10 de junho de 2010

ESTUDOS REVELAM SIMILARIDADE GENÉTICA ENTRE JUDEUS

Por NICHOLAS WADE

The New York Times

9 de junho de 2010




As comunidades judaicas na Europa e no Médio Oriente compartilham muitos genes herdados da população ancestral judaica que vivia no Oriente Médio há cerca de 3 mil anos atrás; embora cada comunidade também carregue genes de outras fontes - geralmente do país em que vive.

Essa é a conclusão de dois novos estudos genéticos, os primeiros a utilizar o genoma inteiro de dispositivos de digitalização para comparar as comunidades judaicas de todo o mundo.

A grande surpresa de ambas as pesquisas é a proximidade genética das duas comunidades judaicas da Europa: Asquenazitas e os Sefarditas. Os Ashkenazim prosperaram no Norte e da Europa Oriental até à sua destruição pelo regime nazista de Hitler, e agora vivem principalmente nos Estados Unidos e Israel. Os Sefarditas foram expulsos da Espanha em 1492 e de Portugal em 1497 e mudaram-se para o Império Otomano, o Norte de África e os Países Baixos.

As duas pesquisas do genoma ampliam os estudos anteriores, baseados apenas no cromossomo Y, o elemento genético identificados em todos os homens. Os resultados contradizem a sugestão feita no ano passado pelo historiador Shlomo Sand, em seu livro "A Invenção do Povo judeu " de que os judeus não têm origem comum, mas são uma miscelânea de habitantes na Europa e na Ásia Central que
se converteram ao judaísmo em diferentes épocas.

As comunidades judaicas da Europa, Oriente Médio e do Cáucaso têm ascendência genética substancial que remonta ao Levante, mas já os judeus etíopes e comunidades judaicas na Índia são geneticamente mais próximas às suas populações de acolhimento.

As pesquisas fornecem dados sobre a rica herança genética que são de grande interesse para historiadores. "Eu estou constantemente impressionado com a maneira pela qual os geneticistas avançam com novos projetos e, conseqüentemente, iluminam o que nós já sabemos da história ", disse Lawrence H. Schiffman, professor de Estudos Judaicos na Universidade de New York.

Uma das pesquisas foi conduzida por Gil Atzmon do Albert Einstein College of Medicine e Harry Ostrer da New York University e foi publicada no Journal of Human Genetics dos EUA. Os outros estudos, liderados por Doron M. Behar do Campus da Universidade Rambam, em Haifa e Villems Richard, da Universidade de Tartu, na Estónia, foi publicado na edição da Nature.

Os geneticistas Ostrer e Atzmon desenvolveram uma forma de calendário de eventos demográficos a partir de elementos genéticos compartilhados por diferentes comunidades judaicas. Seus cálculos revelam que os judeus iraquianos e iranianos foram separados de outros judeus cerca de 2.500 anos atrás. Esta descoberta genética presumivelmente reflete um acontecimento histórico, a destruição do Primeiro Templo de Jerusalém por Nabucodonosor em 587. Antes da era cristã e do exílio de inúmeros judeus para a capital da Babilônia.

Os elementos comuns genéticos sugerem que os membros de qualquer comunidade judaica estão relacionados uns aos outros, tanto quanto são primos em 4º ou 5º grau em uma grande população, que é aproximadamente 10 vezes maior do que a relação entre duas pessoas escolhidas ao acaso nas ruas de New York, disse o Dr. Atzmon. 




Os Asquenazitas e Sefarditas possuem aproximadamente 30% de ascendência européia, com a maioria do resto do Oriente, revelaram as duas pesquisas. As duas comunidades são muito semelhantes entre si geneticamente, o que é inesperado porque elas foram separadas por tanto tempo.

Uma explicação é que elas vêm da mesma população de origem judia na Europa. A equipe Atzmon-Ostrer descobriu que a assinatura genômica dos ashkenazim e Sefaradim é muito semelhante a dos judeus italianos, sugerindo a existência de uma população judaica antiga no norte da Itália, que casaram-se com italianos locais.
Os Ashkenazim aparecem pela primeira vez no Norte da Europa em torno de 800 DC, mas os historiadores suspeitam que eles chegaram primeiro na Itália. Outra explicação, que pode complementar a primeira é que havia muito mais o intercâmbio cultural e casamentos do que o esperado entre as duas comunidades judaicas nos tempos medievais.

A genética confirma uma tendência observada pelos historiadores: Houve mais contato entre os Ashkenazim e Sefaradim tendo a Itália como o eixo do intercâmbio, disse Aron Rodrigues, historiador da Universidade de Stanford.

Um sobrenome comum entre os judeus italianos é Morpurgo, o que significa alguém de Marburg, na Alemanha. Além disso, o Dr. Rodrigues disse que é um dos nomes mais comuns entre os sefarditas, que no Império Otomano é Askenazi, indicando que muitos Ashkenazim se juntaram à comunidade Sefardita na região.
Os dois estudos genéticos indicam que "pode haver origens comuns compartilhadas pelos dois grupos, mas que também houveram contatos e assentamentos", disse Dr. Rodrigues.

O Hebraico pode ter servido como língua franca entre as comunidades Ashkenazi, falante de ídiche e o ladino, falado pelos Sefarditas (Portugal e Espanha). "Quando os judeus reuniram-se mutuamente, eles falavam o Hebraico”, disse Dr. Schiffman, referindo-se ao periodo medieval.

31 de maio de 2010

2 MIL ANOS DEPOIS: RENASCIMENTO DO HEBRAICO COMO LÍNGUA FALADA EM ISRAEL

07/05/2008 - 22h25
Implantação do hebraico é a "mais bem-sucedida da história", diz professor
FERNANDO SERPONE
da Folha Online


Fundamental para a criação da identidade nacional de Israel, a implantação da língua hebraica é o caso de política lingüística mais bem-sucedido da história, segundo Bruno Dallari, doutor em lingüística pela Unicamp (Universidade Estadual de Campinas).

Após permanecer como uma língua morta durante séculos, tendo sobrevivido graças ao uso litúrgico, o hebraico voltou a ser a primeira língua de um grupo considerável de pessoas.



ELIEZER BEN YEHUDA: PAI DO HEBRAICO MODERNO

"A razão pela qual a [política lingüística] de Israel é a mais bem-sucedida é porque nunca tanta gente se dispôs a fazer isso, de uma vez só, e, sobretudo, dando o passo mais decisivo, que é fazer isso em relação aos próprios filhos. Então, em uma geração, você tinha uma comunidade inteira de falantes nativos do hebraico", disse Dallari à Folha Online.
Cerca de 20 anos após a criação do Estado de Israel, o hebraico já era considerada uma língua recriada --termo que indica o ressurgimento de uma língua, com falantes nativos.
Apesar da oposição dos rabinos --que viam a difusão do hebraico como uma profanação-- a língua foi fundamental para a criação da unidade e identidade de Israel. No entanto, os religiosos se opõem até os dias de hoje, afirmando que o hebraico e a identidade nacional israelense se dissociaram do judaísmo, deixando a religião em segundo plano.
Mesmo entre os árabes-israelenses, a adesão é grande. O maior desafio atual para que o hebraico continue onipresente no país é apresentado pela comunidade de imigrantes russos, que se recusam a aprender a língua, contando com jornais e escolas em sua língua natal.

Leia a seguir os principais trechos da entrevista:

Folha Online - O sr. havia comentado que a implantação da língua hebraica em Israel é o caso de política lingüística mais bem-sucedida da história. Por que isso acontece?

Bruno Dallari - Uma política lingüística, nesse sentido de adoção de uma língua, supõe que os falantes renunciem à sua língua nativa em benefício de uma outra língua. E esse fato é muito difícil de você conseguir voluntariamente. A razão pela qual a [política] de Israel é a mais bem-sucedida é porque nunca tanta gente se dispôs a fazer isso, de uma vez só, e, sobretudo, dando o passo mais decisivo, que é fazer isso em relação aos próprios filhos. Então, em uma geração, você tinha uma comunidade inteira de falantes nativos do hebraico.
Não eram pessoas que falavam como uma segunda língua, mas como primeira língua. Isso é a excepcionalidade. Toda política lingüística supõe esse processo. Mas, de um modo geral, você tem uma rejeição grande, nem todo mundo topa fazer isso, ou você faz isso ao longo de um período de tempo muito grande, como é o próprio caso da Itália, e de outros países que se unificaram lingüisticamente.

Folha Online - A Itália hoje é unificada lingüisticamente?

Dallari - Muito relativamente. Até a ultima sondagem que eu tenho, ela tinha cerca de 56% de falantes nativos do italiano. Os outros 44% são falantes nativos de outras línguas, que as pessoas conhecem como dialetos, mas na verdade são línguas, como o calabrês, o lombardo, o piemontês, e falam o italiano como segunda língua.

Folha Online - Apesar dos esforços de Eliezer Ben Yehuda (1858-1922) [considerado o criador do hebraico moderno], o hebraico era uma língua morta até a criação de Israel?

Dallari - Era considerada não, era uma língua morta, inequivocamente. O critério é sempre saber se a língua tem falantes nativos ou não --se tem alguma criança cuja primeira língua seja aquela. O hebraico, não havia nenhuma [criança] que falasse no século 19, ela estava morta há muitos e muitos séculos.

Folha Online - Mais morta que o latim e o grego?

Dallari - Mais até, porque o latim e o grego tinham uma sobrevida através de outras atividades que eram exercidas nessas línguas por pessoas que não as falavam, pois se escrevia --de filosofia, de direito, de ciência-- em latim e em grego. Nada semelhante acontecia com o hebraico, que era usado somente com fins litúrgicos.
Recriação

Folha Online - Como foi o processo de recriação do hebraico de uma língua morta para a língua do povo de Israel, e judeu em geral?

Dallari - Primeiramente, Yehuda teve de criar uma língua. Esse é um dado importante, ela não foi uma reconstituição, ela foi uma criação. O dado objetivo sobre isso é que mais de 50% dos termos do hebraico moderno foram termos inventados, que não existiam até 1880.
Tanto porque havia uma porção de sentidos modernos que não existiam na língua, quanto porque havia coisas como, por exemplo, a língua não tinha diminutivos, e Yehuda entendeu que era o caso de ter. Um engano que não deve ser feito é imaginar que o hebraico moderno é o mesmo hebraico que se falava nos tempos de Cristo (Palavras novas tiveram que ser criadas, como: Computador, ônibus, taxi, plástico, máquina de lavar roupa, telefone celular, geladeira, televisão, fax, rádio, chiclete, entre inúmeras outras).

Folha Online - Com Yehuda, e mesmo depois, termos foram emprestados de outras línguas?

Dallari - Termos de outras línguas, principalmente do iídiche, acima de todas, mas também do russo, do polonês, do ucraniano, alguns termos sefarads, e um pouco do árabe clássico.

Folha Online - Houve uma oposição do hebraico como língua oficial de Israel?

Dallari - Durante muito tempo ela não foi adotada como idéia, foi considerada como loucura, delírio do Ben Yehuda, pela razão simples de que ninguém achava possível fazer uma língua morta virar uma língua viva, justamente porque ela supunha essa adesão dos falantes.
Então, mesmo as pessoas que foram aprender o hebraico, e foram muitas em números absolutos, elas não tinham essa expectativa, de que aquela fosse virar a língua do Estado de Israel, ou de qualquer Estado.

Folha Online - Havia também a oposição religiosa...

Dallari - Dos rabinos, o que é interessante, porque ela continua até hoje, não é uma oposição que caiu. Eles entendem como uma profanação da língua sagrada

Folha Online - Qual foi a importância da língua hebraica na criação da união e identidade nacional de Israel?

Dallari - Ela acabou sendo decisiva. A alternativa seria Israel se definir como um Estado cujo único fator de coesão fosse a religião, e que, à parte disso, se constituísse como uma miríade de comunidades nacionais distintas. Só a unificação lingüística garantiu criar, autenticamente, uma nação israelense, o que é visto como paradoxal por muitos, que falam: "Mesmo a nação israelense não é garantia do próprio judaísmo" --o que continua sendo o entendimento dos rabinos. Eles falam: "Grande coisa criar um Estado laico, que não necessariamente tem vínculo com o judaísmo". Eles acham que a laicização dispersa os esforços em torno do que realmente deveria ser relevante, que é o aspecto religioso.

Folha Online - Então a crítica feita pelos religiosos é de que a identidade israelense está se constituindo de forma distinta da judaica?

Dallari - O que criou um problema para os judeus, porque eles são obrigados a se identificar com o Estado, defender o Estado, a ter mil problemas derivados do Estado, enfim, que poderiam não ter, ou que não necessariamente faz parte daquilo que é o judaísmo.
Aí cria-se a identidade nacional típica, que é língua, nação, cultura comum, cultura partilhada, mas, a religião vira um fator secundário dessa coesão.

Imigração russa:

Folha Online - Os imigrantes são um empecilho para a consolidação da língua em Israel?

Dallari - O que está acontecendo de peculiar, principalmente com os imigrantes russos, é que eles não têm disposição de aderir ao hebraico. Eles estão fazendo isso inercialmente, mas não têm o entusiasmo dos primeiros imigrantes que estavam construindo um Estado.
O que está sendo típico dos russos é eles irem a Israel e criarem lá uma pequena Rússia, que é um grupo à parte, com jornais e escolas. A questão das escolas é muito sintomática, porque eles não esperam nem que os filhos deles se tornem falantes hebreufones.

Folha Online - E essas escolas não têm a obrigação de ensinar o hebraico?

Dallari - Não. Eles aprendem o hebraico como uma segunda língua.

Folha Online - O sr. comentou que eles [os russos] chegam se considerando superiores culturalmente (...)

Dallari - Eles acham que estão no deserto, que os judeus, na verdade, são árabes culturalmente, os acham muito atrasados. E eles têm a tradição russa de cultura erudita, principalmente na música e na literatura, sabem declamar [o poeta e romancista Aleksandr] Pushkin e etc, e os judeus têm uma cultura parecida com a nossa, moderna, pop...

Desafios:

Folha Online - Quais os principais desafios que a língua hebraica enfrenta hoje?

Dallari - Não sei se chega a ser um desafio, mas é a própria transformação do hebraico. O fato de que é uma língua viva. Se você entrar no site da Academia da Língua Hebraica, há uma espécie de convite às pessoas a que co-participem desse processo, no sentido de termos novos. Então, a questão é manter a língua como valor, por um lado, e impedir que ela descaracterize Israel como Estado religioso. Mas é impossível, o que aconteceu hoje é: você tem o Hebraico criado, que é uma língua que tem falantes e que, objetivamente, não têm nenhum vínculo obrigatório com a questão religiosa.

Folha Online - Na consolidação do hebraico enquanto uma língua com falantes nativos, Yehuda teve um papel decisivo, ao criar tanto um dicionário quanto uma gramática...

Dallari - Ele é tão importante que a Unesco criou uma espécie de cátedra, que ganhou o nome dele, que é considerado uma grande referência histórica na reconstituição das línguas.

Folha Online - Não há nenhum outro caso de língua que tenha sido considerada morta que foi recriada, voltando a ter falantes nativos?

Dallari - Não, nenhum. Criada, não. Há grupos que defendem a volta do latim como língua oficial. Mas mesmo esses não têm a expectativa de que as pessoas voltem a ser falantes nativos do latim.

Folha Online - O hebraico falado atualmente é bem diferente da língua recriada por Yehuda?

Dallari - Sim, já evoluiu, é uma língua com vida própria. Uma vez que uma língua é criada, ela ganha autonomia. Começa a mudar e não há o que fazer. Não há nenhuma política lingüistica capaz de controlar esse processo espontâneo de mudança da língua.

Folha Online - E como se dá a integração dos árabes-israelenses à língua?

Dallari - A maior parte dos árabes-israelenses fala hebraico, tanto porque eles aprendem na escola, quanto porque eles têm que usar na vida cotidiana. Apesar das cisões, há um grau de integração muito grande na vida, principalmente na parte comercial das cidades, entre as duas comunidades. Então, os árabes se comportam um pouco como imigrantes --como se fossem árabes em Londres e tivessem que falar inglês, eles falam hebraico. E como acontece sempre nesses casos, muitos árabes da elite árabe-israelense começam a colocar, por exemplo, seus filhos em colégios que só falam hebraico.

Folha Online - A partir do momento em que o Estado de Israel foi criado, em 1948, quanto tempo demorou para surgir uma comunidade significativa de falantes nativos para poder considerar que a língua tinha sido recriada?

Dallari - Em 20 anos.

Tradição oral:

Folha Online - Se o hebraico não tinha vogal, como ela era pronunciada?

Dallari - Na base da tradição oral. Havia uma tradição oral que persistia através da liturgia, que tinha a forma de pronunciar. Mas mesmo isso não é seguro, porque mesmo o uso litúrgico não garante que as pessoas pronunciem do mesmo jeito. Vão acontecendo ao longo do tempo pequenas mudanças que não são percebidas, de tal maneira você não tem nenhuma garantia que a pronúncia litúrgica é mesma de anos atrás.

Folha Online - Como se dava esse uso litúrgico?

Dallari - Como com o próprio latim. A missa católica era em latim até o começo do século 20, embora ninguém mais falasse. Reza a missa to da em latim não só o padre, mas os fiéis também respondiam em latim.

Folha Online - Mas como que, na liturgia, se tirava o som das escrituras?

Dallari - Pela tradição, pelo costume. Um ouvia o outro recitando e recitava igual.

Folha Online - A população israelense em geral tem uma tolerância ao sotaque, o que facilitou a integração e a comunicação. Por que isso se dá? Deve continuar assim?

Dallari - É verdade, até porque eles não tinham escolha. Não havia a opção de não ter tolerância ao sotaque até porque não tinha um sotaque formalmente estabelecido.
A tendência, como sempre, em toda língua viva, é que comecem a aparecer variantes de prestígio, alguma versão. A mais provável, digamos, [segundo] o padrão histórico é: a versão das classes cultas, sofisticadas e ricas de Tel Aviv, que é a cidade mais importante, ser considerada sofisticada, e as outras serem consideradas variantes mais populares ou caipiras e etc.

Folha Online - Nos tempos em que o hebraico ela falado, outros povos também falavam o hebraico?

Dallari - Não, só os judeus.

Folha Online - E por que ela morreu?

Dallari - O principal motivo foi a própria diáspora. A dispersão dos judeus fez com que eles acabassem por adotar a língua dos países anfitriões.

Folha Online - E com isso ela foi ficando restrita (...)

Dallari - Aos usos litúrgicos. Ninguém mais falava o o hebraico.

24 de maio de 2010

LADINO: LÍNGUA DOS JUDEUS FALADA NA ESPANHA & PORTUGAL

ANTES DAS COMUNIDADES JUDAICAS SEREM DIZIMADAS PELA INQUISIÇÃO NA PENÍNSULA IBÉRICA E SEUS SOBREVIVENTES SE ESPALHAREM PELO MUNDO.



VERSÃO ORIGINAL EM LADINO:

Ocho Candelikas

Hanukah linda sta aki, ocho kandelas para mi,
Hanukah Linda sta aki, ocho kandelas para mi.

Una kandelika, dos kandelikas, tres kandelikas,
kuatro kandelikas, sintyu kandelikas,
seis kandelikas, siete kandelikas, ocho kandelas para
mi.

Muchas fiestas vo fazer, con alegrias i plazer.
Muchas fiestas vo fazer, con alegrias i plazer.

Una kandelika, dos kandelikas, tres kandelikas,
kuatro kandelikas, sintyu kandelikas,
seis kandelikas, siete kandelikas, ocho kandelas para
mi.

Los pastelikos vo kumer, con almendrikas i la myel
Los pastelikos vo kumer, con almendrikas i la myel.

Una kandelika, dos kandelikas, tres kandelikas, kuatro kandelikas,
sintyu kandelikas, seis kandelikas, siete kandelikas, ocho candelas para mi.

6 de maio de 2010

JUDEUS GANHADORES DO PRÊMIO NOBEL DA PAZ



A população judaica atual é de aproximadamente 14 milhões de pessoas, ou seja, aproximadamente 0.2% da população mundial. Entretanto, lideramos a percentagem de indivíduos agraciados com o prêmio Nobel da Paz.

Literatura:

1910 - Paul Heyse
1927 - Henri Bergson
1958 - Boris Pasternak
1966 - Shmuel Yosef Agnon
1966 - Nelly Sachs
1976 - Saul Bellow
1978 - Isaac Bashevis Singer
1981 - Elias Canetti
1987 - Joseph Brodsky
1991 - Nadine Gordimer World

Paz:

1911 - Alfred Fried
1911 - Tobias Michael Carel Asser
1968 - Rene Cassin
1973 - Henry Kissinger
1978 - Menachem Begin
1986 - Elie Wiesel
1994 - Shimon Peres
1994 - Yitzhak Rabin

Física:

1905 - Adolph Von Baeyer
1906 - Henri Moissan
1907 - Albert Abraham Michelson
1908 - Gabriel Lippmann
1910 - Otto Wallach
1915 - Richard Willstaetter
1918 - Fritz Haber
1921 - Albert Einstein
1922 - Niels Bohr
1925 - James Franck
1925 - Gustav Hertz
1943 - Gustav Stern
1943 - George Charles de Hevesy
1944 - Isidor Issac Rabi
1952 - Felix Bloch
1954 - Max Born
1958 - Igor Tamm
1959 - Emilio Segre
1960 - Donald A. Glaser
1961 - Robert Hofstadter
1961 - Melvin Calvin
1962 - Lev Davidovich Landau
1962 - Max Ferdinand Perutz
1965 - Richard Phillips Feynman
1965 - Julian Schwinger
1969 - Murray Gell-Mann
1971 - Dennis Gabor
1972 - William Howard Stein
1973 - Brian David Josephson
1975 - Ben jamin Mottleson
1976 - Burton Richter
1977 - Ilya Prigogine
1978 - Arno Allan Penzias
1978 - Peter L Kapitza
1979 - Stephen Weinberg
1979 - Sheldon Glashow
1979 - Herbert Charles Brown
1980 - Paul Berg
1980 - Walter Gilbert
1981 - Roald Hoffmann
1982 - Aaron Klug
1985 - Albert A. Hauptman
1985 - Jerome Karle
1986 - Dudley R. Herschbach
1988 - Robert Huber
1988 - Leon Lederman
1988 - Melvin Schwartz
1988 - Jack Steinberger
1989 - Si dney Altman
1990 - Jerome Friedman
1992 - Rudolph Marcus
1995 - Martin Perl
2000 - Alan J. Heeger

Econômia:

1970 - Paul Anthony Samuelson
1971 - Si mon Kuznets
1972 - Kenneth Joseph Arrow
1975 - Leonid Kantorovich
1976 - Milton Friedman
1978 - Herbert A. Simon
1980 - Lawrence Robert Klein
1985 - Franco Modigliani
1987 - Robert M. Solow
1990 - Harry Mark owitz
1990 - Merton Miller
1992 - Gary Becker
1993 - Robert Fogel

Medicina:

1908 - Elie Metchnikoff
1908 - Paul Erlich
1914 - Robert Barany
1922 - Otto Meyerhof
1930 - Karl Landsteiner
1931 - Otto Warburg
1936 - Otto Loewi
1944 - Joseph Erlanger
1944 - Herb ert Spencer Gasser
1945 - Ernst Boris Chain
1946 - Hermann Joseph Muller
1950 - Tadeus Reichstein
1952 - Selman Abraham Waksman
1953 - Hans Krebs
1953 - Fritz Albert Lipmann
1958 - Joshua Lederberg
1959 - Arthur Kornberg
1964 - Konrad Bloch
1965 - Francois Jacob
1965 - Andre Lwoff
1967 - George Wald
1968 - Marshall W. Nirenberg
1969 - Salvador Luria
1970 - Julius Axelrod
1970 - Si r Bernard Katz
1972 - Gerald Maurice Edelman
1975 - Howard Martin Temin
1976 - Baruch S. Blumberg
1977 - Roselyn Sussman Yalow
1978 - Daniel Nathans
1980 - Baruj Ben acerraf
1984 - Cesar Milstein
1985 - Michael Stuart Brown
1985 - Joseph L. Goldstein
1986 - Stanley Cohen [& Rita Levi-Montalcini]
1988 - Gertrude Elion
1989 - Harold Varmus
1991 - Erwin Neher
1991 - Bert Sakmann
1993 - Richard J. Roberts
1993 - Phillip Sharp
1994 - Alfred Gilman
1995 - Edward B. Lewis
1996- Lu Rose Iacovino

TOTAL: 129 vencedores!

11 de abril de 2010

TATUAGEM E JUDAÍSMO




Fonte: Internet

Se você é do tipo inovador que gosta de realizar trocas em sua vida mudando seu guarda roupa, a marca de seu carro ou o destino de suas férias no próximo verão, tudo bem. Mas se as mudanças que você busca em sua vida são daquelas radicais, que talvez tornem-se quase irreversíveis, pesquise em exaustivas consultas ver se realmente vale a pena a aventura...e o risco!
A Torá declara explicitamente que "não farás tatuagem em seu corpo."

A moda "Tatoo" se espalhou. E hoje vemos as mais assombrosas ou discretas, discrepantes ou ocultas formas de tatuagem nos mais estranhos, ou normais, tipos de pessoas. Mas antes de se entusiasmar com a idéia: consulte sua fonte. Qual a posição do judaísmo sobre isto?

A Lei Judaica proíbe a tatuagem. A Torá declara explicitamente que "não farás tatuagem em seu corpo." (Vayicrá 19:27).




Esta é uma prática judaica aceita, por estar escrita no Código da lei Judaica - Yoreh Deah 180:1.

"D'us fez o homem à Sua imagem" (Bereshit 1:26). Evidentemente, isso não significa que D'us Se parece conosco, mas sim que nosso corpo é uma expressão finita da infinita sabedoria de D'us. Um Midrash diz até que Avraham entendeu todas as mitsvot ao olhar para as partes diferentes de seu corpo! E como disse Job: "Em minha carne, eu vejo D'us" (Job 19:26).

Imagine que você possui uma casa com uma enorme janela de vidro com vista para um lindo lago. Você pode ver claramente as árvores, os cisnes e garças e ao longe o contorno das montanhas. Agora imagine uma criança pequena suja de chocolate passando as mãos meladas por todo o vidro. Quando você olha pela janela, o que vê?

Nada! Nada além de uma camada de sujeira, chocolate, e um esboço de uma paisagem desmantelada, borrada ao fundo.

O corpo é uma janela da alma, que por sua vez é uma centelha do Infinito. Você vai querer sujar sua janela e cobri-la com marcas de mãos e borrões?

QUEM É JUDEU?

Rabino Shmuel M. Butman




1. Quem é judeu?
Resposta:
Nos últimos 3.300 anos, a definição universal aceita por todos os judeus, sem exceção, é a da Halachá (Lei Tradicional da Torá):

a) Qualquer pessoa nascida de mãe judia é um judeu.

b) Um não-judeu pode ser convertido para se tornar judeu, mas somente de acordo com as condições da halachá, incluindo circuncisão (Ratafá Dan Brit para os homens, por ventura, já circuncizados), imersão num micvê casher (Banho ritual) e a aceitação de todos os mandamentos da Torá (613 no total). Outra condição haláchica: a conversão deve ser supervisionada por um Bet Din (corte de Lei da Torá), de eruditos da Torá, que se sujeitam à autoridade Divina da Halachá e a seguem em suas vidas cotidianas.

2. Pode qualquer não-judeu se tornar judeu?
Resposta; Sim! Desde que seja sincero com o seu compromisso e o Bet Din estiver convencido de sua sinceridade.

3. Esta é a única maneira de se tornar judeu?
Resposta: Sim. Este padrão haláchico tem sido aceito através da história judaica por todos os judeus, sem exceção, observantes ou não da Torá, pelo seu bisavô tanto quanto pelo meu.
David Ben Gurion, o primeiro Chefe de Estado de Israel, judeu tão secular quanto possível, compreendeu em seu entendimento de Estadista que só pode existir um padrão de Halachá, e preservou o antiquíssimo “status quo”. Consequentemente, o único padrão para a conversão em Israel (como em todos os assuntos religiosos, casamentos, divórcios, etc), sempre foi o tradicional haláchico.
Um assunto tão sério e profundo como conversão ao judaísmo obviamente exige um critério sério e universalmente aceito, pelo qual medir sua autenticidade.

4. A Halachá aceita conversões do movimento Reformista ou Conservador?
Resposta: A Halachá só reconhece uma conversão quando realizada de acordo com todas as suas regras. Mas isto não é uma questão de Ortodoxo em contra partida a Conservador ou Reformista. O que conta aqui não é o rótulo que se tenta dar a um determinado grupo, mas o processo da própria conversão: se um rabino ortodoxo realiza uma conversão não totalmente de acordo com a Halachá, então essa conversão não será reconhecida pela Halachá. A Halachá é o critério exclusivo para determinar como e quando um não-judeu pode se tornar judeu, como tem sido nos últimos 3.300 anos.

5. Por que os judeus que aceitam a Halachá não são tolerantes com os outros padrões?
Resposta: Os judeus sempre acreditaram que a Halachá, como parte da Torá, foi dada por D’us. Alguém que acredita nisto, obviamente não pode aceitar concessões numa questão tão fundamental. Ou o processo da conversão é realizado de acordo com a Halachá e é portanto sancionada por D’us, ou ela não concorda com a Halachá e permanece obra humana.

Conversão implica numa mudança espiritual, por isso, para um judeu que acredita na origem Divina da Halachá a conversão só pode ser feita de acordo com as condições da Lei de D’us. Qualque outra fdorma ou “formula” é desprovida de sentido.

6. A insistência no padrão haláchico não divide nosso povo?
Resposta; Pelo contrário, ela é a única maneira de unir nosso povo. Insistir no contrario é demagógico e deliberadamente enganoso. Para capacitar um não-judeu a se tornar um membro do povo judeu, somente um padrão de conversão tem sido aceito e ainda o é por todos os judeus sem exceção – o Haláchico. Mesmo aqueles que não se sentem obrigados pela Halachá ainda aceitam como judeus aqueles convertidos pelo padrão haláchico.
Uma simples analogia: certa vez perguntaram a Golda Meir por que as Forças Armadas de Israel só serviam alimentos casher, se há muitos soldados que não observam a cashrut. “Se a comida é casher”, ela respondeu, “aqueles que não se importam com a cashrut (Lei dietética judaica) não perdem nada ao comê-la. Mas se a comida não for casher, aqueles que guardam cashrut serão forçados a ir a outro lugar…” Obviamente, um soldado que não observa cashrut, de modo algum compromete seus princípios ao comer alimentos casher.
No nosso caso também, judeus que não se sentem obrigados pela Halachá podem ainda, em nome da unidade judaica, viver com o padrão estabelecido pela Torá para a conversão.

7. Os judeus ortodoxos consideram os outros judeus plenamente judeus?
Resposta: Absolutamente! Qualquer um nascido de mãe judia permanece por toda a vida um membro total e completo do povo judeu, independente dos seus atos ou práticas, opiniões ou afiliações. Independente das suas ações, opiniões ou graus de comprometimento, todo e qualquer judeu é nosso irmão ou irmã em todos os aspectos. Isso está declarado no Talmud e reiterado nos Códigos da Lei haláchica de Maimônides, o Shulchan Aruch, etc.
De acordo com a Torá, todo judeu, sem exceção, tem valor intrínseco e é um componente essencial do povo judeu, sem o qual a nação inteira não pode realizar seu pleno potencial.

8. Por que há uma ênfase tão grande a não realização de casamentos mistos?
Resposta: Permanecemos muito firmes nesta questão, pois o que mais tem afastado nosso povo de suas raizes é o casamento misto e a assimilação. Nossa batalha é conservar dentro de cada judeu a chama judaica viva. Cada judeu é valioso, independente de quem seja. Temos a obrigação de lutar com todas nossas forcças pela sua sobrevivência, não apenas material mas espiritual. O que tem nos mantido vivos até hoje é a não assimilação e a transmissão de nossos valores em todas as gerações. Todo e qualquer judeu vale esta batalha!

POR QUE COBRIMOS OS OLHOS AO ACENDER AS VELAS DE SHABAT?





RESPOSTA:

Presumo que você esteja se referindo ao costume de se cobrir os olhos com a mão durante a prece do acendimento das velas. O acendimento em si é feito com os olhos bem abertos. Fazê-lo de outra forma seria uma façanha e tanto.

De qualquer modo, o motivo para cobrirmos os olhos durante a bênção é um tanto complicado.

Geralmente, as bênçãos são recitadas antes do ato, Você pronuncia a bênção sobre uma fruta, por exemplo, antes de comê-la (a razão óbvia para isso é que você estará no correto estado de espírito quando cumprir a mitsvá. No entanto, existem também motivos cabalistas.)

No caso do acendimento das velas do Shabat, a bênção é recitada depois que as velas são acesas. Por quê? A bênção não deveria ser pronunciada antes do acendimento?

A resposta é que uma vez que a bênção tenha sido recitada, a mulher começou a mitsvá do acendimento das velas e assim inaugurou o dia do Shabat. Seria agora inadequado para ela acender uma vela – um ato que profana o Shabat. Então, ela acende as velas antes de rezar a bênção, enquanto ainda é dia de semana. Porém, ela ainda deseja cumprir o conceito de recitar a bênção antes do ato. Como resolve isso? Não completando a mitsvá inteiramente até depois de recitar a bênção.




Após acender as velas, ela imediatamente cobre os olhos. Pronuncia então a bênção e somente depois descobre os olhos e aprecia a luz das velas. Assim, ela cumpriu o conceito de recitar a bênção antes do ato, pois o ato de acender não está completo até que ela realmente aprecie a luz.

Este é o motivo técnico. Praticamente falando, cobrir os olhos ajuda a pessoa a se concentrar melhor na bênção e nas preces silenciosas que são recitadas nesta hora propícia, que é o acendimento das velas de Shabat e Yom Tov – quando pede pela saúde, prosperidade e alegrias para seus familiares e amigos.

Fonte: Rabi Moshe Isserles, Código da Lei Judaica, Orach Chaim 263:5.