No
dia 14 de maio de 1948, o líder do movimento sionista David Ben Gurion
proclamava a independência de Israel: a fundação do Estado encerrava uma
ambição cultivada havia séculos pelos judeus na Diáspora. Nada mais grandioso a
ser perpetuado na memória judaica do mundo inteiro - nele, a semente do
judaísmo espalhou-se, cresceu e multiplicou-se.
Justo no ensejo dos 50 anos de criação do Estado de Israel, Henrique Veltman sustenta a necessidade de preservação da memória judaica: "A História do Brasil", sentencia ele, "é essencialmente uma história judaica. A contribuição dos judeus à história brasileira é excepcional e precisa ser resgatada"
Essa é a proposição do mais recente livro de Veltman, "A História dos Judeus no Rio de Janeiro"- seguindo a rota traçada em "Histórias de Vovó Rachel - A Criação do Mundo", "Crônica do Judaísmo Carioca", "A História dos Judeus em São Paulo", vídeo "Os hebraicos da Amazônia".
O livro foi lançado no último dia junho de 1998, numa concorrida noite de autógrafos na Livraria Letras & Expressões, em Ipanema.
Veltman dedica o seu livro "aos muitos historiadores, professores e jornalistas que escreveram, direta e indiretamente, sobre a vida judaica no Rio de Janeiro", certamente imbuído desse espírito inerente a, por exemplo, Luiz Edmundo, João do Rio, Emílio de Menezes, Machado de Assis.
Faz com que saborosas histórias e descrições da vida carioca, nos séculos passados e no atual, recheiem sua narrativa da história propriamente dita dos judeus do Rio de Janeiro. A qual, segundo Henrique Veltman, "deve ser contada na verdade a partir do descobrimento do Brasil". Nada mais oportuno, portanto, por ocasião das comemorações dos 500 anos.
Em
seu livro, Veltman evoca a presença de israelitas nas esquadras portuguesas no
século XV e nos primeiros tempos da colonização; retrata as relações do
imperador D.Pedro II com a comunidade judaica, a integração dos imigrantes com
o "bota-abaixo" de Pereira Passos e a reformulação arquitetônica da
cidade, no início do século XX, sua inserção na vida literária, artística e
social do Rio; descreve a visita de Albert Einstein, em 1925, a chegada de
famílias que passaram a ter papel de destaque, a contribuição ao esforço de
guerra contra a Alemanha e a presença de judeus nos pelotões da FEB; informa sobre
a convivência dos judeus com o Estado Novo; descreve usos e costumes, aborda
tendências políticas, dedica um capítulo à comida judaica, indicando até
restaurantes, e enfatiza "a alma encantada das ruas", ao relacionar
as muitas ruas avenidas, praças e obras públicas da cidade que ostentam nomes
judaicos ou ligados ao judaísmo.
Henrique
Veltman foi o jornalista responsável da revista O Hebreu, fundada em 1980 por
Eliahu Chut. Henrique Veltman ocupou durante quase 20 anos as principais
páginas da revista, com seus comentários e informações. No Rio de Janeiro, em
1960, na companhia de um grupo de jovens jornalistas israelitas, fundou
"Menorah" que existe ainda hoje, sob a forma de revista mensal. A
pedido do Instituto Brasileiro de Cultura Judaica, o braço brasileiro do
American Jewish Committee,
escreveu para a revista "Comentário", em 1965, na edição comemorativa
do IV Centenário do Rio de Janeiro, a "Crônica do Judaísmo Carioca",
reproduzida, anos mais tarde, pelo Jornal Israelita, também do Rio.
Em São Paulo, foi incumbido pela Federação
Israelita de coordenar
as comemorações do Iom Haatzmaut de 1971. No ano seguinte, foi indicado diretor
da Federação. Em 1973, por ocasião da Guerra do Iom Kipur, coordenou o trabalho
conjunto da imprensa judaica, de informação imediata à Comunidade dos fatos que
ocorriam nas frentes de batalha. Ainda em 1973, convocou a reunião
preliminar dos profissionais judeus brasileiros da área de Comunicação, em São
Paulo. Desta reunião nasceu um trabalho permanente de intercâmbio,
principalmente dos jornalistas.
Em 1974, foi eleito diretor da Organização Sionista do Brasil, presidida na época pelo prof. Bóris Blinder Z'L'. Em 1976, participou do Congresso Sionista, em Jerusalém, como delegado da Tnuat Aliá do Brasil. Sua intervenção em plenário está registrada nos Anais do Congresso. No regresso ao Brasil, foi eleito sucessivamente para a Secretaria Geral da Tnuat Aliá em S.Paulo e Tnuat Aliá do Brasil.
Foi diretor de divulgação de A Hebraica, em 1972. É membro honorário do Kibutz Bror Hail. É membro do Avodá, no Brasil.
Em 1974, foi eleito diretor da Organização Sionista do Brasil, presidida na época pelo prof. Bóris Blinder Z'L'. Em 1976, participou do Congresso Sionista, em Jerusalém, como delegado da Tnuat Aliá do Brasil. Sua intervenção em plenário está registrada nos Anais do Congresso. No regresso ao Brasil, foi eleito sucessivamente para a Secretaria Geral da Tnuat Aliá em S.Paulo e Tnuat Aliá do Brasil.
Foi diretor de divulgação de A Hebraica, em 1972. É membro honorário do Kibutz Bror Hail. É membro do Avodá, no Brasil.
“Que sorte a nossa de contar com um jornalista e escritor do
gabarito de Henrique Veltman para pesquisar e recontar a saga dos imigrantes
judeus que vieram para o Rio de Janeiro. Através das páginas dos seus livros,
recordam-se os fatos, resgata-se a memória, registra-se a história” - Rabino
Henry I. Sobel
“Henrique Veltman
lança agora “A História dos Judeus no Rio de Janeiro. Trata-se de um estudioso
da memória judaica no Brasil. Em 1983, já havia feito, por encomenda do Beth
Hatefutsot (museu da Diáspora de Tel Aviv) uma pesquisa sobre os israelitas na
Amazônia. Em 1986, pesquisou e produziu o documentário “Marrocos, uma nova
África”. Neste seu novo livro, ele aborda os mil e um aspectos da contribuição
dos judeus na formação da sociedade carioca” - Murilo Melo Filho, Manchete