28 de fevereiro de 2009

BIOGRAFIA: ZIEMBINSKI





O judeu polonês Zbigniew Marian Ziembinski formou-se em arte dramática na Universidade de Cracóvia. Aos 23 anos já tinha sido diretor do Teatro Nacional de Varsóvia e do Teatro Lodz, onde dirigiu cinco peças. Chegou no Brasil em 1941, sem falar uma palavra de português e com a intenção de continuar a viagem para os Estados Unidos, onde tencionava dirigir um grupo polonês de teatro. Ao fazer uma escala no Rio de Janeiro, porém, apaixonou-se pela cidade e ficou no Brasil.

Logo foi convidado para dirigir "Assim é se lhe Parece", de Pirandello, e várias outras. A primeira grande montagem que realizou, em 1943, foi "Vestido de Noiva", de Nelson Rodrigues. Experimentou criar um efeito de luz usando muitos refletores, ao contrário do que era costume no teatro nacional. Outra inovação foi ter dividido a cena em três planos distintos - a realidade, o passado e o delírio da personagem - criando novas possibilidades cênicas para o texto.

Era um diretor polêmico e enérgico e ensaiava à exaustão, exigindo o máximo dos atores. Passou pelo Teatro Brasileiro de Comédia e pelo Teatro Cacilda Becker. Ziembinski (ou Zimba, como logo o apelidaram), além de ator e diretor, era pintor e fotógrafo. Em 1950, já possuía sua própria companhia. Como ator, seu porte físico avantajado, conquistava os papéis de reis e tiranos. Fez um bicheiro em "Boca de Ouro", um pai de família em "Jornada de Longo Dia para Dentro da Noite", e uma velha alcoviteira em "A Celestina". Fez também "Dorotéia" e "Pega-fogo", além de "O Santo e a Porca", ao longo da década de 1950.

Foi professor da Escola de Arte Dramática de São Paulo e esteve na Polônia em 1964, onde encenou duas peças brasileiras. Ganhou grande popularidade na década de 1970, por suas atuações na Rede Globo, com destaque para "Em Família", ao lado de Zilka Salaberry. Participou da telenovela "O Bofe", como tia Stanislava, em 1972.

Ao tornar-se Diretor do Núcleo de Casos Especiais da emissora, Ziembinski impôs uma severa disciplina artística aos atores. Trabalhou com Jardel Filho, Maria Della Costa, Sergio Cardoso, Walmor Chagas, Raul Cortez, Cacilda Becker, Cleide Yáconis, Tonia Carrero e Cecil Thiré.

Nas telas, Ziembinski atuou em vários filmes na Companhia Vera Cruz, de 1953 a 1975. Zbigniew Marian Ziembinski recebeu a Ordem do Mérito Cultural polonesa, pelas mãos do embaixador Edward Wychowanice, como reconhecimento de seu país de origem pelo seu trabalho a favor das artes brasileiras.

Em 1976, o ator encomendou a Antonio Bivar uma peça para comemorar seus 50 anos de teatro e 35 de Brasil. Bivar escreveu "O Quarteto", que foi seu último trabalho nos palcos. Ziembinski morreu aos 70 anos.

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