2 de janeiro de 2013

O RENASCIMENTO DO HEBRAICO

A História: O Renascimento do Hebraico




Por: Jean Marie Delmaire
        
Israel tem uma língua oficial, o hebraico. Entretanto no século passado, essa língua era uma língua morta, usada unicamente na liturgia e na literatura. Em poucos anos, professores inspirados e dedicados – que foram também pioneiros - conseguiram com sucesso à impor para todo um povo. A língua hebraica está até entre os principais fatores de sucesso do renascimento nacional judaico na Europa. É um paradoxo, porque no século XIX a língua do povo era o iídiche, enquanto que o hebraico tinha apenas a antiga função de língua litúrgica.
Entretanto, em torno de 1800, voltou a ser um instrumento literário a serviço do movimento Luzes Judaicas e Haskaah, que emprega uma língua próxima do hebraico, isto é artificialmente reconstituída. O motivo, concerne a um número restrito de indivíduos, que no Oriente usam o hebraico antigo ocasionalmente como língua de comunicação entre asquenazes e sefaraditas que falam o árabe ou o ladino. Esse renascimento literário inicial e a fraca manutenção de uma língua de contato vão certamente facilitar o extraordinário empreendimento de um homem: Eliezer BenYehuda. Sua maior ambição é tornar o hebraico a língua nacional a ser falada por todos os povos de Israel.
Eliezer Perlman (1858-1922) , chamado posteriormente de BenYehuda (filho de Judéia) nasceu em Vilma (Vilanius) onde seguiu o curso comum do ensinamento rabínico. Passando em seguida aos estudos profanos, se interessou pela literatura hebraica. Indeciso quanto a sua escolha cultural vai para Paris para estudar medicina. Suas idéias evoluem sob influência de amigos um russo e um sábio judeu francês, apaixonado pelo hebraico, José Halevy, que tenta ocasionalmente fazer pequenos cursos de hebraico para impressionar seus alunos. É possível reconstituir seu caminho através dos artigos escritos nesta época por BenYehuda para o Jornal Nacionalista hebraico – A Aurora – publicado em Viena pelo escritor Smolenski. Inicialmente ele liga a questão nacional à questão da língua escrita e ao seu ensino. Depois ele define sua idéia de utilizar o hebraico como língua educativa, afirmando que tal projeto só pode ser realizado na Palestina, para ele a "Terra de Israel". Enfim, ele decide dar exemplo e parte para Jerusalém, após ter se casado com uma jovem professora de russo, Débora, que ele convenceu de seus sonhos. A biografia clássica aponta alguns episódios modelares mais ou menos exatos sobre a decisão que teria sido tomada pelo casal de só falar o hebraico e de educar nessa língua seu futuro filho.

Chegada à Terra Santa:

Chegando à Terra Santa em 1881, BenYehuda encontra no meio religioso alguns amorosos do hebraico que o sabem falar mais ou menos. O diretor da nova escola Aliança Israelita Universal de Jerusalém, o irrequieto Nissim Behar, lhe permite se sustentar empregando-o em sua escola, onde lhe foi possível durante um ano e meio tentar sua experiência de ensino. Um ato pioneiro que alguns alunos prolongarão com maior sucesso à partir do ano seguinte.
Voltando a Paris para as primeiras pesquisas ligadas a seu novo projeto, a redação de um "Thesaurus" da língua hebraica, BenYehuda se lança sobretudo na aventura de um novo Jornal Ha Zvi (o Cervo) chamado mais tarde de Ha Or (A Luz). Essa publicação bastante crítica em relação aos círculos tradicionais vai lhe trazer grandes inimizades, sem, nem por isso, atrair a confiança dos novos imigrantes "sionistas" que criam então as primeiras colônias.
Cruelmente atingido pela morte de Débora, BenYehuda casa com a irmã desta última, Henda, uma mulher enérgica que assiste sem fraquejar o que contribuíra, depois de seu desaparecimento a traçar um retrato dele como um personagem fora do comum.
Em 1889 BenYehuda coloca o pé na Academia de Língua Hebraica, destinada sobretudo a enriquecer a linguagem, para lhe fornecer as palavras usuais que faltam cruelmente, o que ele faz recorrendo sistematicamente às línguas semíticas, o aramaico e o árabe, bem como as palavras européias comuns evitando uma grande contaminação iídiche ou pelas línguas européias, em particular. Assim nasceram numerosos termos hebraicos utilizados atualmente como "diccionnaire", "serviette", "trottoir", "tomate", etc. Depois de públicar apressadamente vários manuais escolares, BenYehouda se lança no grande empreendimento de sua vida, o famoso Thesaurus, onde ele pretende reunir todas as palavras hebraicas de todos os tempos.
Seu desprezo por todas as convenções religiosas se manifesta em sua conduta pessoal tanto quanto na sua obra pedagógica. Assim, BenYehouda "inventa" o teatro em hebraico, para o grande escândalo dos tradicionalistas. Por isso ele será denunciado ao governador Otomano, pelos judeus religiosos integristas, sob o protesto de um artigo subversivo. Preso por muitos meses é liberado em Beirute graças a numerosas intervenções , seu jornal será suspenso por um ano. Tantos acontecimentos que trarão os primeiros conflitos graves entre sociedade laica e a sociedade religiosa na Palestina. Para se livrar dessa posição de pária, BenYehuda se liga rapidamente a Herzl. Forçado a fugir durante a primeira Guerra Mundial ele irá se refugiar nos Estados Unidos onde continua a trabalhar no seu Thesaurus. Volta à Palestina e morre em 1922.

Uma Guerra de Línguas travada por professores:

Tem-se atualmente a tendência de atribuir a BenYehuda todo o mérito desse espetacular "renascimento" de uma língua morta. Porém, longe disso, não cabe somente a ele. Certamente ele deu o exemplo em numerosos aspectos – educação , jornalismo, lexicografia, mas os verdadeiros propagadores do Hebreu falado foram de um lado os professores, de outro os animadores das "sociedades Hebraicas" que floresceram um pouco em vários lugares por volta de 1890, e enfim pelos jornalistas, com a criação de cotidianos em hebraico, publicados à partir de 1886.
No espaço de vinte anos, foram os professores fanáticos e dotados que conseguiram hebraizar o sistema escolar na Palestina. Se trata de um episódio apaixonante e o mais desconhecido da ressurreição do Hebraico, que terminou em 1912 em um conflito entre o novo sistema escolar e as escolas alemães e francesas, que se multiplicavam então.
Essa "guerra" de línguas terminou no ano seguinte com o trunfo do hebraico, sem que BenYehuda fosse o ator principal. Desde o inicio do mandato inglês sobre a Palestina, o hebraico foi reconhecido como língua oficial pela potência mandatária, tirando assim o iídiche, embora está fosse a língua mais falada pelos imigrantes judeus. O slogan "Hebreu fala hebraico" exprimiu essa vitória de uma política voluntariosa que Herzl não acreditava mais útil para a construção de um Estado Judaico, mas que os pioneiros impuseram no local.
    
Traduzido por Victoria Cardim
enviado por Leon M. Mayer
Presidente da Loja Albert Einstein da 
B'nai B'rith do RJ


ASSOCIAÇÃO RELIGIOSA ISRAELITA - ARI

ANIVERSÁRIO DA ASSOCIAÇÃO RELIGIOSA ISRAELITA - ARI




Origens:
Para contar a história da ARI é imprescindível lembrar do pequeno grupo de imigrantes alemães que se reunia, nos anos 30, no “Centro 33″, na Rua Marquês de Paraná, no Flamengo. Naquele ponto de encontro, a que afluíam quase diariamente, procuravam num ambiente de alegria, manter sempre vivo seu elo com o judaísmo, seus valores, suas tradições.
Esses jovens freqüentavam os serviços de Shabat do Grande Templo ou iam ao pequeno Shil dos belgas que, mais tarde, daria origem à Sinagoga de Copacabana. Eles estranhavam, porém, a pronúncia ashquenazi e sentiam falta de seu próprio ritual. Como tinham bom conhecimento de hebraico e dos serviços religiosos, decidiram realizar por conta própria, em 1936, o primeiro serviço de Rosh Hashaná e Iom Kipur. Não tinham um Sefer Torá, apenas sidurim e machzorim trazidos nas suas bagagens. E ficaram muito felizes de conseguir, junto com os poucos familiares, festejar os Iamim Noraim.
Desse mesmo grupo surgiu a idéia de formar uma organização beneficente, sem fins religiosos – a União Associação Beneficente – com o objetivo de atender aos imigrantes judeus alemães que chegavam em número cada vez maior, semana após semana.
Em 1937, já eram tantos que foi preciso alugar um salão para os serviços religiosos das Grandes Festas: a então sede do Botafogo, no Mourisco. Como o Rabino Pinkus já havia assumido o rabinado da CIP (Congregação Israelita Paulista), um grupo do Rio foi buscar sua orientação. Ele preparou, então, um sermão que aqui foi lido, ainda em alemão, durante o serviço no Rio.
As lideranças do grupo de alemães que haviam aportado no Rio, sentiam que, além da sociedade beneficente, havia necessidade de se organizar financeira e religiosamente. Estabeleceram contato com o Sr. Wolf Klabin, que muito se impressionou com o trabalho desse grupo de imigrantes e resolveu apoiá-lo, já comparecendo ao serviço religioso de Rosh Hashaná de 1937. Foi acompanhado de seus familiares e de seu cunhado, Dr. George Haas, que viria a participar da primeira diretoria da ARI. Apesar de todas as dificuldades, foi um serviço lindo, que revelou nesse grupo o esteio de uma futura congregação. Faltava agora a presença de um líder espiritual.
Em 1941 chegava ao Brasil, a chamado do Dr. Ludwig Lorsch e do Rabino Pinkus, o Rabino Dr. Heinrich Lemle e sua família. Vinham, com o apoio de Lady Lilly Montagu, presidente da World Union for Progressive Judaism em Londres, que o resgatara do campo de concentração de Buchenwald. O Rabino Lemle foi enviado para o Rio de Janeiro com a missão de fundar uma congregação liberal.
A presença do Rabino Lemle constituiu estímulo adicional para a realização de serviços regulares de Shabat. O Centro da Comunidade Israelita, na pessoa de Jacob Schneider, colocou à disposição da pequena comunidade alemã um salão do Grande Templo, localizado à Rua Tenente Possolo no Centro, onde passaram a se realizar serviços regulares, dirigidos pelo Dr. Lemle.
Participação e interesse cada vez maiores sedimentaram o sonho de fundar uma congregação judaica alemã. Havia, no entanto, exigências formais a serem cumpridas: era preciso brasileiros natos para compor a diretoria, o que de fato não constituiu um problema, pois já havia judeus de origem alemã de imigrações anteriores: Eduardo Levy (presidente), George Haas (diretor-secretário) e Alexandre Spielmann (diretor-tesoureiro) formaram a primeira diretoria da recém-fundada Associação Religiosa Israelita. Era o dia 13 de Janeiro de 1942, na cidade do Rio de Janeiro, na então sede da União, na Rua Alice em Laranjeiras.

As sedes da ARI:

A primeira sede da ARI foi uma pequena sala velha, nos fundos da Rua Barata Ribeiro 363 em Copacabana. Ficava junto a um galinheiro e muitas vezes, durante o serviço religioso, as galinhas passeavam pela sala. Mas ninguém se incomodava; a religiosidade era muito grande, havia muito fervor. A sinagoga era o lar, a identificação com as origens, o traço de união com a nova vida.
A ARI foi crescendo e ao fim do primeiro ano já contava mais de mil sócios. Em dezembro de 1943 as instalações foram transferidas para o número 373 da Barata Ribeiro; contudo, já havia nascido a idéia de uma sede própria e uma campanha com este objetivo foi iniciada. Cento e cinquenta contos foram angariados e, no dia 12 de Novembro de 1944 foi, finalmente, inaugurada a primeira sede própria da ARI, à Rua Martins Ferreira 52 em Botafogo.
A “Martins Ferreira” deixou muitas saudades. Todos falam dela com um carinho especial. Era um tempo em que todos se sentiam unidos em uma só família, participando ativamente, próximos uns dos outros. Foram tempos de luta, mas foram bons tempos. O grupo de estudos com o Dr. Lemle – Beit Hamidrash – que atraiu muita gente e foi um ponto marcante na história da ARI; as aulas de religião, que se estendiam do Leblon ao Méier – sim, ao Méier, pois havia o Setor Norte da ARI. Muitos dos sócios moravam na Zona Norte e era difícil vir até Botafogo. Assim, realizavam seus serviços religiosos em casas de família e, uma vez por mês, o Dr. Lemle ia até lá dirigir as preces. Com o tempo, as pessoas se mudaram para a Zona Sul e o Setor Norte se extinguiu.
Havia ainda o Jardim de Infância, os escoteiros e os lobinhos, o Coro de voluntários, a Seção Feminina, as feirinhas e a festa no Cassino Atlântico, os Iamim Noraim no Mourisco e no Botafogo, os vários grupos juvenis e a Chazit Hanoar. Nas horas difíceis, a presença da Chevra Kadisha.
A ARI crescia, e a sede da Martins Ferreira já não comportava mais tantas pessoas e atividades. Fez-se necessário e urgente um espaço maior. Uma nova campanha foi iniciada para a construção de uma nova sinagoga. O grande impulso foi dado pelo Prof. Dr. Fritz Feigl e sua esposa, Dra. Regine Feigl, com a doação do terreno para a construção. É claro que houve inúmeras dificuldades mas, com luta, determinação e perseverança, o objetivo foi alcançado. Com a campanha dos tijolos, venda de cadeiras e donativos, a sinagoga foi surgindo – um projeto arrojado do arquiteto Henrique Mindlin.
Em Rosh Hashaná de 1961, um momento de emoção – o primeiro serviço religioso de Kabalat Shabat, no Salão Nobre da nova sinagoga, ainda em obras. Finalmente, no dia 28 de Setembro de 1962, foi colocada a mezuzá no Salão Nobre e, na bimá, aceso o Ner Tamid – a Lâmpada Eterna.
A partir daquela data, todos os serviços religiosos passaram a ser realizados na nova sinagoga da Rua General Severiano 170. Dois meses depois, com o concerto do Prof. Fritz Hofer, autor do projeto e, a 22 de Dezembro de 1962, inaugurava-se a sinagoga pequena, uma reconstituição da “Martins Ferreira”. Foi um período marcante, emocionante, que tocou fundo no coração daqueles que viram a ARI nascer, crescer e se tornar grande; aqueles que fizeram a ARI, que ainda são a ARI, e que a legaram a nós para darmos continuidade à sua obra.
Um antigo projeto desde a época da construção da sinagoga era o Prédio Anexo a sinagoga. Ao longo dos anos 90 a ARI ergueu o Centro Comunitário Rabino Henrique Lemle que foi inaugurado em 1997, dispondo de salas de aula, biblioteca, auditório, salas de recepção, escritórios para a administração, a sinagoga Henrique Peres que acomoda até 150 pessoas, e o Centro de Referência e Pesquisas sobre o Holocausto Família Zinner.

Missão e Visão:

A Associação Religiosa Israelita do Rio de Janeiro – ARI, de acordo com seu Estatuto Social, é uma entidade sem fins lucrativos, de caráter filantrópico, religioso, educacional e cultural, que se propõe a manter e cultivar os valores da cultura e religião judaicas, colaborar na integração das comunidades judaicas no País e contribuir para o engrandecimento sociocultural do Brasil.
É uma instituição inclusiva e igualitária que, de forma solidária e responsável, atua no contexto econômico, político e cultural da sociedade em que se insere
A ARI, para o cumprimento de sua missão e fiel aos ideais de seus fundadores, opera em todas as esferas de seu campo de ação visando:
·         Ser uma instituição atuante e vibrante, exercendo papel de liderança na Comunidade Judaica, conectada com os desafios do nosso tempo e inserida na sociedade maior.
·         Oferecer uma opção de vida judaica plena, inspirada na centralidade de Tsion e nos valores religiosos do Judaísmo Liberal.
·         Permanecer uma verdadeira Beit Ha’ Knesset – Casa da Reunião – o Centro Comunitário onde se encontra uma opção de vida religiosa participativa, programas educacionais envolventes, orientação para a observância das tradições e costumes, estudo das fontes, enriquecimento cultural, espaços de convivência e atividades para todas as idades.
·         Manter-se inclusiva e igualitária criando oportunidades de realização pessoal pelo trabalho voluntário socialmente responsável, cultivando a solidariedade, a acolhida calorosa e, essencialmente, o respeito às diferenças, condição indispensável ao exercício dos princípios da democracia e à afirmação dos direitos humanos.

 

Música na Sinagoga:

Segundo o nosso entendimento, não nos bastam a mera leitura e repetição das páginas do Sidur. A experiência religiosa em si precisa, através da sua própria mecânica, fazer-nos sentir e vivenciar. Os textos e as orações devem estar dispostos de maneira a nos colocar em contato conosco, com nosso próximo; para que, efetivamente, tornemo-nos mais sensíveis, mais humanizados. Logo, mais imbuídos da necessidade e urgência de agirmos em nosso mundo. E ainda, quem sabe, transformá-lo.
Nesse sentido, a ARI, desde seus primórdios, tem dedicado especial importância à música. Nossos fundadores trouxeram consigo a tradição musical do Romantismo europeu, delineando em nossa comunidade uma nova forma de manifestação litúrgica, caracterizada por sua densidade, profundidade e força expressiva.
Sendo pioneiros em nossa cidade na manutenção de uma estrutura músico-instrumental, contamos primeiramente com um harmônio (hoje em nossa Sala de Memória), e depois construímos nosso grande órgão de tubos. Além disso, também formamos o nosso Coro.
Criamos, assim, uma tradição de excelência, que tem nos acompanhado pelos anos e pavimentado de sons alguns dos momentos mais caros das nossas vidas. Muito nos orgulhamos dela, e queremos mantê-la viva.
Assim, pensando na sua continuidade, temos investido na sua transformação. Se uma tradição não tem a capacidade de mutar ou se adaptar, cai em desuso, e toda a sua beleza acaba por se restringir à memória dos mais vividos.
E é por isso que, nos últimos anos, temos, incorporado novas propostas, sonoridades e ideias musicais, incentivando a “mão na massa”, a participação de congregantes em nossas Tefilot, e o diálogo sempre aberto e coletivo sobre o assunto.
Agora, temos esse novo espaço, e estaremos constantemente trazendo material – textos, gravações, idéias – para estarmos aprendendo, pensando e construindo, juntos, a nossa vivência religiosa.
A colaboração de todos, claro, é fundamental, e sintam-se à vontade para comentar, dar idéias e sugestões. Pois, somente assim, estaremos dando vida ao real significado do que entendemos como o nosso maior propósito, que é ser um Beit Haknesset - uma casa de encontro.
Envie uma mensagem para os chazanim André Nudelman e Oren Boljover:
nudelman@arirj.com.br ou oren@arirj.com.br

 

Introdução ao Judaísmo:


A ARI sempre ofereceu um curso para aquelas pessoas interessadas em se aprofundar no conhecimento do judaísmo, com a possibilidade de uma eventual conversão, sendo que esta pode se dar por motivo de casamento ou por tendência totalmente individual.
Sob a supervisão do rabino e com a colaboração deste, esse curso tem a duração de aproximadamente um ano, cinco horas por semana.
Os participantes têm a oportunidade de conhecer nossas festas, ciclo da vida, ritmo semanal, orações, história, etc, analisados em todo o seu sentido. São expostos a nossas leis e tomam conhecimento da estrutura dos nossos livros canonizados, entre outros temas. Frequentam os serviços religiosos na nossa sinagoga.
Mas o curso vai muito, além disso, ao explorar com os alunos toda a mentalidade judaica, com seus conceitos importantes. Expõe-os a um aprofundamento das reflexões sobre o judaísmo de maneira que a religião judaica em geral seja bem entendida assim como cada questão em particular, dentro do seu contexto maior.
A diferença entre o judaísmo e outras religiões que possam eventualmente ter exercido a sua influência sobre algum interessado são amplamente discutidas.
Há, além do mais, palestras sobre a realidade de Israel hoje, sobre o Holocausto e o antissemitismo, sobre a imigração ao Brasil e os anos de fundação e a estrutura da ARI.
Os alunos são alfabetizados em hebraico.
Entrevistas regulares com o rabino são realizadas.
Este é um curso direcionado para que o adulto interessado possa fazer uma opção amadurecida. No caso de haver um casamento em vista, ou se o candidato a conversão já for casado, o cônjuge judeu deve participar de todo o processo. A circuncisão por um mohel é exigida para o homem, assim como o banho ritual (tevilá) para homem e mulher.
Paralelamente, a coordenação da “Introdução ao Judaísmo” participa do atendimento aos estudantes de escolas e universidades, leigas e religiosas, assim como a indivíduos independentes, que vêm se informar sobre o judaísmo para as mais diversas pesquisas.
É importante tomarmos conhecimento de que o interesse pelo judaísmo no meio não judaico cresce enormemente no Rio de Janeiro.

Fonte: Publicação ARI 40 Anos - 1983

31 de dezembro de 2012

POEMA: SER JUDEU



Autor: Jorge Linhaça

Ser judeu é mais do que nascer em Israel
É no meio das guerras erguer preces ao céu
É mais do que viver uma religião
É entender do amor a mais pura expressão

Ser judeu é trazer em si a esperança
Mesmo no meio de sangrenta matança
É jamais duvidar do poder de Elohim
É acreditar que o ódio gratuito terá fim

Ser judeu é ter orgulho do seu povo
É fazer o deserto florescer como uma rosa
É reconstruir a vida sempre de novo
É não sucumbir a uma guerra odiosa

Ser judeu não é só de sangue a questão
Ser judeu é um modo de vida diferente
É acreditar nas bênçãos em profusão
Dadas por um Deus sempre presente

Ser judeu é saber perdoar o inimigo
É não olhar apenas para o próprio umbigo
É usar bem os dons que Deus lhe deu
É crer na vinda do messias que Adonai Prometeu

SHALOM