21 de setembro de 2008

A IDENTIDADE DOS JUDEUS CONVERSOS NA DIÁSPORA E SUA RELAÇÃO COM ISRAEL AO LONGO DA HISTÓRIA

CONVERTIDOS AO JUDAÍMOS E O IMPASSE: QUEM É JUDEU? - QUEM É RABINO?



A IDENTIDADE DOS JUDEUS CONVERSOS NA DIÁSPORA E SUA RELAÇÃO COM ISRAEL AO LONGO DA HISTÓRIA

O governo de Israel está analisando a possibilidade de criar um Instituto de Conversão para educar novos judeus em uma das correntes da religião.

Para alguns, a definição do termo "judeu" ainda se divide entre a interpretação sionista, de uma nação judaica, e a interpretação religiosa, que considera judeu aqueles que obedecem as leis judaicas.

A questão da identidade judaica é abordada por meio de vários aspectos. Mas, de acordo com a legislação de Israel, qualquer judeu que queira viver no país recebe concessão imediata de cidadania, inclusive pessoas convertidas ao judaísmo.

Mas os novos convertidos não são aceitos facilmente por todos os judeus como verdadeiros judeus. De acordo com esde grupo de pessoas, somente pode ser judeu quem é nascido de mãe judia (“lei do ventre”).

Movimento Ortodoxo:






É possível se converter ao judaísmo, mas a religião não busca adeptos. E, segundo analistas, é assim que alguns problemas surgem em Israel.

Um exemplo: rabinos ortodoxos não aceitam a conversão de pessoas feitas por outras denominações judaicas e também são contra a decisão de Israel de aceitar convertidos ao judaísmo.


No caso de judeus conversos, é necessário que um rabino assine um documento comprovando que se trata de um judeu converso.

. Retrospectivo Histórico:

Ao longo de história houve os homens e mulheres que se uniram ao povo judeu por meio da conversão. No livro de Gênesis, depois que Abrão foi chamado por Deus para viajar à terra de Canaã, nós lemos: “E foi-se Abrão, como lhe falou o Eterno... e tomou Abrão a Sarai, sua esposa, e a Lot, filho de seu irmão... e às almas (pessoas) que haviam adquirido em Harán.” (Gênesis 12:4-5). De acordo com interpretação rabínica, as “almas que haviam adquirido” representaram os primeiros convertidos ao judaísmo; e todos os convertidos, quando adquirem seus nomes hebraicos, são conhecidos como ben (filho de) ou bat (filha de) Avrahám (Abrahão).

O exemplo mais famoso de um convertido bíblico é Ruth que, como sabemos, foi a bisavó do Rei David. Levando-se em conta o que diz a tradição — a saber, que o Messias virá da linhagem de David —, então o Messias também descenderá de uma convertida ao judaísmo.

No período talmúdico, vários rabinos e sábios famosos eram, eles mesmos, convertidos descendentes de convertidos, e também houve exemplos interessantes de conversão de grupos ao judaísmo, como todo o reino dos kazares, no século 8 da era comum.


Israel: cronologia






O Império Romano dominou Israel durante a época (63 d.C), mas concedeu aos judeus liberdade de culto.

A era atual ou Era Comum, EC, começa com o nascimento de Jesus Cristo. O judaísmo rabínico teve início no ano 70. Essa corrente de pensamento compreendeu uma nova forma de adoração.

A idéia de um lugar único para o louvor, o templo, foi abandonada. A partir de então, o judaísmo passou a ser uma fé que pode ser praticada em qualquer lugar do mundo.

Anos 70-200 EC:






Durante os primeiros 150 anos da Era Comum, os judeus se rebelaram duas vezes contra os líderes romanos. Ambas as revoltas foram brutalmente reprimidas e seguidas de restrições severas à liberdade dos judeus.

A primeira revolta em 70 EC levou à destruição do templo. Já na segunda revolta, em 132 EC, centenas de milhares de judeus morreram, milhares foram levados cativos, e os judeus foram proibidos de entrar em Jerusalém.

Anos 200-700 EC:

Entre os anos 200 e 700, o judaísmo se desenvolveu rapidamente. Politicamente, foi uma época de altos e baixos para o povo de Israel.

Os judeus puderam se tornar cidadãos romanos, mas mais tarde foram proibidos de possuir escravos cristãos ou casar com cristãos.


Em 439, os romanos proibiram que sinagogas fossem construídas e que judeus se tornassem funcionários públicos.

A Era de Ouro — Judeus na Espanha:

Mil anos após o nascimento de Cristo, os judeus viveram na Espanha uma época de sucessos.

Eles coexistiram com os islâmicos que habitavam o país e desenvolveram estudos nas áreas de ciência, literatura hebraica e Talmud.

Essa época, considerada a Era do Ouro, resistiu apesar da tentativa de forçar os judeus ao islamismo, registrada em 1086.

O milênio seguinte começou com as Cruzadas, operações militares comandadas por cristãos para capturar a Terra Santa.

Os Exércitos das primeiras Cruzadas atacaram comunidades judaicas no caminho para a Palestina, especialmente na Alemanha.

Quando os soldados das Cruzadas conquistaram Jerusalém, eles mataram e levaram cativos milhares de judeus e muçulmanos.

E, a exemplo dos romanos, anteriormente, proibiram os judeus de entrar em Jerusalém.


Em 1100, os judeus foram expulsos do Sul da Espanha após uma invasão bérbere. Na França, eles foram acusados de sacrificar crianças em rituais macabros.

Na Inglaterra, judeus foram mortos enquanto tentavam presentear o rei Ricardo I, durante a coroação.

Em 1215, a Igreja Católica condenou os judeus a viver em áreas segregadas, conhecidas como guetos, e a vestir roupas distintivas.

Em 1290, os judeus foram expulsos da Inglaterra e logo depois da França.

Em 1478, foram vítimas da Inquisição espanhola, e em 1492 foram expulsos da Espanha. Cinco anos mais tarde, era a vez de Portugal enviar todos os judeus para fora do país.

Na Alemanha, em 1547, uma das grandes vozes do antissemitismo partiu de Martinho Lutero, o monge que iniciou o movimento de reforma da Igreja Católica. É dele um dos manifestos contra os judeus conhecido como “Sobre os judeus e suas mentiras”.

Nessa época, é publicado na Espanha o Livro do Esplendor, que influenciou o misticismo judaico durante séculos. A cabala, forma de misticismo dos judeus, ganhou nova força.

De 1600-1900:

Esse é um período de expansão considerável do judaísmo. Os judeus são autorizados a voltar para a Inglaterra e vêem seus direitos aumentarem. Nos Estados Unidos, os primeiros judeus chegaram em 1648.

Hassidismo:

Na Polônia e na Europa Central surge o movimento hassidista. Essa corrente judaica inclui grande quantidade de misticismo cabalístico e a idéia de fazer a santificação presente na vida cotidiana de forma intelectual e alegre ajudou a aumentar a popularidade do hassidismo entre os judeus.

O movimento também causou divisão. Na Lituânia, o hassidismo foi excomungado em 1772, e os judeus pertencentes a esse movimento proibidos de negociar ou se casarem com outros judeus.

Perseguição na Europa:

Durante o final do século 18, judeus começaram a sofrer perseguição na Europa Central. Na Rússia, eles foram confinados a uma área do país.

No século 19, nasce o movimento reformado do judaísmo que começou na Alemanha e defendia que o judaísmo e as leis da religião tinham que acompanhar as mudanças do tempo, em vez de permanecerem rígidas.

Em 1860, os judeus da Grã-Bretanha passaram a ter os mesmos direitos de cidadãos britânicos. Mas nessa mesma época, houve pogroms na Europa Central e na Rússia.

Os judeus foram expulsos de suas casas e vilarejos e tratados cruelmente. Em Israel, a cultura judaica florescia, e a língua hebraica foi recriada de uma língua de história e religião para um idioma vivo e moderno.

Século 20:

Nos Estados Unidos e na Grã-Bretanha, essa foi uma época de imigração para os judeus que fugiram da perseguição dos pogroms na Rússia e na Polônia.

O nascimento do sionismo:

O movimento sionista, cujo objetivo era criar um estado judaico em Israel, começou no final do século 20. Começou a ganhar força quando os judeus sentiram que a única maneira de viverem seguros era em um estado judaico.
O governo britânico ofereceu aos judeus uma vasta área em Uganda, mas a principal organização sionista insistia que o Estado judaico deveria ser construído na Palestina.

Em 1917, na Declaração Balfour, a Grã-Bretanha concordou que um Estado judaico deveria ser estabelecido em Israel.

Durante os anos 30 e 40, o Holocausto consumaria planos da Alemanha nazista e países aliados para estirpar todos os judeus da Europa. Durante o Holocausto, 6 milhões de judeus foram assassinados, e um milhão deles eram crianças.

O Holocausto afetou convicções religiosas de muitos judeus, que tentavam entender como Deus pode ter permitido a matança do povo.

O Estado de Israel:

O movimento sionista conseguiu fazer com que o Estado de Israel fosse criado em 1948, após uma campanha paramilitar contra o reinado britânico.

Israel teve que sobreviver a três grandes guerras: a da independência, logo depois de o Estado ter sido criado, a dos Seis Dias, em 1967, e da Yom Kippur (ou Dia do Perdão) em 1973, além de vários conflitos.

Israel tem tido dificuldades em suas relações com os vizinhos árabes, que não concordam com o êxodo dos palestinos que viviam na região antes da criação de Israel.

Desde sua criação, Israel tem sido apoiado militarmente e politicamente pelos Estados Unidos, que concentram uma grande comunidade judaica.

Na Guerra dos Seis Dias, em 1967, Israel ocupou a Cisjordânia e a Faixa de Gaza, territórios palestinos, além das Colinas de Golã, na Síria, e da Península do Sinai, no Egito.

A Península do Sinai foi devolvida quando Egito e Israel assinaram um acordo de paz, na década seguinte. Mas as negociações em torno dos territórios palestinos têm caminhado lentamente.

Segundo resoluções da ONU aprovadas depois da guerra de 1967, Israel já deveria ter desocupado essas regiões, mas os governos isralenses continuaram promovendo uma política de criação de assentamentos judaicos tanto na Cisjordânia como na Faixa de Gaza.

Grupos palestinos como o Hamas e a Jihad Islâmica iniciaram ondas de ataques contra civis isrealenses, o que, segundo Israel, tem impedido o avanço das negociações de paz definidas no acordo de Oslo, em 1993.

O objetivo formal do diálogo continua sendo a criação de um Estado palestino que conviva pacificamente com Israel, o que já estava previsto no processo que criou o Estado de Israel.

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