17 de dezembro de 2013

O QUE É HASKALÁ?



Haskalá (em hebraico השכלה; "iluminismo," "intelecto," de sekhel, "senso comum ") é o nome dado ao Iluminismo Judaico, é um movimento surgido no século XVIII. dentro do Judaísmo , e que adotava os valores iluministas, incentivando a integração com a sociedade européia e a valorização da educação secular, aliada ao estudo da história judaica e do hebraico. Haskalah (em hebraico: השכלה, "iluminação" educação "de sekhel" intelecto "," mente "), o Iluminismo judaico, era um movimento entre os judeus europeus nos séculos 18a-19a que defendeu os valores do Iluminismo, que adopta, pressionando para uma melhor integração na sociedade europeia, e crescente no estudo da educação secular, língua hebraica ou história judaica. Haskalah, neste sentido, marcou o início da mais ampla participação dos judeus da Europa com o mundo secular, resultando nos primeiros movimentos políticos e judeus a luta pela emancipação judaica. A divisão do judaísmo ashkenazi em movimentos religiosos ou denominações, especialmente na América do Norte e os países anglófonos, historicamente começou como uma reação à Haskalah. Líderes do movimento foram chamados Haskalah Maskilim (משכילים). Em um sentido mais restrito, Haskalah pode também denotar o estudo do hebraico bíblico e das partes poética, científica e crítica da literatura hebraica. 

QUAIS SÃO AS DIFERENTES DENOMINAÇÕES (VERTENTES) DO JUDAÍSMO?

Atualmente, na América do Norte, os quatro principais ramos do Judaísmo são o Ortodoxo, Conservador, Reformista e Reconstructionista. No entanto, nessas denominações há um grande grau de variação na prática e observância religiosa.




. Ortodoxia é a classificação moderna para a vertente tradicional do Judaísmo que defende o estilo de vida baseado na "Halacha" (Lei Judaica) e considera a Torá  como literalmente a Palavra de Deus. A Halachá se refere ao aspecto legal do judaísmo e também é usada para indicar uma decisão definitiva em qualquer área particular da lei judaica.




. Reforma do Judaísmo (também conhecido como Judaísmo Liberal, Progressista ou Reformista) submete a lei religiosa e os costumes ao julgamento humano; na tentativa de diferenciar entre as facetas da Torá o que são mandatos divinos e aqueles que são específicos para o tempo em que foram escritos. É a maior denominação das quatro na diáspora judaica.


19 de setembro de 2013

AUMENTA O NÚMERO DE LATINOS CONVERSOS AO JUDAÍSMO

Brit Braja (Aliança da Oração), uma congregação online fundada pelo rabino brasileiro Jacques Cukierkorn que atende interessados sobre o Judaísmo de todas as partes do mundo


Eles chegaram à Cidade do México vindos de lugares tão distantes quanto Colômbia e Brasil. Alguns viajaram de Guadalajara. Entre eles, estão um ex- padre católico e um ex- educador cristão . O que eles tinham em comum era a seguinte: Depois de navegarem online e aprender sobre Jacques Cukierkorn, um rabino nascido no Brasil, natural de São Paulo, que vive em Kansas City, Estados Unidos, eles se converteram ou estavam prontos para se converter ao Judaísmo. E eles viajaram à Cidade do México para encontrar o rabino brasileiro, durante uma conferência que contou com palestras , serviços religiosos, misturando-se com os judeus dos Estados Unidos e México e os rituais e cerimônias envolvidos na conversão formal.
O fenômeno dos latino-americanos se convertendo ao Judaísmo explodiu nos últimos anos, entretanto, uma pequena sinagoga judaica é o que representa a missão de Jacques em buscar os fiéis da América Latina. Alguns daqueles que se convertem são descendentes de antepassados ​​judeus que foram forçados a se converter ao catolicismo durante a Inquisição na Espanha e Portugal.


21 de agosto de 2013

SIMCHAT TORÁ - A ALEGRIA DA TORÁ


União e igualdade de direitos são temas-chave de Shemini Atsêret e Simchat Torá, datas nas quais nos alegramos com a Torá. A melhor maneira de celebrar Simchat Torá seria dedicar os dois dias à leitura da Torá. Mas é justamente o contrário que ocorre. Todos os judeus, sem exceção, pegam a Torá fechada e dançam com ela nos braços.
O ato encerra uma grande lição: se os festejos fossem realizados com a Torá aberta, com sua leitura, haveria distinções entre um judeu e outro, pois a compreensão e o conhecimento de cada um são diferentes. Com a Torá fechada, mostramos a união e a igualdade de todos os judeus, unidos pela mesma alegria. O texto não é lido, mas todos sabem que é algo precioso e, por isso, dançam juntos e em total alegria.


ASSERÊT YEMÊ TESHUVÁ - OS 10 DIAS ENTRE ROSH HASHANÁ E YOM KIPUR (YIOMIM NORAIM)


No dia seguinte a Rosh Hashaná, ocorre o Jejum de Guedalyá, em lembrança ao assassinato do governador da Terra de Israel e à dispersão dos judeus remanescentes (no ano 3339 após a Criação).
Shabat Shuvá (entre Rosh Hashaná e Yom Kipur), quando lemos a Haftará Shuvá Yisrael (Retorna, Ó Israel), constitui-se num dos sábados mais importantes do ano. Até a chegada da véspera de Yom Kipur, o dia no qual nosso destino é selado para o ano todo.

.O TEMOR A DEUS:

"Afinal, tudo já foi ouvido: teme a D'us e guarda Seus mandamentos, pois este é o [dever do] homem completo".
Não é de se estranhar que o conselho acima tenha sido dado pelo maior e mais poderoso rei que já existiu: o rei Salomão. Nunca houve um rei mais glorioso e forte, que governou sobre o Reino de Israel. D'us lhe deu grande sabedoria quando, aos doze anos, herdou o trono de seu ilustre pai, o rei David. Todos os segredos da Criação lhe foram revelados. Ele compreendia a linguagem de todas as criaturas: das árvores, dos pássaros, dos insetos e dos animais. Podia dominar o vento e os espíritos; os demônios o serviam conforme a sua vontade. Sua fama espalhou-se pelo mundo. Os mais poderosos reis e chefes dos confins da Terra, vieram oferecer-lhe respeito, ouvir sua sabedoria e pagar-lhe tributos.


PRIMEIRO DE TISHREI: O ANIVERSÁRIO DO MUNDO COMO O CONHECEMOS - ROSH HASHANÁ (CABEÇA DO ANO)




O mês de Tishrei é o sétimo no calendário judaico. Isso pode parecer estranho, pois Rosh Hashaná, o Novo Ano, é no primeiro e segundo dia de Tishrei. A razão é que a Torá fez o mês de Nissan o primeiro do ano, para enfatizar a importância histórica da libertação do Egito, que aconteceu no décimo quinto dia daquele mês, e que assinalou o nascimento de nossa nação. Entretanto, de acordo com a tradição, o mundo foi criado em Tishrei, ou mais exatamente, Adam (Adão) e Chava (Eva) foram criados no primeiro dia de Tishrei, que foi o sexto dia da Criação, e é a partir deste mês que o ciclo anual se inicia. Por isso, Rosh Hashaná é celebrado nesta época.
Há doze meses no ano, e há doze Tribos em Israel. Cada mês do ano judaico tem sua Tribo representativa. O mês de Tishrei é o mês da Tribo de Dan. Isto tem um significado simbólico, pois quando Dan nasceu, sua mãe Lea disse: "D'us julgou-me e também atendeu à minha voz." Dan e Din (Yom HaDin, Dia do Julgamento) são ambos derivados da mesma raiz, simbolizando que Tishrei é a época do Julgamento Divino e do perdão. Similarmente, cada mês do calendário judaico tem seu signo no Zodíaco (em hebraico mazal). O mazal de Tishrei é a Balança. Este é o símbolo do Dia do Julgamento, quando D'us pesa as boas e as más ações do ser humano.
Embora cada Lua Nova seja anunciada e abençoada na sinagoga no Shabat que a precede, a Lua Nova de Tishrei não é anunciada nem abençoada, pois o próprio D'us a abençoa. O aspecto místico de Rosh Hashaná é indicado nas Escrituras: "Soe o shofar na Lua Nova, em ocultamento do dia de nossa festa."


6 de julho de 2013

ENTERRO JUDAICO NO RIO DE JANEIRO VAI PARAR NA JUSTIÇA

Leonardo Laska, de 29 anos, que morreu em um acidente de carro em abril de 2011
Na quase totalidade, a ortodoxia interpreta ao pé da letra a tradição judaica (Morashá), com total descaso às outras denominações judaicas progressistas (Reformista, Conservadora ou Masorti e Reconstrucionista) ou os sentimentos de sua própria comunidade. Somos menos de 1% da população do planeta, há inúmeros inimigos que tentam diariamente nos destruir e, ainda assim, lutamos contra nós mesmos. Cada vez que isso acontece, os inimigos sorriem. É uma lástima. O empresário carioca Júlio Laska está processando a Associação Religiosa Israelita Chevra Kadisha do Rio de Janeiro porque a entidade negou autorização para que seu filho fosse enterrado ao lado do túmulo dos avós. A Chevra Kadisha é responsável pela administração do cemitério judaico de Villar dos Teles, em Belford Roxo, na Baixada Fluminense.
Leonardo Laska, 29, filho de Júlio, morreu em um acidente em abril de 2011. Ele viajava em um ônibus que capotou na rodovia Rio-Santos. O pai alega que tentou enterrá-lo na ala A do cemitério, mas só conseguiu na ala C.


4 de julho de 2013

FARAÓ EGÍPCIO ORDENA ÀS PARTEIRAS QUE MATEM OS JUDEUS RECÉM-NASCIDOS



O faraó ordenou que trouxessem ao palácio as duas mulheres judias encarregadas de ajudar as mães a ter os bebês. Chamavam-se Shifra e Puá. Ordenou-lhes: "Shifra e Puá, façam com que não nasçam mais meninos judeus vivos! Quando forem chamadas à casa de uma judia prestes a dar à luz e for um menino, asfixiem-no e digam à mãe: "Sentimos muito, mas seu filho nasceu morto!"
O faraó pensou: "Pronto, não haverá mais meninos judeus."
Por que o faraó ordenou a morte somente dos varões? Poderia ter ordenado a morte de meninas! Mas os sábios feiticeiros o haviam avisado: "vemos nas estrelas, Majestade, que está para nascer um menino que libertará todos os escravos judeus e os tirará do Egito." Por isso, o faraó decidiu matar todos os meninos judeus, na esperança de que o futuro líder se encontrasse entre eles. Não ocorreu ao faraó que as parteiras pudessem desobedecer-lhe. Afinal, bem se sabia no Egito que todo aquele que se atrevesse a desobedecer o poderoso faraó seria condenado à morte.  Acontece que Shifra e Puá decidiram ignorar a ordem, pois eram tsadikaniot (justas), mulheres de bem. Afirmaram: "Estamos dispostas a morrer antes de matar meninos judeus, D’us nos livre!"
Quando o faraó ficou sabendo que nenhum menino judeu estava nascendo morto, chamou Shifra e Puá para repreendê-las: "Por que estão deixando viver os meninos judeus?"
Elas responderam: "Não é nossa culpa, Majestade. Nunca somos chamadas a tempo. As mulheres judias fazemTefilá (rezam) para que seus filhos nasçam rapidamente e em paz. Quando nos chamam já é demasiado tarde; os bebês já nasceram!"


29 de junho de 2013

VIDA JUDAICA EM PORTUGAL


Judeus, presença milenar na Península Ibérica. Já na década de 70, porém, alguns indícios mostravam o processo de mudança no país. Em 1974, após a Revolução dos Cravos, que substituiu o regime totalitário pela democracia, foram feitas modificações nos compêndios de história, trazendo novas abordagens sobre o período da Inquisição.
Foram necessários 500 anos para que Portugal tomasse a decisão de revogar publicamente o decreto de expulsão dos judeus, vigente quando o país vivia à sombra da Inquisição. Com a votação no Parlamento, em dezembro de 1996, abre-se um novo capítulo na história portuguesa.

Já na década de 70, porém, alguns indícios mostravam o processo de mudança no país. Em 1974, após a Revolução dos Cravos, que substituiu o regime totalitário pela democracia, foram feitas modificações nos compêndios de história, trazendo novas abordagens sobre o período da Inquisição. Em 1987, o então presidente Mário Soares apresentou ao Estado de Israel um pedido formal de desculpas, em nome do país, pelos eventos do passado. A Inquisição foi oficialmente abolida de Portugal em 1821.



O QUE É A ORAÇÃO "KEDUSHÁ"?




A oração intitulada Kedushá (em hebraico, santificação) é cantada pelo chazan quando este repete a oração de Amida. Formada pelos pronunciamentos angelicais registrados pelos profetas Isaías e Ezequiel, somente pode ser recitada quando há um minian. Os sábios costumavam dizer que “rios de alegria” fluem do Trono Divino da Glória quando os anjos e o povo de Israel cantam seus versos. A Kedushá deve ser recitada de pé, mantendo-se os pés juntos. Isto simbolizaria os anjos, que, segundo a visão do profeta Ezequiel, têm "pés retos". E quando é proferida a proclamação, "Santo, Santo, Santo é o Senhor dos Exércitos. Toda a terra esta plena de Sua Glória" é costume fazer-se movimentos seguidos de elevação das pontas dos pés para simular o vôo dos anjos.

Fonte: Revista Morashá
28 de junho / 20 Tammuz 5773

28 de junho de 2013

A RAZÃO DA QUEDA DOS DOIS TEMPLOS SAGRADOS EM JERUSALÉM



Tisha B'Av, o nono dia do mês judaico de Menachem Av, é um dia de luto nacional para o Povo Judeu porque nesta data foram destruídos o Primeiro e o Segundo Templo.
Com exceção de Yom Kipur, Tisha B'Av é a única data do nosso calendário na qual somos obrigados a jejuar durante mais de 24 horas. Mas, enquanto Yom Kipur é um dos dias mais felizes do ano, um dia de Perdão e Clemência Divina, Tisha B'Av é o dia mais triste do calendário judaico. É a culminação de um período de três semanas de luto nacional que se inicia em 17 de Tamuz - um dia de jejum que começa antes do amanhecer e termina após o pôr-do-sol.

Foi no dia 9 de Menachem Av que o Primeiro e o Segundo Templo Sagrado de Jerusalém foram destruídos. Construído pelo Rei Salomão, filho e herdeiro do Rei David, o primeiro Beit Hamicdash foi destruído em 422 antes da Era comum pelos exércitos de Nabucodonosor, rei da Babilônia.

O segundo, erguido sob a liderança de Ezra após a volta dos judeus de um exílio de 70 anos, na Babilônia, foi destruído 490 anos após o Primeiro Templo pelas legiões romanas que exilaram os judeus da Terra de Israel.


26 de junho de 2013

O SIGNIFICADO MAIOR DO BAR-MITZVÁ

Qual o significado desta cerimônia e em que, de fato, altera a vida do jovem judeu?
Ao completar 13 anos, um jovem atinge a maioridade religiosa judaica. para marcar esta passagem, é celebrado o Bar-Mitzvá, uma cerimônia que ressalta a importância de cada um dos judeus na corrente ancestral do judaísmo.



Ao completar 13 anos, o jovem atinge a maioridade religiosa judaica. Para marcar esta passagem, é celebrado o Bar-Mitzvá, uma cerimônia que ressalta a importância de cada um dos judeus na corrente ancestral do judaísmo. É nessa data que o jovem, pela primeira vez, coloca os Tefilin e é chamado para ler na Torá.
O judaísmo considera o jovem de 13 anos maduro o suficiente para ser responsável por seus atos. Na Torá, Livro do Gênese, há um verso que indica que é a partir desta idade que um menino se torna homem. Referindo-se a dois filhos do patriarca Jacob, Shimon e Levi, narra o texto da Torá: "Cada um dos homens pegou sua espada...". Na época em que ocorreu esse episódio, Levi tinha 13 anos de idade. Ele foi a pessoa mais jovem a quem a Torá se referiu como "homem", revelando assim que aos treze anos é a idade em que um judeu assume a maioridade religiosa. De acordo com o Talmud, um menino torna-se adulto com 13 anos e 1 dia, independentemente do fato de ter ou não atingido a puberdade. Como as meninas amadurecem mais cedo, o Bat-Mitzvá, celebração de sua maioridade religiosa, é comemorado aos 12 anos.
O Código de Lei Judaica ensina que, a partir dessa data, os jovens passam a ser totalmente responsáveis pelo cumprimento dos Mandamentos Divinos, as mitzvot, não mais os cumprindo apenas porque assim seus pais lhe ensinaram. Seu pai, portanto, deixa de ser responsável pelos seus atos, como está prescrito no Shulchan Aruch HaRav.
Em hebraico, Bar-Mitzvá e Bat-Mitzvá, significam literalmente "filho ou filha do mandamento". A própria palavra revela a importância espiritual da data, quando a ligação de um jovem com o judaísmo se torna imutável. O judeu, em sua essência, é filho da mitzvá, ou seja, da Palavra e Vontade Divina transmitidas a nosso povo por D'us. Foi naquele momento, ao pé do Monte Sinai, que a ligação espiritual entre o D´us e o povo de Israel se tornou eterna. Façamos aqui um paralelo com a relação entre filho e pai. O filho pode até se afastar de seu pai, mas ele sempre continuará a ser seu filho. Da mesma forma, um judeu, ao longo de sua vida, ainda que se afaste de suas raízes, o vínculo de sua alma com D'us e com o judaísmo é eterno.
Ensina a Cabalá que no dia de seu Bar ou Bat-Mitzvá, todos os judeus recebem uma alma adicional, cujo único desejo é fazer o bem, apegar-se a D'us e cumprir Seus mandamentos. Esta nova alma é diferente da alma de uma criança, cujos desejos são quase inteiramente materiais.



A cerimônia do Bar-Mitzvá

As leis que regulam o Bar-Mitzvá foram passadas por D'us a Moisés e, com o decorrer do tempo, várias tradições surgiram no seio das diferentes comunidades espalhadas pelo mundo.
O Bar-Mitzvá costuma ser comemorado na sinagoga, na segunda ou quinta-feira mais próxima da data do aniversário do jovem segundo o calendário judaico. Diante da comunidade, durante as preces da manhã, o menino lê o primeiro segmento da Perashá - a Porção Semanal da Torá - que será lida, por inteiro, no Shabat seguinte.
A leitura da Torá é elemento fundamental da cerimônia, já que receber uma aliá - ou seja, ser chamado a ler a Torá - é uma dádiva espiritual que só pode ser dada a um judeu que já tenha completado 13 anos de idade.
Na tradição sefaradita, a cerimônia do Bar-Mitzvá tem início com a colocação de um novo talit - O xale ritual sagrado que envolve os homens durante as rezas - sobre o qual o jovem recita bênçãos que são seguidas pelo shecheheianu - a berachá tradicional de agradecimento a D´us por nos ter dado o privilégio de estar vivenciando tal data.

Sabedoria e ética

A partir do Bar-Mitzvá, os sefaraditas sempre usam o talit durante as rezas da manhã. Em algumas comunidades asquenazitas, os homens judeus passam a rezar com o talit apenas após se casarem.
A cerimônia do Bar-Mitzvá continua com a colocação dos Tefilin - os filactérios de couro. O mandamento do Tefilin, um dos mais importantes da Torá, constitui um elemento fundamental do Bar-Mitzvá, pois, com raras exceções, os Tefilin só são usados depois que o jovem completa 13 anos de idade. A partir do Bar-Mitzvá serão colocados todos os dias, à exceção de Shabat e dos Chaguim, os dias das Festas. Os Tefilin ligam os judeus a D´us, além de proteger e abençoar aquele que os portam. São o próprio símbolo do Bar-Mitzvá e de tudo que essa data religiosa implica. Os Tefilin são colocados no braço, junto ao coração, e sobre a cabeça, simbolizando a razão. A tira de couro que amarra o braço é passada sete vezes em torno deste. Na cerimônia do Bar-Mitzvá, costuma-se dar aos avós o cavod, isto é, a honra, de darem as primeiras voltas em torno do braço seguidas de outros familiares ou convidados que mereçam tal honraria.
Entre os sefaradim as mulheres costumam jogar confeitos de amêndoas sobre o jovem Bar-Mitzvá quando ele acaba de ler a Torá, pela primeira vez, para lhe trazer boa sorte. Ao terminar a leitura, o jovem é saudado pelos presentes com os votos de Besiman Tov, como um bom augúrio, significando o desejo de que aquela aliá seja um presságio para futuras bênçãos e alegrias em sua vida. Algumas comunidades também abençoam o jovem com as seguintes palavras: "Que tenhamos a graça de o ver sob a chupá, o pálio nupcial, com seu pai e sua mãe e com todos seus familiares, em boa saúde".
Após a leitura da Torá, existe o hábito do jovem pronunciar um discurso para mostrar a sua sensibilidade em entender os comentários dos Textos sagrados, afirmar seu compromisso com o judaísmo e assumir seu lugar na comunidade.
A cerimônia do Bar-Mitzvá continua no Shabat. Em algumas comunidades, o jovem conduz as orações de Shabat na sinagoga. O essencial, porém, é que ele seja novamente chamado para ler a Torá e, logo após, a Haftará, que é um trecho tirado dos Livros dos Profetas, relacionado ao assunto da Perashá da semana.
É importante ressaltar que, aos 13 anos de idade, um jovem se torna Bar-Mitzvá ainda que não seja celebrada a cerimônia. A razão para tal é que todo judeu, nessa idade, se torna "filho da mitzvá" - isto é, responsabiliza-se pelo cumprimento da Lei Judaica. A cerimônia tem grande valor espiritual, mas ela por si só não define a maioridade religiosa. Muitos judeus que não tiveram a oportunidade de celebrar o Bar-Mitzvá aos 13 anos de idade - ou, no caso das meninas, seu Bat-Mitzvá, aos 12 - fizeram-no mais tarde, em fase posterior de sua vida. Como um exemplo de que o vínculo de um judeu com D'us e Seus Mandamentos é eterno, o famoso ator judeu Kirk Douglas celebrou seu Bar-Mitzvá pela segunda vez, aos 83 anos de idade, como uma demonstração de seu retorno à prática do judaísmo.



A importância do Bar-Mitzvá

A transição mais importante na vida de um judeu, além do casamento, é seu Bar-Mitzvá. O dia do Bar-Mitzvá, data hebraica do 13º aniversário do jovem, é o momento no qual ele se torna um emissário de D'us, comprometido com o cumprimento dos Mandamentos Divinos, as mitzvot (Mishná - Avot, 5.21). A palavra mitzvá possui mais um significado, além do termo mandamento - "conexão". Tal sentido implica que no dia de seu Bar-Mitzvá é estabelecida uma verdadeira conexão entre o jovem judeu e o Todo-Poderoso.
O número 13 é numericamente equivalente à palavra "echad", cuja tradução é "um". Esta unidade é demonstrada pelo fato de que após o seu Bar-Mitzvá o menino já pode ser contado como um membro do minián, o quorum mínimo de dez homens necessário para a realização das orações em grupo.
Como vimos, o dia do Bar-Mitzvá marca uma mudança na maneira de aprender e colocar em prática os mandamentos. Como recompensa divina por seu cumprimento, o jovem é abençoado com novas forças físicas e espirituais. Nessa data, ele recebe um novo mazal, uma nova força espiritual que, quando corretamente canalizada, lhe trará grandes bênçãos e lhe permitirá realizar grandes atos.
Alguns jovens "acordam" diferentes na manhã de seu Bar-Mitzvá. Olham-se no espelho, à procura de algum sinal novo de barba em seu rosto imberbe ou alguma outra mudança em sua fisiologia. É possível que leve mais alguns meses para que haja alguma mudança visível. O que ocorre é mais sutil, é um outro tipo de maturidade. Pois, segundo nossos textos místicos, é a partir do Bar-Mitzvá que um jovem passa a se deparar com um lado mais profundo de sua personalidade, até então desconhecido.
Após o Bar e Bat-Mitzvá, os jovens entram na adolescência, a época dos conflitos. Mas, também, é quando, os jovens vão tendo percepção de outras realidades - a voz da alma começa a se manifestar enquanto desponta diante deles o mundo espiritual.
É quando se inicia a busca por um significado maior na vida e por uma conexão entre os seus diversos aspectos. É quando o jovem se defronta com a sua própria personalidade em uma dimensão sobre a qual jamais pensara. É justamente essa percepção que faz do jovem um ser "adulto" responsável e capaz de conviver harmoniosamente em um mundo complexo e conflitante, cumprindo sua missão de acordo com o pacto assumido por nosso povo com D'us.

Bibliografia

The Encyclopedia of Judaism, Geoffrey Wigoder
Entering Adulthood - the Bar and Bat-Mitzvah, Aron Moss
The Significance of a Bar-Mitzvah, Rabbi Nissan Dovid Dubov
A Treasury of Sephardic Laws and Customs, Rabbi Herbert C. Dobrinsky
Fonte: Revista Morashá
Edição 53 - junho de 2006

15 de maio de 2013

AS REZAS DE ALIMENTOS EM HEBRAICO


Com estas palavras, recitadas antes de comer ou beber qualquer tipo de alimento, expressamos a gratidão ao Criador pelas múltiplas bênçãos que Ele nos concede para o sustento. Essas bênçãos são o reconhecimento de que a Terra e sua plenitude pertencem a D-us. Depois de admitir este fato, podemos então desfrutar a generosidade e a riqueza da Terra. Essas bênçãos não são meras verbalizações, mas parte essencial do serviço espiritual. Pronunciar uma bênção, uma habilidade essencialmente humana, é um momento oportuno de meditar na grandeza de D-us como Provedor e Criador. Este momento de consciência espiritual, representado pela recitação de uma bênção, transforma a atividade corriqueira de comer em um ato sagrado. A meta do judeu é imbuir todas as atividades mundanas com a intenção de servir a D-us. 

NOS ALIMENTAMOS PARA MANTER A VIDA; UM PRESENTE DE DEUS:

Comemos para manter a saúde e para conseguir forças para cumprir as Mitsvot e viver uma vida de Torà. Os ensinamentos chassidicos explicam que todos os alimentos contêm uma centelha Divina de santidade. Quando fazemos uma bênção antes da refeição e comemos com a intenção de servir a D-us, realmente elevamos a substância física do alimento à santidade. Esta centelha Divina, inerente ao alimento, se reunifica com sua fonte Divina. Seis diferentes Berachot (bênçãos) correspondem às diversas categorias de alimento. Elas pertencem ao tipo de bênção chamada Bircat Hanebenin (bênção de prazer e satisfação) exigida antes de desfrutarmos o prazer físico das criações de D-us. As crianças, a partir do momento em que têm idade suficiente para falar, também aprendem a recitar as bênçãos sobre os alimentos. Desta maneira, nutrimos nelas um sentimento de apreciação da generosidade de D-us. Depois de comermos, devemos também lembrar D-us como a fonte suprema do nosso sustento, conforme ordena a Torá: ”Comerás, te satisfarás e abençoarás o Eterno, teu D-us, pela boa Terra que Ele te deu” (Devarim 8:10).

Este mandamento foi outorgado aos judeus antes de entrarem na Terra de Israel, depois de peregrinar pelo deserto, onde D-us os sustentou com o miraculoso maná. Mesmo em tempos de grande prosperidade, quando podemos estar tentados a nos enganar, acreditando que a riqueza resulta apenas dos próprios esforços, somos lembrados a reconhecer a mercê de D-us.



. BÊNÇÃOS ANTERIORES AO ALIMENTO: 

Antes de compartilhar qualquer alimento, é dita a Berachá Rishoná (bênção preliminar). Há seis diferentes bênçãos, cada qual começando com as mesmas palavras:
"Baruch Ata, A-donai, E-lo-hê-nu Melech Haolam..."
(Bendito és Tu, o Eterno, nosso D-us, Rei do Universo...") e concluindo com as palavras relacionadas ao tipo de alimento que vai ser ingerido.

Segue-se uma transliteração de cada bênção em hebraico, com exemplos dos alimentos que a requerem:

1) - BARUCH ATÁ, A-DO-NAI, E-LOHÊ-NU MELECH HAOLAM, HAMOTSI LECHÊM MIN HAARÊTS. (Bendito és Tu, ó Senhor nosso D-us, Rei do Universo, que extrai pão da terra.)
Exemplos: pão, beiguels, Chalá, Matsá, pita e pães feitos de um dos seguintes cinco grãos: trigo, cevada, centeio, aveia ou espelta. Nota: muitos dos alimentos acima, especialmente Beiguels, pitas e pães doces, podem requerer uma bênção de Mezonot, dependendo dos ingredientes.

2) - BARUCH ATÁ, A-DO-NAI, E-LOHÊ-NU MELECH HAOLAM, BORÊ MINE MEZONOT. (Bendito és Tu, ó Senhor nosso D-us Rei do Universo que cria varias espécieis de sustentos)
Exemplos: bolos, cereais, biscoitos, bolinhos, roscas e massas se feitos de um ou mais dos cinco grãos listados na primeira bênção.

3) - BARUCH ATA, A-DO-NAI, E-LOHÊ-NU MELECH HAOLAM, BORÊ PERI HAGÁFEN.
(Bendito és Tu, ó Senhor nosso D-us, Rei do Universo, que cria o fruto da vinha.)
Exemplos: vinho e suco de uva.

4) - BARUCH ATÁ, A-DO-NAI, E-LOHÊ-NU MELECH HAOLAM, BORÊ PERI HAÊTS.
(Bendito és Tu, ó Senhor nosso D-us, Rei do Universo, que cria o fruto da árvore.)
Exemplos: Todas as frutas de árvores permanentes, tais como maçãs, laranjas, pêssegos, etc., mesmo se essas frutas forem secas; também uvas, uva-passas e todas as nozes, com exceção de amendoim.

5) - BARUCH ATÁ, A-DO-NAI, E-LOHÊ-NU MELECH HAOLAM, BORÊ PERI HAADAMÁ. (Bendito és Tu, ó Senhor nosso D-us, Rei do Universo, que cria o fruto da terra.)
Exemplos: Todos os leguminosos que crescem na terra, incluindo amendoim e algumas frutas, tais como banana, melão e abacaxi.

6) - BARUCH ATA, A-DO-NAI, E-LOHÊ-NU MELECH HAOLAM, SHEHACÔL NIHYÁ BIDVARÔ. (Bendito és Tu, ó Senhor nosso D-us, Rei do Universo, que tudo vem a existir por Seu verbo.)
Exemplos: doces, laticínios, ovos, peixe, líquidos, carne, cogumelos e tudo o que não estiver incluído nas cinco bênçãos anteriores. Nota: as bênçãos acima se aplicam a alimentos em sua forma básica; entretanto, elas podem variar quando esta forma for modificada através de processamento ou quando os alimentos são combinados.



. Algumas leis básicas:

As regras das bênçãos sobre os alimentos são intrincadas, requerendo estudo cuidadoso. Seguem-se algumas das regras mais básicas. Somando-se ao conhecimento das bênçãos corretas a serem ditas sobre os diversos alimentos, muitas outras leis se aplicam.

a) Uma bênção é feita mesmo que se coma uma pequena quantidade.

b) Antes de iniciar a bênção, deve-se saber qual a bênção apropriada.

c) Os alimentos sobre os quais é dita a bênção devem ser segurados na mão direita (se a pessoa for destra e na esquerda para a canhota) no momento da bênção.

d) Não é permitido conversar, desde o momento em que se inicia a bênção até engolir o primeiro bocado.

e) Como o nome de D-us é mencionado em cada bênção e não nos é permitido pronunciar o nome de D-us em vão, jamais devemos recitar uma bênção desnecessariamente.
Entretanto quando ensinamos as bênçãos a uma criança, podemos pronunciar o nome de D-us, se necessário.

Deve se dizer Amên imediatamente depois de ouvir uma bênção sendo concluída por outra pessoa (Não se deve dizer Amên depois da própria benção.)

"Shehecheyánu" uma bênção periódica:

"BARUCH ATA, A-DO-NAI, E-LOHÊ-NU MELECH HAOLAM, SHEHECHEYANU VEKIYEMÁNU VEHIGUIÁNU LAZMAN HAZÊ”. (Bendito es Tu, ó Senhor nosso D-us; Rei do Universo, que nos deu vida e nos manteve e nos permitiu alcançar esta época.)
Esta bênção é dita pela primeira vez, em cada ano, em que se come uma fruta que seja própria da estação, que cresça apenas em uma determinada época do ano. O Shehecheyánu deve ser recitado, de preferência antes da bênção normal do fruto, embora alguns tenham o costume de dizê-lo depois. Shehecheyánu só deverá ser pronunciado se o fruto estiver maduro. Exemplos de frutos sazonais sobre os quais pode-se dizer esta bênção: kiwi, figos ou tâmaras frescos, romãs, cerejas, tangerinas, melões, morangos, etc. Nota: esta bênção também é pronunciada na primeira vez em que uma Mitsvá é realizada a cada ano, como no acendimento das velas de Chanucá, na leitura da MeguIiá em Purim e ao segurar o Lulav e o Etrog em Sucot.



. AO COMER UMA REFEIÇÃO COM PÃO:

A bênção Hamotsi, feita no início de uma refeição, é abrangente e dispensa as bênçãos adicionais sobre os outros alimentos consumidos naquela refeição (vide abaixo as exceções). Abluir as mãos: antes de comer pão, é necessário lavar ritualmente as mãos. Ao abluir as mãos desta maneira, deve-se assegurar de que as mãos estejam limpas e livres de anéis ou qualquer outra coisa que possa interferir entre os dedos e a água corrente. É preferível usar uma caneca de duas alças, embora qualquer caneca grande possa ser usada. A água é derramada primeiro sobre a mão direita, duas ou três vezes, dependendo do costume e depois sobre a mão esquerda, o mesmo número de vezes. (O canhoto deve dar preferência à mão esquerda.) Esfrega-se então as mãos uma na outra e recita-se a seguinte bênção ao secá-las:

“BARUCH ATA, A-DO-NAI, E-LOHÊ-NU MELECH HAOLAM, ASHER KIDESHÁNU BEMITSVOTAV, VETSIYÁNU AL NETILAT YADÁYIM“. (Bendito és Tu, ó Senhor nosso D-us, Rei do Universo, que nos santificou com Seus mandamentos e nos ordenou sobre a lavagem das mãos.)

Depois de secas as mãos, a bêncão Hamotsi deve ser pronunciada sobre o pão. Não é permitido conversar ou cuidar de outras atividades entre a lavagem ritual das mãos e o pronunciamento das bênçãos. Outras bênçãos durante a refeição: depois de pronunciada a bênção de Hamotsi, não é necessário pronunciar bênçãos sobre outros alimentos durante a refeição, com as seguintes exceções: É feita uma bênção sobre o vinho, a não ser que a refeição tenha sido precedida de um Kidush, quando a bênção sobre o vinho já foi recitada. É requerida uma bênção sobre a maioria das sobremesas. Em caso de dúvida, deve-se primeiro pronunciar o Bircat Hamazon (Bênção de Graças após a Refeição) e depois comer a sobremesa, dizendo as bênçãos apropriadas antes e depois dela. Depois de concluir uma refeição onde pelo menos 28 gramas de pão foi consumido, recitamos o Bircat Hamazon (Bênção de Graças.)

. AO COMER ALIMENTOS DIVERSOS SEM PÃO:

Ao comer um lanche ou uma refeição sem pão, deve-se conhecer a maneira adequada de pronunciar as bênçãos sobre cada alimento individual. Ao comer vários alimentos diferentes de uma mesma categoria, apenas uma bênção é recitada. Por exemplo, ao comer maçãs, laranjas e pêssegos, é pronunciada apenas uma vez a bênção ...Borê Peri Haêts. A bênção é feita sobre o item preferido, com a intenção de incluir todos os alimentos daquela categoria. Quando a pessoa não tem preferência (de uma fruta sobre outra) deve ingerir primeiro aquela das cinco espécies de frutas com as quais a Terra de Israel foi enaltecida, na seguinte ordem: azeitona, tâmara, uva, figo e romã. * Ao comer diversos alimentos de categorias diferentes, bênçãos separadas são pronunciadas sobre cada tipo de alimento. Por exemplo, Mezonot sobre biscoitos, Haadamá sobre salada de repolho, Shehacol sobre ovos.



. ORDEM DAS BÊNÇÃOS:

Ao comer alimentos que requerem bênçãos diferentes, a prioridade das bênçãos é seguinte:
1) Mezonot;
2) Hagáfen;
3) Haêts;
4) Haadamá;
5) Shehacôl.

Por exemplo, Mezonot sobre biscoitos e então Haêts sobre uvas; Haadamá sobre pepino e então Shehacôl sobre leite. As duas execeções são:
a) Em Shabat Yom Tov, o Kidush sobre o vinho precede a bênção sobre o pão ou o bolo (sendo que estes últimos devem estar cobertos, já que o vinho está recebendo um tratamento preferencial);
b) Ao comer alimentos que requerem a bênção de Haêts e Haadamá, tais como maçã e banana, diz-se primeiro a bênção sobre o alimento preferido. Quando a pessoa bebe vinho, pronunciando a bênção precedente de Hagáfen, bênçãos adicionais, antes e depois de outros líquidos ou bebidas, não são necessárias.

. BÊNÇÃOS SOBRE ALIMENTOS COMBINADOS:

Quando um prato contém diferentes tipos de alimentos misturados, pertencentes a diferentes categorias de bênçãos, o seguinte critério se aplica:
Se um dos alimentos é claramente o principal, então, mesmo que muitos outros tipos estejam combinados, é feita a bênção apenas sobre o alimento principal. Por exemplo: numa salada de atum misturada com pedaços de verduras, a bênção é pronunciada sobre o atum, que é o alimento principal.
Se os diferentes alimentos são igualmente importantes, a bênção é pronunciada sobre um entre a maioria.
Quando os alimentos são feitos de grãos que exigem a bênção Mezonot, estes são considerados o alimento principal, mesmo se estiver em minoria. A bênção Mezonot é pronunciada sobre o prato inteiro e inclui todos os outros ingredientes. Exemplos: torta de frutas; macarrão e queijo.
Se o ingrediente Mezonot estiver presente apenas para ligação, espessamento ou para adicionar cor, a bênção é determinada pelos outros ingredientes. Por exemplo, farinha adicionada para engrossar a sopa não exige a bênção Mezonot.



. QUANDO O ALIMENTO ESTÁ EM FORMA MODIFICADA:

A maior parte dos sucos e alimentos totalmente peneirados ou moídos requer a bênção Shehacol. Entretanto, se o alimento ainda mantém a aparência de sua forma original, recita se as bênçãos que pronunciaríamos sobre o alimento em sua forma primitiva, como por exemplo, Haêts sobre compota de maçã.

Em caso de dúvida quanto à bênção apropriada, as seguintes opções se aplicam:

Abluir as mãos, pronunciar AL Netilat Yadayim e, em seguida, Hamotsi sobre um pedaço de pão. O alimento em questão poderá então ser comido durante o curso da refeição. Se o alimento sobre o qual há dúvida for uma fruta, deve ser comido simultaneamente com o pão.
Em caso de dúvida quanto a qual entre duas bênçãos deve ser pronunciada sobre um alimento em particular, pode-se comer primeiro um bocado de dois alimentos diferentes (sendo cada um da categoria da qual se está em dúvida), pronunciando sobre cada um a bênção apropriada, tendo também em mente o alimento sobre o qual há a dúvida. Então, aquele alimento poderá ser comido.
Se foi pronunciada a bênção Shehacôl sobre qualquer alimento em lugar de sua bênção mais especifica, o alimento fica isento de outras bênçãos. Entretanto, esta alternativa pode ser usada somente se houver opiniões diversas entre as autoridades haláchicas quanto à benção adequada para aquele alimento. Deve-se fazer um esforço para conhecer a bênção correta.

. BÊNÇÃOS POSTERIORES AO ALIMENTO:

Depois de comer pelo menos um Kezayit de alimento (aproximadamente 30g) ou beber uma Reviit de líquido (aproximadamente 90 ml), uma Berachá Acharoná (bênção posterior) é pronunciada. As bênçãos posteriores devem ser ditas o mais cedo possível, após o término da refeição. Há três tipos de bênção posteriores. Os textos podem ser encontrados em qualquer Sidur (livro de orações.) Para dizer a bênção posterior, a quantidade mínima de alimento (descrita acima) deve ser ingerida durante aproximadamente seis minutos. Se levar mais tempo, como quando tomando lentamente uma bebida quente, pode não ser permitido recitar a bênção posterior. Consulte um rabino ortodoxo quanto às leis relevantes.

. REZA: BORÊ NEFASHÔT:

Esta breve bênção é dita depois de comer uma variedade de alimentos.
· É pronunciada depois de comer um ou mais alimentos pertencentes às categorias de Haêts (frutas), Haadamá (verduras) e Shehacôl.
· Quando mais de um alimento que requer Borê Nefashôt é comido em uma única refeição, a bênção posterior e pronunciada apenas uma vez. Por exemplo: carne e verduras, batatas fritas e leite, café e ovos.

. BERACHÁ MEÊN SHALÔSH:

Esta bênção se constitui num curto parágrafo, cuja formulação varia ligeiramente de acordo com as seguintes três categorias:
· “AI Hamichyá” - depois de alimentos feitos de qualquer um dos seguintes cinco grãos: trigo, cevada, centeio, aveia ou espelta.
· "Al Hagáfen" - depois de vinho ou suco de uva.
· "Al Haêts"- depois de uma ou mais das cinco frutas com as quais a Terra de Israel foi enaltecida (uvas, figos, romãs, azeitonas ou tâmaras). Quando mais de um desses alimentos é digerido, a bênção posterior é pronunciada apenas uma vez, incorporando as variações apropriadas na formulação, conforme impressas no livro de orações. Em Shabat, Yom Tov ou Rosh Chodesh, uma frase referente ao dia santo é adicionada. Se um alimento ou alimentos, requerendo a bênção posterior de Borê Nefashôt, é comido juntamente com aqueles da Berachá Meên Shalôsh, então a Berachá Meên Shalosh é pronunciada antes de Borê Nefashôt As duas exceções para esta lei são:

a) Depois de beber vinho e outros líquidos, pronuncia-se somente a bênção posterior do vinho e Borê Nefashôt não precisa ser dita para os outros líquidos.

b) Depois de comer uma ou mais entre as cinco frutas (pelas quais a Terra de Israel foi enaltecida) juntamente com outras frutas, pronuncia-se apenas a bênção posterior sobre as frutas de Israel. Berachá Meên Shalôsh deve ser pronunciada enquanto a pessoa estiver sentada, imediatamente após ter comido e no mesmo lugar onde comeu.



Bircat Hamazôn (Bênção de Graças após a Refeição): 

Esta bênção especial é pronunciada após concluir uma refeição em que um Kezayit (no mínimo 28g) de pão foi comido. Ela contém diversos parágrafos originalmente instituidos por alguns dos nossos grandes líderes na História, agradecendo a D-us por nos dar o alimento. Nenhuma outra bênção posterior precisa ser pronunciada quando se recita o Bircat Hamazôn.

· Bircat Hamazôn deve ser recitado no mesmo lugar onde a pessoa comeu enquanto ainda estiver sentada, a não ser que no momento de dizer Hamotsi ela pretendia completar a refeição em outro lugar.

· Antes de pronunciar o Bircat Hamazôn, os homens devem lavar as pontas dos dedos e os labios ligeiramente. A água usada para isto é chamada de Mayim Acharonim (água final). Isto pode ser feito na pia, mas freqüentemente é feito à mesa, usando um prato especial. A água deve ser removida da mesa antes de iniciar o Bircat Hamazon.

· Quando três ou mais homens com idade superior ao Bar Mitsvá pronunciam o Bircat Hamazon juntos, um curto parágrafo introdutório é recitado. Isto conhecido como Zimun.

· Em Shabat, Yom Tov, Chanucá, Purim e Rosh Chodesh, há suplementos especiais que devem ser encaixados em Bircat Hamazôn. (Vide o texto no Sidur ou no "Manual de Bênçãos" disponível aos interessados no Beit Chabad.)

Fonte: www.montesinai0.tripod.com