10 de janeiro de 2010

HEBRAICO – O RENASCIMENTO DO IDIOMA DOS PROFETAS




Após quase dois mil anos sem ser falado, o hebraico tornou-se novamente uma língua viva e, atualmente, é o idioma oficial do Estado de Israel. Considerado uma língua sagrada (Lachon Hakodesh), esteve restrito desde o ano 200 da era comum à liturgia, filosofia e literatura.

No final do século 19, no entanto, transformou-se em um veículo cultural moderno, vital para o movimento de renascimento nacional que culminou no sionismo político.
Por trás deste processo está a participação fundamental de Eliezer Ben-Yehuda, iniciador do movimento pelo ressurgimento da língua hebraica como idioma falado.
Tendo imigrado para Eretz Israel – a Terra de Israel – em 1881, tornou-se pioneiro no uso do idioma no lar e na escola. Como parte de sua luta, incentivou a criação de novas palavras, lançou um periódico, em 1884, sendo também co-fundador do Comitê de Língua Hebraica, em 1890.
Em 1910, iniciou a compilação do Dicionário Completo do Hebraico Antigo e Moderno, com 17 volumes. O trabalho foi concluído por sua primeira esposa (Deborah) e seu filho (Ithamar Ben Avi), em 1959.




Sepultura de Eliezer Ben-Yehuda, principal responsável pelo renascimento do idioma hebraico, no Monte das Oliveiras em Jerusalém, Israel

O reconhecimento do hebraico como língua oficial na então Palestina, juntamente com o árabe e o inglês, pela Administração do Mandato Britânico, tornou-se o idioma oficial das instituições judaicas e do seu sistema educacional. As 8 mil palavras que compunham o vocabulário hebraico nos tempos bíblicos transformaram-se em 120 mil.
O renascimento do hebraico, considerado um fenômeno único na história das nações, foi fundamental no processo de construção da sociedade israelense e no desenvolvimento de sua identidade nacional, considerando-se principalmente o fato de ser um país formado por imigrantes vindos de mais de 80 países que trouxeram consigo a cultura e a língua de seu local de origem.
Israel é, hoje, a única nação no mundo cujas crianças cantam e falam na língua dos profetas. Uma nação que fez renascer seu idioma e com ele todo o seu passado, para construir seu futuro.
O alfabeto hebraico, composto basicamente de consoantes, originou-se como um conjunto de pictogramas com nomes e sons. Existem também mais algumas pontuações (Nikudot), as quais não estão listadas abaixo. A primeira letra “alef”, por exemplo, seu pictograma correpondente representa originalmente a cabeça de um boi.... São 22 as letras hebraicas (nomes das letras/analogias):




1. א (alef / Aleph)
2. ב (bet / Beth)
3. ג (gimel / Ghimel)
4. ד (dalet / Daleth)
5. ה (he / Hé)
6. ו (vav / Vav)
7. ז (zayin / Zain)
8. ח (het / Heth)
9. ט (tet / Teth)
10. י (yod / Yod)
11. כ (kaf / Kaph) e ך (kaf – letra final)
12. ל (lamed / Lamed)
13. מ (mem / Men) e ם (mem – letra final)
14. נ (nun / Noun) e ן (nun – final)
15. ס (samekh / Samekh)
16. ע (ayin / Hayin)
17. פ (pe / Pé) e ף (pe – final)
18. צ (tsadi / Tzadé) e ץ (tsadi – final)
19. ק (qof / Qoph)
20. ר (resh / Resch)
21. ש (shin / Schin)
22. ת (tav / Tau)

Outro exemplo “curioso”: em Israel, se você procura o WC (“Water Closed” = Em inglês e banheiro publico em português), você pergunta “Eifo Sherutim”. “Eifo” (bíblico!) é traduzido por onde, “Sherut” se traduz por serviço, aquilo que era executado pelo Sacerdote no Templo de Salomão. Sherutim está no plural, e a tradução ao pé da letra seria “Onde ficam os serviços?” = onde fica o WC.