas de pessoas confiáveis e que sejam verificados de ano em ano por um sofêr.
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Tradição
O QUE É MEZUZAH?
Fonte: Associação da Juventude Israelita Hehaver
A Mezuzah é um símbolo da fé judaica merecedor de grande respeito. A mezuzah é uma caixa tubular de madeira, vidro ou metal, em geral de 3 a 4 polegadas de comprimento, contendo um pedaço pequeno de pergaminho, no qual em 22 linhas estão escritas passagens bíblicas que fazem parte do "shemá" (oração da unicidade de D'us). Tem uma pequena abertura na parte superior com a palavra Shadai (um dos nomes místicos de D'us), impressa no verso do pergaminho.
É fixada na batente direita das portas de cada quarto de uma residência ou escritório (incluindo garagens), mas nunca deve ser colocada na entrada de banheiros e em espaços com uma área inferior a 1,8 metros quadrados. Ela é afixada no terço superior do batente direito, na parte mais externa do umbral e em posição oblíqua, com a parte superior apontada para o interior do aposento, para os ashkenazim, e em posição quase reta para os sefaradim.
Costuma-se beijá-la quando se sai ou entra em casa, tocando-a com as pontas do dedos e em seguida tocando os lábios. O significado religioso mais profundo do seu simbolismo seria lembrar ao homem a unicidade de D'us e induzi-lo a amá-lo. Essa contemplação desperta-o e o conduz ao caminho certo.
COMO FIXAR A MEZUZAH:
A pessoa a afixar a mezuzah deve ter uma idade superior a do bar mitzvah (menino com idade superior a 13 anos) e a colocação deve ser feita de uma maneira permanente. Se mais de uma mezuzah for afixada ao mesmo tempo, só uma prece deve ser recitada.
Antes de afixarmos a mezuzah no batente da porta a seguinte benção deve ser recitada:
Baruch ata Adonai Elohênu mélech haolam, asher kideshanú bemitsvotav vetsivanu likboa mezuzah.
(Bendito sejas, ó Eterno, nosso D'us, rei do Universo, que nos santificastes com seus preceitos, ordenando-nos a colocação da mezuzah).
Tradicionalmente, pão e sal também devem ser trazidos a casa nova e abençoados, simbolizando que nunca deverá haver falta de comida na casa.
A Mezuzah é um símbolo da fé judaica merecedor de grande respeito. A mezuzah é uma caixa tubular de madeira, vidro ou metal, em geral de 3 a 4 polegadas de comprimento, contendo um pedaço pequeno de pergaminho, no qual em 22 linhas estão escritas passagens bíblicas que fazem parte do "shemá" (oração da unicidade de D'us). Tem uma pequena abertura na parte superior com a palavra Shadai (um dos nomes místicos de D'us), impressa no verso do pergaminho.
É fixada na batente direita das portas de cada quarto de uma residência ou escritório (incluindo garagens), mas nunca deve ser colocada na entrada de banheiros e em espaços com uma área inferior a 1,8 metros quadrados. Ela é afixada no terço superior do batente direito, na parte mais externa do umbral e em posição oblíqua, com a parte superior apontada para o interior do aposento, para os ashkenazim, e em posição quase reta para os sefaradim.
Costuma-se beijá-la quando se sai ou entra em casa, tocando-a com as pontas do dedos e em seguida tocando os lábios. O significado religioso mais profundo do seu simbolismo seria lembrar ao homem a unicidade de D'us e induzi-lo a amá-lo. Essa contemplação desperta-o e o conduz ao caminho certo.
COMO FIXAR A MEZUZAH:
A pessoa a afixar a mezuzah deve ter uma idade superior a do bar mitzvah (menino com idade superior a 13 anos) e a colocação deve ser feita de uma maneira permanente. Se mais de uma mezuzah for afixada ao mesmo tempo, só uma prece deve ser recitada.
Antes de afixarmos a mezuzah no batente da porta a seguinte benção deve ser recitada:
Baruch ata Adonai Elohênu mélech haolam, asher kideshanú bemitsvotav vetsivanu likboa mezuzah.
(Bendito sejas, ó Eterno, nosso D'us, rei do Universo, que nos santificastes com seus preceitos, ordenando-nos a colocação da mezuzah).
Tradicionalmente, pão e sal também devem ser trazidos a casa nova e abençoados, simbolizando que nunca deverá haver falta de comida na casa.
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Judaísmo,
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Tradição
O QUE É “TALIT”?
Fonte: Wikipédia
O talit – טַלִּית (no hebraico moderno), talet - טַלֵּית (em sefaradi) ou talis (em Iídiche) é um acessório religioso judaico em forma de um xale feito de seda, lã (mais caro e elegante que o de seda) ou linho, tendo em suas extremidades as tsitsiot ou sissiot "sefaradi" (franjas). Ele é usado como uma cobertura na hora das preces judaicas, principalmente no momento da oração de Shacharit (primeiras orações feitas pela manhã).
O talit (também conhecido como "talit gadol" - טלית גדול) é usado pelos homens no momento da oração na sinagoga e no momento da oração do Shacharit. O talit isola o que esta orando do mundo a sua volta e facilita-o na em sua concentração durante a oração. Sobre o talit se interpreta que um dos objetivos deste acessório é criar um ambiente de igualdade entre os que estão orando na sinagoga, tendo então concordância com uma cobertura homogênea que estaria sobre as roupas que as pessoas realmente estavam usando – que mostram a qualidade e o estado econômico do que ora.
Entre os asquenazitas, o costume de se cobrir com o talit se reserva aos homens apenas após o casamento. De acordo com este costume, quando se está solteiro, é permitido cobrir-se com talit só em ocasiões especiais, como no momento que eles são chamados para serem “Olim” - עולים (plural de “Olê” - עולה, denominação aos que são chamados para ler a Torá nas sinagogas). Os judeus orientais (também chamados de “mizrahiim”) têm o costume de se cobrir com o talit a partir da idade de treze anos, quando o menino faz o Bar Mitzvah ou até mesmo antes dessa cerimônia. Comunidades Conservadoras e Reformistas permitem também é às mulheres fazerem uso do talit apesar da lei Judaica tradicional isentarem as mulheres dessa obrigação.
Detalhe - tzitzit ou sissit "sefaradi" (franjas) num dos cantos de um talit.
Há também um outro tipo de talit denominado “talit katan” – טלית קטן – (talit pequeno) conhecido também só pelo nome de “tzitzit”, que é utilizado durante o dia inteiro por baixo da roupa no qual se está vestido, afim de cumprir este mandamento durando todo o dia.
DETALHE:
O Talit faz parte do vestiário religioso do Judaísmo, portanto não é um acessório para ser utilizado simplesmente quando faz frio, ou seja, não é uma peça de roupa comum, não está na "moda". Ele tem conotação profundamente religiosa. Caso não judeus visitem uma sinagoga ou participem de uma cerimônia religiosa judaica, eles não são obrigados a se cobrirem com o Talit, mas devem usar a Kipah em sinal de respeito. O uso do Kipah não faz ninguém judeu; é somente um sinal de respeito perante a Deus, visto que alguns muçulmanos também utilizam uma espécie de cobertura na cabeça semelhante à Kipah.
A bandeira do Estado de Israel é baseada em um talit (as duas faixas que a compoem), tendo uma estrela de David ao centro dela.
O talit – טַלִּית (no hebraico moderno), talet - טַלֵּית (em sefaradi) ou talis (em Iídiche) é um acessório religioso judaico em forma de um xale feito de seda, lã (mais caro e elegante que o de seda) ou linho, tendo em suas extremidades as tsitsiot ou sissiot "sefaradi" (franjas). Ele é usado como uma cobertura na hora das preces judaicas, principalmente no momento da oração de Shacharit (primeiras orações feitas pela manhã).
O talit (também conhecido como "talit gadol" - טלית גדול) é usado pelos homens no momento da oração na sinagoga e no momento da oração do Shacharit. O talit isola o que esta orando do mundo a sua volta e facilita-o na em sua concentração durante a oração. Sobre o talit se interpreta que um dos objetivos deste acessório é criar um ambiente de igualdade entre os que estão orando na sinagoga, tendo então concordância com uma cobertura homogênea que estaria sobre as roupas que as pessoas realmente estavam usando – que mostram a qualidade e o estado econômico do que ora.
Entre os asquenazitas, o costume de se cobrir com o talit se reserva aos homens apenas após o casamento. De acordo com este costume, quando se está solteiro, é permitido cobrir-se com talit só em ocasiões especiais, como no momento que eles são chamados para serem “Olim” - עולים (plural de “Olê” - עולה, denominação aos que são chamados para ler a Torá nas sinagogas). Os judeus orientais (também chamados de “mizrahiim”) têm o costume de se cobrir com o talit a partir da idade de treze anos, quando o menino faz o Bar Mitzvah ou até mesmo antes dessa cerimônia. Comunidades Conservadoras e Reformistas permitem também é às mulheres fazerem uso do talit apesar da lei Judaica tradicional isentarem as mulheres dessa obrigação.
Detalhe - tzitzit ou sissit "sefaradi" (franjas) num dos cantos de um talit.
Há também um outro tipo de talit denominado “talit katan” – טלית קטן – (talit pequeno) conhecido também só pelo nome de “tzitzit”, que é utilizado durante o dia inteiro por baixo da roupa no qual se está vestido, afim de cumprir este mandamento durando todo o dia.
DETALHE:
O Talit faz parte do vestiário religioso do Judaísmo, portanto não é um acessório para ser utilizado simplesmente quando faz frio, ou seja, não é uma peça de roupa comum, não está na "moda". Ele tem conotação profundamente religiosa. Caso não judeus visitem uma sinagoga ou participem de uma cerimônia religiosa judaica, eles não são obrigados a se cobrirem com o Talit, mas devem usar a Kipah em sinal de respeito. O uso do Kipah não faz ninguém judeu; é somente um sinal de respeito perante a Deus, visto que alguns muçulmanos também utilizam uma espécie de cobertura na cabeça semelhante à Kipah.
A bandeira do Estado de Israel é baseada em um talit (as duas faixas que a compoem), tendo uma estrela de David ao centro dela.
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CHANUKAH: FESTA DAS LUZES
Fonte: Aish Brasil
O que é Chanukah?
Os judeus guardam o feriado por oito dias em honra a vitória histórica dos Macabeus e ao milagre do óleo.
A palavra hebraica Chanuká quer dizer "dedicação." No segundo século antes de Cristo, o regime sírio-greco de Antiocus procurava afastar os judeus do Judaísmo com a esperanças de assimilá-los ao helenismo, a cultura Grega. Antiocus proibiu aspectos da observância judaica, incluindo o estudo da Torá, o que enfraquecia a fundação da vida e prática judaica. Durante este período, muitos dos judeus começaram a se assimilar à cultura grega, passando a possuir nomes gregos e se casando com não-judeus.
Em resposta, um grupo de colonos judeus levou para as colinas de Judéia uma revolta contra esta ameaça para a vida judaica. Liderados por Matitiahu, e mais tarde por seu filho "Judá, o Macabeu", este pequeno grupo de piedosos judeus comandaram uma guerra contra o exército sírio.
Antiocus enviou milhares de tropas bem armadas para esmagar a rebelião, mas os Macabeus venceram e tiraram os estrangeiros de sua terra.
Os lutadores judeus entraram em Jerusalém em dezembro, 164 A.C. O Templo Sagrado estava destruído, sujo e profanado por soldados estrangeiros. Eles limparam o Templo e reinauguraram-lo no 25° dia do mês judaico de Kislev. Quando chegou o tempo de iluminar novamente a Menorá, eles procuraram no Templo inteiro, mas só encontraram um jarro pequeno de óleo com a autentificação do Sumo-Sacerdote.
Milagrosamente, o pequeno jarro de óleo queimou por oito dias, até que um novo suplemento de óleo pôde ser trazido.
Daí em diante, os judeus guardam o feriado por oito dias em honra à histórica vitória e ao milagre do óleo.
Hoje em dia, a observância de Chanuká é caracterizada pela iluminação de uma menorá especial de Chanuká, com oito ramificações (mais uma vela ajudante), e se adiciona uma nova vela toda noite. Outros costumes incluem girar o dreidel (um pião com letras hebraicas nos lados), comer "comidas oleosas como latkes de batata (panquecas) e sufganiot (sonhos) (geléia donuts), e dar moedas de Chanuká (Chanuká gelt ) para as crianças.
O que é Chanukah?
Os judeus guardam o feriado por oito dias em honra a vitória histórica dos Macabeus e ao milagre do óleo.
A palavra hebraica Chanuká quer dizer "dedicação." No segundo século antes de Cristo, o regime sírio-greco de Antiocus procurava afastar os judeus do Judaísmo com a esperanças de assimilá-los ao helenismo, a cultura Grega. Antiocus proibiu aspectos da observância judaica, incluindo o estudo da Torá, o que enfraquecia a fundação da vida e prática judaica. Durante este período, muitos dos judeus começaram a se assimilar à cultura grega, passando a possuir nomes gregos e se casando com não-judeus.
Em resposta, um grupo de colonos judeus levou para as colinas de Judéia uma revolta contra esta ameaça para a vida judaica. Liderados por Matitiahu, e mais tarde por seu filho "Judá, o Macabeu", este pequeno grupo de piedosos judeus comandaram uma guerra contra o exército sírio.
Antiocus enviou milhares de tropas bem armadas para esmagar a rebelião, mas os Macabeus venceram e tiraram os estrangeiros de sua terra.
Os lutadores judeus entraram em Jerusalém em dezembro, 164 A.C. O Templo Sagrado estava destruído, sujo e profanado por soldados estrangeiros. Eles limparam o Templo e reinauguraram-lo no 25° dia do mês judaico de Kislev. Quando chegou o tempo de iluminar novamente a Menorá, eles procuraram no Templo inteiro, mas só encontraram um jarro pequeno de óleo com a autentificação do Sumo-Sacerdote.
Milagrosamente, o pequeno jarro de óleo queimou por oito dias, até que um novo suplemento de óleo pôde ser trazido.
Daí em diante, os judeus guardam o feriado por oito dias em honra à histórica vitória e ao milagre do óleo.
Hoje em dia, a observância de Chanuká é caracterizada pela iluminação de uma menorá especial de Chanuká, com oito ramificações (mais uma vela ajudante), e se adiciona uma nova vela toda noite. Outros costumes incluem girar o dreidel (um pião com letras hebraicas nos lados), comer "comidas oleosas como latkes de batata (panquecas) e sufganiot (sonhos) (geléia donuts), e dar moedas de Chanuká (Chanuká gelt ) para as crianças.
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19 de novembro de 2009
ANP CONDENA CONSTRUÇÃO DE 900 NOVAS CASAS EM COLÔNIA JUDAICA EM JERUSALÉM
Fonte: Agência Efe - Jerusalém
A Autoridade Nacional Palestina (ANP) condenou nesta quarta-feira a decisão israelense de construir 900 novas casas em uma colônia ao sul de Jerusalém, dizendo que a medida "destrói as possibilidades de retomada do processo de paz" entre ambos os lados.
A decisão do governo do primeiro-ministro Benjamin Netanyahu "fecha todas as portas para a retomada do processo de paz e destrói todos os esforços para reativá-lo", afirmou hoje, em comunicado, Nabil Abu Rudeina, porta-voz da Presidência palestina.
A aprovação pelo Comitê de Planejamento de Jerusalém de um plano para a construção de 900 casas na colônia de Gilo, no sul da cidade, "é uma mensagem dirigida aos americanos", acrescentou Rudeina, em referência aos pedidos da administração do presidente americano, Barack Obama, para que Israel paralise a construção nos assentamentos.
O comitê tomou a decisão de seguir adiante com seu plano apesar do enviado da Casa Branca para o Oriente Médio, George Mitchell, ter pedido especificamente a representantes do primeiro-ministro Netanyahu, que desistissem do projeto.
O prefeito de Jerusalém, Nir Barkat, reagiu à informação com um comunicado no qual lembra que a lei israelense não distingue a construção entre as partes oeste e leste da cidade, ocupada desde a Guerra dos Seis Dias de 1967.
"O pedido da interrupção da construção unicamente para judeus é ilegal, também nos Estados Unidos e em qualquer outro lugar do mundo", aponta a nota, que acrescenta que a Prefeitura "continuará permitindo a construção em todas as partes da cidade para judeus, muçulmanos e cristãos".
Israel considera Jerusalém sua capital "única e indivisível" e, portanto, se sente legitimado para construir na parte leste da cidade, de maioria árabe e que os palestinos reivindicam como capital de seu futuro Estado.
A Autoridade Nacional Palestina (ANP) condenou nesta quarta-feira a decisão israelense de construir 900 novas casas em uma colônia ao sul de Jerusalém, dizendo que a medida "destrói as possibilidades de retomada do processo de paz" entre ambos os lados.
A decisão do governo do primeiro-ministro Benjamin Netanyahu "fecha todas as portas para a retomada do processo de paz e destrói todos os esforços para reativá-lo", afirmou hoje, em comunicado, Nabil Abu Rudeina, porta-voz da Presidência palestina.
A aprovação pelo Comitê de Planejamento de Jerusalém de um plano para a construção de 900 casas na colônia de Gilo, no sul da cidade, "é uma mensagem dirigida aos americanos", acrescentou Rudeina, em referência aos pedidos da administração do presidente americano, Barack Obama, para que Israel paralise a construção nos assentamentos.
O comitê tomou a decisão de seguir adiante com seu plano apesar do enviado da Casa Branca para o Oriente Médio, George Mitchell, ter pedido especificamente a representantes do primeiro-ministro Netanyahu, que desistissem do projeto.
O prefeito de Jerusalém, Nir Barkat, reagiu à informação com um comunicado no qual lembra que a lei israelense não distingue a construção entre as partes oeste e leste da cidade, ocupada desde a Guerra dos Seis Dias de 1967.
"O pedido da interrupção da construção unicamente para judeus é ilegal, também nos Estados Unidos e em qualquer outro lugar do mundo", aponta a nota, que acrescenta que a Prefeitura "continuará permitindo a construção em todas as partes da cidade para judeus, muçulmanos e cristãos".
Israel considera Jerusalém sua capital "única e indivisível" e, portanto, se sente legitimado para construir na parte leste da cidade, de maioria árabe e que os palestinos reivindicam como capital de seu futuro Estado.
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JUDIA É DETIDA POR USAR XALE RELIGIOSO (TALLIT) NO MURO DAS LAMENTAÇÕES EM JERUSALÉM
Fonte: Reuters - Jerusalém
Uma israelense foi detida na quarta-feira no local mais sagrado do Judaísmo por usar um xale de oração (Tallit) que, segundo os religiosos ortodoxos, só poderia ser envergado por homens.
O incidente no Muro das Lamentações mostra as profundas divisões entre vertentes mais liberais do Judaísmo e os poderosos ortodoxos, a maioria dos quais rejeita qualquer papel ativo nas orações para as mulheres.
A estudante de Medicina Nofrat Frankel, de 25 anos, foi detida quando rezava no local ao lado de outras 40 mulheres. Após um protesto de judeus ortodoxos que a viram com o xale ("tallith", em hebraico), a polícia a retirou do local e a manteve detida por duas horas, para então determinar que ela fique longe do Muro das Lamentações durante 15 dias, segundo uma porta-voz.
Micky Rosenfeld, porta-voz da polícia, disse que a estudante supostamente violou uma decisão da Justiça israelense que, seguindo os preceitos ortodoxos, proíbe que as mulheres usem trajes religiosos no local sagrado.
"As tensões explodiram, houve empurrões e gritos e a polícia interveio para evitar a violência", disse Rosenfeld, acrescentando que não houve feridos e ninguém mais foi preso.
Frankel pode ser condenada a até seis meses de prisão e multa de 10 mil shekels [cerca de R$ 3.400] por realizar um gesto religioso ofensivo, segundo Anat Hoffman, diretora de um grupo que patrocina as "Mulheres do Muro".
A acusada também segurava uma Torá, pergaminho bíblico judaico, contrariando a tradição ortodoxa, mas a polícia não citou isso como razão para detê-la.
O grupo de Hoffman defende uma maior abertura à participação das mulheres nas orações no Muro das Lamentações, e nas últimas duas décadas teve frequentes atritos com os ortodoxos. Ela disse que esta é a primeira vez que uma das suas seguidoras é presa.
"Isso é ridículo. Se não posso vestir um traje religioso no Muro das Lamentações, onde posso?", disse ela à Reuters.
O rabino Shmuel Rabinovich, responsável pelo local, afirmou à rádio Israel que a presença do grupo de Hoffman no Muro é uma "dessacralização".
Uma israelense foi detida na quarta-feira no local mais sagrado do Judaísmo por usar um xale de oração (Tallit) que, segundo os religiosos ortodoxos, só poderia ser envergado por homens.
O incidente no Muro das Lamentações mostra as profundas divisões entre vertentes mais liberais do Judaísmo e os poderosos ortodoxos, a maioria dos quais rejeita qualquer papel ativo nas orações para as mulheres.
A estudante de Medicina Nofrat Frankel, de 25 anos, foi detida quando rezava no local ao lado de outras 40 mulheres. Após um protesto de judeus ortodoxos que a viram com o xale ("tallith", em hebraico), a polícia a retirou do local e a manteve detida por duas horas, para então determinar que ela fique longe do Muro das Lamentações durante 15 dias, segundo uma porta-voz.
Micky Rosenfeld, porta-voz da polícia, disse que a estudante supostamente violou uma decisão da Justiça israelense que, seguindo os preceitos ortodoxos, proíbe que as mulheres usem trajes religiosos no local sagrado.
"As tensões explodiram, houve empurrões e gritos e a polícia interveio para evitar a violência", disse Rosenfeld, acrescentando que não houve feridos e ninguém mais foi preso.
Frankel pode ser condenada a até seis meses de prisão e multa de 10 mil shekels [cerca de R$ 3.400] por realizar um gesto religioso ofensivo, segundo Anat Hoffman, diretora de um grupo que patrocina as "Mulheres do Muro".
A acusada também segurava uma Torá, pergaminho bíblico judaico, contrariando a tradição ortodoxa, mas a polícia não citou isso como razão para detê-la.
O grupo de Hoffman defende uma maior abertura à participação das mulheres nas orações no Muro das Lamentações, e nas últimas duas décadas teve frequentes atritos com os ortodoxos. Ela disse que esta é a primeira vez que uma das suas seguidoras é presa.
"Isso é ridículo. Se não posso vestir um traje religioso no Muro das Lamentações, onde posso?", disse ela à Reuters.
O rabino Shmuel Rabinovich, responsável pelo local, afirmou à rádio Israel que a presença do grupo de Hoffman no Muro é uma "dessacralização".
15 de novembro de 2009
Cantor israelense Harel Skaat
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3 de novembro de 2009
BRASIL: A INQUISIÇÃO NA COLÔNIA
A atuação do Santo Ofício ao longo de 242 anos (1579-1821) oferece o panorama das comunidades judaicas no Brasil colonial.
O fogo pune e o fogo grava:
Contradições da história: a presença judaica nas terras recentemente descobertas pode ser percorrida através do mapa das atividades do Santo Ofício da Inquisição. Os mesmos documentos que ajudaram o extermínio de uma comunidade agora servem para o seu resgate.
Na Europa, junto com os 6 milhões de vítimas, o Holocausto sepultou cerca de mil anos de vida judaica. Aqui, ao contrário, as pegadas do terror desvendaram a forte presença de cristãos novos e cripto-judeus poucas décadas depois da chegada dos colonizadores.
O caso do Brasil serve para derrubar as alegações do historiador Bentzion Netanyahu. O pai do ex-Primeiro Ministro israelense descarta como inconfiável o vasto acervo documental da Inquisição ibérica sob a alegação de que foi estabelecido e redigido pelos acusadores interessados apenas em condenar os denunciados1. Com isso, vai na contramão do que está assente desde 1913 por historiadores judeus do porte de Itzchak Baer ou desde o século passado por espanhóis como Américo de Castro e Menendez-Pelayo. Israel Salvador Revah e Elias Lipiner seguem esta linha no caso português. Lipiner foi mais longe ao afirmar que na Torre do Tombo está uma boa porção da história judaica.
Três décadas depois da chegada de Cabral (1536) era formalmente estabelecido o tribunal da Inquisição em Portugal com o objetivo primordial de atalhar as heresias, especialmente a judaica. E, em 1579 (12 de Fevereiro), D. Henrique, Cardeal-Rei-Inquisidor Geral, nomeava o primeiro Comissário do Santo Ofício no Brasil, o Bispo de Salvador, D. Antônio Barreiros. O novo Comissário não mostrou grande empenho nas novas tarefas mas o ato do Cardeal-Rei forjava a primeira peça de uma tenebrosa engrenagem que levaria aos Autos da Fé de Lisboa cerca de 400 brasileiros (ou aqui residentes). Destes, 20 foram executados:18 garroteados depois queimados e dois colocados vivos nas fogueiras.
A atuação do Santo Ofício no Brasil ao longo de 242 anos (1579-1821) tem sido estudada de forma pontual. Falta uma conexão maior para avaliá-la no âmbito de um processo de exclusão, intolerância e autoritarismo. Alimentada exclusivamente por denún-cias e delações a Inquisição estabeleceu na Colônia um aviltante padrão moral. Comprovação filológica: das diversas palavras de origem hebraica conservadas em nosso idioma está o substantivo malsim e o verbo malsinar (delator e delatar). Embora não utilizados nos autos (pela conotação injuriosa) os dois termos continuam em uso e flagram a sobrevivência de um sistema policial com seus valores essenciais.
Insuflada pela cobiça em torno dos bens confiscados aos condenados - todos eram condenados, a Inquisição era infalível - montou-se um "vale tudo" que incrementou a corrupção. Fundamentado nos estatutos de "limpeza do sangue" o Santo Ofício entranhou desde os primeiros tempos da nascente sociedade um solerte preconceito étnico e racista (posteriormente explorado pelos integralistas e fascistas).
O capítulo inquisitorial brasileiro em particular e o ibero-americano em geral fornece um dos ingredientes para compor a diferença entre os dois hemisférios do Novo Mundo. Enquanto a América do Norte funcionou como santuário para as vítimas das diferentes ondas de repressão religiosa na Europa, as inquisições ibéricas - as mais longevas e institucionais - impediram que no centro e sul das Américas se estabelecesse igual paradigma.
A persistência de um aparelho clerical-policial paralelo ao Estado criou no mundo ibérico duas graves distorções político-institucionais ainda não superadas integralmente: a) perigosa imantação Igreja-Estado que confronta os fundamentos do regime democrático e a liberdade de crer ou descrer; b) a pulverização da justiça com a existência de diferentes códigos e corporações (justiça secular e justiça eclesiástica) estabelecendo contradições e ambigüidades.
Aqui os perseguidos no Reino continuaram perseguidos. Na melhor das hipóteses, esquecidos, até a chegada de um Visitador ou de um novo Bispo quando era acionada a maquina de fabricar diferenças, ressentimentos e repressão. O fato da Inquisição portuguesa, ao contrário da espanhola, ter sido mais centralizadora monopolizando na metrópole a prisão, processos e execuções das sentenças não atenua a dimensão da repressão religiosa no Brasil. A inexistência de cadafalsos não elimina a presença do terror.
. Instrumentos de tortura utilizados nos altos da Inquisição
Como se sabe, o primeiro Comissário, D. Antônio Barreiros, não se empenhou a fundo nas novas atribuições como Comissário do Santo Oficio. Há documentos comprovando sua inapetência para punir os cristãos novos que continuaram vivendo com relativa liberdade.
- "Não esquecerei o que fizeste por mim!"
Afinal, passados alguns anos, já velho, morreu o tzadic. O ritual de sua morte foi fielmente obedecido pelo campônio, conforme orientação escrita deixada pelo rabi Itzac, inclusive proferindo o Shemá. Após o falecimento do tzadic, o campônio ficou triste e desamparado. Analfabeto, sem saber o que fazer da vida, foi arrumar a volumosa quantidade de escritos deixada pelo Rabino. Para surpresa sua, os pacotes estavam amarrados em pequenos volumes separados e em cada um deles havia um bilhete endereçado a um determinado Rabi, entre os que moravam na cidade. Havia ainda um segundo bilhete endereçado ao camponês, onde com letras grandes estava escrito "Tu me ajudaste muito, devo-te a vida. Mas eu te ajudarei depois de morto. Faze o que digo: Entrega cada envelope destes, muito espaçadamente, deixando passar muito tempo entre cada entrega. Isto deve levar anos. Não dês uma palavra sobre eles. Obedece-me e serás feliz para sempre. Não fale!! Não fale!!" E trazia a assinatura do Rabi Itzaac Kragemberg.
Diante do estado de penúria em que se encontrava, quase sem ter o que comer e sem rumo na vida, o camponês lembrou-se então de fazer a entrega ao destinatário de um desses envelopes endereçados, conforme o sábio falecido havia recomendado. Como na sua estreita visão entendia que seria perda de tempo ir à cidade para procurar um religioso (os camponeses de sua aldeia não gostavam dos religiosos), pois geralmente estes não têm dinheiro, são estudiosos, não se preocupam com os bens terrenos, o homem demorou-se a ir à cidade para cumprir as ordens do falecido.
Mas, vendo que nada havia conseguido, percebeu que essa era sua única chance de sobreviver. Tomou então a decisão e com o resto do dinheiro que havia sobrado, resolveu ir procurar o Rabi cujo nome constava em um dos envelopes.
Ao chegar à casa do Rabi, foi por este atendido por comiseração, tal o seu aspecto. Mal vestido, de cor pálida, cabelos amarelos esbranquiçados, postura de fraqueza e humildade, olhos mal levantando-se do chão, ombros arqueados e pequenos, mais parecia um personagem de ficção.
Diante de tal quadro, o Rabi disse-lhe: "Entra, vejo que estás cansado, come e bebe alguma coisa." Sem dizer uma palavra, o homem comeu pão, tomou vinho e, por fim, entregou ao Rabi um envelope onde só constava o nome Rabi Eliezer Abramov. Enquanto o Rabi, curioso, procurava o remetente, o camponês permaneceu mudo. Ao ser inquirido, disse: "Estou cansado!" O Rabi então, ávido, abriu o envelope e começou a ler sobre a interpretação do Zohar.
À proporção que lia, o Rabi se transformava, sua fisionomia ficou séria, seus olhos corriam pelas páginas com um interesse e uma velocidade jamais vistos. Seu rosto se iluminava, suas mãos seguravam as páginas, como que para impedir que fugissem e foi quase que inconscientemente sentando-se. A cada linha, sua cabeça meneava para a frente como sinal de concordância com o que lia. Ainda assim, num gesto ameno, olhou para o homem como se olha para alguma coisa impossível. Gentil e carinhosamente, disse-lhe:
- "Senhor, gostei muito do que está escrito nestas páginas. Desejava ter um tempo maior para examiná-las. Fica comigo, sê meu hóspede, terei muita honra em tê-lo em minha casa. Por favor, façei esta mitzvá, não precisa dizer-me nada. Você será meu hóspede de honra. Por favor, aceite! Já vi que não gosta de conversa, só fale comigo quando quiser!" O camponês, que mal sabia falar, lembrou-se do conselho do chacham e simplesmente acenou com a cabeça, embora ainda não tendo entendido as ordens do Rabi, seu antigo patrão.
Deste modo, instalado confortavelmente, com boa alimentação, ficou hospedado na casa de Rabi Eliezer. Este, estava fascinado pela sabedoria dos escritos que lia.
Os ensinamentos do Rabino eram cheios de chochmá, sabedoria, e humanismo. Passados muitos meses, o campônio resolveu voltar à cabana do falecido para ver como estava tudo. Comunicou então ao seu anfitrião esse desejo. Preparou a viagem do seu hóspede, deu-lhe transporte, alimentos e algum dinheiro. Porém, fez com que o homem prometesse que voltaria o mais depressa possível.
Ambrósio Fernandes Brandão aparece na seqüência da 1ª Visitação - primeiro como testemunha em Lisboa no processo de Bento Teixeira e, em seguida, para contestar as denúncias (sem maiores conseqüências) de guardar os sábado feitas por seu caseiro em Lisboa. Não cabe incluí-lo no balanço das atividades do Santo Ofício no Brasil (caso de Bento Teixeira) mas no rol dos intelectuais de origem e cultura judaica que aqui viveram no século XVII. Enquanto na "Prosopopéia" de Bento Teixeira não existe qualquer traço (mesmo clandestino) de judaísmo, a obra de Ambrósio, "Diálogos das Grandezas do Brasil", contem evidentes sugestões sobre a formação do autor: inúmeras referências ao Velho Testamento o que não era muito usual naqueles primeiros tempos de terror religioso; nenhuma menção ao Novo Testamento (o que também era incomum) e, além disso, uma visão sobre a presença na antigüidade de hebreus e fenícios nesta parte do mundo (Ambrósio antecipava os debates que se desenvolveram 30 e 40 anos depois na comunidade judaica de Amsterdã sobre a extensão da Diáspora).
A própria estrutura dos "Diálogos das Grandezas do Brasil" tem evidentes conotações judaicas: são seis, desenvolvidos ao longo de seis dias com um intervalo do sétimo para reflexões - certamente o descanso sabático.
Registre-se ainda que os modelos que inspiraram os interlocutores eram cristãos-novos: Brandônio (falando em nome do autor, Ambrósio Brandão, assim qualificado na sua passagem pela Inquisição) e Alviano (representando Nuno Alvares, citado como cristão-novo nos livros da 1ª Visitação). A obra, redigida em 1618, não foi a primeira a descrever flora, fauna, clima e habitantes da nova terra - mas é considerada como o primeiro projeto de desenvolvimento e emancipação econômica da colônia.
Esclarecido o paradeiro do autor e as razões da não-publicação do manuscrito talvez fiquem ainda mais evidentes as ligações de Ambrósio com o judaismo.
A 1ª Visitação não diminuiu a emigração dos cristãos novos tanto de Portugal como da Espanha (os dois reinos estavam unidos desde 1581). O Brasil continuava como um refúgio mais seguro do que a matriz e, além disso, despontava com um Eldorado para outras nações européias. A 2ª Visitação do Santo Ofício ocorreu em 1618 quando ficaram muito visíveis as conexões entre os comerciantes e senhores de engenho cristãos novos e a comunidade judaica de Amsterdã. Restringiu-se à Bahia que, por coincidência, foi o primeiro objetivo holandês no Brasil. Durou apenas dois anos (incompletos). Denunciados 90 judaizantes muitos dos quais são designados não como Cristão Novos mas como "homens da Nação", segundo Arnold Wiznitzer. Outra constatação do Visitador: circulavam na Bahia muitos exemplares da Bíblia de Ferrara (em espanhol) reimpressa em Amsterdã.
Apesar de inexpressiva sob o ponto de vista numérico, a 2ª Visitação cria um situação de pânico na comunidade marrana da Bahia, levando muitos a emigrar para Buenos Aires e de lá se espalhar pela América espanhola. Balanço das duas visitações: as denúncias de judaísmo ocupam o primeiro lugar (207).
Das duas visitações de grande porte (houve outras, menores), resultou um retrato bastante nítido dos costumes e mentalidades coloniais (período 1591-1620). Com ênfase especial na comunidade de conversos, judaizantes e cripto-judeus - sua dimensão, importância econômica social na colônia, grau de pureza das crenças, ritos e permeabilidade ao meio ambiente. Tudo isso graças à documentação do Santo Ofício.
No mapa da presença judaica na colônia (seculos XVI, XVII e XVIII), será preciso consignar Bahia, capital do cripto-judaismo brasileiro. A brava comunidade resistiu às duas Visitações (1591 e 1618), enfrentou a repressão revanchista causada pelas calúnias de que os cristãos novos baianos teriam ajudado a conquista de Salvador pelos holandeses (1624) e, poste-riormente uma Inquirição (1646-1649). Apesar deste longo lapso de terror continuamos encontrando processos inquisitoriais de cristãos novos na Bahia ao longo da segunda metade do seiscentos até meados do setecentos. Com indicações precisas sobre a persistência de práticas judaicas com alto grau de consistência não obstante tantas ondas persecutórias.
A Bahia forneceu seis dos vinte brasileiros (ou residentes) executados pela Inquisição em Lisboa (30%). Dois deles queimados vivos - os únicos. Os demais foram garroteados e, em seguida, queimados. O primeiro mártir, verdadeiro santo, Isaque de Castro Tartas, nascido no sul da França, de pais portugueses, educado em Amsterdã, chegou ao Brasil com 16 anos de idade, versado em latim, hebraico, português, espanhol e ciências médicas. Veio para o Recife holandês acompanhado pelo tio materno, Rafael Moses de Aguilar (gramático, autor de textos teológicos - um chacham, sábio). Mas o rapaz vinha com uma missão pessoal: procurar os cristãos novos das capitanias vizinhas para instruí-los na Lei Velha e reconvertê-los formalmente ao judaísmo.
Tartas seguiu para a Bahia, hospedou-se na casa de um dos expoentes da comunidade de Cristãos Novos e, para evitar confusões, apresenta-se ao bispo como judeu da Nação (a Inquisição em teoria só deveria agir contra os Cristãos Novos heréticos - aqueles que apesar de batizados pela Igreja seguiam secretamente outra religião). A tática não surte efeito: Tartas é preso, remetido para Lisboa onde o processo toma curiosa direção - foi ele batizado ou não ? Os Inquisidores chegam a convocar o cônsul francês para dirimir a dúvida capital - uma criança nascida na França poderia ter escapado do batismo ? O jovem produz diversos documentos em latim e em cada instância do processo ostenta com mais vigor a sua fé. Os inquisidores pedem que renuncie ao judaismo mas o jovem não recua. Mais do que isso: segue ostensivamente os rituais judaicos no cárcere: põe os tefilim, faz os jejuns das segundas e quintas (e também o do Tisabea, Thishá Beav) e prepara a sua comida segundo o modo judaico (sem gordura animal, só azeite e cebola). Concedem-lhes todos os prazos e privilégios, inclusive a presença de um teólogo para convencê-lo a converter-se ao cristianismo. No cadafalso recusa qualquer benefício, quer morrer como judeu. Queimado vivo em 15/14/1647 com 24 anos de idade. O caso comoveu as comunidades judaicas do Brasil e Europa.
Outro preso natural da Bahia e queimado vivo em Lisboa não era Cristão Novo, razão pela qual foi excluído por Wiznitzer da sua lista dos 18 brasileiros executados pela Inquisição. Além de constar no processo que era incerta a "qualidade do sangue", foi ordenado sacerdote da ordem de S.Pedro. Como o estudo visava a vida dos judeus no Brasil colonial, Wiznitzer deixou-o de lado. Discriminação: quando se estuda ação da Inquisição no Brasil contra os judaizantea não é recomendável discriminar Cristãos Novos dos Cristãos Velhos. O padre Manoel Lopes de Carvalho embora não tivesse antecedentes ou sangue judaico, acreditava no judaísmo e chegou a tentar a auto-cincuncisão. Na Lista do Auto da Fé é mencionado como hereje, profitente na Lei de Moisés.
A arqueologia das outras comunidade marranas no Brasil foi realizada através da documentação de três incursões inquisitoriais (mais sangrentas e longas do que as duas visitações):
• Rio de Janeiro (1709-1739)
• Paraíba (1728-1756)
• Minas Gerais (1723-1748)
As Bodas de Irajá e o extermínio da comunidade de cristãos novos fluminenses. Tudo começa em 1694, num banquete de casamento assistido pela fina flor da comunidade num engenho em Irajá (hoje Baixada Fluminense) em seguida ao culto católico numa Igreja do Rio. Uma das convivas, meia Cristã Nova, anos depois resolve denunciar à Inquisição de Lisboa, todos os presentes à festa. Cita 56 convidados mais os parentes próximos e acaba delatando as praticas de toda uma comunidade que conhecia muito bem (delatou 169 pessoas que acabam enredando outras tantas num cifra que chega a cerca de 300 processos). Esta multidão é penitenciada em oito Autos da Fé, ao longo de quatorze anos. A primeira fornada produz três execuções por garrote em Lisboa e mais seis defuntos (mortos na longa viagem ou no cárcere).
Grande parte dos enredados fazem parte da família de Antônio José da Silva que entrou para a história da cultura luso-brasileira com a alcunha de O Judeu. Os trisavós maternos chegaram ao Brasil nas duas primeiras décadas do século XVII e os paternos logo depois. Fugiam provavelmente da Inquisição porque eram cristãos novos e, alguns, convictos judaizantes. Vieram para ficar, deitar raízes, a Inquisição não deixou.
No Rio, ocuparam posições importantes na vida econômica e administrativa mantendo-se fiel à Lei de Moisés sem importar-se com a Inquisição que, vez ou outra, mostrava suas garras (o bisavô, Miguel Cardoso foi penitenciado no Auto da Fé de 1666 mas retornou são e salvo).
Nas ricas bodas do filho do Senhor de Engenho em Irajá os pais de Antônio José estavam presentes mas ainda solteiros. Quando o pai, mãe, tios, avós, parentes próximos ou remotos foram levados presos para Lisboa, o menino tinha sete anos. Foi junto mas ficou com outros parentes, já libertados, até que a família pode reunir-se novamente. Ninguém voltou para o Rio.
Antônio José estudou direito em Coimbra mas não conseguiu formar-se: foi preso em 1726 junto com os dois irmãos, primos e primas. A segunda geração daqueles que foram incriminados por causa da festa em Irajá. Antônio José e os irmãos escapam com vida, o primo-irmão, João Thomas de Castro, não teve esta sorte.
Graças às amizades do pai, então advogado na Casa da Suplicação, Antônio José conseguiu acercar-se, sem grande êxito, dos círculos oficiais. Mas o sucesso só veio através das comédias musicadas, encenadas com marionetes no teatro popular do Bairro Alto. Na sua maioria eram inspiradas em temas clássicos mas satirizavam os costumes e os poderosos do seu tempo.
Depois da morte do pai foi preso pela segunda vez (1737) quando, junto com a mulher, mãe, tia, irmão e cunhada participavam de uma cerimônia do Dia Grande (Yom Kipur). Não há indicações de que a prisão fosse decorrência dos seus escritos mas o rigor da sentença (único do grupo condenado à pena capital) faz supor algum tipo de retaliação por parte do Car-deal-Inquisidor, D. Nuno da Cunha (um dos mentores de D. João V).
Suas "óperas" foram encenadas entre 1733 e 1738 - a última quando já estava encarcerado. Impressas em edições avulsas e anônimas enquanto vivo foram incluídas também anonimamente na famosa coletânea Theatro Cómico Português que alcançou sucessivas edições ao longo do século XVIII. São elas: Vida de D. Quixote de la Mancha, Esopaida ou Vida de Esopo, Os Encantos de Medeia, Anfitrião ou Júpiter e Alcmena, Labirinto de Creta, Guerras do Alecrim e Mangerona, Variedades de Proteu e Precipício de Faetonte. É considerado o criador do moderno teatro português.
Extirpando as raízes na Paraíba. Esta incursão inquisitorial só agora começa a ser estudada a fundo e revela o ajuste de contas final entre o Santo Ofício e os remanescentes do velho núcleo de marranos no Nordeste. Entre 1728 e 1756 foram presos 38 cristãos novos judaizantes que viviam há pelo menos um século na capitania. Uma das vítimas, Guiomar Nunes, foi executada (1731) e outra, Maria de Valença, permaneceu encarcerada 19 anos - um recorde.19
Ouro e Sangue, seria a designação apropriada para a saga dos Cristãos Novos que conseguiram escapar do extermínio da comunidade do Rio refugiando-se nas montanhas de Minas. Os dois elementos não estão dissociados porque entre as causas subjacentes à perseguição no Rio (de acordo com relatos da época e estudos recentes), está riqueza dos aluviões auríferos descobertos no fim do século XVII e a importância dos Cristãos Novos na cidade onde o metal seria processado e de lá exportado para o Reino.
A partir de 1723 começam a aparecer nos Autos da Fé de Lisboa cristãos novos judaizantes com profissão de mineiro (minerador ou vendedor de ouro) e moradores nas Minas. Alguns pertenceram ao clã fluminense original outros eram seus descendentes, outros ainda chegavam da Bahia pelo Rio S,. Francisco. O estudo dos processos mostra a mobilidade geográfica dos Cristãos Novos, a intercomunicação entre comunidades regionais através dos laços de parentesco, lugar de origem e negócios.
No período 1723-1748 foram presos cerca de 20 Cristãos Novos moradores em diferentes regiões do que hoje seria Minas Gerais - de Ouro Preto a Paracatu mas também foram até as minas de Goiás. Deste grupo foram executados cinco (27.7% do total). Alguns eram recém-chegados do Reino, atraídos pelas notícias da descoberta do ouro e originários da Beira Baixa (onde até o início do século XX existiram núcleos de cripto-judeus). Da terra trouxeram um judaísmo bastante coeso e mantiveram-se conectados com outros núcleos de judaizantes no Brasil. Razão pela qual foram enredados principalmente pelas denúncias vindas de fora do seu meio imediato.
Dois Cristãos Novos moradores em S. Paulo foram executados em Lisboa: Theotonio da Costa, em 1686, denunciado em Lisboa por parentes (inclusive o seu pai) e Miguel de Mendonça Valladolid, preso em 1728 por denúncias de parentes e amigos na Bahia. Teve uma formação judaica na França e em Amsterdã onde foi circuncidado. Voltou a Portugal e de lá veio para a Bahia percorrendo o país em viagens de negócio. Foi executado em 1731.
O fim da distinção entre Cristãos Velhos e Cristãos Novos decretada pelo Marques de Pombal em 1773 antecipa em quase 50 anos a desativação formal do Santo Ofício. Sem Inquisição, desapareceram os documentos e sem estes interrompe-se a história dos judeus no Brasil.
O fogo pune e o fogo grava:
Contradições da história: a presença judaica nas terras recentemente descobertas pode ser percorrida através do mapa das atividades do Santo Ofício da Inquisição. Os mesmos documentos que ajudaram o extermínio de uma comunidade agora servem para o seu resgate.
Na Europa, junto com os 6 milhões de vítimas, o Holocausto sepultou cerca de mil anos de vida judaica. Aqui, ao contrário, as pegadas do terror desvendaram a forte presença de cristãos novos e cripto-judeus poucas décadas depois da chegada dos colonizadores.
O caso do Brasil serve para derrubar as alegações do historiador Bentzion Netanyahu. O pai do ex-Primeiro Ministro israelense descarta como inconfiável o vasto acervo documental da Inquisição ibérica sob a alegação de que foi estabelecido e redigido pelos acusadores interessados apenas em condenar os denunciados1. Com isso, vai na contramão do que está assente desde 1913 por historiadores judeus do porte de Itzchak Baer ou desde o século passado por espanhóis como Américo de Castro e Menendez-Pelayo. Israel Salvador Revah e Elias Lipiner seguem esta linha no caso português. Lipiner foi mais longe ao afirmar que na Torre do Tombo está uma boa porção da história judaica.
Três décadas depois da chegada de Cabral (1536) era formalmente estabelecido o tribunal da Inquisição em Portugal com o objetivo primordial de atalhar as heresias, especialmente a judaica. E, em 1579 (12 de Fevereiro), D. Henrique, Cardeal-Rei-Inquisidor Geral, nomeava o primeiro Comissário do Santo Ofício no Brasil, o Bispo de Salvador, D. Antônio Barreiros. O novo Comissário não mostrou grande empenho nas novas tarefas mas o ato do Cardeal-Rei forjava a primeira peça de uma tenebrosa engrenagem que levaria aos Autos da Fé de Lisboa cerca de 400 brasileiros (ou aqui residentes). Destes, 20 foram executados:18 garroteados depois queimados e dois colocados vivos nas fogueiras.
A atuação do Santo Ofício no Brasil ao longo de 242 anos (1579-1821) tem sido estudada de forma pontual. Falta uma conexão maior para avaliá-la no âmbito de um processo de exclusão, intolerância e autoritarismo. Alimentada exclusivamente por denún-cias e delações a Inquisição estabeleceu na Colônia um aviltante padrão moral. Comprovação filológica: das diversas palavras de origem hebraica conservadas em nosso idioma está o substantivo malsim e o verbo malsinar (delator e delatar). Embora não utilizados nos autos (pela conotação injuriosa) os dois termos continuam em uso e flagram a sobrevivência de um sistema policial com seus valores essenciais.
Insuflada pela cobiça em torno dos bens confiscados aos condenados - todos eram condenados, a Inquisição era infalível - montou-se um "vale tudo" que incrementou a corrupção. Fundamentado nos estatutos de "limpeza do sangue" o Santo Ofício entranhou desde os primeiros tempos da nascente sociedade um solerte preconceito étnico e racista (posteriormente explorado pelos integralistas e fascistas).
O capítulo inquisitorial brasileiro em particular e o ibero-americano em geral fornece um dos ingredientes para compor a diferença entre os dois hemisférios do Novo Mundo. Enquanto a América do Norte funcionou como santuário para as vítimas das diferentes ondas de repressão religiosa na Europa, as inquisições ibéricas - as mais longevas e institucionais - impediram que no centro e sul das Américas se estabelecesse igual paradigma.
A persistência de um aparelho clerical-policial paralelo ao Estado criou no mundo ibérico duas graves distorções político-institucionais ainda não superadas integralmente: a) perigosa imantação Igreja-Estado que confronta os fundamentos do regime democrático e a liberdade de crer ou descrer; b) a pulverização da justiça com a existência de diferentes códigos e corporações (justiça secular e justiça eclesiástica) estabelecendo contradições e ambigüidades.
Aqui os perseguidos no Reino continuaram perseguidos. Na melhor das hipóteses, esquecidos, até a chegada de um Visitador ou de um novo Bispo quando era acionada a maquina de fabricar diferenças, ressentimentos e repressão. O fato da Inquisição portuguesa, ao contrário da espanhola, ter sido mais centralizadora monopolizando na metrópole a prisão, processos e execuções das sentenças não atenua a dimensão da repressão religiosa no Brasil. A inexistência de cadafalsos não elimina a presença do terror.
. Instrumentos de tortura utilizados nos altos da Inquisição
Como se sabe, o primeiro Comissário, D. Antônio Barreiros, não se empenhou a fundo nas novas atribuições como Comissário do Santo Oficio. Há documentos comprovando sua inapetência para punir os cristãos novos que continuaram vivendo com relativa liberdade.
- "Não esquecerei o que fizeste por mim!"
Afinal, passados alguns anos, já velho, morreu o tzadic. O ritual de sua morte foi fielmente obedecido pelo campônio, conforme orientação escrita deixada pelo rabi Itzac, inclusive proferindo o Shemá. Após o falecimento do tzadic, o campônio ficou triste e desamparado. Analfabeto, sem saber o que fazer da vida, foi arrumar a volumosa quantidade de escritos deixada pelo Rabino. Para surpresa sua, os pacotes estavam amarrados em pequenos volumes separados e em cada um deles havia um bilhete endereçado a um determinado Rabi, entre os que moravam na cidade. Havia ainda um segundo bilhete endereçado ao camponês, onde com letras grandes estava escrito "Tu me ajudaste muito, devo-te a vida. Mas eu te ajudarei depois de morto. Faze o que digo: Entrega cada envelope destes, muito espaçadamente, deixando passar muito tempo entre cada entrega. Isto deve levar anos. Não dês uma palavra sobre eles. Obedece-me e serás feliz para sempre. Não fale!! Não fale!!" E trazia a assinatura do Rabi Itzaac Kragemberg.
Diante do estado de penúria em que se encontrava, quase sem ter o que comer e sem rumo na vida, o camponês lembrou-se então de fazer a entrega ao destinatário de um desses envelopes endereçados, conforme o sábio falecido havia recomendado. Como na sua estreita visão entendia que seria perda de tempo ir à cidade para procurar um religioso (os camponeses de sua aldeia não gostavam dos religiosos), pois geralmente estes não têm dinheiro, são estudiosos, não se preocupam com os bens terrenos, o homem demorou-se a ir à cidade para cumprir as ordens do falecido.
Mas, vendo que nada havia conseguido, percebeu que essa era sua única chance de sobreviver. Tomou então a decisão e com o resto do dinheiro que havia sobrado, resolveu ir procurar o Rabi cujo nome constava em um dos envelopes.
Ao chegar à casa do Rabi, foi por este atendido por comiseração, tal o seu aspecto. Mal vestido, de cor pálida, cabelos amarelos esbranquiçados, postura de fraqueza e humildade, olhos mal levantando-se do chão, ombros arqueados e pequenos, mais parecia um personagem de ficção.
Diante de tal quadro, o Rabi disse-lhe: "Entra, vejo que estás cansado, come e bebe alguma coisa." Sem dizer uma palavra, o homem comeu pão, tomou vinho e, por fim, entregou ao Rabi um envelope onde só constava o nome Rabi Eliezer Abramov. Enquanto o Rabi, curioso, procurava o remetente, o camponês permaneceu mudo. Ao ser inquirido, disse: "Estou cansado!" O Rabi então, ávido, abriu o envelope e começou a ler sobre a interpretação do Zohar.
À proporção que lia, o Rabi se transformava, sua fisionomia ficou séria, seus olhos corriam pelas páginas com um interesse e uma velocidade jamais vistos. Seu rosto se iluminava, suas mãos seguravam as páginas, como que para impedir que fugissem e foi quase que inconscientemente sentando-se. A cada linha, sua cabeça meneava para a frente como sinal de concordância com o que lia. Ainda assim, num gesto ameno, olhou para o homem como se olha para alguma coisa impossível. Gentil e carinhosamente, disse-lhe:
- "Senhor, gostei muito do que está escrito nestas páginas. Desejava ter um tempo maior para examiná-las. Fica comigo, sê meu hóspede, terei muita honra em tê-lo em minha casa. Por favor, façei esta mitzvá, não precisa dizer-me nada. Você será meu hóspede de honra. Por favor, aceite! Já vi que não gosta de conversa, só fale comigo quando quiser!" O camponês, que mal sabia falar, lembrou-se do conselho do chacham e simplesmente acenou com a cabeça, embora ainda não tendo entendido as ordens do Rabi, seu antigo patrão.
Deste modo, instalado confortavelmente, com boa alimentação, ficou hospedado na casa de Rabi Eliezer. Este, estava fascinado pela sabedoria dos escritos que lia.
Os ensinamentos do Rabino eram cheios de chochmá, sabedoria, e humanismo. Passados muitos meses, o campônio resolveu voltar à cabana do falecido para ver como estava tudo. Comunicou então ao seu anfitrião esse desejo. Preparou a viagem do seu hóspede, deu-lhe transporte, alimentos e algum dinheiro. Porém, fez com que o homem prometesse que voltaria o mais depressa possível.
Ambrósio Fernandes Brandão aparece na seqüência da 1ª Visitação - primeiro como testemunha em Lisboa no processo de Bento Teixeira e, em seguida, para contestar as denúncias (sem maiores conseqüências) de guardar os sábado feitas por seu caseiro em Lisboa. Não cabe incluí-lo no balanço das atividades do Santo Ofício no Brasil (caso de Bento Teixeira) mas no rol dos intelectuais de origem e cultura judaica que aqui viveram no século XVII. Enquanto na "Prosopopéia" de Bento Teixeira não existe qualquer traço (mesmo clandestino) de judaísmo, a obra de Ambrósio, "Diálogos das Grandezas do Brasil", contem evidentes sugestões sobre a formação do autor: inúmeras referências ao Velho Testamento o que não era muito usual naqueles primeiros tempos de terror religioso; nenhuma menção ao Novo Testamento (o que também era incomum) e, além disso, uma visão sobre a presença na antigüidade de hebreus e fenícios nesta parte do mundo (Ambrósio antecipava os debates que se desenvolveram 30 e 40 anos depois na comunidade judaica de Amsterdã sobre a extensão da Diáspora).
A própria estrutura dos "Diálogos das Grandezas do Brasil" tem evidentes conotações judaicas: são seis, desenvolvidos ao longo de seis dias com um intervalo do sétimo para reflexões - certamente o descanso sabático.
Registre-se ainda que os modelos que inspiraram os interlocutores eram cristãos-novos: Brandônio (falando em nome do autor, Ambrósio Brandão, assim qualificado na sua passagem pela Inquisição) e Alviano (representando Nuno Alvares, citado como cristão-novo nos livros da 1ª Visitação). A obra, redigida em 1618, não foi a primeira a descrever flora, fauna, clima e habitantes da nova terra - mas é considerada como o primeiro projeto de desenvolvimento e emancipação econômica da colônia.
Esclarecido o paradeiro do autor e as razões da não-publicação do manuscrito talvez fiquem ainda mais evidentes as ligações de Ambrósio com o judaismo.
A 1ª Visitação não diminuiu a emigração dos cristãos novos tanto de Portugal como da Espanha (os dois reinos estavam unidos desde 1581). O Brasil continuava como um refúgio mais seguro do que a matriz e, além disso, despontava com um Eldorado para outras nações européias. A 2ª Visitação do Santo Ofício ocorreu em 1618 quando ficaram muito visíveis as conexões entre os comerciantes e senhores de engenho cristãos novos e a comunidade judaica de Amsterdã. Restringiu-se à Bahia que, por coincidência, foi o primeiro objetivo holandês no Brasil. Durou apenas dois anos (incompletos). Denunciados 90 judaizantes muitos dos quais são designados não como Cristão Novos mas como "homens da Nação", segundo Arnold Wiznitzer. Outra constatação do Visitador: circulavam na Bahia muitos exemplares da Bíblia de Ferrara (em espanhol) reimpressa em Amsterdã.
Apesar de inexpressiva sob o ponto de vista numérico, a 2ª Visitação cria um situação de pânico na comunidade marrana da Bahia, levando muitos a emigrar para Buenos Aires e de lá se espalhar pela América espanhola. Balanço das duas visitações: as denúncias de judaísmo ocupam o primeiro lugar (207).
Das duas visitações de grande porte (houve outras, menores), resultou um retrato bastante nítido dos costumes e mentalidades coloniais (período 1591-1620). Com ênfase especial na comunidade de conversos, judaizantes e cripto-judeus - sua dimensão, importância econômica social na colônia, grau de pureza das crenças, ritos e permeabilidade ao meio ambiente. Tudo isso graças à documentação do Santo Ofício.
No mapa da presença judaica na colônia (seculos XVI, XVII e XVIII), será preciso consignar Bahia, capital do cripto-judaismo brasileiro. A brava comunidade resistiu às duas Visitações (1591 e 1618), enfrentou a repressão revanchista causada pelas calúnias de que os cristãos novos baianos teriam ajudado a conquista de Salvador pelos holandeses (1624) e, poste-riormente uma Inquirição (1646-1649). Apesar deste longo lapso de terror continuamos encontrando processos inquisitoriais de cristãos novos na Bahia ao longo da segunda metade do seiscentos até meados do setecentos. Com indicações precisas sobre a persistência de práticas judaicas com alto grau de consistência não obstante tantas ondas persecutórias.
A Bahia forneceu seis dos vinte brasileiros (ou residentes) executados pela Inquisição em Lisboa (30%). Dois deles queimados vivos - os únicos. Os demais foram garroteados e, em seguida, queimados. O primeiro mártir, verdadeiro santo, Isaque de Castro Tartas, nascido no sul da França, de pais portugueses, educado em Amsterdã, chegou ao Brasil com 16 anos de idade, versado em latim, hebraico, português, espanhol e ciências médicas. Veio para o Recife holandês acompanhado pelo tio materno, Rafael Moses de Aguilar (gramático, autor de textos teológicos - um chacham, sábio). Mas o rapaz vinha com uma missão pessoal: procurar os cristãos novos das capitanias vizinhas para instruí-los na Lei Velha e reconvertê-los formalmente ao judaísmo.
Tartas seguiu para a Bahia, hospedou-se na casa de um dos expoentes da comunidade de Cristãos Novos e, para evitar confusões, apresenta-se ao bispo como judeu da Nação (a Inquisição em teoria só deveria agir contra os Cristãos Novos heréticos - aqueles que apesar de batizados pela Igreja seguiam secretamente outra religião). A tática não surte efeito: Tartas é preso, remetido para Lisboa onde o processo toma curiosa direção - foi ele batizado ou não ? Os Inquisidores chegam a convocar o cônsul francês para dirimir a dúvida capital - uma criança nascida na França poderia ter escapado do batismo ? O jovem produz diversos documentos em latim e em cada instância do processo ostenta com mais vigor a sua fé. Os inquisidores pedem que renuncie ao judaismo mas o jovem não recua. Mais do que isso: segue ostensivamente os rituais judaicos no cárcere: põe os tefilim, faz os jejuns das segundas e quintas (e também o do Tisabea, Thishá Beav) e prepara a sua comida segundo o modo judaico (sem gordura animal, só azeite e cebola). Concedem-lhes todos os prazos e privilégios, inclusive a presença de um teólogo para convencê-lo a converter-se ao cristianismo. No cadafalso recusa qualquer benefício, quer morrer como judeu. Queimado vivo em 15/14/1647 com 24 anos de idade. O caso comoveu as comunidades judaicas do Brasil e Europa.
Outro preso natural da Bahia e queimado vivo em Lisboa não era Cristão Novo, razão pela qual foi excluído por Wiznitzer da sua lista dos 18 brasileiros executados pela Inquisição. Além de constar no processo que era incerta a "qualidade do sangue", foi ordenado sacerdote da ordem de S.Pedro. Como o estudo visava a vida dos judeus no Brasil colonial, Wiznitzer deixou-o de lado. Discriminação: quando se estuda ação da Inquisição no Brasil contra os judaizantea não é recomendável discriminar Cristãos Novos dos Cristãos Velhos. O padre Manoel Lopes de Carvalho embora não tivesse antecedentes ou sangue judaico, acreditava no judaísmo e chegou a tentar a auto-cincuncisão. Na Lista do Auto da Fé é mencionado como hereje, profitente na Lei de Moisés.
A arqueologia das outras comunidade marranas no Brasil foi realizada através da documentação de três incursões inquisitoriais (mais sangrentas e longas do que as duas visitações):
• Rio de Janeiro (1709-1739)
• Paraíba (1728-1756)
• Minas Gerais (1723-1748)
As Bodas de Irajá e o extermínio da comunidade de cristãos novos fluminenses. Tudo começa em 1694, num banquete de casamento assistido pela fina flor da comunidade num engenho em Irajá (hoje Baixada Fluminense) em seguida ao culto católico numa Igreja do Rio. Uma das convivas, meia Cristã Nova, anos depois resolve denunciar à Inquisição de Lisboa, todos os presentes à festa. Cita 56 convidados mais os parentes próximos e acaba delatando as praticas de toda uma comunidade que conhecia muito bem (delatou 169 pessoas que acabam enredando outras tantas num cifra que chega a cerca de 300 processos). Esta multidão é penitenciada em oito Autos da Fé, ao longo de quatorze anos. A primeira fornada produz três execuções por garrote em Lisboa e mais seis defuntos (mortos na longa viagem ou no cárcere).
Grande parte dos enredados fazem parte da família de Antônio José da Silva que entrou para a história da cultura luso-brasileira com a alcunha de O Judeu. Os trisavós maternos chegaram ao Brasil nas duas primeiras décadas do século XVII e os paternos logo depois. Fugiam provavelmente da Inquisição porque eram cristãos novos e, alguns, convictos judaizantes. Vieram para ficar, deitar raízes, a Inquisição não deixou.
No Rio, ocuparam posições importantes na vida econômica e administrativa mantendo-se fiel à Lei de Moisés sem importar-se com a Inquisição que, vez ou outra, mostrava suas garras (o bisavô, Miguel Cardoso foi penitenciado no Auto da Fé de 1666 mas retornou são e salvo).
Nas ricas bodas do filho do Senhor de Engenho em Irajá os pais de Antônio José estavam presentes mas ainda solteiros. Quando o pai, mãe, tios, avós, parentes próximos ou remotos foram levados presos para Lisboa, o menino tinha sete anos. Foi junto mas ficou com outros parentes, já libertados, até que a família pode reunir-se novamente. Ninguém voltou para o Rio.
Antônio José estudou direito em Coimbra mas não conseguiu formar-se: foi preso em 1726 junto com os dois irmãos, primos e primas. A segunda geração daqueles que foram incriminados por causa da festa em Irajá. Antônio José e os irmãos escapam com vida, o primo-irmão, João Thomas de Castro, não teve esta sorte.
Graças às amizades do pai, então advogado na Casa da Suplicação, Antônio José conseguiu acercar-se, sem grande êxito, dos círculos oficiais. Mas o sucesso só veio através das comédias musicadas, encenadas com marionetes no teatro popular do Bairro Alto. Na sua maioria eram inspiradas em temas clássicos mas satirizavam os costumes e os poderosos do seu tempo.
Depois da morte do pai foi preso pela segunda vez (1737) quando, junto com a mulher, mãe, tia, irmão e cunhada participavam de uma cerimônia do Dia Grande (Yom Kipur). Não há indicações de que a prisão fosse decorrência dos seus escritos mas o rigor da sentença (único do grupo condenado à pena capital) faz supor algum tipo de retaliação por parte do Car-deal-Inquisidor, D. Nuno da Cunha (um dos mentores de D. João V).
Suas "óperas" foram encenadas entre 1733 e 1738 - a última quando já estava encarcerado. Impressas em edições avulsas e anônimas enquanto vivo foram incluídas também anonimamente na famosa coletânea Theatro Cómico Português que alcançou sucessivas edições ao longo do século XVIII. São elas: Vida de D. Quixote de la Mancha, Esopaida ou Vida de Esopo, Os Encantos de Medeia, Anfitrião ou Júpiter e Alcmena, Labirinto de Creta, Guerras do Alecrim e Mangerona, Variedades de Proteu e Precipício de Faetonte. É considerado o criador do moderno teatro português.
Extirpando as raízes na Paraíba. Esta incursão inquisitorial só agora começa a ser estudada a fundo e revela o ajuste de contas final entre o Santo Ofício e os remanescentes do velho núcleo de marranos no Nordeste. Entre 1728 e 1756 foram presos 38 cristãos novos judaizantes que viviam há pelo menos um século na capitania. Uma das vítimas, Guiomar Nunes, foi executada (1731) e outra, Maria de Valença, permaneceu encarcerada 19 anos - um recorde.19
Ouro e Sangue, seria a designação apropriada para a saga dos Cristãos Novos que conseguiram escapar do extermínio da comunidade do Rio refugiando-se nas montanhas de Minas. Os dois elementos não estão dissociados porque entre as causas subjacentes à perseguição no Rio (de acordo com relatos da época e estudos recentes), está riqueza dos aluviões auríferos descobertos no fim do século XVII e a importância dos Cristãos Novos na cidade onde o metal seria processado e de lá exportado para o Reino.
A partir de 1723 começam a aparecer nos Autos da Fé de Lisboa cristãos novos judaizantes com profissão de mineiro (minerador ou vendedor de ouro) e moradores nas Minas. Alguns pertenceram ao clã fluminense original outros eram seus descendentes, outros ainda chegavam da Bahia pelo Rio S,. Francisco. O estudo dos processos mostra a mobilidade geográfica dos Cristãos Novos, a intercomunicação entre comunidades regionais através dos laços de parentesco, lugar de origem e negócios.
No período 1723-1748 foram presos cerca de 20 Cristãos Novos moradores em diferentes regiões do que hoje seria Minas Gerais - de Ouro Preto a Paracatu mas também foram até as minas de Goiás. Deste grupo foram executados cinco (27.7% do total). Alguns eram recém-chegados do Reino, atraídos pelas notícias da descoberta do ouro e originários da Beira Baixa (onde até o início do século XX existiram núcleos de cripto-judeus). Da terra trouxeram um judaísmo bastante coeso e mantiveram-se conectados com outros núcleos de judaizantes no Brasil. Razão pela qual foram enredados principalmente pelas denúncias vindas de fora do seu meio imediato.
Dois Cristãos Novos moradores em S. Paulo foram executados em Lisboa: Theotonio da Costa, em 1686, denunciado em Lisboa por parentes (inclusive o seu pai) e Miguel de Mendonça Valladolid, preso em 1728 por denúncias de parentes e amigos na Bahia. Teve uma formação judaica na França e em Amsterdã onde foi circuncidado. Voltou a Portugal e de lá veio para a Bahia percorrendo o país em viagens de negócio. Foi executado em 1731.
O fim da distinção entre Cristãos Velhos e Cristãos Novos decretada pelo Marques de Pombal em 1773 antecipa em quase 50 anos a desativação formal do Santo Ofício. Sem Inquisição, desapareceram os documentos e sem estes interrompe-se a história dos judeus no Brasil.
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