O campo foi utilizado pelos nazistas durante o governo colaboracionista de Vichy para prender e de lá deportar judeus a Auschwitz e outros campos
A visita ao novo Memorial do Holocausto, na França, o Camp des Milles (1939-1942), ainda ausente dos guias turísticos, induz à reflexão sobre racismo, genocídio e preservação da memória. O campo foi utilizado pelos nazistas durante o governo colaboracionista de Vichy para prender e de lá deportar judeus a Auschwitz e outros campos.
A 2ª Guerra eclode em setembro de 1939 e o governo da República Francesa procura um local para segregar os inimigos do regime
. Topografia do campo:
O Camp des Milles,localizado a 10 minutos de Aix-en-Provence, nasceu em 1882, quando a família Rastoin, de empreendedores de Marselha, inaugura uma olearia para fabricação de tijolos. Por meio século, a produção de paralelepípedos esteve em seu auge, até finalmente declinar durante a crise econômica de 1937.
A 2ª Guerra eclode em setembro de 1939 e o governo da República Francesa procura um local para segregar os inimigos do regime. Os 15 mil m2 da olearia eram uma excelente opção para a execução de sua política de deportação, humilhação e confinamento. A história de Camp des Millespode ser dividida em três períodos:
O primeiro foi a época do início da 2ª Guerra, chamado de “Drôle de Guerre (“Guerra de Mentira” ou “Guerra de Araque”), em que não houve verdadeiros combates armados. Este primeiro período vai de 3 de setembro de 1939 - quando da declaração de guerra da Grã-Bretanha e França à Alemanha - até 10 de maio de 1940, data da invasão da Bélgica e Países Baixos pelas tropas do Terceiro Reich. No campo, esse período caracterizou-se por um forte aumento no número de militantes antifascistas, vindos da Alemanha como refugiados. Eram os primeiros sinais de resistência ao nazismo.
A conquista da França pelo poderoso exército alemão, o Wehrmacht, a assinatura do armistício1 e o estabelecimento do Regime de Vichy inauguram o segundo período de Camp des Milles, entre 1940-1942. Durante este, o lugar se converteu em campo de trânsito e concentração de população “indesejada”. A maioria dos internados eram artistas, músicos, médicos que almejavam emigrar para os Estados Unidos, um lugar que brindava maiores possibilidades profissionais. Ao todo, estavam presas no campo 3.500 pessoas de 38 diferentes nacionalidades, amontoadas em condições deploráveis. Até julho de 1942, militantes são enviados ao campo por serem declarados dissidentes do regime alemão.
O terceiro período transcorre durante o verão de 1942, trazendo consigo uma mudança significativa no percurso da 2ª Guerra. Os meses de agosto e setembro anunciavam o final da Era Vichy. Em novembro de 1942, a zona destinada a Vichy foi ocupada pelas forças do Eixo, levando à dissolução do exército francês e causando o afundamento da frota da França, acabando com qualquer sinal de independência.
A partir de então, a Alemanha de Hitler supervisionaria todos os funcionários franceses, inclusive aqueles que trabalhavam em Camp des Milles. Assim sendo, a olearia de Milles foi transformada em um campo de deportação exclusivo para judeus. O lager2 era administrado por 30 militares, todos subordinados ao capitão Charles Goruchon. Em julho de 1942, o político e colaboracionista Pierre Laval (1883-1945), amigo do Marechal Pétain3, ordenou incluir casais com crianças menores de 16 anos nas deportações. Em 3 de agosto, com a ajuda de cinco comboios, o campo foi esvaziado.
Os trilhos do trem ficavam próximos do local e, do andar superior da olearia, era possível avistar a saída dos comboios rumo aos campos de extermínio. Sob o sol da Provence, ao som das cigarras, Pierre Laval não poupava ninguém, sequer as crianças.
Houve deportados não judeus que ajudaram no resgate das crianças judias. Uma boa parte foi homenageada como “Justos entre as Nações” pelo Museu Yad Vashem, em Jerusalém, dentre eles: o padre Cyrille Argenti, Edmond e Nelly Bartoloni, Marie-Jeanne e Auguste Boyer, Marius Chalve, Georgette e André Donnier, o pastor Marc Donadille e sua esposa, Françoise Donadille, pastor Charles Guillon, Alice Manen e seu marido, pastor Henri Manen, pastor Joseph Marie Perrin, clérigo Fernand Singerlé e o pastor Gaston Vincent e seu filho Michel.
O sul da França tornou-se um grande refúgio para os judeus que tentam fugir para países neutros, legal ou ilegalmente. Estima-se que, no momento do armistício entre França e Alemanha,que dividiu a França em zonas, estivessem presos 50 mil judeus nos 30 campos de concentração no país, mas em decorrência de óbitos, libertações e emigração, esse número diminuiu consideravelmente até o final de 1941.
Na zona de Vichy, as autoridades se mostraram relutantes em agir contra os judeus franceses, mas não contra refugiados judeus de outros países. Estima-se que 2/3 dos deportados fossem judeus de outras nacionalidades.
Entre agosto e setembro 1942 foram deportadas milhares de crianças judias, a menor delas com apenas um ano de idade
. Crianças no Camp Des Milles:
Entre agosto e setembro 1942 foram deportadas milhares de crianças judias, a menor delas com apenas um ano de idade. A lista de nomes e sobrenomes das crianças de Camp des Milles (http://www.campdesmilles.org/histoire-d-un-camp.html) é resultado do incansável trabalho de Serge e Beate Klarsfeld, ele judeu romeno, ela alemã protestante, inteiramente dedicados à caça de nazistas. Na “Klarsfeld Foundation” é possível consultar uma lista alfabética ainda maior de crianças transportadas do território francês até Auschwitz e demais campos.
O “Relatório de Inspeção de Dannecker”, publicado em julho de 1942, permite obter dados significativos sobre o Camp des Milles: “O campo é uma olearia solidamente construída. Lá as condições são piores que as de Drancy, nas proximidades de Paris. Objetos diversos em madeira são fabricados nos ateliês. O número de prisioneiros é de 1.306 judeus.
Dentre eles, contabilizados 781 alemães, 290 austríacos, 92 poloneses, 16 tchecos e 13 russos. Os cidadãos germânicos, foram todos deportados em 25 de outubro de 1940 de Baden e Palatinado. A maioria tinha mais de 50 anos. Havia dois hotéis (Hôtel Bompard e Hôtel Terminus), vigiados por mulheres de Marselha, que também estavam subordinados ao Camp des Milles. Lá estavam 361 judeus; 321 deles são tidos como apátridas (158 ex-alemães), num total de 1.192 “judeus deportáveis”.
Entre 14 de agosto e 9 de setembro 1942, seis comboios abarrotados seguiram rumo a Auschwitz transportando 5.991 judeus, dos quais 1.379 eram da região de Provence des Milles.
Depoimentos de testemunhas durante a deportação dos judeus do Camp des Milles, (principalmente em novembro e dezembro de 1942), retratam uma situação de profunda tristeza e extrema penúria. O pastor francês Henri Manen (1900-1975) esteve presente no próprio campo e registrou a deportação efetuada em 2 de setembro de 1942: “Se existiu algo particularmente doloroso de ser testemunhado, foi o espetáculo das crianças. Por terem sido dadas instruções de última hora, todos foram obrigados a partir com seus pais. Durante a noite fria, chorando de fome, crianças pequenas (de 5-6 anos), tentavam carregar heroicamente sacolas na altura da cintura. Eles tremiam de frio por causa do orvalho noturno. Pais e mães jovens choravam silenciosamente, tomados pela impotência, diante do sofrimento de seus filhos. De imediato, escutou-se a ordem de partida, assim todos deixaram a plataforma para entrar no trem”.
Em 4 de novembro de 1942, 217 internos do Camp des Milles são transferidos aos citados hotéis Bompard e Terminus, ambos nas proximidades de Marselha. No início de 1943, estes lugares também acolhiam judeus da região do Camp des Mees (Alpes Marítimos) e La Roquebrussane, dois pontos de deportação a poucos quilômetros de Marselha. Finalmente, em março de 1943, a Wehrmacht entra em Camp des Milles deportando as três dezenas de prisioneiros que lá ainda se encontravam.
São centenas de decorações e grafites abandonados no lugar ao término da 2a Guerra
. Campo de artistas:
Em 1947, Camp des Milles recupera sua vocação industrial. O angustiante passado, enterrado durante a 2a Guerra Mundial, ressurge da poeira. No que era o refeitório dos guardas do campo, encontram-se pinturas feitas por prisioneiros artistas. A destruição da “sala de murais” mobilizou deportados e associações. Passaram por ali famosos pintores, designers, escritores, músicos, escultores, homens de teatro e cientistas judeus, como Max Ernst, Hans Bellmer, Robert Liebknecht, Leopold Mayer (Léo Maillet), Ferdinand Springer e Lion Feuchtwanger. Também lá esteve recluso o Prêmio Nobel de Medicina de 1922, Dr. Otto Fritz Meyerhof, e o futuro Nobel de 1950, Dr. Tadeusz Reichstein, incentivador do uso da cortisona como anti-inflamatório na cura da artrite. Cerca de 350 obras de arte foram criadas em Camps des Milles. São centenas de decorações e grafites abandonados no lugar ao término da 2a Guerra.
Max Ernst (1891-1976) foi um dos principais artistas do século 20. Nascido em 1891 em Bruhl, na Renânia, acompanhou os primeiros passos da pintura expressionista, criando junto com Johannes Theodor Baargeld (1892-1927) e Hans Peter Wilhem Arp (1886-1966) o grupo dadaísta de Colônia, Alemanha.
Instalado em Paris desde 1922, Ernst será membro ativo do movimento surrealista, trabalhando com técnicas de colagem e adesivos. Internado em Camp des Milles e Saint Nicolas, foi salvo pelo jornalista americano Varian Fry. No verão de 1940, Fry organizou uma rede clandestina de fuga, em Marselha, conseguindo salvar das mãos nazistas renomadas personalidades como Marc Chagall, Hannah Arendt, Marcel Duchamp, Jacques Lipchitz, Wilfredo Lam e André Breton. Nos treze meses em que permaneceu nessa cidade, Fry resgatou algumas das mentes mais brilhantes do século 20 (MORASHÁ no 35, dezembro de 2001). Em julho de 1941, Max Ernst emigrou para os EUA, voltando a Paris somente em 1953. Naturalizado francês, o artista morou no sul da França até 1976, quando faleceu.
O novelista e romancista judeu Lion Feuchtwanger nasceu em Munique, em 1884, e teve passagem meteórica pelo Camp des Milles. Pacifista e antimilitarista, enfrentou o nazismo com convicção. Seu famoso romance, O Judeu Süss (1925), foi adaptado ao cinema4, virando propaganda antissemita. Em janeiro de 1933, a casa de Feuchtwanger, em Berlim, foi saqueada; ele teve seus bens confiscados e sua titulação universitária e nacionalidade retiradas. Suas obras foram proibidas e queimadas em 10 de maio de 1933. Exiliado na França, em Sanary-sur-Mer, o novelista funda, com Bertolt Brecht e Willi Bredel, o jornal “Das Wort”, importante publicação antifascista dos escritores exilados da Alemanha.
Em 1936, Feuchtwanger publicou O falso Nero, romance histórico que satiriza o nazismo. Um bufão, instigado por intrigas capitalistas, coloca-se à frente de um movimento popular, exercendo poder extremamente ditatorial. Logo é destituído, pois o povo se desencanta. Nunca antes se escrevera uma sátira tão mortal e certeira contra Hitler e seus comparsas. O texto, esclarecedor, desempenhou um papel significativo na luta contra o totalitarismo do Führer.
Em maio de 1940, Feuchtwanger é levado ao Camp des Milles, mas é logo libertado, viajando aos EUA para ali radicar-se definitivamente. O diabo em França, escrito em 1942, é o único texto autobiográfico publicado. Morreu em Los Angeles, em dezembro de 1958.
O pintor judeu Hans Bellmer nasceu em Katowice, em 1902. Nos anos 1920, já instalado em Berlim, começa realmente a se interessar pelo judaísmo. Com 22 anos, trabalha em Paris como desenhista de publicidade. Em 1933 começa a despontar seu talento artístico na fabricação de bonecas, dividindo seu tempo entre Berlim e Paris, Itália e Tunísia.
Entre 1936-1937, Hans Bellmer expõe nos EUA, França e Japão. Um ano depois, em 1938, deixa definitivamente a Alemanha para viver em Paris como artista. Na primavera de 1939, é deportado ao Camp des Milles, trabalhando, também, no campo do vilarejo de Forcalquier, sul da Provence, em companhia do gravurista Ferdinand Springer. Entre 1941-1944 mora em Castres e Toulouse, retornando a Paris onde ficaria até sua morte, em 1975.
Robert Liebknecht nasceu em Berlim, em 1903. Era neto de Wilhelm Liebknecht (1826-1900), amigo de Karl Marx e fundador do Partido Social Democrata alemão. Seu pai, Karl Liebknecht (1871-1919) - colega da militante bolchevique Rosa Luxemburg - foi assassinado durante um motim comunista em Berlim. Após a morte do pai, Robert começa seus estudos de Belas Artes em Dresden, para depois instalar-se em Berlim. Em seus trabalhos, pintou cenas do cotidiano, retratos de desempregados, marginais e figuras de periferia. Em 1933, com a chegada do nazismo, Liebknecht deixa definitivamente a Alemanha, indo para Paris, onde se sustenta com traduções. Mas continua pintando. Em 1939, é enviado a Camp des Milles. Libertado o campo, ele retorna a Paris, desenvolvendo atividades artísticas até sua morte, em 1994.
O artista judeu Ferdinand Springer nasceu em Berlim em 1907. Aos 20 anos viajou a Milão para estudar com Carlo Carrà (1881-1966), expoente do movimento futurista italiano. Depois iria a Paris para estagiar como aprendiz do pintor e gravurista Stanley Wiliam Hayter (1901-1988), fundador do legendário “Atelier 17”, na Cidade das Luzes. Em 1937, Springer faz uma exposição nos EUA. Voltando à França, fixa-se em Grasse, pequena cidade na Riviera Francesa.
No outono de 1939, Springer desenhou em Antibes, Camp des Milles e Forcalquier. Após a rendição da França a Alemanha de Hitler, por ser judeu, refugiou-se na Suíça, retornando à França em 1945. Morreu em Grasse, em 1998.
. Outras personalidades:
O Dr. Otto Fritz Meyerhof nasceu em 1884, em Hannover, numa abastada família judaica. Aos quatro anos, sua família mudou-se para Berlim, onde ele passaria parte de sua infância e juventude. Lá ele começa a estudar medicina, dando continuidade a seus estudos em Freiburgo, Estrasburgo e Heidelberg. Graduou-se em 1909, com uma tese intitulada “Contribuições à Teoria Psicológica da Doença Mental”. Em Heidelberg, conheceu a estudante de matemática, Hedwig Schallenberg, sua futura esposa, com quem teve uma filha e dois filhos.
Em 1912, Meyerhof mudou-se para a cidade de Kiel, onde é contratado pela Universidade local, tornando-se professor em 1918. Em 1922, com apenas 28 anos, é agraciado com o Prêmio Nobel de Medicina, junto com o fisiologista britânico Archibald Vivian Hill (1886-1977), por seu trabalho sobre metabolismo muscular e glicose. Sua tese demonstrava a relação existente entre o consumo de oxigênio e o metabolismo do ácido lático nos músculos.
Em 1929, o Dr. Otto Fritz Meyerhof foi nomeado diretor do “Instituto Kaiser Wilhelm de Pesquisa Médica”, cargo que exerceu até 1938. Com a ascensão de Hitler, e como resultado das perseguições aos judeus em 1938, Meyerhof mudou-se a Paris. Em 1939 é deportado ao Camp des Milles. Finalmente, em 1940, emigra para os EUA, tornando-se “professor visitante” na Universidade da Pensilvânia, Filadélfia.
O Dr. Meyerhof se interessou pela música, pela literatura e, particularmente, pelas artes, sempre incentivado pela esposa, Hedwig, que também foi artista plástica. Ele faleceu de um ataque cardíaco nos EUA, em 1951.
O Dr. Tadeusz Reichstein (1897 - 1996) foi um químico judeu, filho de Isidor Richstein e Gastava Brockmann. A família emigrou da Polônia para a Suíça, em 1905. Entre 1916-1920, Tadeusz completou estudos de química no “Eidgenössische Technische Hochschule” (Instituto Superior Tecnológico), em Zurique.
Agraciado em 1950 com o Nobel de Medicina, na área da Fisiologia, Reichstein dividiu o cobiçado prêmio com dois cientistas: o químico americano Edward Calvin Kendall e o médico americano Phillip Showalter Hench. O trabalho dos três cientistas versava sobre os hormônios do córtex adrenal, suas estruturas e efeitos biológicos. Reichstein chegou à marca impressionante de 635 publicações científicas, a última delas escrita aos 97 anos de idade, pouco antes de falecer, na Basileia.
Passaram-se quase três décadas (1983-2012) até que, finalmente, em 10 de setembro de 2012, fosse inaugurada a Fundação e Memorial Camp des Milles
. Considerações finais:
Muitas vezes a História é revivida pela arte como também pela ação determinada de um punhado de protagonistas. Passaram-se quase três décadas (1983-2012) até que, finalmente, em 10 de setembro de 2012, fosse inaugurada a Fundação e Memorial Camp des Milles, na presença do então primeiro-ministro da França, Jean-Marc Ayrault.
O presidente da Fundação, Alain Chouraqui, afirmou:
“Este Memorial é essencial pela escolha radical que foi feita.... Desde o início, dissemos: este lugar deve ser útil. Não somos defensores da memória pela memória, da memória de reverência. Nós preferimos a memória de referência”. E continua: “Além da História, confiamos em outras ciências humanas, para poder dizer nunca mais”.
A visita ao museu é organizada em três partes: histórica, memorial e reflexiva. Este último passo, que visa “dar significado universal” ao ocorrido, discute quatro grandes genocídios do século 20 (armênios, judeus, ciganos e tutsis), todos eles estudados através do filme “Três fases do racismo ao genocídio”. Visitar um lugar de sofrimento torna-se uma ferramenta universal contra preconceitos e estereótipos.
Camp des Milles é hoje um museu histórico, que permite ingressar-se nos meandros da 2ª Guerra, sentir o trágico inferno a que foram submetidos os judeus durante o Holocausto, e discutir temas vinculados à intolerância e ao preconceito. Sem dúvida alguma, este local lúgubre nos propicia uma oportunidade única de repensar o ser humano.
Termino com as palavras do Prêmio Nobel da Paz de 1986, o sobrevivente Elie Wiesel (1928-2016), registradas no próprio folder do Memorial: “Estou convencido de que Camp des Milles será um lugar importante, muito importante, para os próximos séculos”.
1. De acordo com o armistício assinado por Hitler com a França, o país foi dividido em dois. Ao Nordeste, o território permaneceria sob ocupação alemã; ao sudoeste, com 2/5 do território francês, seria criada uma “Zona Livre”, tendo Vichy como capital e abrangendo duas grandes cidades, Lyon e Marselha.
2. Campo, em alemão
3. General francês que alcançou a distinção de Marechal da França. Grande colaborador do 3º Reich, atuou como chefe de Estado da França de Vichy de 1940 a 1944.
4. Em 5 de setembro de 1940, o filme de Veit Harlan foi lançado no Festival de Veneza. A trama descreve com ironia a figura de Joseph Süss Oppenheimer (1698-1738), destacado banqueiro judeu.
. Bibliografia:
Deroubaix, Christopher, Camp des Milles. L’antichambre de la mort devenue outil de réflexion. L´Humanité, 08 août 2013.
Fontaine, André, Un camp de concentration à Aix-en-Provence? Le camp d’étrangers des Milles, 1939-1943, Cahors, Edisud 1989, 245 págs.
Grésillon, Boris- Lambert, Olivier – Mioche, Philippe, De la Terre et des hommes, La tuillerie des Milles d’Aix-en-Provence, Aix-en-Provence 2008
Site-Memorial du Camp des Milles. Musée d´histoire et des sciences de l´homme. Aix-en-Provence. Monument historique. www.campsdesmilles.org (site oficial do museu).
Varian Fry, O herói. MORASHA no 35, dezembro de 2001. Versão digital disponível em: http://www.morasha.com.br/holocausto/varian-fry-o-heroi.html.
. Fonte:
Revista Morashá - Edição 104 - Junho de 2019
http://www.morasha.com.br/holocausto/camp-des-milles-historia-e-memoria.html
Autor: Prof. Reuven Faingoldé historiador e educador; PHD em História e História Judaica pela Universidade Hebraica de Jerusalém. é responsável pelos projetos educacionais do “Memorial da Imigração Judaica e do Holocausto” de São Paulo
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