28 de fevereiro de 2009

BIOGRAFIA: EVA TODOR




A judia Eva Todor chama-se Eva Todor Nolding. Nascida na Hungria em 1921, foi filha única de Alexandre e Gisela. Alexandre era comerciante, mas toda a família era de doutores; um tio de Eva dedicou-se ao teatro e quando foi para a América do Norte escreveu para o cinema entre outros sucessos, “A vida começa aos 40” e “Tampico”. Eva acha que essa é a veia artística que lhe foi doada. Ainda na Hungria, com apenas quatro anos de idade, seu pai a matriculou na Opera Real da Hungria. Depois a família se mudou para o Brasil e foram morar em São Paulo. Logo Eva começou a estudar balé e, como a colonia húngara era muito grande, com oito ou nove anos, a garota era uma coqueluche. Loura, linda e muito graciosa, foi assim que a viu o diretor de teatro e cinema, Oduvaldo Viana. Ele a convidou para uma apresentação no Teatro Municipal de São Paulo, que foi um sucesso.
Depois a menina foi contratada por Francisco Serrador, e fazia aparições ao vivo, nos cinemas, depois das sessões. Era uma atração máxima. Assim fez em São Paulo, Rio de Janeiro e Porto Alegre. Já no Rio, para onde a família se transferiu, Eva Todor foi matriculada no Teatro Municipal, e foi aluna da famosa professora Maria Oleneva. Foi na Companhia Dulcina de Morais que a garota foi fazer teste para teatro. Teve, porém, uma grande barreira: o idioma. E, após chorar muito, pois só tinha 12, 13 anos, e ficou desesperada, aceitou participar de uma “burleta”, teatro musicado, no Teatro Recreio. Aí se deu sua estréia como profissional. Logo conheceu Luiz Iglesias, escritor de peças teatrais, que se encantou com a menina. E, após alguma recusa, Eva acabou gostando dele e casando-se. Estava com catorze anos de idade. Fez também peças de Cesar Ladeira, Mario Lago, e todos os jovens escritores da época. E era sempre sucesso. Mas seu maior momento foi em “Feia” de Paulo Magalhães. Era a Companhia Luiz Iglesias. Um ano depois já foi instituida a “Companhia Eva e Seus Artistas”. Sucesso atrás de sucesso. Casas cheias sempre. E eva conseguiu lançar muitos atores, que depois vieram a ser estrelas nacionais, como Daniel Filho, Herval Rossano, Jardel Filho, Jorge Dória, Elza Gomes, e muitos outros. E, naquele tempo os teatros viviam só de suas bilheterias, não tinham subvenções ou apoio de ninguém. O casamento de Eva e Luiz Iglesias foi perfeito por vinte e dois anos, quando ele veio a falecer. A moça muito sofreu, mas continuou seu trabalho e dois anos depois casou-se com o engenheiro químico Paulo Nolding, que largou tudo para ser seu empresário. Com ele Eva foi casada vinte e cinco anos, mas ele também morreu. E mais uma vez Eva Todor ficou sozinha. Era ainda muito nova, mas não voltou a se casar ou se envolver com ninguém, agora para sempre. Sua carreira de eternos sucessos, em que esteve por vinte anos apenas no Teatro Senador, no Rio, teve também várias temporadas no exterior. Eva fez muito sucesso em Portugal, onde esteve por várias vezes, numa das quais, ficou quase três anos em cartaz, sempre com casas lotadas. E para lá Eva Todor levou seu elenco, tudo por sua conta. Havia, há muito tempo, criado o “gênero Eva Todor”, um misto de graça, música, piada, e muita doçura, que agradava sempre. 







Na televisão Eva começou em 1957, quando ainda era casada com Luiz Iglesias, que para ela criou o seriado “Aventuras de Eva”, que aconteceu antes de “Alô Doçura”, mas que tinha mais ou menos a mesma linha. Depois, por orientação de seu marido Paulo Nolding, fez papéis mais fortes, de personagens mais velhos. Fez: Ä Carta”, fez “Senhora da Boca do Lixo”, fez “Em Família”, sempre com casas lotadas. E na televisão, após a TV Tupi, só bem mais tarde voltou a trabalhar. E isso aconteceu na TV Globo. Começou em “Locomotivas”, mas ainda continuava em teatro. Fez “Top Model”. Até que o muito querido diretor geral Boni a chamou e a registrou como funcionária. Eva ficou feliz demais, pois estava sozinha, sem marido, sem filhos, sem ninguém. “Agora você é a nossa Eva”, disse-lhe ele. E dali nunca mais Eva saiu. Faz todos os papéis, em que é escalada, e quer bem a todos, pois todos a amam também. Respeito, integridade, profissionalismo, arte, muita arte, é o que mantém Eva Todor eternamente no topo do cenário artístico nacional. Se aos quatro estava num palco, se aos catorze se casou, agora que é uma mulher madura, nada se modificou para ela. Sua personalidade a faz ímpar, “empelicada”, diferente, acima do bem e do mal. Ela é a mesma de sempre. Eva Todor, sua maneira de representar, seu leve sotaque, sua beleza eterna são, realmente, uma dádiva divina. E falar com ela é estar por um instante no céu.

Um comentário:

Anônimo disse...

EVA, ETERNAMENTE EVA...

SEMPRE LEMBRO-ME DELA EM " AS LOCOMOTIVAS".