19 de outubro de 2009

ARQUEÓLOGOS ISRAELENSES DESCOBREM TEXTO EM HEBRAICO ESCRITO HÁ 3 MIL ANOS

Quinta-feira, 30 de Outubro de 2008
ArqueologiaPT



Arqueólogos em Israel anunciaram a descoberta um texto em hebraico o mais antigo alguma vez encontrado. O achado ocorreu numa antiga cidade cerca de 20 Km a sudeste de Jerusalém, no mítico Vale de Elah (Deusa em Hebraico), onde David derrotou Golias.

Os peritos ainda não conseguiram decifrar completamente as cinco linhas do texto escrito a tinta preta num pedaço de cerâmica que foi encontrado na escavação arqueológica conhecida como fortaleza de Elah, ou Khirbet Qeiyafa.

Segundo os arqueólogos da Universidade Hebraica de Israel, responsáveis pela datação dos objetos encontrados, a inscrição terá cerca de 3 mil anos, sendo anteriores em 1 mil anos aos Manuscritos do Mar Morto.

Segundo a Bíblia, David - que mais tarde se tornou no rei judeu mais reconhecido - matou Golias, guerreiro filisteu, numa batalha no vale de Elah, onde atualmente existem apenas vinhas e uma estação de satélites de Israel.

Até ao momento, segundo o "The New York Times", apenas uma pequena parte da área foi escavada.

"Este é um novo tipo de lugar que subitamente nos abre uma janela para uma área da qual não sabíamos quase nada, e exige que repensemos o que aconteceu neste período", disse Aren M. Maeir, professor de Arqueologia da Universidade Bar-Ilan e diretor de outra escavação próxima na região. O especialista salienta que esta é "uma descoberta única".

Do texto encontrado conseguiram decifrar apenas algumas palavras, entre elas: "julgar", "escravo" e "rei". Os caracteres foram escritos em proto-cananita, língua precursora do alfabeto hebraico.



ALFABETO PROTO-CAAANITA (ANTERIOR AO ALFABETO HEBRAICO)

Graças ao verbo com três letras que significa "fazer" em hebraico, Yosef Garfinkel, o arqueólogo responsável garante que a inscrição é mesmo hebraica. "Isto faz-nos crer que é hebraica e que será a mais antiga já encontrada".

Outros arqueólogos, segundo a BBC, aconselham mais cautela e defendem que seria necessário mais estudos para confirmar esta teoria.

Reinado de David

Garfinkel afirmou que estas descobertas podem dar importantes pistas sobre o reinado do Rei David sobre os israelitas. "A cronologia e a geografia de Khiret Qeiyafa criam um ponto de encontro único entre mitologia, história, historiografia e a arqueologia do rei David", disse Garfinkel.

O século X a.C. (Antes da era Comum) é o mais controverso na arqueologia bíblica porque foi ali que, de acordo com o Velho Testamento, David uniu os reinos da Judéia e Israel. Para muitos judeus e cristãos, mesmo os que não levam as Escrituras ao pé da letra, a Bíblia é uma fonte histórica vital. Para o Estado de Israel, que se considera descendente do reino de David, evidências que atestem as histórias bíblicas têm um enorme valor. No entanto, os dados arqueológicos de tal reino são escassos (quase inexistentes) e inúmeros estudiosos atuais argumentam que não passa de um mito criado séculos depois.

Ainda falta pesquisar mais 96% deste local, um processo que poderá demorar ainda 10 anos. Garfinkel espera que mais artefatos importantes sejam descobertos e que possam acrescentar elementos essenciais à esta descoberta.

2 comentários:

Anônimo disse...

deverá contar desta lista também o prof.Dr. José Knoplich.

Medico pela USP, varios livros publicados,
Duas vezes presidente da Federação Israelita do Estado de São Paulo.
Foi presidente do Vaad Chinuch

e muito mais.

Laninha disse...

canaanita eram os fenícios, não é hebraico, essa lingua é proto fenicia