O hebraico renasceu como língua falada durante o final do século XIX e começo do século XX como o hebraico moderno, adotando alguns elementos dos idiomas árabe, ladino (língua dos Judeus sefarditas), iídiche (língua dos Judeus oriundos da Europa), e outras línguas que acompanharam a Diáspora Judaica
O hebraico assemelha-se fortemente ao aramaico e, embora menos, ao árabe e seus diversos dialetos, partilhando muitas características linguísticas com eles
O hebraico (עברית, ivrit/ibrit) é uma língua semítica pertencente à família das línguas afro-asiáticas. A Bíblia original, a Torá, que os judeus ortodoxos consideram ter sido escrita na época de Moisés, cerca de 3.300 anos atrás, foi redigida no hebraico dito "clássico". Embora hoje em dia seja uma escrita foneticamente impronunciável, devido à inexistência de vogais no alfabeto hebraico clássico, os judeus têm-na sempre chamado de (לשון הקודש), Lashon ha'Kodesh ("A Língua Sagrada") já que muitos acreditam ter sido escolhida para transmitir a mensagem de Deus à humanidade. Por volta da primeira destruição de Jerusalém pelos babilônios em 607 a.C., o hebraico clássico foi substituído no uso diário pelo aramaico, tornando-se primariamente uma língua franca regional, tanto usada na liturgia, no estudo do Mishná (parte do Talmud) como também no comércio.
O hebraico renasceu como língua falada durante o final do século XIX e começo do século XX como o hebraico moderno, adotando alguns elementos dos idiomas árabe, ladino (língua dos Judeus sefarditas), iídiche (língua dos Judeus oriundos da Europa), e outras línguas que acompanharam a Diáspora Judaica como língua falada pela maioria dos habitantes do Estado de Israel (Medinat Israel), do qual é a língua oficial primária (o árabe também tem status de língua oficial).
Enquanto o termo "hebreu", refere-se a uma nacionalidade, ou seja especificamente aos antigos israelitas, a língua hebraica clássica, uma das mais antigas do mundo, pode ser considerada como abrangendo também os idiomas falados por povos vizinhos, como os fenícios e os cananeus. De fato, o hebraico e o moabita são considerados por muitos, dialetos da mesma língua.
O hebraico assemelha-se fortemente ao aramaico e, embora menos, ao árabe e seus diversos dialetos, partilhando muitas características linguísticas com eles.
O hebraico também mudou. A diferença entre o hebraico de hoje e o de três mil anos atrás é que o antigo era um abjad ou seja, não possuía vogais para formar sílabas. As vogais (Nekodot) foram os sinais diacríticos inventados pelos rabinos para facilitar na pronúncia de textos muito antigos e posteriormente desativados, nos meios de comunicação atuais. De fato que o Hebraico não possui vogais "dispostas em forma escrita", sendo o Hebraico um alfabeto consonantal, formado apenas por 22 consoantes. Outrossim, o chinês e o japonês também o são. Em sua forma antiga (clássica), estas línguas tem um alfabeto formado apenas por consoantes, como é o caso do russo, do árabe e de outras línguas mais. Entretanto é irrevogável o fato de que, em nenhuma língua da terra, especialmente o que é o caso, as escritas de forma quadrática, qual é o caso do Hebraico, chinês, japonês etc, não exista a presença das vogais. Um japonês desenha um Kanji (forma quadrática da língua) e, na hora de expressar com a voz, este diz: - Uma linha reta na vertical, com um traço cortando-a ao meio, disposto por três linhas horizontais e um traço menor abaixo do traço maior: esta seria a possível forma de se pronunciar um Kanji sem usar vogais. A voz falada é a alma em persona: ela dá essência à todas as coisas existentes no universo; e isto inclui as vogais, as quais sempre existiram.
A diferença entre o hebraico de hoje e o de três mil anos atrás é que o antigo era um "abjad" ou seja, não possuía vogais para formar sílabas
A diferença das línguas mais antigas, é que elas carregavam visões religiosas. Sendo assim, entendiam que, eram as consoantes que possuíam a essência das coisas, com significados religiosos maiores, como é o caso do Yud, Hêh, Vav, Hêh, que no Hebraico são consideradas pelos hebreus como consoantes sagradas, quais vem a ser o próprio Nome do seu Deus, que é YHVH: O Tetragrama Sagrado. Dessa maneira, é por esse motivo que línguas mais antigas só computavam as consoantes no alfabeto, que nesse caso assumem papéis sagrados e muito mais importantes que as vogais, que eram consideradas apenas como complementares à elas, para formarem a sua pronúncia, porém sem qualquer sentido maior.
Assim, o Hebraico não é uma língua a qual não possui vogais, mas apenas não são computadas no alfabeto de maneira escrita. Nesse caso, existia uma forma de identificação das vogais e em que momento elas deveriam entrar para se unirem as consoantes, formando as palavras pronunciadas. No caso do Hebraico, esta forma era ensinada de forma geracional (passadas de pais para filhos dentro da comunidade em que habitavam), assim, somente os próprios hebreus saberiam qual a pronúncia correta das palavras. Veja o caso de YHVH: o último "H" (Hêh) não é mudo como muitos falam erroneamente, mas sim uma vogal. Isto acontece, pelo fato de que o H (Hêh) no Hebraico, bem como outras duas consoantes do alfabeto Hebraico, perdem o seu som consonantal e assumem papéis de vogais. No caso em questão, o H (Hêh) se verte em vogal "a" ou vogal "e", dependendo somente da palavra a ser formada, ou seja, seu som, de A ou de E, vai depender da palavra que se estará pronunciando. No caso de YHVH, por exemplo, é necessário conhecer as raízes hebraicas de onde se origina, para se compreender se é A ou se é E, a que entrará no fim. Nesse caso é "A", pelo simples fato de que vem da raiz Hebraica da palavra "Haváh", que é o verbo causar em sua forma indefinida, sendo "Váh" em sua pronúncia.
Assim, os Massoretas (grupo de judeus da cidade de Massárah) criaram os chamados "sinais massoréticos", para assim transformar o Hebraico, de uma língua totalmente complicada de se entender e falar, devido as suas regras geracionais e internas, para uma língua mais fácil de compreender por estrangeiros. Entretanto, em Israel por exemplo, todas as formas de apresentação da língua, em veículos de mídia e liturgia são na forma paleo-hebraica, na qual se vê somente as consoantes puras, sem nenhum sinal massorético disposto abaixo delas.
O hebraico é uma língua afro-asiática. Uma das teorias é que essa família linguística se originou no Nordeste da África, e começou a divergir nos meados do oitavo milênio a.C.; de qualquer forma, existe grande debate em relação à data (essa teoria é defendida pela maioria dos linguistas e arqueólogos mas contraria a leitura tradicional da Torá, bem como achados arqueológicos como a estela de Mesha, já em uma língua muito próxima do hebraico bíblico, e fazendo referência a Israel como nação, por volta de 830 a.C.). Os falantes do proto-afro-asiático expandiram-se para norte e acabaram por chegar ao Médio Oriente.
O hebraico é uma língua afro-asiática. Uma das teorias é que essa família linguística se originou no Nordeste da África, e começou a divergir nos meados do oitavo milênio a.C.
No fim do terceiro milénio a.C. as línguas ancestrais como o aramaico, o ugarítico e várias outras línguas cananitas eram faladas no Levante ao lado dos influentes dialetos de Ebla e Acádia. À medida que os fundadores do hebraico migravam para o sul, onde receberiam influências do levante, tal como outros povos que empreenderam o mesmo caminho, como os filisteus, adotaram os dialetos cananeus. A primeira evidência escrita do hebraico, o calendário de Gezer, data do século X a.C., os tempos dos reinados dos reis Davi e Salomão. Apresenta uma lista das estações e de atividades agrícolas com elas relacionadas. O calendário de Gezer (que recebeu o nome da cidade em cujas proximidades foi encontrado) está escrito em um alfabeto semítico antigo, aparentado ao fenício, o qual, passando pelos gregos e pelos etruscos, deu origem ao alfabeto latino usado hoje em quase todas as línguas europeias. O calendário de Gezer é escrito sem nenhuma vogal, e não usa consoantes substitutas de vogais mesmo nos lugares onde uma soletração mais moderna o requer.
. Fontes:
. Rabin, Chaim. Pequena História da Língua Hebraica
. Recursos para da língua hebraica (engl.)
. Recursos para hebraico moderno (engl.)
. Dicionário hebraico-inglês
. Ethnologue
. Dicionário hebraico-português
. Os Verbos em Hebraico -parte-1/
. Outro dicionário hebraico-inglês
. Dicionário de hebraico
. Academia da língua hebraica, que regula seu uso moderno baseado em sua história
. Mais um dicionário hebraico-inglês
. A Bíblia em Hebraico e em Português
. Textos completos em hebraico
. Mechon Mamre - A Bíblia, Mishnah, Talmude (Babilônico e Palestino), Tosefta, e Mishneh Torah
. Early Hebrew Newspapers Mil páginas de jornais do século passado e retrasado escritos em hebraico e legíveis on line. Incluindo considerações contemporâneas da Batalha de Gettysburg, o assassinato do Czar Alexandre II, o caso Dreyfus, etc.
. Alba Bible - veja também Bíblia de Alba
. Barcelona Haggadah
. Kennicott Bible - veja também Benjamin Kennicott - Bíblia Kennicott
. Me'ah Berachot
. Megillat Esther
. North French Miscellany
. Parma Psalter
. Perek Shirah
. Rothschild Miscellany
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