Se eu fosse um “homem rico” não seria muito valioso. Um Cartão Visa não pode oferecer simpatia, uma ação da Bolsa não pode ler histórias ao pé da cama, e uma opção de aplicações financeiras não pode ajudar a compor um minyan
Um dos grandes chassidim da geração passada foi Reb Mendel Futerfas. Reb Mendel passou 20 anos num trabalho torturante num campo soviétio de prisioneiros, pelo crime de ensinar Judaísmo. O heróico desafio de Reb Mendel estendeu-se além dos seus esforços, arriscando a vida para observar a lei judaica, indo até sua bizarra persistência em estar sempre alegre, apesar da sua situação desesperadora.
Notícias relataram que as pessoas estão reexaminando suas prioridades e ajustando seus hábitos de compra
A virtude e a piedade de Reb Mendel granjearam-lhe um inigualável grau de respeito por parte de seus companheiros de prisão. Certa vez, quando estavam juntos, eles lhe perguntaram com incrédula curiosidade por que ele estava sempre feliz. No clássico estilo talmúdico, ele devolveu a pergunta a eles, perguntando por que estavam tão deprimidos. Chocados, eles responderam com aquilo que era aparentemente óbvio – cada um contou seu caso, como já tinham sido advogados, jornalistas ou políticos importantes em Moscou, e como tinham sido afastados do governo e agora estavam banidos naquele fim de mundo, a Sibéria.
Convencidos de que tinham mostrado um caso irrefutável sobre seu sofrimento, eles retornaram à pergunta principal: “Reb Mendel, por que está tão feliz?”
Ao que ele respondeu: “em Moscou eu era um judeu e aqui sou um judeu.”
No decorrer dos últimos meses muitos homens ricos tornaram-se pobres, muitas pessoas abastadas foram empobrecidas – é uma época assustadora. Que consolo a Torá pode oferecer para aqueles cujas fortunas lhes foram tiradas?
Talvez a história de Reb Mendel possa oferecer algumas ideias. Você nunca foi um “homem rico”, você foi um homem que estava rico. Sua identidade não era, e portanto não é, sua conta bancária ou seus investimentos – vemos agora quão facilmente eles foram perdidos. Se formos presas da alegação de Roosevelt, de que “dinheiro é como marcamos os pontos”, então subimos e descemos com a bolsa de valores, e nossa identidade é puramente ganhos e perdas no papel.
Se eu fosse um “homem rico” não seria muito valioso. Um Cartão Visa não pode oferecer simpatia, uma ação da Bolsa não pode ler histórias ao pé da cama, e uma opção de aplicações financeiras não pode ajudar a compor um minyan.
Yonah foi indagado pelos outros passageiros do navio: “Qual é a sua ocupação? De onde vem, e qual é o seu nome?”
Ele respondeu: “Sou um hebreu e temo a D'us.” Meu W-2 não é quem eu sou, meu relacionamento com D'us é. O que faço para o sustento não é aquilo que faço com a minha vida.
Uma mulher certa vez pediu a bênção do Rebe para tornar-se uma datilógrafa a fim de ajudar no sustento da família. O Rebe respondeu: “Datilografe para sustentar sua família, não se torne uma datilógrafa.”
Notícias relataram que os americanos estão reexaminando suas prioridades e ajustando seus hábitos de compra. Pode haver algo positivo nisto. Essa atual queda na economia é uma oportunidade para descobrirmos quem somos; sem todas as armadilhas podemos ver muito mais claramente.
. Fonte:
https://pt.chabad.org/library/article_cdo/aid/2106653/jewish/Aquilo-que-seu-carto-Visa-no-pode-fazer.htm
Rabino Baruch Epstein é um emissário Chabad-Lubavitch em Illinois, e é rabino da congregação Beis Menachem. Ele e sua esposa Chaya são orgulhoso pais de três filhas.
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