13 de dezembro de 2020

OBRAS DO MEMORIAL DO HOLOCAUSTO NO RIO DE JANEIRO (RJ) SÃO CONCLUÍDAS - MONUMENTO É INAUGURADO E MUSEU SERÁ ABERTO AO PÚBLICO EM 2021


A ideia do Memorial é transmitir valores éticos e educar as novas gerações através da preservação da memória

Um novo espaço cultural chegará à cidade do Rio de Janeiro (RJ) em 2021. O Memorial às Vítimas do Holocausto, no Morro do Pasmado, em Botafogo, que além de um monumento contará também com um museu, vai apresentar aos visitantes relatos e imagens de vítimas e sobreviventes de um dos maiores genocídios da história, o Holocausto. Com inauguração prevista para setembro de 2021, o espaço, que teve suas obras concluídas neste mês, vai proporcionar uma reflexão sobre a importância dos direitos humanos, da democracia, da justiça, da tolerância, da liberdade, do respeito à diversidade e ao pluralismo como valores e princípios éticos fundamentais do ser humano. 

O prefeito do Rio, Marcelo Crivella, participou da inauguração do Memorial do Holocausto

"A ideia desse Memorial é transmitir valores éticos e educar as novas gerações através da preservação da memória. Lembrar sempre, para que não seja esquecido nem repetido, o crime do Holocausto Nazista", afirma Alberto Klein, presidente da Associação Cultural Memorial do Holocausto.

Com recorte sensível a todos os povos perseguidos, a exposição também vai evidenciar que, além dos judeus, outras minorias como negros, ciganos, pessoas com deficiência física e/ou mental, homossexuais (termo utilizado na época para se referir a pessoas LGBTQIA+), testemunhas de Jeová, maçons e opositores do regime nazista também foram vítimas. Dados históricos revelam que das 11 milhões de vítimas, seis milhões eram de pessoas judias, população que sofreu uma perseguição mais estruturada, e cinco milhões, de outras minorias. Para abarcar o tema em sua complexidade, a equipe de curadoria do Memorial, composta por Alfredo Tolmasquim, Carlos Reiss e Sofia Débora Levy, contou com a consultoria de especialistas no recorte das populações atingidas.

“O Memorial do Holocausto do Rio de Janeiro é um espaço de homenagem às vítimas do Holocausto, mas também um local de educação e de reflexão sobre discriminações e perseguições contra vários povos e grupos sociais, que continuam ocorrendo no Brasil e no mundo. A compreensão dos fatores e dos processos que levaram ao Holocausto é uma lição que deve ficar para a história”, diz Alfredo Tolmasquim.

Além da exposição de longa duração, o Memorial do Holocausto terá espaços para mostras temporárias, loja de souvenir, café e espaço multiuso para atividades educativas e culturais, além de um projeto de acessibilidade inovador, não apenas física, mas de interação com o conteúdo e com atividades para todos os públicos, tornando-se uma referência em inclusão e acessibilidade.

. Áreas e conteúdos:

Com a finalização das obras concluídas, o Memorial do Holocausto entrará em fase de implementação do conteúdo. O contato com a exposição tem início antes mesmo de o visitante entrar no museu. Na rampa de entrada ao local, na parede lateral do espaço, nomes de comunidades de vários países vão se rareando à medida em que a entrada principal se aproxima, em uma metáfora visual que remete às comunidades que foram dizimados durante o período do Holocausto.

Já no interior da edificação, é no espaço “Celebração da Vida” que o público tem contato com o conteúdo museológico, no qual letras formam citações e retratos de sobreviventes sobre o valor da vida. Palavras e imagens fluem - desde a coluna central, que é a base do obelisco, elemento escultórico ícone da arquitetura da edificação -, até o final das paredes curvas.

Em seguida, inicia-se o percurso da exposição de longa duração, dividida em três grandes áreas. O primeiro módulo, “A vida antes do Holocausto”, trará os diferentes modos de vida na Alemanha, Polônia, Rússia e outros países, com fotos e vídeos da vida plena dos judeus e demais minorias perseguidas de várias classes sociais – ida às festas, escolas, casamentos, a diversidade dos idiomas e alfabetos, entre outros. À medida que o visitante caminha, ele terá contato com diferentes sons, que vão se transformando e ficam mais intensos, marcando o início da perseguição.

Ao entrar na área “A vida durante o Holocausto” será possível ter contato com o processo que levou ao Holocausto, bem como os dilemas éticos enfrentados pelas vítimas em um mundo de caos e perseguição, desde as primeiras ações de discriminação até a deportação e o extermínio. Ali os visitantes terão a real percepção da luta das pessoas pela sobrevivência, a luta pela vida.

Seguindo o percurso da mostra, a próxima área é “A vida depois do Holocausto”, na qual a liberação, a imigração e a reconstrução serão o foco principal. Além de fatos interessantes e histórias de pessoas conectadas ao Brasil, sobreviventes que para cá vieram, um mapa interativo vai mostrar os fluxos migratórios, .

Com foco nos direitos humanos, uma instalação artística na varanda do museu promete encerrar a exposição principal do Memorial do Holocausto transportando o visitante para a realidade atual da sociedade. Um painel coletivo, construído por muitas pessoas, trará os diversos povos/minorias, fazendo um paralelo com os dias de hoje.

O caminho de saída da exposição - a “Alameda dos Princípios” - será marcado por 18 valores éticos, estimulando o visitante a compreender a lição do conteúdo apresentado. O número 18, em hebraico, tem o simbolismo da vida, pois é o número que corresponde à palavra CHAI, convocando para a reflexão “O que você está levando daqui?”, apresentando valores como liberdade, equidade, tolerância, respeito, acolhimento, empatia, entre outros.

. Idealização, patrocinadores e curadoria:

Idealizado pelo ex-deputado Gerson Bergher (já falecido), o Memorial do Holocausto é uma realização da Associação Cultural Memorial do Holocausto, com apoio institucional da Prefeitura do Rio, tendo a Multiplan como patrocinador master. O projeto conta ainda com o Banco Daycoval, Banco Safra e RJZ Cyrela como patrocinadores, Consulado da Alemanha como parceiro e XP Investimentos como doador, além de vários outros apoiadores.

“Estamos muito honrados em poder fazer parte dessa iniciativa, pessoalmente e com a Multiplan. Com o apoio que demos para o desenvolvimento do projeto, estamos vislumbrando o futuro, criando um legado histórico e fortalecendo o turismo no Rio de Janeiro”, afirma José Isaac Peres, presidente da Multiplan.

O Instituto de Desenvolvimento e Gestão (IDG), organização social de cultura sem fins lucrativos, é responsável pela implantação, concepção curatorial da exposição, consultoria para a futura gestão e captação de recursos por meio da Lei de Incentivo à Cultura do Governo Federal e Lei Municipal de Incentivo à Cultura. O parceiro do IDG na criação e desenvolvimento da museografia é a SuperUber.

. De área degradada a espaço para debates da história:

O museu terá 1,8 mil metros quadrados e oferecerá interações multimídias e interativas, além de espaço para exposições permanentes internacionais que lembrarão o holocausto. O Rio de Janeiro era uma das poucas metrópoles no mundo que ainda não tinha um memorial dessa natureza.

– Lembrando que quem quiser visitar o Mirante do Pasmado, sem passar pelo Memorial, poderá fazê-lo – disse Arnon, frisando que a associação detém todas as licenças urbanísticas, ambientais e de patrimônio histórico e cultural (IRPH e Iphan) obtidas em diferentes âmbitos do poder público.

Conforme os idealizadores, o Memorial vai ajudar a recuperar uma região que estava fadada à degradação e à violência. A associação faz ainda cálculos do número médio de turistas que deverá frequentar o equipamento diariamente.

. Fontes:

https://odia.ig.com.br/rio-de-janeiro/2020/12/6046070-obras-do-memorial-do-holocausto-no-rio-sao-concluidas.html

http://prefeitura.rio/rio-acontece/memorial-do-holocausto-devera-ser-inaugurado-em-maio/

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