27 de janeiro de 2021

CENTENÁRIO DE NASCIMENTO: VELÓRIO E SEPULTAMENTO DA ESCRITORA CLARICE LISPECTOR NO CEMITÉRIO COMUNAL ISRAELITA DO RIO DE JANEIRO (RJ)


Numa cerimonia simples, sem discursos, na qual a família chegou até a dispensar a presença do grão-rabino Henrique Lemle, substituido pelo cantor-mór Joseph Aronsohn, a escritora e jornalista Clarice Lispector - ela completaria anteontem 53 anos de idade - foi sepultada ontem no Cemitério Comunal Israelita, no Caju. Cerca de 200 pessoas, entre parentes e amigos, acompanharam o corpo; velado desde sexta-feira no oratório do Cemitério; até o túmulo 123, da fila G, onde ao lado, repousa o corpo do deputado Francisco Silbert Sobrinho.

Antes de ser enterrado o corpo da escritora, de acordo com o ritual judaico, foi purificado, sendo lavado por quatro mulheres da Irmandade sagrada "Havra Kadisha". No oratório, o caixão, fechado, coberto apenas por um manto negro com uma Estrela de David bordada em prateado foi visitado pelos escritores Rubem Braga, Fernando Sabino, Nélida Piñon e José Rubem Fonseca e pelo embaixador Vasco Leitão da Cunha. Nélida Piñon e José Rubem Fonseca acompanharam Clarice nos seu últimos momentos no Hospital da Lagoa, localizado na Zona Sul do Rio de Janeiro (RJ), onde a escritora morreu vitimada por um câncer.

Ainda no oratório, precisamente às 11 horas, o substituto do rabino deu início à liturgia lendo, em aramaico, o Salmo 91, do Artigo Testamento, seguido de cânticos em hebraico e de uma leitura, agora em português, de alguns Salmos. Ali, antes do caixão ser conduzido à sepultura, Joseph Aronsohn ainda fez a despedida do corpo, rezando o "El Molê Rachamim". De lá o caixão seguiu até o túmulo 123, onde o filho de Clarice, Paulo Gurgel Valente (o filho Pedro não compareceu por se encontrar com o pai, o embaixador Mauri Gurgel Valente, em Montevidéu) chorou, sendo constantemente amparado pelas tias Elvira e Tânia, também escritoras.

A beira do túmulo, Joseph Aronsohn, tendo ao lado Pedro Gurgel Valente, rezou o "Kadish" - oração fúnebre -, enquanto a última homenagem a Clarice Lispector era prestada com o lançamento de três pás de terra sobre o caixão, indicando que "da terra viestes, à terra voltarás". A cerimônia foi encerrada com o substituto do rabino pedindo aos presentes que se voltassem para a direita, em direção ao Oriente, indicando o sentido de Jerusalém, Israel.

. Fonte:

https://www.youtube.com/watch?v=koho64RggMg

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