15 de maio de 2020

JUDAÍSMO NO RIO DE JANEIRO


Na Praça Onze, região desvalorizada da cidade, sinagogas, escolas, oficinas tipográficas, jornais, clubes, alfaiatarias e lojas marcaram a identidade judaica nas primeiras décadas do século 20

Embora não tenham constituído comunidades organizadas até o advento da República, milhares de cristãos-novos, oriundos da Península Ibérica, desembarcaram no Rio. A partir de 1810, ano em que o Império Português revogou sua expulsão de todos os territórios da coroa, os imigrantes reconhecidamente judeus passaram a chegar no Brasil. O principal fator de impulsão veio com a Constituição de 1824, que inaugurou a tolerância em relação a outras religiões além do catolicismo.



Parte da geração que sucedeu os pioneiros da Praça Onze, e que foi a primeira com formação universitária, fez um caminho em direção à Zona Sul

A partir de então, representações importantes, como a sinagoga da União Shel Guemilut Hassadim (para os historiadores, 1866; para a União, 1840) e a Aliança Israelita Universal (1867), começaram a surgir, em especial na Praça Onze. Até meados do século 20, a área foi o porto seguro desses imigrantes no Rio de Janeiro. 

Na Praça Onze, região desvalorizada da cidade e compartilhada com a população negra da Pequena África, sinagogas, escolas, oficinas tipográficas, jornais, clubes, alfaiatarias e lojas marcaram a identidade judaica nas primeiras décadas do século 20. A abertura da Avenida Presidente Vargas, que demandou a demolição completa de diversos quarteirões, contribuiu apenas como um fator a mais naquele contexto. Num primeiro momento, os judeus da Praça Onze foram se transferindo para a Praça da Bandeira e, também, para a Tijuca, como evidencia a localização de diversas sinagogas e de um importante clube recreativo, o Monte Sinai, fundado em 1959.

O comércio não foi abandonado a partir da segunda geração, mas mudou de perfil, se voltando para negócios de renda mais alta, confecção e venda de roupas de grife, joalherias, comércio sofisticado em shopping centers, enquanto se mantinha, também, uma vertente popular em Madureira e na região da Saara. o Centro Israelita do Subúrbio da Leopoldina, criado em 1929, teve sede própria em Olaria e servia de referência para a comunidade que se estabeleceu ao longo dos trilhos da Estrada de Ferro Leopoldina, como em Ramos, Penha e Bonsucesso. Parte da geração que sucedeu os pioneiros da Praça Onze, e que foi a primeira com formação universitária, fez um caminho em direção à Zona Sul, se estabelecendo no Flamengo, em Botafogo e nas Laranjeiras, onde a Sociedade Cultural Esportiva e Recreativa Hebraica funciona desde 1951.

Diversas lojas de móveis se transferiram do Centro para a Rua do Catete. 
Além da capital, o município de Nilópolis (RJ), na Baixada Fluminense também teve grande colônia judaica. A comunidade judaica de Nilópolis foi formada em grande parte por imigrantes judeus de origem polonesa e russa, pertencentes ao grupo dos asquenazitas, maior contingente de imigrantes judeus para terras brasileiras. 

. Fonte:

http://www.multirio.rj.gov.br/index.php/leia/reportagens-artigos/reportagens/742-judeus-no-rio-de-janeiro-uma-experiencia-plural

http://www.encontro2014.rj.anpuh.org/resources/anais/28/1400098016_ARQUIVO_XVIEncontroRegionalDeHistoria_ANPUHRJ_NilopolisJudaica_FernandaCapriRaposo

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