17 de janeiro de 2020

QUEM FOI JOSEPH GOEBBELS, O MINISTRO NAZISTA QUE O EX-SECRETÁRIO DE CULTURA ROBERTO ALVIM PLAGIOU


Associado e devoto apoiante de Adolf Hitler, Joseph Goebbels ficou conhecido pelas suas capacidade oratórias em público e pelo seu profundo e fanático anti-semitismo

Paul Joseph Goebbels (alemão: [ˈɡœbəls]. (Rheydt, 29 de Outubro de 1897 – Berlim, 1 de Maio de 1945) foi um político alemão e Ministro da Propaganda na Alemanha Nazista entre 1933 e 1945. Um associado e devoto apoiante de Adolf Hitler, ficou conhecido pelas suas capacidades oratórias em público e pelo seu profundo e fanático anti-semitismo, e sua crença na conspiração internacional judaica que o levou a apoiar o extermínio dos judeus no Holocausto.


Após a chegada ao poder dos nazis em 1933, o Ministério da Propaganda de Goebbels rapidamente conseguiu o controle absoluto da imprensa, arte e informação na Alemanha

Goebbels, que ambicionava ser escritor, obteve o grau de Doutor em Filosofia pela Universidade de Heidelberg em 1921. Em 1924, aderiu ao Partido Nazi, onde trabalhou com Gregor Strasser na sua delegação do Norte. Em 1926, é nomeado Gauleiter (líder distrital) por Berlim, onde começou a interessar-se pela utilização da propaganda para promover o partido e o seu programa. Após a chegada ao poder dos nazis em 1933, o Ministério da Propaganda de Goebbels rapidamente conseguiu o controle absoluto da imprensa, arte e informação na Alemanha. Era um particular adepto em usar a recente rádio e os filmes para fins de propaganda. Os temas centrais eram o anti-semitismo, ataques ao bolchevismo e, após o início da Segunda Guerra Mundial, a tentativa de moldar a moral.

Em 1943, Goebbels começou a pressionar Hitler para que este introduzisse medidas que levassem a uma "guerra total", incluindo o encerramento de negócios não essenciais ao esforço de guerra, recrutamento de mulheres para a força de trabalho e o alargamento do recrutamento militar àqueles que, até ali, estavam isentos de tal serviço na Wehrmacht. Em 23 de Julho de 1944, Hitler nomeou-o Plenipotenciário do Reich para a Guerra Total. Goebbels tomou várias medidas, mal-sucedidas, para aumentar o número de pessoas disponíveis para a produção de armamento e para a Wehrmacht.

À medida que a guerra se aproximava do fim e que a Alemanha Nazista se encontrava perante a derrota, Magda Goebbels e os seus filhos, juntaram-se a ele em Berlim, indo para o Vorbunker, parte do complexo de bunkers de Hitler, em 22 de Abril de 1945. Hitler suicidou-se em 30 de Abril. De acordo com o seu testamento, Goebbels era o seu sucessor como Chanceler da Alemanha; este, apenas esteve um dia no seu novo cargo. No dia seguinte, Goebbels e a sua mulher suicidaram-se, depois de terem matado os seus seis filhos com cianeto.

. Antissemitismo e holocausto:

Goebbels era anti-semita desde de tenra idade. Depois de se juntar ao NSDAP e conhecer Hitler, o seu anti-semitismo aumentou e tornou-se mais radical do que já era. Começou a olhar para os judeus como uma força destrutiva com impacto negativo na sociedade alemã. Depois da tomada do poder pelos nazistas, insistiu por diversas vezes junto de Hitler para que este tomasse acções contra os judeus. O objectivo do partido era expulsá-los da vida cultural e económica. Para além dos seus esforços de propaganda, Goebbels promovia activamente a perseguição dos judeus através de legislação e outras iniciativas. As medidas discriminatórias que ele instituiu em Berlim nos primeiros anos do regime incluíam a proibição de utilizarem os transportes públicos, e as lojas pertencentes a judeus tinham que estar sinalizadas como tal.

Em Novembro de 1938, o diplomata alemão Ernst vom Rath foi assassinado em Paris por um jovem judeu. Em resposta, Goebbels reuniu material anti-semita para ser lançado pela imprensa, e o resultado foi o início dos pogrom. Os judeus foram atacados e as sinagogas destruídas por toda a Alemanha. A situação foi ainda mais exacerbada por um discurso de Goebbels proferido numa reunião do partido na noite de 8 de Novembro, onde ele pediu aos membros do partido para aumentar mais a violência contra os judeus, por forma a parecerem actos espontâneos do povo alemão. Algumas centenas de judeus foram mortos, com centenas de sinagogas danificadas ou destruídas, e milhares de lojas vandalizadas no acontecimento que se passou a designar por Kristallnacht (Noite dos Cristais). 

Cerca de trinta mil judeus foram enviados para campos de concentração. A violência terminou depois de uma conferência ocorrida em 12 de Novembro, onde Göring afirmou que a destruição da propriedade judaica era, na realidade, a destruição dos bens alemães, pois a intenção era a de, no final, todos eles serem confiscados. Goebbels continuou a sua campanha de propaganda intensiva de anti-semitismo que culminou com o discurso de Hitler em 30 de Janeiro de 1939 no Reichstag, o qual Goebbels ajudou a redigir:

Se a finança internacional judaica, dentro e fora da Europa, conseguir mergulhar as nações mais uma vez numa guerra mundial, então o resultado não será a bolchevização da Terra e, consequentemente, a vitória dos judeus, mas a aniquilação da raça judaica na Europa!

Apesar de Goebbels ter vindo a pressionar a expulsão dos judeus de Berlim desde 1935, ainda ali viviam cerca de 62 000. Parte do atraso na sua deportação era o facto de eles serem necessários para trabalhar na indústria do armamento. As deportações dos judeus alemães começou em Outubro de 1941, com o primeiro transporte a deixar Berlim em 18 de Outubro. Alguns judeus foram mortos assim que chegaram aos destinos como Riga e Kaunas. Na preparação para as deportações, Goebbels deu ordem para que todos os judeus alemães usassem uma estrela amarela a partir de 5 de Setembro de 1941. 

Em 6 de Março de 1942, Goebbels recebeu uma cópia das minutas da Conferência de Wannsee. O documento tornava claras as políticas nazis: a população judaica da Europa deveria ser enviada para campos de extermínio em zonas ocupadas da Polónia e eliminada. As entradas do seu diário mostram que ele sabia claramente o destino dos judeus:

"De maneira geral, pode-se estimar que cerca de 60 por cento deles terão de ser liquidados, e apenas 40 por cento poderão servir para trabalhar.... Está a ser realizado um julgamento dos judeus que é bárbaro mas bem merecido," escreveu Goebbels em 27 de Março de 1942.

Goebbels tinha discussões frequentes com Hitler sobre o destino dos judeus, um assunto que era abordado sempre que se reuniam. Ele estava consciente de que os judeus estavam a ser exterminados, e apoiava esta decisão. Goebbels era um dos poucos oficiais de topo do NSDAP que mostrava publicamente a sua posição.

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